Embora inerente ao Ser
humano pelas múltiplas funções da glândula pineal ou epífise, a mediunidade em
alguns casos, serve como instrumento de reabilitação Espírito imortal perante
os artigos do Código Penal de Vida Futura apresentado por Allan
Kardec no capítulo 7 da obra O CÉU E O INFERNO ou A
Justiça Divina segundo o Espiritismo. Comentário do Espírito Emmanuel
através do médium Chico Xavier observa que “trazidos às tarefas
do Espiritismo, somos seres endividados de outras épocas, empenhados ao
trabalho de aperfeiçoamento gradativo com o amparo de Jesus. Tiranos de ontem,
somos agora convocados a exercícios de obediência e tolerância para as
aquisições de humildade. Autoridades absorventes que dilapidávamos os bens que se
nos confiavam, em benefício de todos, vemo-nos induzidos, na atualidade, a
servir em regime de carência a fim de aprendermos moderação à frente da vida.
Inteligências despóticas que abusávamos da frase escrita ou falada,
prejudicando multidões, estamos hoje entre inibições e dificuldades, nos
domínios da expressão verbal, de modo a reconhecermos quanto respeito se deve à
palavra. Criaturas que infelicitávamos outras muitas, deteriorando-lhes a
existência em nome do coração, achamo-nos presentemente em longos calvários do
sexo a fim de aprimorarmos os impulsos do próprio amor”. Raros, contudo, os que vencem a si mesmos no exercício
de suas faculdades tarefas mediúnicas. Allan Kardec com a precisão de
sempre, comenta o motivo de tantas quedas na edição de março de 1860 da REVISTA ESPÍRITA. Segundo ele “o
orgulho é o escolho de um grande número de médiuns e vimos muitos cujas
faculdades transcendentes se aniquilaram ou perverteram, desde que deram
ouvidos a este demônio tentador. As melhores intenções não dão garantia contra
os embustes e é precisamente contra os bons que dirige as suas baterias, pois
se satisfaz em fazê-los sucumbir e mostrar que ele é o mais forte; insinua-se
no coração com tanta habilidade que muitas vezes o enche sem que o suspeite. Assim, o orgulho é o último defeito que
confessamos a nós mesmos, semelhante a essas moléstias mortais que se tem em
estado latente e sobre cuja gravidade o doente se ilude até o último momento.
Eis por que é tão difícil erradicá-lo. A partir do momento que um médium
desfrute de uma faculdade, por menos notável que seja, é procurado, elogiado,
adulado. Para ele isso
é uma terrível pedra de toque, pois acaba se julgando indispensável, se não for
essencialmente simples e modesto. Infeliz dele, sobretudo se julgar que somente
ele poderá entrar em contato com os Espíritos bons. Custa-lhe reconhecer que foi enganado e,
muitas vezes, escreve ou ouve sua própria condenação, sua própria censura, sem
acreditar que a ele seja dirigida. Ora, é precisamente essa cegueira que o
aprisiona. Os Espíritos
enganadores se aproveitam para o fascinar, dominar, subjugar cada vez mais, a
ponto de lhe fazerem tomar por verdades as coisas mais falsas; é assim que nele
se perde o dom precioso, que não havia recebido de Deus senão para se tornar
útil aos semelhantes, já que os Espíritos bons sempre se afastam daqueles que
preferem escutar os maus. Aquele
a quem a Providência destina a ser posto em evidência o será pela força das
coisas, e os Espíritos bem saberão tirá-lo da obscuridade, se isso for útil, ao
passo que, muitas vezes, quanta decepção para quem é atormentado pela necessidade
de fazer falar de si”! Com isso, além de
se comprometerem, acabam por retardar a expansão da própria Doutrina Espírita. Conforme o Espírito do grande
pesquisador e escritor Gabriel Dellane em
entrevista a André Luiz pelo médium Waldo Vieira “os maiores embaraços para o Espiritismo
procedem da atuação daqueles que reencarnam, prometendo servi-lo, seja através
da mediunidade direta ou da mediunidade indireta, no campo da inspiração e da inteligência,
e se transviam nas seduções da esfera física, convertendo-se em médiuns autênticos
das regiões inferiores, de vez que não negam as verdades do Espiritismo, mas
estão prontos a ridiculariza-las, através de escritos sarcásticos ou da arte
histriônica”.
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