O
novo terremoto que atingiu a Itália no domingo 30 de outubro de 2016, sugere
outra apreciação sobre a visão do Espiritismo a respeito das questões geológicas
do planeta. Indicando a leitura do tópico FLAGELOS DESTRUIDORES da LEI DA DESTRUIÇÃO n’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, propomos também o
conhecimento do conteúdo da mensagem incluída por Allan Kardec na edição de
outubro
de 1868 da REVISTA ESPÍRITA,
assinada pelo Espírito Francois Arago (1786/1853). Astrônomo,
Matemático, Físico e Político, após sua morte, manifestou-se mediúnicamente
por várias vezes em reuniões da Sociedade Espírita de Paris, oferecendo
importantes contribuições para a visão dominante então de questões envolvendo
nosso Planeta no contexto cósmico. A mensagem recebida em 18 de setembro de
1868, responde a duvida levantada por um correspondente da Colômbia sobre a
possível influência dos planetas nas perturbações do Globo terrestre. Escreveu Arago:
- Na
Natureza não há um fenômeno, por pouco importante que seja, que não seja
regulado pelo exercício das leis universais que regem a Criação. Dá-se o mesmo
nos grandes cataclismos, e se males de toda sorte castigam a Terra em certas
épocas, não só é porque são necessários, em razão de suas conseqüências morais,
mas, também, porque a influência dos corpos celestes uns sobre os outros e as
reações compostas de todos os agentes naturais devem fatalmente levar a tal
resultado. Estando tudo submetido a uma série de leis, eternas como aquele que
as criou, pois que não se poderia remontar à sua origem, não há um fenômeno que
não esteja submetido a uma lei de periodicidade, ou de série, que provoca o seu
retorno em certas épocas, nas mesmas condições, ou seguindo, como intensidade,
uma lei de progressão geométrica crescente ou decrescente, mas contínua. Nenhum
cataclismo pode nascer espontaneamente, ou, se seus efeitos parecem tal, as
causas que o provocam são postas em ação desde um tempo mais ou menos longo.
Não, são, pois espontâneos senão em aparência, pois não há um só que não esteja
preparado desde muito tempo, e que não obedeça a uma lei constante. Partilho, pois, inteiramente da opinião
expressa pelo Espírito Jenaro Pereira, quanto à periodicidade das
irregularidades das estações; mas quanto à sua causa, é mais complexa do que
ele supõe. Cada corpo celeste, além das leis simples que presidem à divisão dos
dias e das noites, das estações, etc., sofrem revoluções que demandam milhares
de séculos para a sua perfeita realização, mas que, como as revoluções mais
breves, passam por todos os períodos, desde o nascimento até o apogeu do
efeito, depois do que há um decréscimo até o último limite, para recomeçar em
seguida a percorrer as mesmas fases. O homem não abarca senão as fases de
duração relativamente curta, e cuja periodicidade pode constatar; mas há umas
que compreendem longas gerações de seres e, mesmo, sucessões de raças, cujos
efeitos, por conseguinte, têm para ele as aparências da novidade e da
espontaneidade, ao passo que se o seu olhar pudesse abranger alguns milhares de
séculos para trás, ele veria, entre esses mesmos efeitos e suas causas, uma
correlação que nem sequer suspeita. Esses períodos, que confundem a imaginação
dos humanos por sua relativa duração, não são, contudo, senão instantes na
duração eterna.(...) A vida de uma ou de várias gerações, em relação ao
conjunto, é como uma gota d’água no oceano. Não vos admireis, pois, de não
poder perceber a harmonia das leis gerais que regem o Universo; o que quer que
façais, não podeis ver mais que um pequeno canto do quadro, razão por que
tantas coisas vos parecem anomalias. Num mesmo sistema planetário, todos os
corpos que dele dependem reagem uns sobre os outros; todas as influências
físicas aí são solidárias, e não há um só dos efeitos, que designais sob o nome
de grandes perturbações, que não seja a consequência da componente das
influências de todo esse sistema. Júpiter tem suas revoluções periódicas, como
todos os outros planetas, e essas revoluções não deixam de ter influência sobre
as modificações das condições físicas terrestres; mas seria erro considerá-las
como a causa única ou preponderante dessas modificações. Elas intervêm por uma
parte, como as de todos os planetas do sistema, como os próprios movimentos
terrestres intervêm para contribuir para modificar as condições dos mundos
circunvizinhos. Vou mais longe: digo que os sistemas reagem uns sobre os
outros, em razão da aproximação ou do afastamento que resulta de seu movimento
de translação através das miríades de sistemas que compõem nossa nebulosa. Vou
mais longe ainda: digo que nossa nebulosa, que é como um arquipélago na
imensidade, tendo também o seu movimento de translação através de miríades de
nebulosas, sofre a influência daquelas de que se aproxima. Assim, as nebulosas
reagem sobre as nebulosas, os sistemas reagem sobre os sistemas, como os
planetas reagem sobre os planetas, como os elementos de cada planeta reagem uns
sobre os outros, e assim gradualmente, até o átomo. Daí, em cada mundo, as
revoluções locais ou gerais, que só parecem perturbações porque a brevidade da
vida não permite ver senão os seus efeitos parciais. A matéria orgânica não poderia
escapar a essas influências; as perturbações que ela sofre podem, então,
alterar o estado físico dos seres vivos e determinar algumas dessas doenças que
atacam de maneira geral as plantas, os animais e os homens. Como todos os
flagelos, essas doenças são para a inteligência humana um estimulante que a
impele, por necessidade, à procura dos meios de as combater, e à descoberta das
leis da Natureza. Mas, por sua vez, a matéria orgânica reage sobre o Espírito;
este, por seu contato e sua ligação íntima com os elementos materiais, também
sofre influências que modificam suas disposições, sem, contudo, lhe tirar o
livre-arbítrio, superexcitam ou retardam a sua atividade e, por isto mesmo,
contribuem para o seu desenvolvimento. A efervescência, que por vezes se manifesta
em toda uma população, entre os homens de uma mesma raça, não é uma coisa
fortuita, nem o resultado de um capricho; tem sua causa nas leis da Natureza.
Essa efervescência, a princípio inconsciente, que não passa de um vago desejo,
uma aspiração indefinida por algo de melhor, uma necessidade de mudança,
traduz-se por agitação surda, depois por atos que levam às revoluções morais,
as quais, crede-o bem, também têm sua periodicidade, como as revoluções
físicas, porque tudo se encadeia. Se a visão espiritual não fosse circunscrita
pelo véu material, veríeis essas correntes fluídicas que, semelhantes a
milhares de fios condutores, ligam as coisas do mundo espiritual e do mundo
material. Quando se vos diz que a Humanidade chegou a um período de
transformação, e que a Terra deve elevar-se na hierarquia dos Mundos, não
vejais nestas palavras nada de místico, mas, ao contrário, a realização de uma
das grandes leis fatais do Universo, contra as quais se quebra toda a má
vontade humana. (Visite o canal Luiz Armando – canal do YouTube / Conheça também Luiz Armando - Preces)
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