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terça-feira, 20 de dezembro de 2016

CREMAÇÃO



Pratica milenar no Oriente, a cremação ressurgiu no Mundo Ocidental no início do século XX.  O Espiritismo ampliando nossa visão sobre a inevitável experiência da morte, tem muito a dizer sobre o assunto, especialmente ao afirmar que ela como diz o Psiquiatra norte-americano Brian Weiss é “abrir uma porta e passar para outra sala”. Em 1935, o jornalista Clementino de Alencar a serviço do jornal O GLOBO, ouviu através do médium Chico Xavier, o Orientador Espiritual Emmanuel sobre variadas questões extremamente importantes. Uma delas, ‘sobre qual a impressão do homem no instante da morte?’, ouvindo dele: – A impressão da alma no momento da morte varia com os estados de consciência dos indivíduos. Para todas as criaturas, porém, manifesta-se nesses instantes a bondade divina. Têm invariavelmente a assistência dos seus protetores, e amigos invisíveis que os auxiliam a se libertar das cadeias que os prendem à vida material. Entre os homens não existe a necessidade de alguém que auxilie os recém-nascidos a se desvencilharem do cordão umbilical? As sensações penosas do corpo são mais ou menos acordes com a moléstia manifestada. Elas, porém, passam e nos primeiros tempos, no Plano Espiritual, vai a alma colher os frutos de suas boas ou más obras na superfície do mundo. O adágio popular: Tal vida, tal morte‘ vai aí receber então a sua sanção plena’. Na época, no Brasil, começava-se a falar sobre uma legislação visando a cremação de corpos e o enviado especial a Pedro Leopoldo, MG; aproveitou para indagar: ―Sentem os desencarnados os efeitos da cremação de seus despojos mortais?  Emmanuel esclareceu: ―Geralmente, nas primeiras horas do ‘post-mortem’, ainda se sente o Espírito ligado aos elementos cadavéricos. Laços fluídicos, imperceptíveis ao vosso poder visual, ainda, se conservam unindo a alma recém-liberta ao corpo exausto; esses elos impedem a decomposição imediata da matéria. E, por esta razão, na maioria dos casos o Espírito pode experimentar os sofrimentos horríveis oriundos da cremação, a qual NUNCA DEVERÁ SER LEVADA A EFEITO ANTES DO PRAZO DE CINQUENTA HORAS APÓS O DESENLACE. A cremação imediata ao chamado instante da morte é, portanto, nociva e desumana. As vezes, segundo a natureza das moléstias que precedem a desencarnação, existem ainda no cadáver inúmeros elementos de vida: daí nasce a possibilidade de, usando de recursos vários e reagentes, a ciência fazer um morto voltar à vida. Vê-se, pois, que o Espírito desencarnado, nas primeiras horas do Além-Túmulo, pode sentir dentro do quadro de suas impressões físicas, todas as ações a que seu corpo abandonado seja submetido. O Espírito do escritor e cronista Humberto de Campos, noutra ocasião se manifestou sobre o assunto também através de Chico Xavier dizendo: -“Há muito caminho por andar antes que o homem comum se beneficie com a verdadeira morte. A cessação dos movimentos do corpo nem sempre é o fim do expressivo transe. O túmulo é uma passagem especial, a cujas portas muitos dormem, por tempo indeterminado, criando forças para atravessa-la com o preciso valor. Morrer não é libertar-se facilmente. Para quem varou a existência na Terra entre abstinência e sacrifícios, a arte de dizer adeus é alguma coisa da felicidade ansiosamente saboreada pelo Espírito, mas para o comum dos mortais, afeitos aos “comes e bebes” de cada dia, para os senhores da posse física, para os campeões do conforto material e para os exemplares felizes do prazer humano, na mocidade ou na madureza, a cadaverização não é serviço de algumas horas... Demanda tempo, esforço, auxílio e boa vontade. Por trás da máscara mortuária, muitas vezes, esconde-se a alma, inquieta e dolorida, sob estranhas indagações, na vigília torturada ou no sono repleto de angústia. Para semelhantes viajores da grande jornada, a cremação imediata do comboio fisiológico será pesadelo terrível e doloroso. Eis porque, se pudéssemos, pediríamos tempo para os mortos. Se a Lei Divina fornece um prazo de nove meses para que a alma possa nascer ou renascer no mundo com a dignidade necessária, e se a legislação humana já favorece os empregados com o benefício do aviso prévio, porque razão o morto deve ser reduzido à cinza com a carne ainda quente? Sabemos que há cadáveres, dos quais, enquanto na Terra, estimaríamos a urgente separação, entretanto, que mal poderá trazer aos vivos o defunto inofensivo, sem qualquer personalidade nos cartórios? Não seria justo conferir algumas semanas de preparação e refazimento ao peregrino das sombras, para a desistência voluntária dos enigmas que o afligem na retaguarda?

Dúvidas sobre a visão do Espiritismo a respeito de questões essenciais? Consulte a série AS RESPOSTAS QUE O ESPIRITISMO DÁ acessando Luiz Armando – Canal do Youtube

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