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terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

ALLAN KARDEC, ADÃO, ANJOS DECAÍDOS E O MITO DE MARIA

Um estudo comparativo entre as principais religiões ao longo da História da Humanidade demonstra que muitas delas constituem-se em sínteses do pensamento e sentimento que assinala a evolução do Ser dentro de suas proposições espiritualizantes, coincidindo ao que tudo indica, com o início de novos ciclos evolutivos. O próprio Espiritismo segundo alguns pensadores constitui-se numa delas abrangendo a essência dos avanços no campo do despertar da consciência. E, como explicado pelo Instrutor Espiritual Emmanuel no livro A CAMINHO DA LUZ (feb, 1938) psicografado por Chico Xavier, o ponto de partida deu-se na Índia através do grupo de exilados do Sistema de Capela ali interiorizados pelos que dos bastidores da invisibilidade administram o progresso da Terra. Nesses tempos em que a Verdade emerge com vigor, sabe-se que o Antigo Testamento que compõe a Bíblia resultou de um pedido de Jerônimo a Rabinos respeitáveis para compilarem os livros que melhor expressassem o pensamento do Judaísmo. Sabe-se também que fatos ali relatados, correspondem a outros presentes no MAHABARATA ou outras tradições bramânicas. Noé do Diluvio, por exemplo, chama-se na milenar obra Vaiswasvata tendo inspirado a narrativa bíblica. Em relação à sua própria história Moises baseou-se nos VEDAS. Como prenunciado por Jesus, a Doutrina Espírita vem esclarecer o que estava obscuro. No número de janeiro de 1862 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec  elucida alguns pontos  atavicamente carregados por parte dos Espíritos presos à Terra. Vejamos: 1- ADÃO COMO A ORIGEM DA HUMANIDADE - A questão principal não é saber se a personagem de Adão realmente existiu, nem em que época viveu, mas se a raça humana, designada como sua posteridade, é uma raça decaída. A solução dessa questão não é destituída de conteúdo moral, porque, esclarecendo-nos quanto ao passado, pode orientar a nossa conduta para o futuro. Antes de mais, notemos que, aplicada ao homem, a ideia da queda, sem a reencarnação, é um contra-senso, assim como a responsabilidade que carregássemos pela falta de nosso primeiro pai. Se a alma de cada homem é criada ao nascer, é que não existia antes; não terá, desse modo, nenhuma relação, nem direta, nem indireta, com a que cometeu a primeira falta, o que nos leva a indagar como poderia ser responsável por sua própria queda 2 -  ANJOS DECAÍDOS - A ideia dos anjos rebeldes, dos anjos decaídos e do paraíso perdido se acha em quase todas as religiões e, como tradição, entre quase todos os povos. Deve, pois, fundamentar-se numa verdade. Para compreender o verdadeiro sentido que se deve ligar à qualificação de anjos rebeldes, não é necessário supor uma luta real entre Deus e os anjos, ou Espíritos, desde que o vocábulo anjo é aqui tomado numa acepção geral. (...) Pois bem! todos esses Espíritos, que tão mal empregaram as suas encarnações, uma vez expulsos da Terra e enviados a mundos inferiores, entre hordas ainda na infância da barbárie, o que serão, senão anjos decaídos, remetidos à expiação? A Terra que deixam não será para eles um paraíso perdido, em comparação ao meio ingrato onde ficarão relegados durante milhares de séculos, até o dia em que tiverem merecido a libertação? (...) Eis, em pequena escala, um exemplo surpreendente de analogia com o que se passa, em escala maior, no Mundo dos Espíritos, e que nos ajudará a compreendê-lo : No dia 24 de maio de 1861, a fragata Ifigênia transportou à Nova Caledônia uma companhia disciplinar composta de 291 homens. À chegada, o comandante baixou-lhes uma ordem do dia concebida assim: “Pondo os pés nesta terra longínqua, por certo já compreendestes o papel que vos está reservado. “A exemplo dos bravos soldados da nossa marinha, que servem sob as vossas vistas, ajudar-nos-eis a levar com brilho o facho da civilização ao seio das tribos selvagens da Nova Caledônia. Não é uma nobre e bela missão, pergunto? Desempenhá-la-eis dignamente. “Escutai a palavra e os conselhos dos vossos chefes. Estou à frente deles. Entendei bem as minhas palavras. “A escolha do vosso comandante, dos vossos oficiais, dos vossos suboficiais e cabos constitui garantia certa de que todos os esforços serão tentados para fazer-vos excelentes soldados; digo mais: para vos elevar à altura de bons cidadãos e vos transformar em colonos honrados, se o quiserdes. “A nossa disciplina é severa e assim tem de ser. Colocada em nossas mãos, ela será firme e inflexível, ficai certos, do mesmo modo que, justa e paternal, saberá distinguir o erro do vício e da degradação...” Aí tendes um punhado de homens expulsos, pelo seu mau proceder, de um país civilizado, e mandados, por punição, para o meio de um povo bárbaro. Que lhes diz o chefe? – “Infringistes as leis do vosso país; nele vos tornastes causa de perturbação e escândalo e fostes expulsos; mandam-vos para aqui, mas aqui podeis resgatar o vosso passado; podeis, pelo trabalho, criar-vos aqui uma posição honrosa e tornar-vos cidadãos honestos. Tendes uma bela missão a cumprir: levar a civilização a estas tribos selvagens. A disciplina será severa, mas justa, e saberemos distinguir os que procederem bem.” Para aqueles homens, exilados no seio da selvajaria, a mãe-pátria não é um paraíso que eles perderam pelas suas próprias faltas e por se rebelarem contra a lei? Naquela terra distante, não são eles anjos decaídos? A linguagem do chefe não é idêntica à de que usou Deus falando aos Espíritos exilados na Terra: “Desobedecestes às minhas leis e, por isso, eu vos expulsei do mundo onde podíeis viver ditosos e em paz. Aqui, estareis condenados ao trabalho; mas, podereis, pelo vosso bom procedimento, merecer perdão e reconquistar a pátria que perdestes por vossa falta, isto é, o Céu”? À primeira vista, a ideia de queda parece em contradição com o princípio segundo o qual os Espíritos não podem retrogradar. Deve-se, porém, considerar que não se trata de um retrocesso ao estado primitivo. O Espírito, ainda que numa posição inferior, nada perde do que adquiriu; seu desenvolvimento moral e intelectual é o mesmo, seja qual for o meio onde se ache colocado. Ele está na situação do homem do mundo condenado à prisão por seus delitos.  3- O MITO DE MARIA - Esta interpretação dá uma razão de ser toda natural ao dogma da imaculada Conceição, do qual tanto zombou o cepticismo. O dogma estabeleceu que a mãe do Cristo não era manchada pelo pecado original. Como pode ser isto? É muito simples: Deus enviou um Espírito puro, que não pertencia à raça culpada e exilada, para encarnar na Terra e desempenhar a sua augusta missão, do mesmo modo que, de vez em quando, envia Espíritos superiores que encarnam a fim de impulsionar o progresso e apressar o desenvolvimento do orbe.

