A lógica da Doutrina Espírita não oferece espeço para lamúrias diante
dos infortúnios que nos surpreendem nas experiências dessa Dimensão em que nos
encontramos. Especialmente aquelas mais
difíceis. O caso que que apresentaremos a seguir confirma esse argumento. Confirma que dependendo de sua condição evolutiva, o Espírito que morre fisicamente na primeira infância recupera reassume sua personalidade anterior em tempo relativamente curto. Para conhece-lo o fato em que nos baseamos,
vamos voltar a 23 de agosto de 1982, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Naquele
dia, concluía sua rápida passagem por nossa Dimensão, o menino Artur
Francisco Koller, então com três anos e meio, em consequência de um
câncer no fígado. Filho temporão de uma
família de três meninas com 17, 18 e 19 anos respectivamente, além de um irmão
de 12 anos, era o centro das atenções de todos pela sua vivaz inteligência,
tendo aprendido a falar com apenas um ano, e aos dois se comunicava como um
adulto. Segundo sua mãe, começou a aprender a ler sem que ninguém o ensinasse,
juntando as letras e dizendo o que estava escrito. Apenas cinco meses após sua
desencarnação sua mãe e sua tia estavam no Grupo Espírita da Prece, na
expectativa de receberem notícias do querido filho e sobrinho. Sua tia, a
propósito, apenas 20 dias após a morte do menino, recebera uma primeira
mensagem, captada mediúnicamente, na qual cita um detalhe somente do
conhecimento do menino e da mãe. Um mês
e meio após sua partida, outra mensagem através da tia, que, duvidando,
escondeu numa estante de sua casa, atrás de alguns livros. No encontro com Chico,
no dia 28 de janeiro de 1983, em Uberaba, mostrou-lhe a primeira mensagem que
havia recebido, ouvindo do médium: “Minha irmãzinha, dê à sua irmã também a
outra mensagem que você tem em sua casa escondida atrás dos livros, na estante.
É tão verdadeira como esta. Continue a receber, minha irmãzinha, porque você está
recebendo tesouros dos céus”. À
noite, Chico psicografaria a primeira das duas cartas escritas por Artur
Francisco, confirmando em algumas palavras sua autoria. Um ano depois,
na reunião de 17 de fevereiro, a volta do Espirito escrevendo a segunda
mensagem da qual destacamos o trecho em que o Espirito faz surpreendente revelação:
-“Após
receber muitas indagações do papai Erny, indagações do silêncio e da dor que
lhe ficaram no espírito, empenhei-me a saber porque a moléstia de nosso
conhecimento me alcançara tão cedo; subtraindo-me a possibilidade de continuar
em nossa casa. E o meu avô me conduziu a um Instituto de
Reconhecimento, dedicado ao auxílio de nossas inquirições, acerca de nós mesmos
-,e, com auxílio de dois Amigos Espirituais do sul, Dr Paulo Hecker e o Dr
Pedro Rosa, - fui submetido aos exames necessários, no sentido de penetrar na
causa do meu problema orgânico e, através de quadros vivos em aparelhos de que
a nossa televisão é pálida imagem, pude ser conduzido a recessos no tempo que
ignoro como esclarecer. Em companhia do avô Clarindo e outros amigos, vi-me na
condição de um homem ainda jovem a envenenar-se voluntariamente num capricho de
afeição incompreendida pelo meu grupo familiar e, em seguida a muitas
dificuldades no Plano Espiritual, observei-me reconduzido ao Plano Físico, onde
renasci dos meus queridos pais de agora, mas carregando comigo o desequilíbrio
celular que se manifestaria especialmente em meu campo orgânico no momento
justo. O avô Belarmino é
de parecer que lhes diga tudo isso porque existem multidões de crianças
portadoras de males irreversíveis em consequência de suicídio próximo, ‘em me
referindo ao tempo que passou e não no futuro. Quero dizer suicídio recente. Aí
está em poucas palavras para os pais queridos a explicação do câncer
considerado prematuro e inexplicável no mundo físico, que me destruiu as
forças, dia por dia. Vejamos que a doença foi para mim algo
semelhante a um exaustor de resultados infelizes, exaustor que me restituía a
forma perfeita. Presentemente, busco novas lições para desenvolver-me mais
depressa e conquistar o crescimento de ordem mental de que necessito”. A integra
desta e outras cartas pode ser lida na obra VOZES DA OUTRA MARGEM, publicada pelo IDE, de Araras, São Paulo.
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