O acervo constituído pelas cartas
psicografadas por Chico Xavier em reuniões públicas contém informações
extremamente interessantes, representando importantes documentos confirmatórios
da sobrevivência após a morte do corpo físico. Uma delas começa no sábado 19 de
março de 1977. Os principais jornais daquela manhã estampavam em destaque, a notícia sobre
a queda de um avião de pequeno porte na tarde do dia anterior, a poucos quilômetros
de São Paulo, na região de Mairiporã. O acontecimento ganhou evidência ainda
maior pelo fato dos três tripulantes serem personalidades conhecidas no
automobilismo mundial. Marivaldo Fernandes, campeão das pistas brasileiras;
José Carlos Pace (o Moco), que vencera no início daquele ano, o Grande Prêmio
Brasil de Fórmula 1, em Interlagos, e o amigo Carlos Roberto de Oliveira,
apelido Nenê. Haviam levantado voo do
campo de Marte, em São Paulo, na tarde da sexta feira, num avião modelo
Sertanejo, pilotado por Marivaldo, e, a poucos quilômetros da Capital, se
depararam com uma forte tempestade. Com a visibilidade muito prejudicada,
Marivaldo pensou em retornar ao ponto de origem, todavia a intensidade do
aguaceiro que se projetava, ocasionou a choque da aeronave com a densa mata da
Serra da Mantiqueira. Observado o desaparecimento do avião pelo Centro de
controle do Tráfego Aéreo, foram iniciadas as buscas e, quase ao anoitecer, as
equipes de resgate localizaram os destroços do aparelho para a dura
constatação: não havia sobreviventes. Sem que aparentemente houvesse conexão
com o acontecimento, no dia 10 de maio, o médium Francisco Cândido Xavier, se
fazia presente no Guarujá, litoral paulista, atendendo a convite de amigos para
prestigiar a festa de inauguração da Comunidade Espírita Cristã, instituição
fundada objetivando a difusão e assistência social com base nos princípios do
Espiritismo. Ao final das comemorações, como não poderia deixar de ser, os
organizadores solicitaram a Chico tentasse receber alguma mensagem do Plano
Espiritual, sugestão acatada pelo médium. Concluída a psicografia e efetuada a
leitura da carta, o espanto tomou conta de todos os presentes no local: era de
Marivaldo Fernandes, o piloto do avião caído quase dois meses antes. Alguns
familiares dele, espíritas convictos, estavam entre a compacta multidão atraída
à sede da instituição pela presença do médium, e, com a carta, abrandaram a
inevitável dor da separação. Rememorando os lances derradeiros de sua
existência física, conta na mensagem:-“Fiz tudo para que o Sertanejo pousasse
equilibrado. Ele era, no entanto, um pássaro pesado demais para se aninhar
naquelas árvores da Serra de Mairiporã. O estouro foi inevitável e, depois, o
indescritível. Não houve tempo para conversar com o nosso caro Pace, nem com o
Carlos Nenê. A mente estava superconcentrada no esforço imenso de controlar
aquele pequeno gigante de metal e de estruturas que se arrebentavam sobre nós.
Não posso descrever o que se passou. Um desmaio leve, pelo menos é o que julgo
me tenha sucedido, não me consentia fixar detalhes. Não tive dores. Vi-me no
matagal com o Moco ao meu lado, vendo o Carlos deitado no chão. Sinceramente,
julgamos nos primeiros minutos, que havíamos escapado ilesos, trocando
afirmativas de espanto. Mas de improviso, um homem apareceu e abraçou o Pace
demoradamente, abraçando-me em seguida. - Caramba! É meu pai Angelo!, exclamou
o companheiro. Quase no mesmo instante a madrinha Conceição, a enlaçar-me com o
carinho da mamãe e depois outros amigos principalmente alguns das corridas de
Kart, surgiam aos nossos olhos. Empalideci-me de assombro e vi que o Pace
estava amarelo de espanto. Somente então, sem que ninguém pronunciasse a
palavra "morte", reconhecemos tudo. Havíamos passado de uma vida para
outra. O Pace, o pai, nos disse sorrindo: ─ Não se assustem, agora a corrida
foi vertical. Essa foi a diferença... Por mais que quiséssemos fazer humor, não
seria possível para nós facear sem medo, aquela página nova e desconhecida no
livro da vida. A ânsia de regressar à casa sem poder, a dor de haver efetuado,
não um pouso forçado, mas uma despedida em definitivo, do corpo que ficara na
condição de roupa irremediavelmente estragada, a luta para fazer-nos
compreendidos, os conflitos íntimos de pessoas despojadas de tudo o que nos era
querido, de um instante para outro, estabeleciam em nosso crânio uma espécie de
angústia que começou como sendo perplexidade para depois transformar-se em
agoniado sofrimento... Era demais a dose de surpresas para nós. A dose de
problemas que se nos convertiam em fel no coração: essa dose de sofrimento
imprevisto era pesada demais para a nossa cabeça e caímos tontos ou
semi-loucos. Parecia a mim, que nos achávamos num pesadelo de que era preciso
acordar imediatamente, mas... enfermeiros apresentaram macas com a naturalidade
dos serviços de qualquer aeroporto improvisado e fomos recolhidos à vida
hospitalar daqui, de onde vim, ainda muito enfaixado para pedir-lhes fé em Deus
e coragem para aceitarmos a provação que nos foi reservada”.
Compartilhamento de informações reveladoras disponibilizadas pelo Espiritismo ampliando nosso nivel cultural
faça sua pesquisa
domingo, 31 de julho de 2016
sexta-feira, 29 de julho de 2016
MEMÓRIAS REMOTAS NO COMPORTAMENTO SOCIAL
Atavismo
segundo o dicionário é o reaparecimento numa pessoa das características de um
antepassado que permaneceram escondidas por muitas gerações. No sentido
figurado é sinônimo de hereditariedade ou o aparecimento de características biológicas,
intelectuais ou comportamentais. Analisado o fenômeno do ponto de vista do
Espiritismo, é o ressurgimento nas ações e reações do indivíduo de referências
arquivadas na memória integral do Ser, da Individualidade, do Espírito.
Conforme explicações possíveis de serem acessadas num estudo criterioso da questão
da reencarnação explicada pela Doutrina Espírita, a hereditariedade biológica
subordina-se à hereditariedade psicológica. O Psiquiatra Jorge Andreia que o fez
concluiu que “o Espírito aproveita os potenciais genéticos dos pais, manipulando a
dança dos cromossomos na destinação dos fatores hereditários”. Nas obras do Espírito
- também médico - conhecido como André Luiz, recolhemos que “quanto mais vastos os recursos
espirituais de quem retorna à carne, mais complexo é o mapa de trabalho a ser
obedecido”. Historicamente sabe-se que as religiões institucionalizadas
causaram grande prejuízo à evolução do pensamento científico da Humanidade da
Terra. A não sujeição da Ciência à Religião no lado Ocidental do Planeta não tem dois séculos.
