A maneira analógica
como interpretamos as informações oriundas do Mundo Espiritual através do
relato dos Espíritos desencarnados, funciona em muitas situações como barreira
para o entendimento dessas informações. Discorrendo sobre os Diferentes Estados do Espírito na
Erraticidade no capítulo Há Muitas Moradas
na Casa de Meu Pai n’O
EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, Allan
Kardec diz que “independentemente da variedade dos
mundos, estas palavras também podem ser entendidas como o estado feliz ou
infeliz do Espírito na erraticidade, conforme seu grau de pureza e se ache liberto
dos laços materiais, o ambiente onde se encontre, o aspecto das coisas, as
sensações que experimente, as percepções que possua, podendo tudo isso variar
ao infinito. Assim é que, se uns não podem se afastar dos locais onde viveram,
outros se elevam e percorrem os espaços e os mundos”. Quando o Instrutor Aniceto do livro OS MENSAGEIROS comenta que “... há,
outros mundos sutis, dentro dos mundos grosseiros, maravilhosas Esferas que se
interpenetram”, explicando que “o olho humano sofre variadas limitações e todas as
lentes físicas reunidas não conseguiriam surpreender o campo da alma, que rege
o desenvolvimento das faculdades espirituais para tornar-se perceptível”. O exemplo oferecido pela história contada a seguir
exemplifica bem isso. Surge da mensagem psicografada pelo empresário Hilário
Sestini, três meses e meio após a sua morte causada por um enfarto do miocárdio
aos 55 anos. Alheio às atividades religiosas, casado, pai de quatro filhos, com
destacada atuação na comunidade em que residia, constituindo-se num exemplo de
caráter reto e dedicado ao trabalho. Seu irmão Gérson ao ouvir Chico
Xavier ler, ao final da reunião pública de 17 de julho de 1976, em
Uberaba, MG, a mensagem escrita pelo Sr. Hilário, estranhou a referência a
dois estabelecimentos desconhecidos na cidade em que nasceram e se criaram: São José do
Rio Preto, interior de São Paulo. Desenvolvendo obstinada busca em publicações
históricas sobre a existência da farmácia e da Casa de Saúde citadas.,
localizou registros confirmando suas existências no início do século 20. Indagando
em visita posterior a Chico sobre como era possível o
irmão ter morrido na década de 70 e fazer citações sobre estabelecimentos há
muito sucedidos por outras construções no local, ouviu dele: -“Os
Amigos Espirituais costumam se referir a construções antigas que permanecem na
retaguarda de construções atualizadas, até que as entidades ligadas a esses
conjuntos habitacionais os abandonem por não mais necessitarem deles nos
vínculos mentais que, de certo modo, os retém a determinadas paisagens do seu
próprio pretérito”. Detalhando, entre outras coisas, o que se seguiu
após o ataque cardíaco, o Sr Hilário conta: - “Um mal súbito, sensação de asfixia. E,
depois, o corre-corre de tanta gente procurando, debalde, uma solução para o
problema que deixara de ser um enigma, a fim de que a resposta da vida
aparecesse a mim, acima de qualquer dúvida sobre a morte. Posso
dizer-lhes que não vou assim tão bem como desejaria, mas não me sinto, de
qualquer modo, tão mal como no acontecimento imprevisto poderia parecer. Fui arrancado da experiência física ao modo de árvore
sacudida até às raízes pelo vento forte. A tempestade havia de terminar como se
desdobrou, ante os meus olhos assombrados. Estava morto e
vivo. Ignoro se vocês entenderão isso na realidade fulminativa com que o
assunto ainda me surpreende. Sempre ouvia as referências dos
amigos espíritas, escutava avisos e anotações da mamãe e, efetivamente,
categorizava os temas e informações que vocês me apresentavam qual se fosse
pura alucinação. Faltava-me o pendor para ser um companheiro militante.
Acreditava e não acreditava. E porque o tempo surgisse cada
vez mais escasso, ia colocando de quarentena as verdades que me descobriram,
quando poderia eu haver tido suficiente ponderação para descortiná-las antes do
“clique” em que me vi apagado e reaceso. Penso que vocês possuem
experiência bastante para imaginar com acerto o itinerário novo a que me vi
atirado pelas circunstâncias. Creio-me, porém, na
obrigação de afirmar-lhes que um sono pesado me selou as pálpebras, que não
mais consegui reabrir. Ouvia as palavras da mamãe e dos
familiares outros, mas em vão procurava discernir as vozes da querida Clery e
dos nossos filhos. Foi um torpor invencível, como se
estivesse repentinamente dopado por agentes de sedação, que me anulavam
qualquer impulso para respostas positivas. Compreendi que uma
força se me extinguia no corpo e tive a ideia de que os meus órgãos seriam
pilhas elétricas que se vissem desligadas, uma por uma, à frente de um poder
que não me cabia controlar. (...) Ah! Homem algum,
criatura alguma na Terra, que não haja obtido experiências enormes pela
meditação ou pela dor, conseguirá calcular o que seja essa energia prodigiosa
da fé viva, atuando no coração, em momentos assim, quando nos vimos em trânsito
de uma vida para outra! Senti-me novamente menino e lembrei
minha mãe colocando-me as mãos postas em prece. Foi,
assim, na condição de homem devolvido à condição de criança, que entrei na Vida
Espiritual. (...) Era o alvorecer de um novo dia. Rio Preto dos
meus primeiros dias, da década de 20, formava uma paisagem que reencontrava, rediviva
e palpitante, no sentimento. Um amigo, que conhecia do tempo de
garoto, o França, da Pharmacia Nossa Senhora do Carmo, em tempos transcorridos,
me abraçou, enquanto meu avô Sestini me amparava. Acusava-me
perplexo, doente. Receava fazer perguntas. Guardava o medo de readquirir a dor
que me abatera, qual se fosse um calhau pontiagudo no peito, e os amigos me
conduziram para a Casa de Saúde Santa Therezinha que reassumia a forma pela
qual a conhecera na infância. Um leito alvo e um médico, que me
disse ser companheiro de nosso estimado Dr. Marat Descartes Freire Gameiro, me
cirurgiou o tórax. Estive alguns dias acamado”. A
integra desta e outras mensagens poderá ser lida no livro VIDA NO ALÉM. (Visite o canal Luiz Armando – canal do YouTube / Conheça também Luiz Armando - Preces)
Nenhum comentário:
Postar um comentário