domingo, 26 de fevereiro de 2017

DEPENDÊNCIAS

O perispírito serve de intermediário ao Espírito e ao corpo. É o órgão de transmissão de todas as sensações. Relativamente às que vêm do exterior, pode-se dizer que o corpo recebe a impressão; o perispirito a transmite ao Espírito, que é o Ser sensível e inteligente, que a recebe. Quando o ato é de iniciativa do Espírito, pode dizer-se que o Espírito quer, o perispírito transmite e o corpo executa’, afirma Allan Kardec, na compilação OBRAS PÓSTUMAS organizada quase uma década após sua morte.  N’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, das questões 907 a 912, é tratado o tema ‘paixões’ obviamente ligado ao problema das dependências. Estudando as revelações da Espiritualidade, aprendemos que qualquer seja a dependência, ela será sempre do Espiritismo, visto que ele comanda as ações do corpo físico através do corpo espiritual ou períspirito. Segundo eles, 1- a paixão está no excesso acrescentado à vontade, porque o princípio foi concedido ao homem para o bem e as paixões podem levá-lo ;as grandes coisas, sendo o abuso que delas se faça que causa o mal”; 2-  ‘o homem poderia sempre vencer suas más tendências por seus esforços,  e, algumas vezes, por fracos esforços, faltando-lhe a vontade; 3-  não há paixões tão vivas e irresistíveis que a vontade não tem poder para superá-las, havendo muitas pessoas que dizem: ‘eu quero’, mas a vontade não está senão nos lábios; elas querem, mas estão contentes que assim não seja. Quando se crê não poder vencer suas paixões, é que o Espírito nelas se compraz em consequência de sua inferioridade. Aquele que procura reprimi-las, compreende sua natureza espiritual, e as vitórias são para ele um triunfo do Espírito sobre a matéria, finalmente, 4-  sendo ‘o meio mais eficaz de combater a predominância da natureza corporal  é praticar a abnegação de si mesmo”. Nos anos 70, o jornalista Fernando Worm realizou uma entrevista com o Orientador Espiritual Emmanuel através do médium Chico Xavier sobre a questão da dependência do cigarro, cujas respostas contidas no livro JANELA PARA A VIDA se aplicam a qualquer tipo de dependência. Dela, destacamos alguns esclarecimentos uteis aos interessados. Vamos a algumas delas: 1- A ação negativa do cigarro sobre o perispírito do fumante prossegue após a morte do corpo físico? – “O problema da dependência continua até que a impregnação dos agentes tóxicos nos tecidos sutis do corpo espiritual ceda lugar à normalidade do envoltório perispirítico, o que, na maioria das vezes, tem a duração do tempo correspondente ao tempo em que o hábito perdurou na existência física do fumante. Quando a vontade do interessado não está suficientemente desenvolvida paro arredar de si o costume inconveniente, o tratamento dele, no Mundo Espiritual, ainda exige quotas diárias de sucedâneos dos cigarros comuns, com ingredientes análogos aos dos cigarros terrestres, cuja administração ao paciente diminui gradativamente, até que ele consiga viver sem qualquer dependência do fumo.” 2- Como descreveria a ação dos componentes do cigarro no perispírito de quem fuma?  – “As sensações do fumante inveterado, no Mais Além, são naturalmente as da angustiosa sede de recursos tóxicos a que se habituou no Plano Físico, de tal modo obsedante que as melhores lições e surpresas da Vida Maior lhe passam quase que despercebidas, até que se lhe normalizem as percepções. O assunto, no entanto, no capítulo da saúde corpórea deveria ser estudado na Terra mais atenciosamente, de vez que a resistência orgânica decresce consideravelmente com o hábito de fumar, favorecendo a instalação de moléstias que poderiam ser claramente evitáveis. A necropsia do corpo cadaverizado de um fumante em confronto com o de uma pessoa sem esse hábito estabelece clara diferença.”  