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sábado, 9 de julho de 2016

O COMEÇO DE TUDO

Fazia frio na noite da sexta feira, 8 de julho de 1927 na cidade de Pedro Leopoldo, a poucos quilometros da capital do Estado de Belo Horizonte. Na sala de modesta casa numa das ruas da pequena localidade, um grupo de pessoas se reunia para uma reunião em torno dos ensinamentos do Espiritismo coordenada por uma senhora de nome Carmem Perácio.  Embora moradora de Curvelo, localidade distante cem quilômetros, ali se encontrava atendendo pedido recebido semanas antes do amigo João Cândido, cuja filha encontrava-se acometida por sérios transtornos comportamentais e que através dela já encontrara alívio, neutralizando influências ditas espirituais. Entre os participantes, Chico, irmão de 17 anos da referida moça que testemunhara a extraordinária mudança havida no quadro mental de Maria Pena Xavier. A reunião começara com uma prece e em meio a etapas conduzidas por Dona Carmem, repassando instrução de um Benfeitor presente, sugeriu que Chico tomasse de papel e lápis e aguardasse alguns instantes. O que se seguiu, segundo lembraria anos depois Chico foi um fenômeno inesquecível. Deixando de perceber a friagem que dominava o ambiente, sentiu-se como que crescendo, tendo a impressão que o próprio telhado do cômodo em que se encontravam desapareceu e avistando o esplendor da noite estrelada típica do Inverno, enquanto seu braço corria célere e mecanicamente sobre as folhas de papel como que passando a limpo em 17 páginas psicografadas o pensamento de Um Amigo Espiritual exortando ao trabalho em nome de Jesus. Começava ali uma das mais extraordinárias histórias no campo do intercâmbio entre diferentes Dimensões, resultando após mais de 8 décadas em mais de 400 livros contendo ensinamentos, instruções, histórias em prosa e verso escritas por  personalidades reconhecidas ou não na realidade em que nos encontramos. Ser humano invulgar, aquele jovem simples e humilde, fascinado com a explicação do que lhe ocorria pelas palavras de Dona Carmem, renunciaria à sua fé católica e passando a seguir o Espiritismo, estudando-o e exercitando a mediunidade que lhe era natural ao longo dos próximos anos até que o Amigo Espiritual da primeira mensagem se apresentou objetivamente numa tarde de domingo em local de beleza natural invulgar nas cercanias da cidade em que viveria até os 48 anos quando se transferiu para a cidade de Uberaba no Triangulo Mineiro. Esse Amigo identificado como Emmanuel lhe informou a tarefa que deveriam desenvolver em conjunto na produção de livros que divulgassem a Doutrina Espírita codificada por Allan Kardec, assumindo a coordenação de tal trabalho que marcou gerações, inspirando o surgimento de extraordinários trabalhos, sobretudo, em favor da caridade dirigida aos menos favorecidos. Instruiu-o que se em algum momento dissesse algo que contradissesse Jesus e Allan Kardec que o esquecesse e ficasse com os dois. Fiel, Chico elegeu a recomendação como norma de conduta não só no trabalho doutrinário como na vida pessoal, alcançando um nível de iluminação extraordinário, inspirando milhares de pessoas que reconheceram nela uma luz entre as sombras do mundo em mudança em que nos encontramos. Um detalhe interessante que revela ter Chico cumprido a missão pela qual renasceu está preservado no livro CHICO XAVIER EM PEDRO LEOPOLDO (Didier, 2000) de Divaldinho Matos. Revela que o casal Carmem e José Hermínio Perácio transferiu residência para Pedro Leopoldo após terem conhecido Chico atendendo orientação de médium de suas relações em Belo Horizonte, Paschoal Comanducci que afirmou: - A principal missão de vocês agora é ajudar Chico Xavier. Ele possui recursos mediúnicos múltiplos. Está cercado de falanges tão poderosas como as que assistiam Jesus. Esse menino assombrará o mundo. Escreverá mediunicamente centenas de livros e será intransigente defensor e divulgador do Espiritismo codificado por Allan Kardec. Viverá muito. Desencarnado, não terá substitutos. Da mesma forma que Jesus, Chico é único no Planeta. Só ele, em reencarnação posterior, poderá retomar o leme e dar continuidade à obra específica que lhe foi confiada pelo Altíssimo. Poderá ter, em princípio, sucessores. Substitutos, reafirmo, jamais”.

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