A
notícia do forte terremoto ocorrido no centro da Itália na madrugada de 24 de
agosto reaviva os comentários de perplexidade sobre o fato das centenas de
pessoas atingidas pelos escombros em que se transformaram as construções da
vasta região coberta pelas vibrações da onda
císmica. Tema das abordagens de Allan Kardec com os Espíritos
que o ajudaram a compor a base da Doutrina Espírita das perguntas 737 a 741 d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS tratando dos FLAGELOS DESTRUIDORES, ficou esclarecido,
entre outras coisas, ser necessário ver o fim para apreciar os
resultados e que esses transtornos são frequentemente necessários para fazer
com que as coisas cheguem mais prontamente a uma ordem melhor, visto que
contribuem para que a Humanidade avance mais depressa. Observam as
Entidades Espirituais que durante a vida o homem relaciona tudo a seu
corpo, mas após a morte pensa de outra maneira, visto que a vida no corpo é um
quase nada, representando um século de nosso mundo como um relâmpago na Eternidade,
sendo os sofrimentos de alguns meses ou dias, quase nada. Questionados
sobre a possibilidade de ‘inocentes’ estarem entre as vítimas, respondem que se se
considerasse a insignificâncias da vida perante o Infinito, menos importância
lhe daríamos e mesmo que pessoas enquadradas na condição
citada sejam vítimas, “noutra existência terão uma larga compensação para os
seus sofrimentos, se souberem suportá-los sem lamentar considerando que
‘quer
a morte se verifique por uma flagelo ou causa comum, não se pode escapar a ela
quando chega a hora da partida”. No número de novembro de 1868 da REVISTA ESPÍRITA, uma abordagem sobre
uma epidemia que desde dois anos antes se abatia sobre a Ilha Maurícia
pertencente ao território da França foi analisada por Allan Kardec que termina
suas apreciações com a mensagem do médico Dr Demeure desencarnado
tempo antes e que se integrara à Equipe que operava na Sociedade Espírita de Paris, que a conclui dizendo: -“Entramos
cada vez mais no período transitório, que deve levar à transformação orgânica
da Terra e à regeneração de seus habitantes. Os flagelos são os instrumentos de
que se serve o grande cirurgião do Universo para extirpar, do mundo, destinado
a marchar para frente, os elementos gangrenados que nele provocam desordens
incompatíveis como o seu novo estado. Cada órgão, ou melhor dizendo, cada
região será, sucessivamente, dissecada por flagelos de diversas naturezas.
Aqui, a epidemia sob todas as suas formas; ali, a guerra, a fome. Cada um deve,
pois, preparar-se para suportar a prova nas melhores condições possíveis,
melhorando-se e se instruindo, a fim de não ser surpreendido de improviso.
Algumas regiões já foram provadas, mas seus habitantes se equivocariam
redondamente se se fiassem na era de calma, que vai suceder à tempestade, para
recaírem nos seus antigos erros. É uma pequena trégua que lhes é concedida,
para entrarem num caminho melhor; se não o aproveitarem, o instrumento de morte
os experimentará até os trazer ao arrependimento. Bem-aventurados aqueles a quem
a prova feriu de começo, porque terão, para se instruírem, não só os males que
sofreram, mas o espetáculo daqueles seus irmãos em Humanidade, que por sua vez
serão feridos. Esperamos que um tal exemplo lhes seja salutar, e que entrem,
sem hesitar, na via nova, que lhes permitirá marchar de acordo com o progresso”.
Meses ante, noutra abordagem, Allan Kardec assinala: -“Os Espíritos não se
enganaram quando anunciaram que flagelos de toda sorte devastariam a Terra.
(...) Os homens não devem culpar senão a
si mesmos pelos males que suportam. (...) Que faz às vítimas da cobrança da Idade Média
o regime mais saudável no qual vivemos? Pode-se chamar a isto de justiça? É
notório que, até hoje, nenhuma filosofia, nenhuma doutrina religiosa tinha
resolvido esta grave questão, de tão poderoso interesse, entretanto, para a
Humanidade. Só o Espiritismo lhe dá uma solução racional pela reencarnação,
essa chave de tantos problemas, que se julgavam insolúveis. Em virtude da
pluralidade das existências, as gerações que se sucedem são compostas das
mesmas individualidades espirituais, que renascem em diferentes épocas e
aproveitam os melhoramentos que elas próprias prepararam, da experiência que
adquiriram no passado.
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