3– Sendo o perispírito o substrato orgânico resultante de nossas vivências passadas, seria certo raciocinar que uma criança, nascida de pais fumantes, já teria nessa circunstância uma prova inicial a ser vencida, em conseqüência de certas tendências negativas de vidas passadas?  R – Muitas vezes os filhos ou netos de fumantes e dipsômanos inveterados são aqueles mesmos espíritos afins que já fumavam ou usavam agentes alcoólicos em companhia deles mesmos, antes do retorno à reencarnação. Compreensível, assim, que muitas crianças (espíritos extremamente ligados aos hábitos e idiossincrasias dos pais e dos avós) apresentem, desde muito cedo, tendências compulsivas para o fumo ou para o álcool, reclamando trabalho persistente e amoroso de reeducação.”  4 – No Mundo Espiritual há tratamento para fumantes inveterados, ou seja, como se faz na Terra, através de quotas diárias cada vez menores, etc.?   – “Justo esclarecer que não apenas quanto ao fumo, mas igualmente quanto a outros hábitos prejudiciais, somos compelidos na Espiritualidade a esquecê-los, se nos propomos a seguir para diante, no capítulo da própria sublimação. O tratamento na Vida Maior para que nos desvencilhemos de costumes nocivos perdura pelo tempo em que nossa vontade não se mostre tão ativa e decidida, quanto necessário, para a liberação precisa, de vez que nos planos extrafísicos, nas vizinhanças da Terra propriamente dita, as reincidências ocorrem com irmãos numerosos que ainda se acomodam com a indecisão e a insegurança.”   5 Pesquisas médicas revelam que a dependência física dos fumantes, sua “fome” de nicotina e derivados do fumo, costuma ser mais compulsiva que a dependência orgânica dos viciados em narcóticos. Isto é certo se o enfoque for do Plano Espiritual para o Plano Físico?  – “Acreditamos que ambos os tipos de dependência se equiparam na feição compulsiva com que se apresentam, cabendo-nos uma observação: é que o fumo prejudica, de modo especial, apenas ao seu consumidor, quando os narcóticos de variada natureza são suscetíveis de induzir seus usuários a perigosas alucinações que, por vezes, lhes situam a mente em graves delitos, comprometendo a vida comunitária.”  6-É viável imaginar-se que um fumante, tendo desencarnado, tão logo desperte do letargo da morte física sinta desde aí o prosseguimento da vontade insopitável de fumar?  – "Quando o Espírito não conseguiu desvencilhar-se de hábitos determinados, enquanto no corpo físico, é compreensível que esses mesmos hábitos não o deixem tão logo se veja desencarnado. 7 Em que consistem os cigarros etéricos, no plano extrafísico, utilizados por espíritos fumadores?– O fumo, decorrente de recursos condensados para a sustentação de hábitos humanos, em derredor do Plano Físico, é constituído por agentes químicos semelhantes àqueles que integram o fumo, no campo dos homens. E ,em se tratando de costume nocivo da entidade espiritual, tanto encarnada quanto desencarnada, tão difícil é a erradicação do hábito de fumar na Terra quanto nos círculos de atividade espiritual que a rodeiam, no que tange à sensações de ordem sensorial.  Certa ocasião Chico Xavier conversando com uma senhora que lutava para se livrar do vício deu uma sugestão importante dizendo: -“O problema do fumo é mito delicado e difícil de solucionar, assim como todos os costumes que temos firmemente arraigados em nosso psiquismo. Não podemos fazer a expulsão abrupta dos nossos vícios, pois aí estaremos ameaçados pela sua volta repentina e inesperada. Temos que falar e acreditar em nossas palavras, pois se fumamos durante muitos anos, se estamos querendo libertar-nos dele, é porque não estamos mais precisando do fumo. Para ajudar, podemos tomar Calladium da quinta dinamização, 3 gotas, 5 vezes ao dia. O remédio nos auxiliará a proceder à mais rápida liberação da vontade de fumar. Porém este desejo tem de ser firme e valioso, pois na natureza nada se faz com violências.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

