“- O LIVRO DOS ESPÍRITOS não é
um tratado completo de Espiritismo; apenas apresenta as bases e os pontos
fundamentais, que se devem desenvolver sucessivamente pelo estudo e pela
observação”. A afirmação de Allan Kardec é ignorada pela
maioria dos seguidores do Espiritismo. Felizmente porque o que se observa em
incontáveis Centros Espíritas é a Doutrina praticada “a moda de”. Falta estudo e
conhecimento sobre o assunto nas denominadas, OBRAS BÁSICAS. Como inspirada e sugestivamente o inesquecível
Professor Herculano Pires intitulou
um dos seus livros ESPIRITISMO O GRANDE DESCONHECIDO. Analisando a realidade
sugerida pelo comentário, Allan Kardec com a sobriedade
habitual escreveu na edição de dezembro de 1868 da sua REVISTA ESPÍRITA: - “Para assegurar-se, no futuro, a unidade, uma condição se faz
indispensável: que todas as partes do conjunto da Doutrina sejam determinadas
com precisão e clareza, sem que coisa alguma fique imprecisa. Para isso,
procedemos de maneira que os nossos escritos não se prestem a interpretações contraditórias
e cuidaremos de que assim aconteça sempre. Quando for dito peremptoriamente e
sem ambiguidade que dois e dois são quatro, ninguém pode pretender que se quis
dizer que dois e dois fazem cinco. Conseguintemente, seitas poderão formar-se
ao lado da Doutrina, seitas que não lhe adotem os princípios ou todos os
princípios, porém não dentro da Doutrina, por efeito de interpretação dos
textos, como tantas se formaram sobre o sentido das próprias palavras do
Evangelho. É este um primeiro ponto de capital importância. O segundo ponto
está em não se sair do âmbito das ideias práticas. Se é certo que a utopia da
véspera se torna muitas vezes a verdade do dia seguinte, deixemos que o dia
seguinte realize a utopia da véspera, porém não atravanquemos a Doutrina de
princípios que possam ser considerados quiméricos e fazer que a repilam os
homens positivos. O terceiro ponto, enfim, é inerente ao caráter essencialmente
progressivo da Doutrina. Pelo fato de ela não se embalar com sonhos
irrealizáveis, não se segue que se imobilize no presente. Apoiada tão-só nas
leis da Natureza, não pode variar mais do que estas leis; mas, se uma nova lei
for descoberta, tem ela que se pôr de acordo com essa lei. Não lhe cabe fechar
a porta a nenhum progresso, sob pena de se suicidar. Assimilando todas as ideias
reconhecidamente justas, de qualquer ordem que sejam, físicas ou metafísicas,
ela jamais será ultrapassada, constituindo isso uma das principais garantias de
sua perpetuidade. Se, portanto, uma seita se formar à ilharga do Espiritismo,
fundada ou não em seus princípios, de duas uma: ou essa seita estará com a
verdade, ou não estará; se não estiver, cairá por si mesma, sob o ascendente da
razão e do senso comum, como já sucedeu a tantas outras, através dos séculos;
se suas ideias forem acertadas, mesmo que com relação a um único ponto, a
Doutrina, que apenas procura o Bem e o verdadeiro onde quer que se encontrem,
as assimilará, de sorte que, em vez de ser absorvida, absorverá. Se alguns de
seus adeptos vierem a afastar-se, é que se acreditarão capazes de fazer coisa
melhor; se realmente fizerem algo melhor, ela os imitará; se fizerem maior bem,
ela se esforçará por fazer outro tanto ou mais, se possível; se fizerem mais
mal, ela os deixará fazer, certa de que, mais cedo ou mais tarde, o bem
sobrepuja o mal e o verdadeiro predominará sobre o que é falso. Esta a única
luta em que se empenhará”. (Visite o canal Luiz Armando – canal do YouTube / Conheça também Luiz Armando - Preces)
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