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sexta-feira, 15 de julho de 2016

NOVO TESTAMENTO: TODOS DEVERIAM SABER

Diplomado em Teologia e Filosofia por importante escola de Roma, Carlos Torres Pastorino obviamente era profundo conhecedor dos temas relacionados à Biblia, obra organizada no final do século IV para servir de base para orientar, a princípio o pensamento do Catolicismo e, a partir do século XVI, o Protestantismo. Como se sabe, na referida obra encontra-se o Novo Testamento onde preserva-se o que se resgatou  o que se sabe sobre Jesus. Demitindo-se do cargo que ocupava no Vaticano, retornando ao Brasil e dedicando-se à função de educador, Carlos Pastorino depois de aproximar-se do Espiritismo e de Chico Xavier, fundou um movimento denominado Sabedoria, publicando uma revista com que o divulgava, fazendo mês a mês criteriosa análise dos EVANGELHOS. No importante estudo do autor de MINUTOS DE SABEDORIA, encontramos interessantes observações que devem ser conhecidas por quem reflete sobre os Ensinos dos Evangelhos.   LÍNGUA ORIGINAL A língua original do NOVO TESTAMENTO é o grego denominado Koiné, ou seja, comum, popular, falado pelo povo. Não é o grego clássico. O grego do NOVO TESTAMENTO apresenta um colorido francamente hebraista, e bem se compreende a razão: todos os autores eram judeus, com exceção de Lucas, que era grego.  OS EVANGELISTAS Mateus (nome grego, Mathios, que significa dom de Deus. Seu nome em hebraico era Leví. jamais foi encontrada nenhuma citação de Mateus em hebraico, nem mesmo em aramaico. Com efeito, em hebraico é que não escreveu ele, já que desde 400 anos antes de Cristo o hebraico não era mais falado, e sim o aramaico, que é uma mistura de hebraico com siríaco. Um argumento em favor do hebraico ou aramaico de Mateus original são seus numerosíssimos hebraísmos. Entretanto, qualquer tradutor teria o cuidado de expurgar a obra dos hebraísmos. Se eles aparecem em abundância, É mais lógico supor-se que o autor era judeu, e escrevia numa língua que ele não conhecia bem, e por isso deixava escapar muitos barbarismos. Supõe-se que Mateus haja escrito entre os anos 54 e 62. Dirige-se claramente aos judeus (basta observar as numerosas citações do Velho Testamento e o esforço para provar que Jesus era o Messias prometido aos judeus pelos antigos Profetas).  Marcos, ou melhor, João Marcos, era sobrinho de Pedro. O nome João era hebraico, mas o segundo nome Marcos era puramente latino. Não deve admirar-nos esse hibridismo, sabendo-se que os romanos dominavam a Palestina desde 70 anos antes de Cristo, introduzindo entre o povo não apenas a língua grega, como os nomes latinos e gregos. Os romanos impuseram a língua latina às conquistas do Ocidente e a grega às do Oriente, daí o fato de falar-se grego na palestina desde 70 anos antes de Cristo, por coação dos dominadores. Marcos escreveu entre 62 e 66, e parece que se dirigia aos romanos, tanto que não vemos nele citações de profecias; apenas uma vez (e duvidosa) cita o VELHO TESTAMENTO. Mais: se aparece algo de típico dos costumes judaicos, Marcos apressa-se a esclarecer, explicando com pormenores o de que se trata, como estando consciente de que seus leitores, normalmente, não no perceberiam. Lucas, abreviatura grega do nome latino Lucianus, não tinha sangue judeu: era grego puro, de nascimento e de raça. Escreveu em linguagem correta, entre 66 e 70, interpretando o pensamento de Paulo a quem acompanhava nas viagens apostólicas, talvez para prestar-lhe assistência médica, pois o próprio Paulo o chama médico querido ( 2.a Cor. 12:7). Todo o plano de sua obra é organizado, demonstrando hábito de estudo e leitura e de pesquisa. João, chamado também o discípulo amado, e mais tarde o presbítero, isto é, o velho. Filho de Zebedeu, e portanto primo irmão de Jesus, acompanhou o Mestre no pequeno grupo iniciático, com seu irmão Tiago e com PedroClemente de Alexandria diz ter João escrito o EVANGELHO Pneumático. Sabemos que pneuma significa Espírito. Então, é o Evangelho espiritual. Em que sentido? Escrito por um Espírito? Pneumografado? Tal como hoje dizemos psicografado? João escreveu entre 70 e 100, tendo desencarnado em 104. Seu estilo é altaneiro, condoreiro e seu Evangelho está repleto de simbolismos iniciáticos, tendo dado origem a uma teologia. Linguisticamente, Lucas é o mais correto e Marcos o mais vulgar, estando Mateus e João escritos numa linguagem intermediária.


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