INFORMAÇÃO UTIL

Eu, você, todos nós chegaremos ao mesmo momento. Questão de tempo. As religiões de modo geral se serviram do fato para dominar, atemorizar e explorar a fé irracional das criaturas humanas. O Espiritismo, há 160 anos tem procurado demonstrar que como dito por psiquiatra americano, morrer “nada mais é que abrir uma porta e passar a outra sala”. Como uma mudança de cidade de forma imprevista. Na sequência do trabalho SOBRE A MORTE E O MORRER – as respostas que o ESPIRITISMO dá, destacamos algumas informações extremamente úteis pelo seu teor esclarecedor. Vejamos: 1- Porque tememos a morte? Tal temor é algo natural, consequência do instinto de conservação comum a todos os seres vivos. É necessária enquanto o homem não for bastante esclarecido quanto às condições da vida futura, como contra peso ao arrastamento que, sem esse freio o levaria a deixar prematuramente a vida terrestre, e a negligenciar  o trabalho daqui, que deve servir para o seu adiantamento. Sua intensidade resulta do atavismo trazido de vidas anteriores pelo fato do tema ter se transformado num instrumento religioso de controle social, especialmente no lado Ocidental da Terra. 2- Como nos livramos dele? Para libertar-se desta apreensão, deve-se poder encará-la sob seu verdadeiro ponto de vista, isto é, ter penetrado pelo pensamento no Mundo Invisível e dela ter feito uma ideia tão exata quanto possível, o que denota no Espírito encarnado um certo desenvolvimento e uma certa aptidão para se desprender da matéria. Nos que não são suficientemente avançados, a vida material ainda predomina sobre a vida espiritual. 3- Esse sentimento tende a desaparecer com a evolução do Espírito?  A apreensão da morte depende da insuficiência das noções sobre a vida futura. Enfraquece à medida que se forma a certeza; desaparece quando a certeza é completa. À medida que o homem melhor compreende a vida futura, diminui a apreensão da morte. 4- A educação desde a infância pode mudar isso? Naturalmente, visto que outra razão para alimentar-se este medo se deve à impressão, que as pessoas conservam do ensino que lhes foi dado ou não desde a infância. 5 – A informação de que no programa reencarnatório a ser cumprido pela criatura na nossa Dimensão prevê a hora da morte é válida? Dentre as revelações obtidas por Allan Kardec incluídas n’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, na questão 853, encontramos que “não há de fatal, no verdadeiro sentido da palavra, senão o instante da morte, momento que quando chega, seja por um meio ou por outro, não poderemos nos livrar”. Anos depois, o Instrutor Espiritual Emmanuel, através do médium Chico Xavier, esclareceria que “a morte, em geral, ocorre sempre no instante determinado. Há, todavia, exceções e essas se verificam segundo o livre arbítrio do homem. A liberdade individual está, pois, acima de todas as circunstâncias e, daí, se depreende a necessidade da educação da vontade e disciplina de emoções de cada um”.  6 - Supondo-se que a existência do Espírito seja real, qual a situação dos Espíritos encarnados cujos corpos ficam meses, e até anos em estado de coma? Dependerá da sua situação mental. Há casos em que o Espírito permanece como aprisionado ao corpo, dele não se afastando até que permita receber auxílio dos Benfeitores Espirituais. São pessoas, em geral, muito apegadas à vida material e que não se conformam com a situação. Em outros casos, os Espíritos, apesar de manterem uma ligação com o corpo físico, por intermédio do períspirito, dispõem de uma relativa liberdade. Em muitas ocasiões, pessoas saídas do coma descrevem paisagens e contatos com seres que já os precederam na passagem para a vida Espiritual. É comum que após essas experiências elas passem a ver a vida com novos olhos, reavaliando seus valores íntimos. Em qualquer das circunstâncias, o Plano Espiritual sempre estende seus esforços na tentativa de auxílio. Daí a importância da prece, do equilíbrio, da palavra amiga e fraterna, da transmissão de paz, das conversações edificantes para que haja maiores condições ao trabalho do Bem que se direciona, nessas horas, tanto ao enfermo como aos encarnados (familiares e médicos)


quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

INERENTE À ESPÉCIE HUMANA

Rejeitado facilmente através do combate da milenar escola religiosa do lado Ocidental da Terra com os argumentos de que “seria coisa do Demônio”, “que mediunidade levava à loucura”, o Espiritismo rompeu a barreira do preconceito e intolerância, floresceu no Brasil e, após 160 anos, embora reconhecido pela sua atuação social, prossegue ignorado em sua essência, aquela capaz de desenvolver a fé raciocinada, levando a criatura humana de forma consciente na direção de sua própria iluminação espiritual. Tal quadro sobre a fase europeia do Espiritismo na época de seu início pode ser deduzido na leitura da REVISTA ESPIRITA, na qual Allan Kardec publica na edição de março de 1863 o artigo abaixo destacando inclusive a péssima qualidade doutrinária das obras literárias produzidas em nome de ‘revelações espirituais’, de onde destacamos alguns importantes argumentos: -“ Nada poderia prevalecer contra o destino providencial do Espiritismo. Do mesmo modo que ninguém pode impedir a queda daquilo que, pelos decretos divinos – homens, povos ou coisas – deve cair, ninguém pode deter a marcha daquilo que tem de avançar. Em relação ao Espiritismo, esta verdade ressalta dos fatos realizados e, muito mais ainda, de outro ponto capital. Se o Espiritismo fosse uma simples teoria, um sistema, poderia ser combatido por outro sistema; mas repousa sobre uma lei da Natureza, tão bem quanto o movimento da Terra.  A existência dos Espíritos é inerente à espécie humana; não se pode impedir que existam, como não se lhes pode impedir a manifestação, do mesmo modo que não se impede o homem de marchar. Para isso não necessitam de nenhuma permissão e se riem de toda proibição, pois não se deve perder de vista que, além das manifestações mediúnicas propriamente ditas, há manifestações naturais e espontâneas, que se produziram em todos os tempos e que se produzem diariamente num grande número de pessoas que jamais ouviu falar de Espíritos. Quem, pois, poderia opor-se ao desenvolvimento de uma lei da Natureza? Sendo obra de Deus, insurgir-se contra ela é revoltar-se contra Deus. Estas considerações explicam a inutilidade dos ataques dirigidos contra o Espiritismo. O que os espíritas têm a fazer em presença dessas agressões é continuar pacificamente seus trabalhos, sem fanfarrice, com a calma e a confiança dadas pela certeza de chegar ao fim. Todavia, se nada pode deter a marcha geral, há circunstâncias que podem provocar entraves parciais, como uma pequena barragem pode retardar o curso de um rio, sem o impedir de correr. Deste número são as atitudes irrefletidas de certos adeptos, mais zelosos que prudentes, que não calculam bem o alcance de seus atos ou de suas palavras, produzindo, por isso mesmo, uma impressão desfavorável sobre as pessoas ainda não iniciadas na doutrina. (...) Nunca seria demais recomendar aos espíritas que refletissem maduramente antes de agir. Em tais casos manda a prudência não confiar em sua opinião pessoal. (...) Crer em sua própria infalibilidade, recusar o conselho da maioria e persistir num caminho que se demonstra mau e comprometedor, não é a atitude de um verdadeiro espírita. Seria dar prova de orgulho, se não de obsessão.  Entre as inabilidades é preciso colocar em primeira linha as publicações intempestivas ou excêntricas, por serem os fatos de maior repercussão. Nenhum espírita ignora que os Espíritos estão longe de possuir a soberana ciência; muitos dentre eles sabem menos que certos homens e, como certos homens também, têm a pretensão de tudo saber. Sobre todas as coisas têm sua opinião pessoal, que pode ser justa ou falsa. Ora, ainda como os homens, em geral os que têm idéias mais falsas são os mais obstinados. Esses pseudo-sábios falam de tudo, constroem sistemas, criam utopias ou ditam as coisas mais excêntricas, sentindo-se felizes quando encontram intérpretes complacentes e crédulos que lhes aceitam as elucubrações de olhos fechados. Esse tipo de publicação tem grave inconveniente, pois o médium, iludido e muitas vezes seduzido por um nome apócrifo, tem-na como coisa séria, de que se apodera a crítica prontamente para denegrir o Espiritismo, ao passo que, com menos presunção, bastaria que se tivesse aconselhado com os colegas para ser esclarecido. É muito raro, neste caso, que o médium não ceda às injunções de um Espírito que, ainda como certos homens, quer ser publicado a qualquer preço. Com mais experiência ele saberia que os Espíritos verdadeiramente superiores aconselham, mas não impõem nem adulam jamais, e que toda prescrição imperiosa é um sinal suspeito. Quando o Espiritismo estiver completamente implantado e conhecido, as publicações desta natureza não terão mais inconvenientes que os maus tratados de Ciência em nossos dias”. 