Associando a visão do atavismo com o desenvolvimento da ciência, com a formação de
pesquisadores, enfim daqueles que buscam a Verdade naturalmente conclui-se que
a suposta "isenção" certamente não garante que conceitos e preconceitos gravados na
memória de profundidade dos diretamente envolvidos no meio que persegue
respostas interfiram nos resultados. No século 20, por exemplo, inúmeras obras sobre reencarnação desvinculadas de influências religiosas, algumas relatando trabalhos
desenvolvidos dentro de critérios considerados científicos na visão acadêmica
do termo, foram publicados, não foram reconhecidas ou consideradas
pelo meio. Mais ou menos como aconteceu com as proposições do médico Franz
Anton Mesmer sobre o magnetismo
humano; com a hipnose de James Braid e do Abade
Faria; da Homeopatia do médico Samuel Hannemman, superficialmente
avaliados pela Comunidade Científica à época do seu surgimento. Sabe-se que à
época, inicio do século 19, da França se irradiava a grande virada no campo da
cultura que influenciaria o porvir, operando grandes mudanças na visão das
coisas. A intolerância, filha preferida da ignorância limitou o aprofundamento
das pesquisas sobre, por exemplo, reencarnação
do Engenheiro Albert De Rochas descritas no livro VIDAS SUCESSIVAS (1905) que foi por causa das revelações contidas
em seu livro afastado do cargo de dirigente da Escola Politécnica de Paris;
não considerou o respeitável trabalho do Psiquiatra Ian Stevenson descrito na
obra VINTE CASOS DE REENCARNAÇÃO
(1966); não avaliou o resultado das experiências de Morey Bernstein
apresentados no livro O CASO BRIDEY MURPHY;
o fenômeno Edgard Cayce relatado em
O PROFETA ADORMECIDO. No Brasil, as pioneiras experiências do Psiquiatra Inácio
Ferreira contadas no livro NOVOS
RUMOS À MEDICINA (1946) ou do Engenheiro Hernani Guimarães Andrade
reunidos em A REENCARNAÇAO NO BRASIL;
Hermínio
Correia de Miranda com A MEMÓRIA
E O TEMPO e EU SOU CAMILLE DEMOULIN ou
mesmo dos profissionais da saúde mental e comportamental Hellen Wanbach; Edite Fiore ou
Brian Weiss. Foram 16 séculos e milhares de gerações desde que o
assunto foi proibido por decisão político-religiosa. Dependeremos de quantas
gerações para que sejam franqueadas as portas do conhecimento para que as
questões da saúde sejam avaliadas de uma forma mais ampla, considerada a
condição integral do Ser Humano?
quarta-feira, 27 de julho de 2016
OS MISTIFICADORES CONTINUAM AGINDO
Ao
contrário do que muitos imaginam, a passagem pela morte não opera milagres
naqueles que se reconhecem sobreviventes numa realidade muito próxima desta em
que nos encontramos. Especialmente nos que se julgam sábios, iludidos pelo
orgulho que os torna presunçosos e pretensiosos. E através de médiuns
invigilantes e vaidosos com os quais se afinam pelas suas limitações
espirituais, continuam a influenciar, enganando os ignorantes das Verdades
propaladas pelo Espiritismo. Na atualidade, engrossam o espaço das prateleiras
das livrarias espíritas ou não, livros e mais livros de conteúdo discutível.
Perguntam alguns, “por que, permite Deus que os bem-intencionados sejam enganados por
aqueles que os deveriam esclarecer?...” No número de agosto
de 1863, da REVISTA ESPÍRITA,
Allan
Kardec opina sobre a questão dizendo: – O mundo corpóreo, retornando ao
Mundo Espiritual pela morte, e o Mundo Espíritual, fazendo o caminho inverso
pela reencarnação, resulta que a população normal do espaço que circunda a
Terra é composta de Espíritos provenientes da Humanidade terrestre. Sendo esta
Humanidade uma das mais imperfeitas, não pode dar senão produtos imperfeitos,
razão por que à sua volta pululam os Espíritos maus. Pela mesma razão, nos
mundos mais adiantados, onde o Bem reina sem limite, só há Espíritos bons.
Admitindo isto, compreender-se-á que a intromissão, tão frequente, dos
Espíritos maus nas relações mediúnicas é inerente à inferioridade do nosso
Globo; aqui se corre o risco de ser vítima dos Espíritos enganadores, como num País
de ladrões o de ser roubado. Não se poderia perguntar, também, por que permite
Deus que pessoas honestas sejam despojadas por larápios, vítimas da
malevolência e alvo de toda sorte de misérias? Perguntai antes por que estais
na Terra, e vos será respondido que é porque não merecestes um lugar melhor,
salvo os Espíritos que aqui estão em missão. É preciso, pois, sofrer-lhe as
consequências e envidar esforços para dela sair o mais cedo possível. Enquanto
isto é necessário esforçar-se por se preservar das investidas dos Espíritos
maus, o que só se consegue lhes fechando todas as brechas que lhes poderiam dar
acesso em nossa alma, a eles se impondo pela superioridade moral, a coragem, a
perseverança e uma fé inabalável na proteção de Deus e dos Espíritos bons, no
futuro que é tudo, ao passo que o presente nada é. Mas como ninguém é perfeito
na Terra, ninguém se pode vangloriar, sem orgulho, de estar ao abrigo de suas
malícias de maneira absoluta. Sem dúvida a pureza de intenções é importante; é
a rota que conduz à perfeição, mas não é a perfeição e, ainda, pode haver, no
fundo da alma, algum velho fermento. Eis por que não há um só médium que não
tenha sido mais ou menos enganado. A simples razão nos diz que os Espíritos
bons não podem fazer senão o bem, pois, do contrário, não seriam bons, e que o
mal só pode vir dos Espíritos imperfeitos. Portanto, as mistificações só podem
provir de Espíritos levianos ou mentirosos, que abusam da credulidade e, muitas
vezes, exploram o orgulho, a vaidade ou outras paixões. Tais mistificações têm
o objetivo de pôr à prova a perseverança, a firmeza na fé e exercitar o
julgamento. Se os Espíritos bons as permitem em certas ocasiões, não é por
impotência de sua parte, mas para nos deixar o mérito da luta. A experiência
que se adquire à sua custa sendo mais proveitosa, se a coragem diminuir, é uma
prova de fraqueza que nos deixa à mercê dos Espíritos maus. Os Espíritos bons
velam por nós, assistem-nos e nos ajudam, mas sob a condição de nos ajudarmos a
nós mesmos. O homem está na Terra para a luta; precisa vencer para dela sair,
senão fica nela.
segunda-feira, 25 de julho de 2016
O ESPIRITISMO E A TRANSIÇÃO PLANETÁRIA
O comentário foi direto e surpreendente: -“Que evolução é essa que nos coloca diante
de tanta violência, corrupção, contradições”? Refletindo um desalentado
desabafo de uma dirigente espírita, certamente corresponde ao sentimento de
muitos. Daí a necessidade de revermos alguns pontos revelados pelo Espiritismo
que encontram confirmação nos estudos, por exemplo, desenvolvidos na linha do
denominado Determinismo Histórico que confirma que tudo é cíclico projetando
consecutivamente a história em outras fases. Destacamos a seguir alguns tópicos para reflexão: 1- A transformação da Humanidade foi predita e chegais a esse momento em
que todos os homens progressistas estão se apressando. 2- Ela se realizará pela encarnação de Espíritos melhores que constituirão
sobre a Terra uma nova geração. 3- Dizendo que a
Humanidade está madura para a regeneração, isto não quer dizer que todos os
indivíduos estejam no mesmo grau, mas muitos tem, por intuição, o
germe das ideias novas, que as circunstâncias farão brotar; estão eles se
mostrarão mais adiantados do que se pensava, e seguirão com o entusiasmo o
impulso da matéria. 4- Há, entretanto, os que são fundamentalmente refratários, mesmo entre
os mais inteligentes e que, certamente, jamais se ligarão, pelo menos nesta
existência, uns de boa fé, por convicção; outros por interesse. Aqueles cujos
interesses materiais estão ligados ao presente estado de coisas, e que são
bastante adiantados para dele fazer abnegação, que o Bem geral toca menos que o
de sua pessoa, não podem ver sem apreensão o menor movimento reformador. 5- Nosso globo, como tudo o que existe, está
submetido à Lei do Progresso. 6- Ele progride : 10 - FISICAMENTE, pela transformação dos elementos
que o compõem e, 20 - MORALMENTE, pela depuração dos Espíritos
encarnados e desencarnados que o povoam. 7- De duas maneiras se executa esse DUPLO
PROGRESSO: 10 -
uma, lenta, gradual e insensível; 20 – outra, caracterizada por mudanças bruscas. 8 - Não se trata de uma mudança parcial, de uma renovação limitada a certa
região ou a um
povo, a uma raça. TRATA-SE DE UMA
MUDANÇA GLOBAL, a operar-se no sentido do progresso moral. 9 - Uma mudança tão
radical como a que está se elaborando NÃO PODE REALIZAR-SE SEM COMOÇÕES. Há, inevitavelmente, luta de ideias.
