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sábado, 23 de julho de 2016

SUICÍDIO: A DURA CONSTATAÇÃO DE QUE A VIDA CONTINUA

Decisão possível nas diferentes encarnações ou vidas das criaturas humanas, o suicídio encontra nas revelações oferecidas pelo Espiritismo, uma visão mais ampla. Segundo Allan Kardec um dos motivos do aparecimento do Instinto de Conservação é evitar que desistamos de viver ante quaisquer revezes que enfrentemos. O corpo físico, revestimento que envolve ou de que se serve o Espírito no trabalho da própria evolução é frágil e embora programado para viver determinado número de anos considerando a herança genética ou os programas de reabilitação da consciência, surge a possibilidade do suicídio indireto como revelado pelo Espírito conhecido como André Luiz ao ouvir a avaliação médica feita quando de sua admissão no Hospital da Colônia Espiritual a que foi acolhido após – segundo Chico Xavier – 8 anos de padecimentos na região denominada por ele Umbral, uma extensão da Dimensão em que vivemos enquanto encarnado, situada numa das milhares de faixas vibratórias em que se compõem os Universos Paralelos ou Planos Espirituais. A Doutrina Espírita acrescenta que no caso do suicídio, além dos transtornos psicológicos e psiquiátricos que arrastam o Ser desequilibrado por esses fatores, há ainda as induções causadas através das influências espirituais a que todos estamos sujeitos. Depois da extraordinária obra MEMÓRIAS DE UM SUICIDA assinada através da médium Yvonne do Amaral Pereira pelo escritor português Camilo Castelo Branco que recorreu ao suicídio para fugir das perspectivas da perda da visão na continuidade de sua vida física expondo toda a dramaticidade decorrente do seu infeliz gesto, através de Chico Xavier no acervo resultante das cartas que psicografou por quase duas décadas em reuniões publicas na cidade de Uberaba (MG), várias foram as manifestações de jovens, sobretudo que dirigiram-se aos pais tentando se desculpar pela atitude extrema ante a vida, deixando para trás um rastro de dor e sofrimento moral. Selecionamos trechos de algumas confirmando a sobrevivência após a morte física, as influências espirituais que os levaram a ação extrema e os transtornos consciênciais enfrentados após a equivocada opção: 1- Tudo se me refez na memória. Um telefonema que me deixou indisposta e a ideia que eu nunca deveria ter alimentado chegando, aos poucos, a me repletar o cérebro de resoluções lamentáveis. Dez minutos para as três horas da tarde, procurei certificar-me de que poderia agir sem a presença de quem quer que fosse e, como que amedrontada, diante de mim mesma, consegui a chave que me daria acesso à arma com a qual me anulei no quarto. Não sei até hoje que forças desumanas teriam possuído o meu ser... Recordo-me que chegava a sentir pesada mão sobre a minha para que o gatilho não falhasse. Cai, descontrolada, mas ainda escutava os rumores de casa, quando ouvi as vozes da Mônica...Claudia Pinheiro Galassi, 18 anos  2- Ainda não sei que força me tornou naquela quarta-feira. Tive a ideia de que uma ventania me abraçava e me atirava fora pela janela. Certamente devia mobilizar minha vontade e impedir que o absurdo daquele momento me enlouquecesse. Obedecia maquinalmente àquela voz que me ordenava projetar-me no vácuo. Quis recuar, mudar o sentido da situação, não consegui. Nunca imaginaria que tanto sofrimento se seguiria ao meu gesto. Renata Zacaro, 18 anos. 3- Creia que amanheci naquela terça-feira, quatro de maio, pensando em descobrir como iria encontrar um presente para o seu carinho no Dia das Mães. Pensava nas aulas, em minha professora Juvercídia e procurava concentrar-me nos livros para estudar; entretanto, quando vi o veneno, a força estranha me tomou o pensamento. Avancei para o suicídio quase sem conhecimento, embora muitas vezes não ocultasse o desejo de morrer. Tudo sem motivo, sem base.(...) A princípio, me vi numa nuvem com a garganta em fogo e uma dor que não parecia ter fim. Talvez exagerasse as coisas que eu sentia, talvez guardasse impressões da vida que eu não devia guardar. O que é mais doloroso é que provoquei a morte do corpo, sem razão. Lucia Ferreira, 16 anos


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