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

ALLAN KARDEC E O SEXTO SENTIDO

Pele, olhos, ouvidos, língua, nariz são os sensores apontados pelo nossa Ciência como os responsáveis por captar as vibrações do mundo exterior e leva-las ao cérebro em forma de percepções para identificação e providências na relação do Ser humano com o meio. Quando do surgimento do Espiritismo, porém, Allan Kardec baseado nas observações e informações dadas pelos Espíritos propôs a existência de um sexto sentido que através de outro sensor - sabe-se hoje a glândula pineal ou epífise neural - , interno no corpo humano, colocava as criaturas em relação com o Mundo Invisível. Graças a isso entendemos sua afirmação n’ O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO de que a mediunidade faz parte da condição orgânica de qualquer pessoa. Qualquer um a pode ter, assim como vê, ouve e fala, e, n’ A GÊNESE de que os fenômenos espirituais são as mais das vezes espontâneos e se produzem sem nenhuma ideia preconcebida da parte das pessoas com quem eles se dão e que, em regra, são as que neles menos pensam. Essa a razão porque para Allan Kardec, todo individuo que, desta ou daquela maneira, sofre a influência dos Espíritos, é, por isto mesmo, médium, podendo dizer-se que todo mundo é médium. Acrescenta ainda que os médiuns são os intérpretes dos Espíritos; suprem-lhes os organismos materiais que lhes faltam para transmitir suas instruções; eis porque são capacitados com percepção para esse fim. Do extraordinário acervo legado aos estudiosos da Doutrina Espírita através da REVISTA ESPÍRITA, destacamos alguns de seus comentários provando sua proposição: 1-Sendo o homem composto de Espírito, períspirito e corpo, durante a vida as percepções se produzem, ao mesmo tempo, pelos sentidos orgânicos e pelo sentido espiritual; depois da morte, os sentidos orgânicos são destruídos mas, restando o períspirito, o Espírito continua a perceber pelo sentido espiritual, cuja sutileza aumenta em razão do desprendimento da matéria. 2- Por este sentido recebemos os eflúvios fluídicos dos Espíritos, nos inspiramos, queiramos ou não, em seus pressentimentos e a intuição das coisas futuras ou ausentes; que se exercem a fascinação, a ação magnética inconsciente e involuntária, a penetração do pensamento, etc. 3- O sexto sentido ou sentido espiritual tem como agente o fluido espiritual, como a visão física tem por agente o fluido luminoso. Assim como a radiação do fluido espiritual traz à alma certas imagens e certas impressões. Esse fluido, como tantos outros, tem seus efeitos próprios, suas propriedades sui generis.  4- Como os outros sentidos, é mais ou menos desenvolvido, mais ou menos sutil, conforme os indivíduos, mas todo mundo o possui. Longe de ser a regra, sua inatividade é a exceção, e pode ser considerada como uma enfermidade, assim como a ausência da vista e da audição. (RE, 6/1867) 5- Amortecido pela predominância da matéria, o sentido espiritual não deixa de produzir sobre todas as criaturas uma porção de feitos reputados maravilhosos, por falta de conhecimento do princípio. (RE; 10/1864) Já no século XX, o Espírito conhecido como André Luiz, através do médium Chico Xavier, repassaria em seus livros mais alguns elementos importantes: 1- O pensamento em si é a base de todas as mensagens silenciosas da ideia, nos maravilhosos planos da intuição, entre os seres de toda espécie. (NL; 37) 2- A intuição é o disco milagroso da consciência, funcionando livremente, retransmitindo sugestões (Li; 13) 3- A mediunidade mais estável e mais bela começa entre os homens, no império da intuição pura. (NMM;9)