10- Havendo chegado o tempo, GRANDE EMIGRAÇÃO SE
VERIFICA dos que a habitam: a dos que
PRATICAM O MAL PELO MAL, ainda não tocados pelo sentimento do Bem, os quais, já
não sendo dignos do planeta transformado, SERÃO EXCLUIDOS, porque senão lhe
ocasionariam de novo perturbação e
confusão e constituiriam obstáculo
ao progresso. 11
- Irão expiar o endurecimento de seus corações, 10
- uns EM MUNDOS INFERIORES, 20- outros EM RAÇAS TERRESTRES AINDA
ATRASADAS,
equivalentes a Mundos daquela ordem,
aos quais levarão os conhecimentos que hajam adquirido, tendo por missão
fazê-las avançar. 12 - SUBSTITUÍ-LOS-ÃO Espíritos melhores, que
farão reinem em seu seio a justiça, a paz e a fraternidade. 13- A NOVA GERAÇÃO se distingue por: 10 -INTELIGÊNCIA E RAZÃO
GERALMENTE PRECOCES, 20-SENTIMENTO
INATO DO BEM e as CRENÇAS ESPIRITUALISTAS (...) Não se comporá exclusivamente
de Espíritos
eminentemente superiores, mas dos que já tendo progredido, se acham
predispostos a assimilar
todas as ideias progressistas e aptos a SECUNDAR o movimento de regeneração. 14 -
O que distingue os ESPÍRITOS
ATRASADOS é: 10 -
REVOLTA CONTRA DEUS, pelo se negarem a
reconhecer qualquer poder superior aos poderes humanos; 20- A PROPENSÃO INSTINTIVA ÀS PAIXÕES
DEGRADANTES, para os
SENTIMENTOS ANTI-FRATERNOS DE EGOÍSMO, DE ORGULHO, DE INVEJA, DE CIÚME;
30 o APEGO A
TUDO O QUE É MATERIAL: a sensualidade, ambição, desejo, avidez. 15 - Não se deve entender por meio dessa emigração de Espíritos, sejam
expulsos da Terra e relegados para Mundos Inferiores todos os Espíritos
retardatários. Muitos, ao contrário, aí voltarão,
porquanto HÁ MUITOS QUE O SÃO PORQUE
CEDERAM AO ARRASTAMENTO DAS CIRCUNSTÂNCIAS e DO EXEMPLO. 16-
As grandes partidas coletivas,
entretanto, NÃO TEM POR ÚNICO FIM ativar as saídas; tem igualmente o de TRANSFORMAR MAIS RAPIDAMENTE O ESPIRITO DA
MASSA, livrando-o das más influências e o de dar maior ascendente às ideias novas. 17 - Opera-se presentemente um desses movimentos gerais, destinados a
realizar uma
remodelação da Humanidade. A
MULTIPLICIDADE DAS CAUSAS DE DESTRUIÇÃO CONSTITUI SINAL CARACTERISTICO DOS
TEMPOS...
sábado, 23 de julho de 2016
SUICÍDIO: A DURA CONSTATAÇÃO DE QUE A VIDA CONTINUA
Decisão possível nas diferentes encarnações
ou vidas das criaturas humanas, o suicídio encontra nas revelações oferecidas
pelo Espiritismo, uma visão mais ampla. Segundo Allan Kardec um dos
motivos do aparecimento do Instinto de Conservação é evitar que desistamos de
viver ante quaisquer revezes que enfrentemos. O corpo físico, revestimento que
envolve ou de que se serve o Espírito no trabalho da própria evolução é frágil
e embora programado para viver determinado número de anos considerando a
herança genética ou os programas de reabilitação da consciência, surge a
possibilidade do suicídio indireto como revelado pelo Espírito conhecido como André
Luiz ao ouvir a avaliação médica feita quando de sua admissão no
Hospital da Colônia Espiritual a que foi acolhido após – segundo Chico
Xavier – 8 anos de padecimentos na região denominada por ele Umbral,
uma extensão da Dimensão em que vivemos enquanto encarnado, situada numa das
milhares de faixas vibratórias em que se compõem os Universos Paralelos ou
Planos Espirituais. A Doutrina Espírita acrescenta que no caso do suicídio,
além dos transtornos psicológicos e psiquiátricos que arrastam o Ser
desequilibrado por esses fatores, há ainda as induções causadas através das
influências espirituais a que todos estamos sujeitos. Depois da extraordinária
obra MEMÓRIAS DE UM SUICIDA assinada
através da médium Yvonne do Amaral Pereira pelo escritor português Camilo
Castelo Branco que recorreu ao suicídio para fugir das perspectivas da
perda da visão na continuidade de sua vida física expondo toda a dramaticidade
decorrente do seu infeliz gesto, através de Chico Xavier no acervo
resultante das cartas que psicografou por quase duas décadas em reuniões
publicas na cidade de Uberaba (MG), várias foram as manifestações de jovens,
sobretudo que dirigiram-se aos pais tentando se desculpar pela atitude extrema
ante a vida, deixando para trás um rastro de dor e sofrimento moral.
Selecionamos trechos de algumas confirmando a sobrevivência após a morte
física, as influências espirituais que os levaram a ação extrema e os transtornos
consciênciais enfrentados após a equivocada opção: 1-
Tudo se me refez na memória. Um telefonema que me deixou indisposta e a
ideia que eu nunca deveria ter alimentado chegando, aos poucos, a me repletar o
cérebro de resoluções lamentáveis. Dez minutos para as três horas da tarde,
procurei certificar-me de que poderia agir sem a presença de quem quer que
fosse e, como que amedrontada, diante de mim mesma, consegui a chave que me
daria acesso à arma com a qual me anulei no quarto. Não sei até hoje que forças
desumanas teriam possuído o meu ser... Recordo-me que chegava a sentir pesada
mão sobre a minha para que o gatilho não falhasse. Cai, descontrolada, mas
ainda escutava os rumores de casa, quando ouvi as vozes da Mônica...Claudia
Pinheiro Galassi, 18 anos 2-
Ainda não sei que força me tornou naquela quarta-feira. Tive a ideia de
que uma ventania me abraçava e me atirava fora pela janela. Certamente devia
mobilizar minha vontade e impedir que o absurdo daquele momento me
enlouquecesse. Obedecia maquinalmente àquela voz que me ordenava projetar-me no
vácuo. Quis recuar, mudar o sentido da situação, não consegui. Nunca imaginaria
que tanto sofrimento se seguiria ao meu gesto. Renata Zacaro, 18 anos. 3- Creia
que amanheci naquela terça-feira, quatro de maio, pensando em descobrir como
iria encontrar um presente para o seu carinho no Dia das Mães. Pensava nas
aulas, em minha professora Juvercídia e procurava concentrar-me nos livros para
estudar; entretanto, quando vi o veneno, a força estranha me tomou o
pensamento. Avancei para o suicídio quase sem conhecimento, embora muitas vezes
não ocultasse o desejo de morrer. Tudo sem motivo, sem base.(...) A princípio,
me vi numa nuvem com a garganta em fogo e uma dor que não parecia ter fim.
