Fazia
frio na noite da sexta feira, 8 de julho de 1927 na cidade de Pedro Leopoldo, a
poucos quilometros da capital do Estado de Belo Horizonte. Na sala de modesta
casa numa das ruas da pequena localidade, um grupo de pessoas se reunia para
uma reunião em torno dos ensinamentos do Espiritismo coordenada por uma senhora
de nome Carmem Perácio. Embora
moradora de Curvelo, localidade distante cem quilômetros, ali se encontrava
atendendo pedido recebido semanas antes do amigo João Cândido, cuja filha encontrava-se
acometida por sérios transtornos comportamentais e que através dela já encontrara
alívio, neutralizando influências ditas espirituais. Entre os participantes, Chico,
irmão de 17 anos da referida moça que testemunhara a extraordinária mudança
havida no quadro mental de Maria Pena Xavier. A reunião
começara com uma prece e em meio a etapas conduzidas por Dona Carmem, repassando
instrução de um Benfeitor presente, sugeriu que Chico tomasse de papel e
lápis e aguardasse alguns instantes. O que se seguiu, segundo lembraria anos
depois Chico foi um fenômeno inesquecível. Deixando de perceber a
friagem que dominava o ambiente, sentiu-se como que crescendo, tendo a impressão
que o próprio telhado do cômodo em que se encontravam desapareceu e avistando
o esplendor da noite estrelada típica do Inverno, enquanto seu braço corria
célere e mecanicamente sobre as folhas de papel como que passando a limpo em 17
páginas psicografadas o pensamento de Um Amigo Espiritual exortando ao
trabalho em nome de Jesus. Começava ali uma das mais extraordinárias histórias no
campo do intercâmbio entre diferentes Dimensões, resultando após mais de 8
décadas em mais de 400 livros contendo ensinamentos, instruções, histórias em
prosa e verso escritas por
personalidades reconhecidas ou não na realidade em que nos encontramos. Ser
humano invulgar, aquele jovem simples e humilde, fascinado com a explicação do
que lhe ocorria pelas palavras de Dona Carmem, renunciaria à sua fé católica e
passando a seguir o Espiritismo, estudando-o e exercitando a mediunidade que
lhe era natural ao longo dos próximos anos até que o Amigo Espiritual da
primeira mensagem se apresentou objetivamente numa tarde de domingo em local de
beleza natural invulgar nas cercanias da cidade em que viveria até os 48 anos
quando se transferiu para a cidade de Uberaba no Triangulo Mineiro. Esse Amigo
identificado como Emmanuel lhe informou a tarefa que deveriam desenvolver em
conjunto na produção de livros que divulgassem a Doutrina Espírita codificada
por Allan
Kardec, assumindo a coordenação de tal trabalho que marcou gerações,
inspirando o surgimento de extraordinários trabalhos, sobretudo, em favor da
caridade dirigida aos menos favorecidos. Instruiu-o que se em algum momento
dissesse algo que contradissesse Jesus e Allan Kardec que o
esquecesse e ficasse com os dois. Fiel, Chico elegeu a recomendação como
norma de conduta não só no trabalho doutrinário como na vida pessoal, alcançando um nível de iluminação
extraordinário, inspirando milhares de pessoas que reconheceram nela uma luz
entre as sombras do mundo em mudança em que nos encontramos. Um detalhe
interessante que revela ter Chico cumprido a missão pela qual
renasceu está preservado no livro CHICO
XAVIER EM PEDRO LEOPOLDO (Didier, 2000)
de Divaldinho Matos. Revela que o casal Carmem e José
Hermínio Perácio transferiu residência para Pedro Leopoldo após terem
conhecido Chico atendendo orientação de médium de suas relações em Belo
Horizonte, Paschoal Comanducci que afirmou: - A principal missão de vocês agora
é ajudar Chico Xavier. Ele possui recursos mediúnicos múltiplos. Está cercado
de falanges tão poderosas como as que assistiam Jesus. Esse menino assombrará o
mundo. Escreverá mediunicamente centenas de livros e será intransigente
defensor e divulgador do Espiritismo codificado por Allan Kardec. Viverá muito.
Desencarnado, não terá substitutos. Da mesma forma que Jesus, Chico é único no
Planeta. Só ele, em reencarnação posterior, poderá retomar o leme e dar
continuidade à obra específica que lhe foi confiada pelo Altíssimo. Poderá ter,
em princípio, sucessores. Substitutos, reafirmo, jamais”.
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