sábado, 18 de fevereiro de 2017

CARMA E ESPIRITISMO

Recorrente em palestras espíritas, artigos e livros, a palavra “Carma” é associada aos graves problemas enfrentados pelas criaturas humanas. Nem sempre, entretanto, sua abordagem se faz dentro da racionalidade e lógica característica do Espiritismo. Do trabalho A LEI DE CAUSA E EFEITO – AS RESPOSTAS QUE O ESPIRITISMO DÁ, destacamos algumas questões que elucidam muitas dúvidas. Vamos a elas:   1-Qual a relação do chamado Carma com a visão do Espiritismo sobre a Lei de Causa e Efeito? O “carma”, expressão vulgarizada entre os hindus, em sânscrito quer dizer “ação”. A rigor, designa “causa e efeito”, de vez que toda ação ou movimento deriva de causa ou impulsos anteriores.  Para nós expressará a conta de cada um, englobando os créditos e os débitos que, em particular, nos digam respeito.  Há conta dessa natureza, não apenas catalogando e definindo individualidades, mas também povos e raças, estados e instituições.  Para melhor entender o “carma” ou “conta do destino criada por nós mesmos”, convém lembrar que o Governo da Vida possui igualmente o seu sistema de contabilidade, a se lhe expressar no mecanismo de justiça inalienável, dispondo de sábios departamentos para relacionar, conservar, comandar e engrandecer a Vida. Nas sublimadas regiões de cada Orbe entregue à inteligência e à razão, ao trabalho e ao progresso dos filhos de Deus, fulguram os gênios angélicos, encarregados do rendimento e da beleza, do aprimoramento e da ascensão da Obra Excelsa, com ministérios apropriados à concessão de empréstimos e moratórias, créditos especiais e recursos extraordinários a todos os Espíritos encarnados ou desencarnados, que os mereçam, em função dos serviços referentes ao Bem Eterno. Nas regiões atormentadas, varridas por ciclones de dor regenerativa, temos os poderes competentes para promover a cobrança e a fiscalização, o reajustamento e a recuperação de quantos se fazem devedores complicados ante a Divina Justiça (AR) 2- Existindo esses Departamentos de Justiça, como interpretar o argumento de que somos os arquitetos do nosso próprio destino? A morte funciona como juiz inexorável, transferindo os bens de certas mãos para outras e marcando com inequívoca exatidão o proveito que cada Espírito extrai das vantagens e concessões que lhe foram entregues pelos Agentes da Infinita Bondade.  Aí, vemos os princípios de causa e efeito, em toda a força de sua manifestação, porque, no uso ou no abuso das reservas da vida que representam a eterna Propriedade de Deus, cada alma cria na própria consciência os créditos e os débitos que lhe atrairão inelutavelmente as alegrias e as dores, as facilidades e os obstáculos do caminho.  Quanto mais amplitude em nossos conhecimentos, mais responsabilidade em nossas ações.  Através de nossos pensamentos, palavras e atos, que fluem, invariáveis, do coração, gastamos e transformamos constantemente as energias do Senhor, em nossa viagem evolutiva, nos setores da experiência, e, do quilate de nossas intenções e aplicações, nos sentimentos e práticas da marcha, a vida organiza, em nós mesmos, a nossa conta agradável ou desagradável ante as Leis do Destino.  3 - Sendo o primeiro impacto experimentado pelo Espirito  os efeitos de suas ações insensatas após a morte física qual o critério  determinante de sua intensidade? Não há uma única imperfeição da alma que não importe tristes e inevitáveis consequências, como não há uma só qualidade boa que não seja fonte de um gozo. A soma das penas é, assim, proporcional à soma das imperfeições, como a dos gozos à das qualidades.  A alma que tem dez imperfeições, por exemplo, sofre mais do que a que tem três ou quatro; e quando dessas dez imperfeições não lhe restar mais que metade ou um quarto, menos sofrerá. De todo extintas, então a alma será perfeitamente feliz. Dependendo o sofrimento da imperfeição, como o gozo da perfeição, a alma traz consigo o próprio castigo ou prêmio, onde quer que se encontre, sem necessidade de lugar circunscrito. O bem e o mal que fazemos decorrem das qualidades que possuímos.  Não fazer o bem quando podemos é, portanto, o resultado de uma imperfeição. Se toda imperfeição é fonte de sofrimento, o Espírito deve sofrer não somente pelo mal que fez como pelo bem que deixou de fazer na vida terrestre.  Sendo infinita a justiça de Deus, o bem e o mal são rigorosamente considerados, não havendo uma só ação, um só pensamento mau que não tenha consequências fatais, como não há uma única ação meritória, um só bom movimento da alma que se perca, mesmo para os mais perversos, por isso que constituem tais ações um começo de progresso. Toda falta cometida, todo mal realizado é uma dívida contraída que deverá ser paga; se o não for em uma existência, sê-lo-á na seguinte ou seguintes, porque todas as existências são solidárias entre si. Aquele que se quita numa existência não terá necessidade de pagar segunda vez. O Espírito sofre, quer no mundo corporal, quer no espiritual, a consequência das suas imperfeições.


quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

AGENERE: SERÁ POSSÍVEL?

