Sobrevivente
em relação ao grande número de autores e obras publicadas no Brasil no meio
espírita graças à qualidade das pesquisas que realizou no campo das
manifestações psíquicas, o italiano Ernesto Bozzano construiu livros de
conteúdo impressionante. Um deles PENSAMENTO E VONTADE (feb). Dele uma amostra
para sua análise: -“Já os
magnetizadores da primeira metade do século 19 haviam notado que os
sonâmbulos não só percebiam o pensamento das pessoas com quem se punham em
relação, sob a forma de imagens geralmente localizadas no cérebro, com também,
eventualmente, fora dele, e mais ou menos imersos na aura da pessoa que, na
ocasião, tinha na mente o pensamento correspondente à imagem. (...) A este
respeito, importa acentuar que as descrições teosóficas desse simbolismo do
pensamento estão em surpreendente concordância com as dos clarividentes
sensitivos. Vamos aqui resumir o trecho de um livro (FORMAS PENSAMENTO) de Annie
Besant e Leadbeater, para compará-lo depois a uma outra passagem tomada às
declarações de um sensitivo clarividente. Eis o que a respeito dizem esses
autores: Todo pensamento cria uma série de vibrações na substância do corpo
mental, correspondentes à natureza do mesmo pensamento, e que ai combinam em
maravilhoso jogo de cores, tal como se dá com as gotículas de água desprendidas
de uma cascata, quando atravessadas pelo raio solar, apenas com a diferença de
maior vivacidade e delicadeza
de tona. O corpo mental, graças ao impulso do pensamento, exterioriza uma fração
de si mesmo, que toma forma correspondente à intensidade vibratória, tal como o
pó de licopódio que, colocado sobre um disco sonante, dispõe-se em figuras
geométricas, sempre uniformes em relação com as notas
musicais emitidas. Ora, este estado vibratório da fração exteriorizada do corpo
mental, tem a propriedade de atrair ai, no meio etéreo, substância sublimada
análoga à sua. Assim é que se produz uma forma pensamento, que é, de certo
modo, uma entidade animada de intensa atividade, a gravitar em torno do
pensamento gerador... Se este pensamento implica uma aspiração pessoal de quem
o formulou - tal como se dá com a maioria dos pensamentos - volteia, então, ao
derredor do seu criador, pronto sempre a reagir benéfica ou maleficamente, cada
vez que o sinta em condições passivas. Estranhamente simbólicas as formas do
pensamento, algumas delas representam graficamente os sentimentos que as
originaram. A
usura, a ambição, a avidez, produzem formas retorcidas, como
que dispostas a apreender o cobiçado objeto. O pensamento, preocupado com a
resolução de um problema, produz filamentos espirais. Os sentimentos endereçados
a outrem, sejam de ódio ou de afeição, originam formas-pensamentos semelhantes
aos projeteis. A cólera, por exemplo, assemelha-se ao ziguezague do raio, o
medo provoca jactos de substância pardacenta, quais salpicos de lama. Outro
sensitivo clarividente, Sr. .E.A. Quinton, também nota, a propósito das suas
visualizações de pensamentos alheios, o seguinte: Em três grupos podem ser
subdivididas as formas pensamentos por mim percebidas: - as que revestem o
aspecto de uma personalidade, as que representam qualquer objeto e as que
engendram formas especiais... As inerentes aos dois primeiros grupos
explicam-se por si mesmas; as do terceiro, porem, requerem esclarecimento. Um
pensamento de paz, quando emitido por alguém profundamente compenetrado desse
sentimento, torna-se extremamente belo e expressivo. Um pensamento colérico, ao
contrário, torna-se tão repugnante, quanto horrível. A avidez e análogas
emoções, por sua parte, originam formas retorcidas, curvas, semelhantes às
garras do falcão, como se as pessoas que as emitem desejassem algo empalmar em
benefício próprio. (Ligth, 1911, pág. 401). Pelo visto, destas declarações
ressalta a concordância de clarividentes e teósofos, afirmarem que os impulsos pessoais da ganância
e análogos desejos originam formas tortuosas do pensamento. E uma circunstância
notável, essa. Naturalmente, no que diz com a realidade das formas abstratas do
pensamento, não possuímos, até agora, outra prova além da resultante da
uniformidade dos testemunhos de diversos clarividentes. Todavia, apresso-me a declarar
que, para as afirmações dos sensitivos, relativamente às formas concretas do pensamento
-, isto é, pensamento-forma representando pessoas ou coisas - tem na fotografia
uma prova absoluta, de vez que a chapa as registra. Somos, destarte, levados a
conceituar logicamente a declaração dos
videntes, no que concerne às formas do pensamento abstrato. E de fato já se tem
demonstrado que, quando sonhamos com qualquer pessoa ou coisa, estas se
concretizam em imagem correspondente. Assim, tudo contribui para a suposição de
que as ideias abstratas também devem concretizar-se em alguma coisa que lhes
corresponda. Resta ainda falar de um traço característico, ou faculdade que as
formas do pensamento podem apresentar qual a de, em circunstâncias especiais,
subsistirem por mais ou menos tempo no ambiente, ainda que deste se tenha
afastado, ou mesmo falecido, a pessoa que os engendrou.
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