Talvez exagerasse as coisas que eu sentia, talvez guardasse impressões da vida
que eu não devia guardar. O que é mais doloroso é que provoquei a morte do
corpo, sem razão. Lucia Ferreira, 16 anos
quinta-feira, 21 de julho de 2016
LIDO MAS NÃO VISTO
A experiência confirma
aos mais atentos que a primeira leitura de qualquer obra é emocional. Como o
sedento diante do copo d’água. Caso evidente é a mais comercializada das obras
abordando o pensamento espírita: O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO. Nas
suas linhas inúmeras e interessantes informações normalmente não registradas
nas incontáveis vezes que é aberto para rápidas apreciações. Na sequência como
exemplo destacamos alguns tópicos sobre o problema da saúde para ilustrar: 1- Se Deus não quisesse que pudéssemos
curar ou aliviar os sofrimentos corporais, em certos casos, não teria colocado
meios curativos à nossa disposição. 2-
Ao lado da medicação comum, elaborada pela ciência, o magnetismo nos deu a
conhecer o poder da ação fluídica, e depois o Espiritismo veio revelar-nos
outra força, através da mediunidade curadora e da influência da prece. 3- As doenças pertencem às provas e às
vicissitudes da vida terrena. São inerentes à grosseria da nossa natureza
material e à inferioridade do mundo que habitamos. As paixões e os excessos de
toda espécie, por sua vez, criam em nossos organismos condições nocivas,
frequentemente transmissíveis pela hereditariedade. 4- Doenças de nascença, sobretudo
aquelas que tiram aos infelizes a possibilidade de ganhar a vida pelo trabalho:
as deformidades, a idiotia, a imbecilidade, etc (...), são efeitos que devem
ter uma causa, em virtude do axioma de que todo efeito tem uma causa, e desde que
se admita a existência de um Deus justo, essa causa deve ser justa. A causa
sendo sempre anterior ao efeito e, desde que não se encontra na vida atual, é
que pertence a uma existência precedente. 5- Se Deus não quisesse que pudéssemos curar ou
aliviar os sofrimentos corporais, em certos casos, não teria colocado meios curativos
à nossa disposição.(...) 6- Ao lado da medicação comum, elaborada
pela ciência, o magnetismo nos deu a conhecer o poder da ação fluídica, e
depois o Espiritismo veio revelar-nos outra força, através da mediunidade
curadora e da influência da prece. 7-
Quando nos elevamos, pelo pensamento, de maneira a abranger uma série de
existências, compreendemos que a cada um é dado o que merece. 8-
Se dividirmos os males da vida em duas categorias, sendo UMA a dos males que o
homem não pode evitar, e OUTRA a das atribulações que ele mesmo provoca, por
sua incúria e seus excessos, veremos que esta última é muito mais numerosa que
a primeira.
9- Não há uma só falta,
por mais leve que seja, uma única infração à sua Lei (de DEUS), que não tenha
consequências forçosas e inevitáveis, mais ou menos desagradáveis. 10- O homem não é, portanto, punido
sempre, ou completamente punido, na sua existência presente, mas jamais escapa às
consequências de suas faltas. Outros exemplos destacados da obra AÇÃO E REAÇÃO do Espírito André
Luiz pelo médium Chico Xavier: 1- Em todos os Planos
do Universo, somos Espírito e manifestação, pensamento e forma. 2-Todo mal praticado
conscientemente expressa de algum modo, lesão em nossa consciência e toda lesão
dessa espécie determina distúrbio ou mutilação no organismo que nos exterioriza
o modo de ser. 3-
Da mente clareada pela razão, sede dos princípios superiores que governam a
individualidade, partem as forças que asseguram o equilíbrio orgânico, por
intermédio de raios ainda inabordáveis à perquirição humana, raios esses que
vitalizam os centros perispiríticos, em cujos meandros se localizam as
chamadas glândulas endócrinas, que, a seu turno, despedem recursos que nos
garantem a estabilidade do campo celular. 4- Nas criaturas
encarnadas esses elementos se consubstanciam nos hormônios diversos que atuam sobre todos
os órgãos do corpo físico, através do sangue. 5- Todos os estados acidentais das formas de
que nos utilizamos, no espaço e no tempo, dependem, assim, do comando mental
que nos é próprio. 6- A Medicina há de considerar o doente como
um todo psicossomático, se quiser realmente investir-se da arte de curar.
terça-feira, 19 de julho de 2016
UMA ANÁLISE SOBRE A REENCARNAÇÃO
Distante
por 16 séculos da cultura entorpecida pelas sombras impostas pelo dominante
pensamento religioso, a sociedade humana resiste a ceder à logica e evidências
da reencarnação e visão evolucionista derivada dela. No número de outubro
de 1860, um Espírito identificado como Zénon, através de
mensagem psicografada em reunião da Sociedade Espírita de Paris,
incluída por Allan Kardec na REVISTA
ESPÍRITA faz uma análise interessante sobre o tema. Escreve ele: - Há na
doutrina da reencarnação uma economia moral que não escapa à tua inteligência.
Sendo a corporeidade compatível somente com os atos de virtude, e sendo esses
atos necessários ao melhoramento do Espírito, raramente encontrará este, numa
única existência, as circunstâncias necessárias ao seu progresso acima da
Humanidade. Sendo admitido que a justiça de Deus não pode harmonizar-se com as
penas eternas, deve a razão concluir pela necessidade: 1o - de um
período de tempo durante o qual o Espírito examina o seu passado e toma suas
resoluções para o futuro; 2o - de uma existência nova em harmonia
com o avanço atual desse Espírito. Não falo dos suplícios, por vezes terríveis,
a que são condenados certos Espíritos, durante o período da erraticidade; por
um lado eles correspondem à enormidade da falta e, por outro, à justiça de
Deus. Isto diz bastante para dispensar detalhes que, aliás, encontrarás no
estudo das evocações. Voltando às reencarnações, haverás de compreender a sua
necessidade por uma comparação vulgar, mas de impressionante verdade. Após um
ano de estudos, o que acontece ao jovem colegial? Se progrediu, passa para a
classe superior; se ficou imobilizado em sua ignorância, repete o ano. Vai mais
longe; comete faltas graves e é expulso. Pode vagar de colégio em colégio; pode
ser afastado da Universidade e pode ir da casa de educação à casa de correção.
Tal a imagem fiel da sorte dos Espíritos e nada satisfaz mais completamente à
razão. Quer-se cavar mais profundamente a doutrina? Ver-se-á, nessas ideias, o
quanto a justiça de Deus parece mais perfeita e mais conforme às grandes
verdades que dominam a nossa inteligência. No conjunto, como nos detalhes, há
nisso algo de tão surpreendente que o Espírito que começa a iniciar-se fica
como que iluminado. E as censuras murmuradas contra a Providência, e as
maldições contra a dor, e o escândalo do vício feliz em face da virtude que
sofre, e a morte prematura da criança; e, numa mesma família, de encantadoras
qualidades, dando, por assim dizer, a mão a uma perversidade precoce; e as
enfermidades que datam do berço; e a infinita diversidade de destinos, tanto
nos indivíduos, quanto nos povos, problemas até hoje insolúveis, enigmas que
fazem duvidar da bondade, e quase da existência de Deus, tudo isto se explica
ao mesmo tempo. Um puro raio de luz se estende no horizonte da filosofia nova
e, no seu quadro imenso, agrupam-se harmoniosamente todas as condições da
existência humana. As dificuldades se aplainam, os problemas se resolvem, e
mistérios até hoje impenetráveis se explicam numa única palavra: reencarnação.
Leio em teu pensamento, prezado cristão. Tu dizes: eis, desta vez, uma
verdadeira heresia. Meu filho, nada mais que a negação das penas eternas. Nenhum
dogma prático entra em contradição com esta verdade. O que é a vida humana? O
tempo durante o qual o Espírito permanece unido ao corpo. No dia marcado por
Deus os filósofos cristãos não terão nenhuma dificuldade para dizer que a vida
é múltipla. Isso não acrescenta nem muda nada nos vossos deveres. A moral
cristã fica de pé e a lembrança da missão de Jesus paira sempre sobre a
Humanidade. A religião nada tem a temer deste ensino, e não está longe o dia em
que seus ministros abrirão os olhos à luz; por fim reconhecerão, na revelação
nova, os socorros que, imploram do céu. Eles creem que a sociedade vai perecer:
será salva.
domingo, 17 de julho de 2016
CHICO XAVIER FALA SOBRE MÉDIUM E MEDIUNIDADE
Chico
Xavier pelo extraordinário legado deixado aos estudiosos
do Espiritismo, seja na condição de médium ou de Ser humano, é unanimidade
entre os que acessam informações a seu respeito como um exemplo de verdadeiro
espírita cristão. Sempre útil, portando rever seus pontos de vista,
naturalmente respaldados nas mais de nove décadas de sua existência mais
recente em nossa Dimensão. Destacamos a seguir alguns inspiradores ensinamentos
recolhidos em momentos preservados em entrevistas ou apreciações a amigos sobre
a mediunidade em sua vida. 1- Eu não saberia
dizer a relação existente entre mediunidade e sofrimento... Os meus instantes
mais produtivos na mediunidade foram também os de maior luta. Reclamar das
dificuldades que tenho enfrentado seria negar as bênçãos que a mediunidade me
tem proporcionado no trabalho com os Bons Espíritos. 2 - Certa vez, um repórter me perguntou se eu estaria disposto a começar
tudo outra vez!... É claro que recomeçaria. Para mim, a mediunidade na Doutrina
Espírita tem sido uma alegria. O que eu não sei é se os Espíritos Amigos
estariam dispostos a recomeçar comigo... As minhas imperfeições são tantas!
