“De fatal, na verdadeira acepção, só o
instante da morte”, afirmaram os Espíritos que auxiliaram Allan
Kardec a construir O LIVRO DOS
ESPÍRITOS. A crescente incidência de mortes violentas nas estatísticas
desde as ultimas décadas do século 20, é assustadora. Através da mediunidade,
contudo abriram-se caminhos para inúmeras confirmações da sobrevivência. Para
os que querem ver é claro. Do extraordinário acervo construído através de Chico
Xavier através das cartas que psicografava em reuniões públicas
contendo dados, detalhes e informações surpreendentes, destacamos três
fragmentos para sua reflexão: Caso 1 - Antônio
Martinez Collis (Tico),
24 anos, vitima de assalto em São Paulo, capital: - “Ainda me sinto chocado com o
assalto de que a Jane e eu fomos vítimas. Esperávamos o documento de que
precisava e dialogávamos com alegria, quando nossos irmãos infelizes nos
intimaram de armas na mão. Por que estranhasse em voz alta aquela violência
toda, o tiro partiu de um deles, alcançando-me um vaso importante ao longo da
garganta e atravessando-me uma das vértebras, varando tecido delicado da
medula. Num relance, compreendi tudo,
enquanto os assaltantes fugiram depressa, naturalmente receando represálias por
parte de amigos que, de imediato, nos chegaram. Quis falar a Jane e fazer
algumas recomendações, porque não me enganava quanto ao meu estado orgânico,
mas foi impossível. Conduzido ao socorro, ainda pude notar o olhar de
comiseração dos médicos e amigos; no entanto, o meu pensamento esmoreceu no cérebro
e dormi pesadamente no chamado torpor da morte. Não sei precisar o tempo gasto
no desmaio em que eu era visitado por pesadelos e mais pesadelos, quando
despertei num lugar aprazível”. Caso 2 - Osmar Totaro, 21 anos, vitima
de assalto nos fundos da Casa Lotérica de seu pai, onde se encontrava
conversando com ele e seu irmão. –“Estou a recordar nossa reunião em casa, ao
fundo da loja e a chegada repentina dos infelizes irmãos que nos ameaçaram.
Lembro-me de que o sangue me subiu à cabeça e me coloquei na defesa do papai,
quando o tiro explodiu e o projétil me alcançou. Detive-me por momentos, no
esforço de me levantar da queda de forças que me quebrantou o ânimo, no
entanto, era impossível erguer-me e seguir no encalço dos pobres amigos que nos
experimentaram a fé. Tive alguns momentos de lucidez e dei graças a Deus ao ver
que o Papai e Omar estavam livres da agressão. Enquanto me via no centro das
aflições gerais, concentrei-me na oração, rogando a Jesus me fizesse aceitar a
provação sem revolta e, aos poucos, como que se fez noite para meus olhos,
quando estávamos em pleno dia. Em seguida a isso, minhas energias esmoreceram
de todo. Por fim, o sono, um torpor implacável que me invadiu todo o corpo, a
ponto de não conseguir mover um dedo. Depois, o esquecimento. A memória fugira.
Impraticável qualquer esforço para readquirir o domínio da mente agora abatida
e desfalecente”. Caso 3 - João Reis de
Andrade, 61 anos, vitimado em meio a corrida com
o taxi que possuía, entre municípios do norte do Paraná, atendendo a dois
passageiros desconhecidos: -“Penso que não deveria tocar no assunto,
mas tenho consentimento para isso porque não desejo pensamentos de mágoa contra
ninguém. Aqueles dois companheiros no carro não seriam os executores das Leis
de Deus? O carro era meu instrumento de trabalho, a riqueza do pai de família,
simples e feliz, que sempre fui. Naturalmente, quando me senti despojado da
máquina que valia tanto e que me ajudava a sustentar a família, quis reagir,
reclamar...Hoje, não tenho memória para dizer os detalhes da ocorrência, mas
lembro-me de que um golpe me retirou qualquer faculdade de reação. Orei,
reclamando vocês todos, esposa querida e filhos meus! Sabia, porém, que havia
soado a hora, a hora que ninguém espera e sempre chega... Tentei pedir
clemência e dizer que entregava tudo, mas me poupassem a vida, no entanto, a
voz não saía mais. Notei que mãos vigorosas me deitavam numa plantação que me
oferecia repouso”. Importante frisar que o médium nem sempre tinha
maiores informações sobre o autor das cartas e sua história.
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