Ele
tinha oito anos quando da publicação d’O
LIVRO DOS ESPÍRITOS que só conheceu aos 18 ao passar por uma livraria em
Tours cidade em que viveu até o fim da vida. Autodidata, segundo a obra LÉON
DENIS NA INTIMIDADE (o clarim) de
Claude Baumart seria a reencarnação do inglês John Widcliffe que no
século 14, teólogo, filosofo e professor da Universidade de Oxford, na
Inglaterra, influenciou o aluno Jeronimo de Praga que, por sua vez
compartilhou as teses do Mestre sobre a Reforma com John Huss – Allan
Kardec em vida passada – que enfrentou a morte na fogueira pelas ideias
revolucionarias que propunha afrontando a escola religiosa que, por sinal,
representava. Escreveu sua historia na do Espiritismo pelas reflexões
filosóficas que desenvolveria em mais de doze livro, entre os quais O GRANDE ENÍGMA (feb) em que realça
mais uma vez seu olhar a respeito da evolução do Ser: -“A lei circular preside todos
os movimentos do mundo; ela rege as evoluções da Natureza, as da História e da
Humanidade. Cada ser gravita num círculo, cada vida descreve um circuito, toda
a história humana se divide em ciclos. Os dias, as horas, os anos, os séculos
rolam na órbita do Espaço e do tempo e renascem, pois o seu objetivo, se há um,
é precisamente o de retornar ao seu princípio. Os ventos, as nuvens, as águas,
as flores, a luz seguem a mesma lei. Os ventos retornam sobre suas órbitas
enlaçadas para as cavernas misteriosas de onde eles procedem. O vapor eleva-se
para as alturas; forma as nuvens, verdadeiros oceanos suspensos sobre nossas
cabeças. As nuvens que planam, mares imensos e móveis, fundem-se em chuvas e
tornam-se novamente os rios, os riachos que já foram. Assim, o Reno, o Ródano,
o Danúbio, o Volga têm rolado acima de nossas cabeças antes de correr aos
nossos pés. É, portanto, a lei, a lei da Natureza e a da Humanidade. Todo ser
já existiu; ele renasce e sobe, evolui, assim, numa espiral cujas órbitas vão
aumentando cada vez mais, e é por isso que a História toma um caráter cada vez
mais universal: é o “corso i ricorso” de que fala o filósofo italiano Vico.
Esses princípios, uma vez colocados, eu gostaria de consagrar essa meditação
para estudar as idades da vida humana: a juventude, a idade madura, a velhice,
à luz dessa grande lei, e a morte como coroamento e como apoteose. Desses
estudos sairá o grande princípio espiritualista da reencarnação, o único que
explica o mistério do ser e de seu destino. É preciso renascer, é a lei comum
do destino humano que também evolui num círculo cujo centro é Deus. “Ninguém,
dizia Jesus a Nicodemos, ninguém verá o reino de Deus, isto é, não
compreenderá a lei de seu destino — se não renascer da água e do espírito.”
A reencarnação é claramente expressa nessas palavras, e Jesus repreende
Nicodemos: “de ser Mestre em Israel e ignorar essas coisas”. Dentre nossos
mestres contemporâneos, quantos merecem a mesma repreensão! Há tantas pessoas
que se contentam com a noção superficial da vida e nunca são tentadas a olhar
em profundidade! É tão fácil negar as coisas para se exonerar do dever e do
trabalho de estudá-las e de compreendê-las! O positivismo nunca aborda o
problema da origem, nem o dos fins; ele se contenta com o momento presente e o
explora da melhor forma. Muitos homens, mesmo inteligentes, fazem como ele. De
seu lado, o católico se limita a crer naquilo que ensina a Igreja, que coloca
um mistério no início e no final da vida e, no meio, alguns milagres; e quando
essas duas palavras foram pronunciadas: milagre, mistério! Inclinaram-se,
calaram-se e acreditaram. Por outro lado, durante longo tempo, os
universitários acreditaram apenas nos dados da experimentação. Para eles, tudo
o que não figurasse nos seus programas não tinha valor. Jamais os ídolos de
Bacon tiveram tantos oradores. A Ciência oficial, também, há cinquenta anos
pouco tem contribuído com o progresso para o pensamento moderno. Todavia, o
médico dos nossos dias, tão preso há algum tempo aos sistemas materialistas da
Escola, começa a sacudir o jugo; e é das fileiras da Medicina atual que saem os
doutores mais autorizados e melhor informados do Espiritualismo. A próxima
geração será mais feliz e melhor dotada ainda. Cresce uma geração que não depende
de pedagogo algum e que somente se instrui na grande Escola da Natureza e da
consciência íntima. Esta será a juventude verdadeiramente livre, isto é,
independente de qualquer educação factícia, de qualquer método empírico e
convencional. Ela ouve as verdadeiras vozes; a voz interior, a voz subliminal
do Ser, a que explica o homem ao homem e resolve, tão claramente quanto é
possível fazê-lo, o teorema do destino. É para essa juventude de amanhã que
escrevo estas páginas; eu as dedico aos “iniciados” e aos “esclarecidos”,
àqueles que, segundo as palavras do Mestre, têm olhos para ver e ouvidos para
ouvir.
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