Creio que tenho dado a eles, os Espíritos Benfeitores, mais trabalho, ou seja,
eles têm tido mais trabalho comigo do que eu propriamente tenho trabalhado com
eles... 3 - Nunca atravessei um dia sem luta... Quando
as coisas corriam muito bem para mim, eu podia esperar - no final da tarde, ou
da noite, aparecia o problema... Mas, eu nunca pude me dar o luxo de ficar
choramingando. Emmanuel dizia: - Chico, o médium tem que deixar o problema de
lado; médium que não aprende a esquecer e seguir adiante, que não remove de
dentro de si mesmo os obstáculos, compromete o trabalho... Então, eu tinha que
sofrer calado, não dando mais que dois ou três minutos de atenção ao
aborrecimento. 4- Um dia, perguntei a Emmanuel o que
aconteceria, caso a mediunidade me subisse à cabeça... Ele me disse: - Se você
tem, eu não tenho vocação para vedete, você ficará com outros Espíritos
habituados ao palco; procurarei outro médium ou tratarei de reencarnar... Sinceramente, não consigo entender os companheiros
de mediunidade que anseiam por qualquer tipo de promoção pessoal, todos eles me
merecem o maior respeito, mas eu não vejo na condição de médium qualquer predicado
que nos diferencie... Na história do Espiritismo, os médiuns sempre foram
chamados a maior cota de sacrifício; Allan Kardec foi testado de todas as maneiras
- dinheiro, vaidade, ingratidão dos amigos, calúnias... Se com ele foi assim,
conosco não poderia ser diferente, não é. O médium que não se vê constantemente
testado, deve começar a desconfiar... Médium bom é o que apanha. 5- A obsessão acompanha de muito perto o médium; o médium que não vigia é uma
presa mais fácil para os obsessores... Mediunidade significa porta aberta, e
por uma porta escancarada acaba passando quem quiser... A vigilância é uma
espécie de sentinela, exigindo a senha dos candidatos a entrar... 6 - Muitos
companheiros espíritas nunca puderam entender o meu contato com o povo;
prefeririam que eu ficasse apenas na mediunidade, na produção de livros... Ora,
se me fosse dado escolher entre a tarefa da mediunidade com os livros e o serviço
da mediunidade com os sofredores, eu ficaria com os sofredores, pois também me
considero um Espírito sofredor; ficaria com aqueles que me consolariam com as
suas dores semelhantes àquelas que eu também sinto... De modo que, embora
respeite profundamente a opinião dos confrades, fico com a minha necessidade
espiritual. Deus me livre da solidão de um gabinete, onde apenas os Espíritos
me fizessem companhia!... 7- A caridade sempre foi
à força que me sustentou; tudo sempre valeu a pena, por causa dela... Emmanuel me ensinou isto. Ele me dizia: - Chico,
deixemos os nossos escritos! A página mediúnica pode esperar um pouco; é hora
de você se reabastecer... Vamos para a periferia!". E eu ia com ele ou ele
comigo, não sei... Quando na minha cabeça eu já tinha esquecido tudo, voltava
para a psicografia... Sem a caridade, o médium não consegue sustentar o vínculo
com a sua própria espiritualidade!..."
sexta-feira, 15 de julho de 2016
NOVO TESTAMENTO: TODOS DEVERIAM SABER
Diplomado
em Teologia e Filosofia por importante escola de Roma, Carlos Torres Pastorino obviamente era profundo conhecedor dos
temas relacionados à Biblia, obra organizada
no final do século IV para servir de base para orientar, a princípio o
pensamento do Catolicismo e, a partir do século XVI, o Protestantismo. Como se
sabe, na referida obra encontra-se o Novo
Testamento onde preserva-se o que se resgatou o que se sabe sobre Jesus. Demitindo-se do
cargo que ocupava no Vaticano, retornando ao Brasil e dedicando-se à função de
educador, Carlos Pastorino depois de aproximar-se do Espiritismo e de Chico
Xavier, fundou um movimento denominado Sabedoria, publicando uma revista com que o divulgava, fazendo mês
a mês criteriosa análise dos EVANGELHOS.
No importante estudo do autor de MINUTOS
DE SABEDORIA, encontramos interessantes observações que devem ser conhecidas
por quem reflete sobre os Ensinos dos Evangelhos. LÍNGUA ORIGINAL A língua original do
NOVO TESTAMENTO é o grego denominado
Koiné, ou seja, comum, popular, falado pelo povo. Não é o grego clássico. O
grego do NOVO TESTAMENTO apresenta
um colorido francamente hebraista, e bem se compreende a razão: todos os
autores eram judeus, com exceção de Lucas, que era grego. OS EVANGELISTAS Mateus (nome grego, Mathios,
que significa dom de Deus. Seu nome em hebraico era Leví. jamais foi
encontrada nenhuma citação de Mateus em hebraico, nem mesmo em
aramaico. Com efeito, em hebraico é que não escreveu ele, já que desde 400 anos
antes de Cristo o hebraico não era mais falado, e sim o aramaico, que é
uma mistura de hebraico com siríaco. Um argumento em favor do hebraico ou
aramaico de Mateus original são seus numerosíssimos hebraísmos. Entretanto,
qualquer tradutor teria o cuidado de expurgar a obra dos hebraísmos. Se eles
aparecem em abundância, É mais lógico supor-se que o autor era judeu, e
escrevia numa língua que ele não conhecia bem, e por isso deixava escapar
muitos barbarismos. Supõe-se que Mateus haja escrito entre os anos 54
e 62. Dirige-se claramente aos judeus (basta observar as numerosas citações do Velho
Testamento e o esforço para provar que Jesus era o Messias
prometido aos judeus pelos antigos Profetas).
Marcos, ou melhor, João Marcos, era sobrinho de Pedro.
O nome João era hebraico, mas o segundo nome Marcos era puramente
latino. Não deve admirar-nos esse hibridismo, sabendo-se que os romanos
dominavam a Palestina desde 70 anos antes de Cristo, introduzindo
entre o povo não apenas a língua grega, como os nomes latinos e gregos. Os
romanos impuseram a língua latina às conquistas do Ocidente e a grega às do
Oriente, daí o fato de falar-se grego na palestina desde 70 anos antes de Cristo,
por coação dos dominadores. Marcos escreveu entre 62 e 66, e
parece que se dirigia aos romanos, tanto que não vemos nele citações de
profecias; apenas uma vez (e duvidosa) cita o VELHO TESTAMENTO. Mais: se aparece algo de típico dos costumes
judaicos, Marcos apressa-se a esclarecer, explicando com pormenores o de
que se trata, como estando consciente de que seus leitores, normalmente, não no
perceberiam. Lucas, abreviatura grega do nome latino Lucianus, não tinha
sangue judeu: era grego puro, de nascimento e de raça. Escreveu em linguagem
correta, entre 66 e 70, interpretando o pensamento de Paulo a quem acompanhava
nas viagens apostólicas, talvez para prestar-lhe assistência médica, pois o
próprio Paulo o chama médico querido ( 2.a Cor. 12:7). Todo
o plano de sua obra é organizado, demonstrando hábito de estudo e leitura e de
pesquisa. João, chamado também o discípulo amado, e mais tarde o
presbítero, isto é, o velho. Filho de Zebedeu, e portanto primo irmão de Jesus,
acompanhou o Mestre no pequeno grupo iniciático, com seu irmão Tiago
e com Pedro. Clemente
de Alexandria diz ter João escrito o EVANGELHO Pneumático. Sabemos que pneuma significa Espírito. Então,
é o Evangelho espiritual. Em que sentido? Escrito por um Espírito?
