-“Toda a minha vida
se desenrolou diante de minha lembrança”, revelou J Sanson, antigo
membro da Sociedade Espírita de Paris, ao contar os instantes que marcaram sua
passagem pela chamada morte após um ano de cruéis sofrimentos. Já o senhor M. Jobard, morto de um ataque da
apoplexia fulminante, aos 69 anos, relata que: -“Senti um abalo estranho e lembrei-me, de repente, o meu nascimento,
a minha juventude, a minha idade madura, toda a minha vida se retratou
nitidamente em minha lembrança’. Os depoimentos obtidos através da
mediunidade, incluem-se entre os mais de sessenta que compõem a segunda parte
do excelente O CÉU E O INFERNO organizado em 1865 por Allan Kardec enfocando a questão da morte e o morrer conforme Justiça
Divina Segundo o Espiritismo. Meio século depois, em 1931, o advogado e pesquisador
italiano Ernesto Bozzano,
ignorando o fato recolhe de várias publicações da língua inglesa vários casos
expostos na sua obra A MORTE E OS SEUS MISTÉRIOS, casos confirmando o
tema. Bozzano pelo que se
observa se apoiava em suas monografias e teses na Metapsíquica de Charles Richet, omitindo ou
ignorando o trabalho do pesquisador francês e seus livros sobreviveram ao tempo
no Brasil, graças ao trabalho de seguidores da Doutrina Espírita que os
traduziram para português. Na obra citada, dedica uma parte à visão panorâmica
ou memória sintética na iminência da morte, dividindo os exemplos em três
categorias: acontecidos em perigo de
vida; em pessoas sãs sem o perigo da morte e casos de espíritos comunicantes destacando
sobre estes que não apresentavam valor científico dada a impossibilidade de
verificar, diretamente, as afirmações das personalidades mediúnicas. No início dos anos 70 do século XX, os médicos
Raymond Junior e Elizabeth Kubler Ross, em obras
tratando do tema morte, a partir de depoimentos de várias pessoas que
vivenciaram as chamadas EQMs –
Experiências de Quase Morte ampliam o número de confirmações sobre essa
etapa peculiar ao processo de desligamento entre as estruturas corpo físico-corpo
espiritual. No mesmo período no Brasil, através do médium Chico Xavier, em
reuniões públicas se construía o acervo das chamadas cartas de Espíritos
recentemente desencarnados confirmando aos entes queridos sua sobrevivência à
chamada morte, detalhando as ocorrências que marcaram a inesperada mudança.
Desse manancial destacamos dois exemplos: Ivan Sergio Athaide Vicente; 20 anos; acidente de avião entre Londrina-PR e
Pirassununga-SP; na carta escrita aos pais -“Tive a ideia de rever
toda a minha existência, como num sonho que estivemos vivendo acordado, até que
as minhas lembranças se condensaram na rememoração do acidente que me
transtornava a cabeça”. No segundo, Luiz Antonio Biazzio; 29
anos; vitimado por um Acidente vascular enquanto dormia, revelou:
-“Rememorei meus estudos de Medicina, revisei os meus doentes e os meus
apuros na psiquiatria para definir-lhe as emoções e, em seguida, querida
mãezinha, as recordações da infância e do lar desfilaram diante da minha visão
íntima. De tudo me lembrei”. A passagem por essa etapa conforme Bozzano, já era ensinada pelas escolas ocultistas presentes em
várias Civilizações. Tentando entender o tema, o respeitado estudioso Hermínio
Côrreia de Miranda, no seu livro AS DUAS FACES DA VIDA (lachatre), afirma
que na iminência da morte física, a mente“dispara
um dispositivo de transcrição dos arquivos biológicos para os perispirituais,
do que resulta aquele belo e curioso espetáculo de ‘replay’ da vida, para o
qual estamos propondo o nome de recapitulação. Uma vez transcrita a gravação
nos “tapes” perispirituais, o corpo físico é liberado para a desintegração
celular inevitável”. Como se vê, trata-se de
situação natural a ser defrontada por todos nós que mais dia menos dia, nos
veremos diante do fenômeno tão temido.
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