Meio que
por acaso segundo a avaliação da Ciência do mundo em que vivemos - contudo, intencionalmente pelo que se pode deduzir estudando as ações do Mundo
Espiritual sobre o nosso -, o pintor e produtor de cinema sueco Friederich
Jürgenson ao conferir a gravação da fita magnética com que pretendia
registrar na natureza o canto de alguns pássaros, descobriu que na mesma - até
então virgem - havia uma mensagem transmitida por uma voz conhecida: a de sua mãe
morta tempos antes. Iniciava-se então um processo de intercâmbio
interdimensional revelado por ele minuciosamente no livro TELEFONE PARA O ALÉM, publicado em 1967, reportando-se às
experiências acontecidas desde 1959. A
obra - hoje raríssima - desencadeou, a princípio na Europa um movimento que
envolveria de técnicos em eletrônica até empresas especializadas em gravação de
som interessadas em reproduzir o feito do sueco, confirmando que o fenômeno
descrito por ele não era fruto da imaginação de um artista. Inclusive o
Vaticano, que mantinha estudos liderados por um Cardeal chamado Cardinale,
sob o olhar atento do Papa Paulo VI. Mas, a obra do sueco morto em 1987,
preservou elementos extremamente interessantes que se aproximam de obras como
as dos Espíritos André Luiz e Maria João de Deus
através do médium Chico Xavier cuja existência provavelmente não eram do
conhecimento de Jürgenson. Alguns deles
no capítulo 20, onde, entre outras coisas, conta: -“Nos últimos meses recebia frequentemente
dos meus amigos do Além, mensagens sobre
as condições predominantes em certas regiões do Mundo Espiritual. Recebia essas
mensagens gradativamente, de acordo com a minha evolução e compreensão. Primeiro
fizeram-me uma descrição detalhada do Além, com um quadro bastante claro de um
determinado plano de existência, ao qual meus amigos demonstravam especial
dedicação. Esse local — se quisermos adotar esta palavra — denominava-se
subúrbio e abrangia uma série de “distritos” ou planos de existência (estados
de consciência). Depois me foi descrito o Plano inferior, que abriga os
representantes de pavorosas deformações do espírito humano. Tais deformações
podiam assinalar-se como consequência direta da crueldade em geral, cuja força
cega criou, dentro da plasticidade de fácil configuração da matéria das esferas
sutis, regiões ocas, que os meus amigos chamavam cavernas. As ondas negativas
de pensamento e emoções — sobretudo o pavor, a inveja e o ódio — mediante a
força do desejo e da imaginação, formam, facilmente, com a matéria astral,
elementos que correspondem exatamente ao caráter desses impulsos emocionais. O
estado da coisa em si, ou seja, a formação do ambiente, parece processar-se de
modo quase automático, independentemente portanto da vontade individual. Para o
interior dessas covas negras do plano astral, costumam resvalar automaticamente
os
condenados à morte e criminosos de todo tipo. Informaram-me ainda os meus
amigos que, mediante a propagação das ondas
de rádio, sobreveio uma mudança significativa para os habitantes daquelas
regiões inferiores, pois essas ondas, por sua própria natureza, atuam de forma
estimulante sobre os encarcerados nessas lúgubres cavernas. Podendo as ondas de
rádio, devido à sua natureza mecânica e impessoal, produzir unicamente um
reavivamento casual e passageiro, um certo grupo (meus amigos) resolveu
irradiar uma onda especial de propagação conseguindo, dessa maneira,
estabelecer um contato melhor com os isolados. Dentro dessa grande ação
libertadora, destinou-se um papel especial ao “Despertar dos Mortos”. Pode
parecer fantástico, mas, ao que tudo indica, a maioria dos mortos das regiões
do astral inferior encontram-se num estado de sono profundo, principalmente
aqueles que tiveram morte violenta. Considerando bem, o “despertamento”
equivale a uma intervenção psíquica, por meio da qual os adormecidos devem ser
arrancados do jugo dos seus pesadelos e obsessões. Esse sonho astral, que é uma
espécie de estado de tolhimento, é intensamente vivido pelos “adormecidos” como
imaginação plástica fluídica, portanto como realidade objetiva. Com o
despertar, eliminar-se-ia uma parte das maiores dificuldades, pois então os mortos
encontrariam aberto o caminho para os seus novos planos de existência em comunhão
com almas humanas. Parece evidente que só depois de certas mudanças de condição
do “Hades” — como se poderão chamar as regiões do astral inferior — foi
possível estabelecer uma comunicação planejada com o nosso mundo
tridimensional. Evidentemente, a intenção dos meus amigos era destruir aquele
círculo vicioso fatal, círculo diabólico constituído de constantes repetições
das mesmas imagens e sentimentos fluídicos. Entretanto, essa bem organizada
ação libertadora não poderia ser levada a efeito sem a colaboração de criaturas
corpóreas; e a realização desse plano dependia de colaboradores dignos de
confiança “ainda na carne”, que com convicção interior e decidida boa vontade
dedicar-se-iam a essa missão, sem se deixarem perturbar por devaneios ou
sentimentalismos fanáticos”.
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