Pneumografado? Tal como hoje dizemos psicografado? João escreveu entre 70 e
100, tendo desencarnado em 104. Seu estilo é altaneiro, condoreiro e seu
Evangelho está repleto de simbolismos iniciáticos, tendo dado origem a uma
teologia. Linguisticamente, Lucas é o mais correto e Marcos
o mais vulgar, estando Mateus e João escritos numa
linguagem intermediária.
quarta-feira, 13 de julho de 2016
SOBRE A IDENTIFICAÇÃO DE ESPÍRITOS
segunda-feira, 11 de julho de 2016
PORQUE ESQUECEMOS O PASSADO
A
dúvida é bastante comum: - Como pode o homem aproveitar da
experiência adquirida em suas anteriores existências, quando não se lembra
delas, pois que, desde que lhe falta essa reminiscência, cada existência é para
ele qual se fora a primeira; deste modo, está sempre a recomeçar. Suponhamos
que cada dia, ao despertar, perdemos a memória de tudo quanto fizemos no dia
anterior; quando chegássemos aos 70 anos, não estaríamos mais adiantados do que
aos 10; ao passo que recordando as nossas faltas, inaptidões e punições que disso
nos provieram, esforçar-nos-emos por evitá-las. Allan Kardec questionado
por argumentos semelhantes, com sua costumeira sensatez, explicou: -“Tudo
se encadeia no Espiritismo, e, quando se toma o conjunto, vê-se que seus
princípios emanam uns dos outros, servindo-se mutuamente de apoio; e, então, o
que parecia uma anomalia contrária à justiça e à sabedoria de Deus, se torna
natural e vem confirmar essa justiça e essa sabedoria. Tal é o problema do
esquecimento do passado, que se prende a outras questões de não menor
importância e, por isso, não farei aqui senão tocar levemente o assunto. Se em
cada uma de suas existências um véu esconde o passado do Espírito, com isso
nada perde ele das suas aquisições, apenas esquece o modo por que as
conquistou. Servindo-me ainda da comparação com o aluno, direi que pouco
importa saber onde, como, com que professores ele estudou as matérias de uma
classe, uma vez que as saiba, quando passa para a classe seguinte. Se os castigos
o tornaram laborioso e dócil, que lhe importa saber quando foi castigado por
preguiçoso e insubordinado? É assim que, reencarnando, o homem traz por
intuição e como ideias inatas, o que adquiriu em ciência e moralidade. Digo em
moralidade porque se, no curso de uma existência, ele se melhorou, se soube
tirar proveito das lições da experiência, se tornará melhor quando voltar; seu
Espírito, amadurecido na escola do sofrimento e do trabalho, terá mais firmeza;
longe de ter de recomeçar tudo, ele possui um fundo que vai sempre crescendo e
sobre o qual se apoia para fazer maiores conquistas. A objeção relativa ao
aniquilamento do pensamento, não tem base mais segura, porque esse olvido só se
dá durante a vida corporal; uma vez terminada ela, o Espírito recobra a
lembrança do seu passado; então poderá julgar do caminho que seguiu e do que
lhe resta ainda fazer; de modo que não há essa solução de continuidade em sua
vida espiritual, que é a vida normal do Espírito. Esse esquecimento temporário
é um benefício da Providência; a experiência só se adquire, muitas vezes, por
provas rudes e terríveis expiações, cuja recordação seria muito penosa e viria
aumentar as angústias e tribulações da vida presente. Se os sofrimentos da vida
parecem longos, que seria se a eles se juntasse a lembrança do passado? (...)
Livre da reminiscência de um passado importuno, viveis com mais liberdade; é
para vós um novo ponto de partida; vossas dívidas anteriores estão pagas,
cumprindo-vos ter cuidado de não contrair outras. Quantos homens desejariam
assim poder, durante a vida, lançar um véu sobre os seus primeiros anos!
Quantos, ao chegar ao termo de sua carreira, não têm dito: “Se eu tivesse de
recomeçar, não faria mais o que fiz!” Pois bem, o que eles não podem fazer
nesta mesma vida, fá-lo-ão em outra; em uma nova existência, seu Espírito
trará, em estado de intuição, as boas resoluções que tiver tomado. É assim que
se efetua gradualmente o progresso da Humanidade.
sábado, 9 de julho de 2016
O COMEÇO DE TUDO
Fazia
frio na noite da sexta feira, 8 de julho de 1927 na cidade de Pedro Leopoldo, a
poucos quilometros da capital do Estado de Belo Horizonte. Na sala de modesta
casa numa das ruas da pequena localidade, um grupo de pessoas se reunia para
uma reunião em torno dos ensinamentos do Espiritismo coordenada por uma senhora
de nome Carmem Perácio. Embora
moradora de Curvelo, localidade distante cem quilômetros, ali se encontrava
atendendo pedido recebido semanas antes do amigo João Cândido, cuja filha encontrava-se
acometida por sérios transtornos comportamentais e que através dela já encontrara
alívio, neutralizando influências ditas espirituais. Entre os participantes, Chico,
irmão de 17 anos da referida moça que testemunhara a extraordinária mudança
havida no quadro mental de Maria Pena Xavier. A reunião
começara com uma prece e em meio a etapas conduzidas por Dona Carmem, repassando
instrução de um Benfeitor presente, sugeriu que Chico tomasse de papel e
lápis e aguardasse alguns instantes. O que se seguiu, segundo lembraria anos
depois Chico foi um fenômeno inesquecível. Deixando de perceber a
friagem que dominava o ambiente, sentiu-se como que crescendo, tendo a impressão
que o próprio telhado do cômodo em que se encontravam desapareceu e avistando
o esplendor da noite estrelada típica do Inverno, enquanto seu braço corria
célere e mecanicamente sobre as folhas de papel como que passando a limpo em 17
páginas psicografadas o pensamento de Um Amigo Espiritual exortando ao
trabalho em nome de Jesus. Começava ali uma das mais extraordinárias histórias no
campo do intercâmbio entre diferentes Dimensões, resultando após mais de 8
décadas em mais de 400 livros contendo ensinamentos, instruções, histórias em
prosa e verso escritas por
personalidades reconhecidas ou não na realidade em que nos encontramos. Ser
humano invulgar, aquele jovem simples e humilde, fascinado com a explicação do
que lhe ocorria pelas palavras de Dona Carmem, renunciaria à sua fé católica e
passando a seguir o Espiritismo, estudando-o e exercitando a mediunidade que
lhe era natural ao longo dos próximos anos até que o Amigo Espiritual da
primeira mensagem se apresentou objetivamente numa tarde de domingo em local de
beleza natural invulgar nas cercanias da cidade em que viveria até os 48 anos
quando se transferiu para a cidade de Uberaba no Triangulo Mineiro. Esse Amigo
identificado como Emmanuel lhe informou a tarefa que deveriam desenvolver em
conjunto na produção de livros que divulgassem a Doutrina Espírita codificada
por Allan
Kardec, assumindo a coordenação de tal trabalho que marcou gerações,
inspirando o surgimento de extraordinários trabalhos, sobretudo, em favor da
caridade dirigida aos menos favorecidos. Instruiu-o que se em algum momento
dissesse algo que contradissesse Jesus e Allan Kardec que o
esquecesse e ficasse com os dois. Fiel, Chico elegeu a recomendação como
norma de conduta não só no trabalho doutrinário como na vida pessoal, alcançando um nível de iluminação
extraordinário, inspirando milhares de pessoas que reconheceram nela uma luz
entre as sombras do mundo em mudança em que nos encontramos. Um detalhe
interessante que revela ter Chico cumprido a missão pela qual
renasceu está preservado no livro CHICO
XAVIER EM PEDRO LEOPOLDO (Didier, 2000)
de Divaldinho Matos. Revela que o casal Carmem e José
Hermínio Perácio transferiu residência para Pedro Leopoldo após terem
conhecido Chico atendendo orientação de médium de suas relações em Belo
Horizonte, Paschoal Comanducci que afirmou: - A principal missão de vocês agora
é ajudar Chico Xavier. Ele possui recursos mediúnicos múltiplos. Está cercado
de falanges tão poderosas como as que assistiam Jesus. Esse menino assombrará o
mundo. Escreverá mediunicamente centenas de livros e será intransigente
defensor e divulgador do Espiritismo codificado por Allan Kardec. Viverá muito.
Desencarnado, não terá substitutos. Da mesma forma que Jesus, Chico é único no
Planeta. Só ele, em reencarnação posterior, poderá retomar o leme e dar
continuidade à obra específica que lhe foi confiada pelo Altíssimo. Poderá ter,
em princípio, sucessores. Substitutos, reafirmo, jamais”.
quinta-feira, 7 de julho de 2016
PORQUE É DIFÍCIL?
Reagir
às sugestões do Bem no sentido de trabalhar conscientemente pela própria
evolução não é comum em nosso Plano e condição de vida. Os milhares de exemplos
reunidos em depoimentos de Espíritos encarnados e desencarnados - esses através de testemunhos de
médiuns -, constituem-se numa prova disso. No número de julho de 1865 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec se vê diante
de questão levantada por estudiosos e praticantes do Espiritismo a época. A
situação problema colocada foi a seguinte: Muitas vezes vemos Espíritos de natureza má
cederem muito prontamente sob a influência da moralização e se melhorarem.
Podemos agir do mesmo modo sobre os encarnados, mas com muito mais trabalho.
Por que a educação moral dos Espíritos desencarnados é mais fácil que a dos
encarnados? Explica Kardec: Esta pergunta foi motivada pelo
seguinte fato. Um rapaz, cego há doze anos, tinha sido recolhido por um
espírita devotado, empenhado em curá-lo pelo magnetismo, pois os Espíritos haviam
dito que a cura era possível. Mas o rapaz, em vez de se mostrar reconhecido
pela bondade de que era objeto, e sem a qual teria ficado sem asilo e sem pão,
só teve ingratidão e mau procedimento, dando provas do pior caráter.
Consultado a respeito, respondeu o Espírito São Luís: “Como
muitos outros, esse jovem é punido por onde errou e suporta a pena de sua má
conduta. Sua enfermidade não é incurável, e uma magnetização espiritual,
praticada com zelo, devotamento e perseverança, certamente teria êxito,
auxiliada por um tratamento médico destinado a corrigir seu sangue viciado. Já
haveria uma sensível melhora em sua visão, que ainda não está completamente
extinta, se os maus fluidos de que está cercado e saturado não opusessem um obstáculo
à penetração dos bons fluidos que, de certo modo, são repelidos. No estado em
que se encontra, a ação magnética será impotente, enquanto não se desembaraçar,
por sua vontade e sua melhoria, desses fluidos perniciosos. É, pois, uma cura
moral que se deve obter, antes de buscar a cura física. Só um retorno sério
sobre si mesmo poderá tornar eficazes os cuidados de seu magnetizador, que os
Espíritos bons se desvelarão em secundar. Caso contrário, deve-se esperar que
perca o pouco de luz que lhe resta e que sofra novas e mais terríveis
provações. Agi, pois, sobre ele como fazeis com os Espíritos maus
desencarnados, que quereis reconduzir ao bem. Ele não está sob a ação de uma
obsessão: é sua natureza que é má e, além disso, perverteu-se no meio onde viveu.
Os Espíritos maus que o assediam só são atraídos pela similitude existente
entre eles; à medida que se melhorar, eles se afastarão. Só então a ação
magnética terá toda a sua eficácia. Dai-lhe conselhos; explicai-lhe sua
posição; que várias pessoas sinceras se unam em pensamento para orar, a fim de
atrair para ele influências salutares. Se as aproveitar, não tardará a lhes
experimentar os bons efeitos, pois será recompensado por um mais sensível na
sua posição.” Esta instrução nos revela um fato importante, o do obstáculo
oposto pelo estado moral, em certos casos, à cura dos males físicos. A
explicação acima é de uma lógica incontestável, mas não poderia ser
compreendida pelos que só vêem em toda parte a ação exclusiva da matéria. No
caso em tela, a cura moral do paciente encontrou sérias dificuldades; foi o que
motivou a pergunta acima, proposta na Sociedade Espírita de Paris. Explica
Kardec
terem sido obtidas seis respostas, todas concordando perfeitamente entre si. Das
duas selecionadas para evitar repetições inúteis escolhemos uma: -“Como
o Espírito desencarnado vê manifestamente o que se passa e os exemplos
terríveis da vida, compreende com tanto mais rapidez o que o estimula a crer ou
a fazer(...) A adversidade amadurece o pensamento. Esta expressão é verdadeira
sobretudo para os Espíritos desencarnados, que veem de perto as consequências
de sua vida passada. A negligência e o preconceito, ao contrário, triunfam nos
Espíritos encarnados; as seduções da vida e, mesmo, os seus desenganos,
dão-lhes uma misantropia ou uma completa indiferença pelos homens e pelas coisas
divinas.
terça-feira, 5 de julho de 2016
ACERCA DA AURA HUMANA
Grande
deve ser a emoção do cientista sinceramente interessado na Verdade, ao
contemplar a realidade que constitui os bastidores do Plano em que vivemos sem
as limitações impostas por nosso sentido da visão. Foi por certo, o caso de Ferdinando
Labouriau, catedrático de Metalurgia da Escola Politécnica do Rio de
Janeiro, morto em acidente de aviação em 3 de dezembro 1928 em voo festivo com que se homenageava o
retorno de Santos Dumont ao Brasil. Anos após sua passagem, retornou pela
mediunidade de Chico Xavier, explicando sobre a aura humana, no segundo dos
textos que escreveria. Diz ele: -“Para alinhar
algumas notas acerca da aura humana, recordemos o que seja irradiação, na
ciência atômica dos tempos modernos. Temo-la, em nossas definições, como sendo
a onda de forças dinâmicas, nascida do movimento que provocamos no espaço,
cujas emanações se exteriorizam por todos os lados. Todos os corpos emitem
ondulações, desde que sofram agitação ou que a produzam, e as ondas respectivas
podem ser medidas pelo comprimento que lhes é característico, dependendo esse
comprimento do emissor que as difunde. A queda de um grânulo de chumbo sobre a
face de um lago, estabelecerá ondas diminutas no espelho líquido, mas a imersão
violenta de um calhau de grandes proporções criará ondas enormes. A quantidade
das ondas formadas por segundo, pelo núcleo emissor, é o fenômeno que
denominamos frequência, gerando oscilações eletromagnéticas que se fazem
acompanhar da força de gravitação que lhes corresponde. Assim é que cada corpo
em movimento, dos átomos às galáxias, possui um campo próprio de tensão e influência,
constituído pela ondulação que produz. Para mentalizarmos o que seja um campo
de influência, figuremo-nos uma lâmpada vulgar. Toda a área de espaço clareada
pelos fótons que arroja de si expressa o campo que lhe é próprio, campo esse
cuja influência diminui à medida que os fótons se distanciam do seu foco gerador,
fragmentando-se ao infinito. Qual ocorre com a matéria densa, sob estrita
observação científica, nosso espírito é fulcro de criação mental incessante,
formando para si mesmo um halo de eflúvios eletromagnéticos, com o teor de
força gravitativa que lhes diz respeito. Nossos pensamentos, assim, tecendo a
nossa auréola de emanações vitais ou a ondulação que nos identifica,
representam o campo em que nos desenvolvemos. Mas se no físico a agitação da
matéria primária pode ser instintiva, no plano da inteligência e da razão, em
que nos situamos, possuímos na vontade a válvula de controle da nossa movimentação
consciente, auxiliando-nos a dirigir a onda de nossa vida para a ascensão à luz,
ou para a descida às trevas. Sentimentos e ideias, palavras e atos são recursos
íntimos de transformação e purificação da nossa esfera vibratória, de conformidade
com a direção que lhes imprimimos, tanto quanto as dores e as provas, as
aflições e os problemas são fatores externos de luta que nos impelem a
movimento renovador. Sentindo e pensando, falando e agindo, ampliamos a nossa
zona de influência, criando em nós mesmos a atração para o engrandecimento na
Vida Superior, ou para a miséria na vida inferior, segundo as nossas tendências
e atividades para o bem ou para o mal. Enriqueçamo-nos, pois, de luz,
amealhando experiências santificantes pelo estudo dignamente conduzido e pela
bondade construtivamente praticada. Apenas dessa forma regeneraremos o
manancial irradiante de nosso espírito, diante do passado, habilitando-nos para
a grandeza do futuro. Constelações e mundos, almas e elementos, todos somos
criações de Deus, adstritos ao campo de nossas próprias criações, com o qual
influenciamos e somos influenciados, vivendo no campo universal e
incomensurável da Força Divina. Se nos propomos, desse modo, aprimorar nosso
cosmo interior, caminhando ao encontro dos tesouros de amor e sabedoria que nos
são reservados, sintonizemos, no mundo, a onda de nossa existência com a onda
do Cristo, e então edificaremos nas longas curvas do tempo e do espaço o atalho
seguro que nos erguerá da Terra aos pináculos da gloriosa imortalidade”.
domingo, 3 de julho de 2016
LEI DO CARMA: UM TEMA FASCINANTE
O Ser em que vai se transformando o Espírito na
medida em que vão se repetindo suas experiências através da reencarnação, o
conhecimento adquirido a partir do desenvolvimento da inteligência que habilita
cada vez mais seu livre arbítrio, ampliando seus níveis de consciência,
desenvolve sua responsabilidade de viver. Deduz-se daí que começa a participar
da elaboração dos programas para
ele planejados no Mundo Espiritual para serem vivenciados na rápida passagem pelo
corpo chamado físico. Tudo regulado pela Lei
de Causa e Efeito segundo detalhado no Capítulo 7 do livro O CÉU E O
INFERNO de Allan Kardec.
Do conteúdo de LEI DE CAUSA E EFEITO –
as respostas que o Espiritismo dá, destacamos alguns
esclarecimentos para sua avaliação: 1- Recorrente em
palestras espíritas, artigos e livros, a palavra “Carma” é associada aos graves
problemas enfrentados pelas criaturas humanas. Qual sua relação com a visão do
Espiritismo sobre a Lei de Causa e Efeito? - O “carma”, expressão vulgarizada
entre os hindus, em sânscrito quer dizer “ação”. A rigor, designa “causa e
efeito”, de vez que toda ação ou movimento deriva de causa ou impulsos
anteriores. Para nós expressará a conta de cada um, englobando os créditos e os
débitos que, em particular, nos digam respeito. Há conta dessa natureza, não
apenas catalogando e definindo individualidades, mas também povos e raças,
estados e instituições. Para melhor
entender o “carma” ou “conta do destino criada por nós mesmos”, convém lembrar
que o Governo da Vida possui igualmente o seu sistema de contabilidade, a se
lhe expressar no mecanismo de justiça inalienável, dispondo de sábios
departamentos para relacionar, conservar, comandar e engrandecer a Vida.
Nas sublimadas regiões de cada Orbe entregue à inteligência e à razão, ao
trabalho e ao progresso dos filhos de Deus, fulguram os gênios angélicos,
encarregados do rendimento e da beleza, do aprimoramento e da ascensão da Obra
Excelsa, com ministérios apropriados à concessão de empréstimos e moratórias,
créditos especiais e recursos extraordinários a todos os Espíritos encarnados
ou desencarnados, que os mereçam, em função dos serviços referentes ao Bem
Eterno. Nas regiões atormentadas, varridas por ciclones de dor
regenerativa, temos os poderes competentes para promover a cobrança e a
fiscalização, o reajustamento e a recuperação de quantos se fazem devedores complicados
ante a Divina Justiça. (AÇÃO
E REAÇÃO, 1) 2 - O que indica o início consciente da
reabilitação perante as Leis Divinas? O arrependimento. Conquanto
seja o primeiro passo para a regeneração, não basta por si só; são precisas a
expiação e a reparação. Arrependimento, expiação e reparação constituem,
portanto, as três condições necessárias para apagar os traços de uma falta e
suas consequências. O arrependimento suaviza os travos da expiação,
abrindo pela esperança o caminho da reabilitação; só a reparação, contudo, pode
anular o efeito destruindo sua causa. O arrependimento pode dar-se por toda
parte e em qualquer tempo; se for tarde, porém, o culpado sofre por mais tempo.
Até que os últimos vestígios da falta desapareçam, a expiação consiste
nos sofrimentos físicos e morais que lhe são consequentes, seja na vida atual,
seja na vida espiritual após a morte, ou ainda em nova existência corporal.
A reparação consiste em fazer o bem àqueles a quem se havia feito o mal.
Quem não repara os seus erros numa existência, por fraqueza ou má vontade,
achar-se-á numa existência ulterior em contato com as mesmas pessoas que de si
tiverem queixas, e em condições voluntariamente escolhidas, de modo a demonstrar-lhes
reconhecimento e fazer-lhes tanto bem quanto mal lhes tenha feito (CI,7).
sexta-feira, 1 de julho de 2016
PRECE: ANTÍDOTO E CALMANTE
Tendo
vivido por 64 anos entre a metade do século 17 e início do 18, François Fénelon foi um teólogo católico, escritor e poeta que
se destacou pelas suas ideias liberais sobre política e educação contrapondo-se
ao pensamento dominante. Entre suas obras literárias, destaca-se DIÁLOGO DOS MORTOS em que simula uma
conversa com personalidades celebres do passado empenhadas em reavaliar
atitudes e posturas próprias e alheias. Desencarnado no início de 1715,
integrou a equipe de Espíritos que organizaram as primeiras obras do
Espiritismo publicadas por Allan Kardec. Fechando a edição de
julho de 1861 da REVISTA
ESPÍRITA, encontra-se uma mensagem de sua autoria recebida na cidade de
Bordeaux, enviada à redação por um correspondente de nome Sabò. O conteúdo
naturalmente é de grande importância para os que ainda não conhecem a utilidade
desse procedimento denominado prece em meio às tribulações da vida. Escreve ele: -“Tempestade
de paixões humanas, que abafais os bons sentimentos de que todos os Espíritos
encarnados trazem uma vaga intuição no fundo da consciência, quem acalmará a
vossa fúria? É a prece que deve proteger os homens contra o fluxo desse
oceano, cujo seio encerra os monstros horrendos do orgulho, da inveja, do ódio,
da hipocrisia, da mentira, da impureza, do materialismo e das blasfêmias. O
dique que lhe opondes pela prece é construído com a pedra e o cimento mais
duros e, impotentes para o transpor, esses monstros se esgotam em vãos esforços
contra ele e mergulham, sangrentos e aflitos, nas profundezas abissais. Ó prece
do coração, invocação incessante da criatura ao Criador, se conhecessem tua
força, quantos corações arrastados pela fraqueza teriam recorrido a ti no
momento da queda! Tu és o precioso antídoto que cura as chagas, quase
sempre mortais, que a matéria abre no Espírito, fazendo correr em suas veias o
veneno das sensações brutais. Mas como é restrito o número dos que oram bem!
Acreditais que depois de haver consagrado grande parte do vosso tempo a recitar
fórmulas que aprendestes, ou a lê-las em vossos livros, tereis merecido bastante
de Deus? Desiludi-vos; a boa prece é a que parte do coração; não é prolixa;
apenas, de vez em quando, deixa escapar seu grito a Deus em aspirações, em
angústias e em rogativas de perdão, como a implorar que venha em nosso socorro
e os Espíritos bons a levem aos pés do Pai justo, pois esse incenso é para Ele
de agradável odor. Então Ele os envia em grupos numerosos para fortalecer os
que oram bem contra o Espírito do mal; assim, tornam-se fortes como rochedos
inabaláveis. Vêem quebrar-se contra eles as vagas das paixões humanas e, como
se comprazem nessa luta que os deve cumular de méritos, constroem, como a
alcíone, seus ninhos em meio às tempestades”. Ampliando de certo modo
essas informações, o Espírito André Luiz oferece duas observações
importantes. A primeira no livro OS
MENSAGEIROS (1944, feb) e a segunda na obra seguinte MISSIONÁRIOS DA LUZ (feb, 1945). Diz ele:1-“
O trabalho da prece é mais importante do que se pode imaginar no círculo dos
encarnados. Não há prece sem resposta”. 2- A
oração, elevando o nível mental da criatura confiante e crente no Divino Poder,
favorece o intercâmbio entre as duas esferas e facilita a tarefa de auxílio
fraternal. Imensos exércitos de trabalhadores desencarnados se movimentam em
toda parte, em nome de Nosso Pai”.
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