Contra fatos não há argumentos. E a história contada por Allan Kardec na edição de fevereiro de 1859 da REVISTA ESPÍRITA ilustra isso. Conta ele: Uma pobre mulher estava na igreja de São Roque e rogava a Deus que a auxiliasse em sua aflição. À saída, na rua Saint Honoré, encontra um senhor que a aborda e lhe diz: “Boa mulher, ficaríeis contente se arranjasses trabalho?” – “Ah! meu bom senhor” – responde ela – “peço a Deus que me conceda esse favor, porque estou muito necessitada.” – “Pois bem! Ide a tal rua, número tanto. Procurai a senhora T...: ela vos dará trabalho.” Então continuou seu caminho. A pobre mulher dirigiu-se sem demora ao endereço indicado. – “Com efeito, tenho um trabalho para mandar fazer” – diz a senhora em questão – “mas como não o dissera a ninguém, como pôde a senhora vir me procurar?” Então a pobre indigente, avistando um retrato suspenso à parede, respondeu: – “Senhora, foi esse cavalheiro que me enviou aqui.” – “Esse cavalheiro!” – replicou espantada a senhora – “Mas isso não é possível; este é o retrato de meu filho, morto há três anos.” – “Não sei como pode ser isto, mas vos asseguro que foi esse senhor que acabei de encontrar ao sair da igreja, onde tinha ido pedir a Deus que me assistisse. Ele me abordou e foi ele mesmo que me mandou aqui”. A respeito, Kardec comenta: -“Conforme o que acabamos de ver, nada haveria de surpreendente em que o Espírito do filho daquela senhora, a fim de prestar um serviço à pobre mulher, da qual sem dúvida ouvira a prece, lhe tivesse aparecido sob a forma corpórea para indicar-lhe o endereço da própria mãe. Em que se transformou depois? Sem dúvida no que era antes: um Espírito, a menos que, continuando seu passeio, tenha julgado conveniente mostrar-se a outras pessoas sob a mesma aparência. Essa mulher teria, assim, encontrado um agênere, com o qual havia conversado. Mas, então – dirão – por que não se teria apresentado à sua mãe? Nessas circunstâncias os motivos determinantes dos Espíritos nos são completamente desconhecidos. Agem como bem lhes pareça, ou melhor, como disseram, em virtude de uma permissão sem a qual não podem revelar sua existência de modo material. Compreende-se, ademais, que sua visão poderia causar à mãe perigosa emoção. E quem sabe se não se apresentou a ela durante o sono ou de qualquer outro modo? E, aliás, não terá sido um meio de lhe revelar sua existência? É muito provável que tenha testemunhado aquela conversa entre as duas senhoras. O assunto seria aprofundado na próximo trabalho publicado pelo sistematizador do Espiritismo em 1861: O LIVRO DOS MÉDIUNS. Quando da abordagem na publicação mensal mantida por Allan Kardec, aproveitou para ouvir o responsável pelas atividade da Sociedade Espírita da Paris, São Luiz. Da entrevista de 16 perguntas, destacamos algumas das informações prestadas pela entidade. Sobre a possibilidade de Espíritos desencarnados aparecerem corporalmente em outros locais e a outras pessoas além da sua família? Esclareceu que “sim, sem dúvida; não dependendo, porém de sua vontade”, por ser “o poder dos Espíritos é limitado; só fazem o que lhes é permitido fazer”; que podem pertencer à classe dos Espíritos inferiores ou superiores; que são fatos raros, existindo exemplos na própria Bíblia; que um eventual ferimento mortal que sofresse o faria desaparecer subitamente; “que como Espíritos têm as paixões dos Espíritos, conforme sua inferioridade, algumas vezes tomando um corpo aparente é para fruir as paixões humanas; se são elevados, é com um fim útil que o fazem; que não podem procriar, o que seria contrário às leis que estabelecidas na Terra que não podem ser derrogadas; não havendo um meio de o reconhecer a não ser que seu desaparecimento se fizesse de modo inesperado; que o objetivo que pode levar certos Espíritos a tomar esse estado corporal é frequentemente o mal; os Espíritos bons têm a seu favor a inspiração; agem pela alma e pelo coração; que os Espíritos que protagonizam tais fenômenos só têm o poder que lhes faculta a sua posição como Espírito; que não tem necessidade real de alimento, pois, seu  corpo não é real; que tais fatos são excessivamente raros e jamais têm um caráter de permanência, e, finalmente, que o Espírito familiar protetor não dispõe de recursos interiores algumas vezes toma essa forma.


terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

O SURPREENDENTE E INCANSÁVEL CHICO XAVIER

Além das riquíssimas informações sobre sua atividade no campo do livro espírita, Chico Xavier foi protagonista de inúmeros fatos testemunhados por inúmeras pessoas mostrando a diversidade de suas percepções no campo da mediunidade. No depoimento de pessoas cuja credibilidade é insuspeita, recolhemos algumas passagens do conhecimento dos que as testemunharam. Alguns estão preservados no livro LUZ BENDITA (ideal,1977), organizado pelo querido amigo Rubens Silvio Germinhasi para celebrar o cinquentenário do trabalho ininterrupto de Chico Xavier. Pertencem à hoje também desencarnada Maria Philomena Aluotto Beruto, dirigente por várias décadas da UEM- União Espírita Mineira, no estado de Minas Gerais.  Dentre suas lembranças ali contidas, destacamos duas. Diz ela: - Valendo-nos da oportunidade de nossa presença em sua casa, em Uberaba outro acontecimento mediúnico. Encontrava-se ali o comandante Santinônimo (assim entendemos o seu nome), que nos relatou singular ocorrência. Aterrisara ele seu avião em pequena cidade do interior do Maranhão, a fim de pernoitar e levantar voo na manhã seguinte. Como a temperatura estivesse elevada, deixou aberta a janela do quarto, pensando fechá-la mais tarde, antes de adormecer, o que não fez, porque dormiu profundamente. Mais ou menos às 4 horas da madrugada, despertando, lembrou-se da janela aberta. Levantou-se para fechá-la, mas verificou, surpreso, que estava fechada. Estranhou, naturalmente, o fato, mas logo o esqueceu. Semanas depois foi a Uberaba para visitar o Chico, que o recebeu com as seguintes palavras: "Meu caro Santinônimo, que susto você me deu, deixando aberta a janela do hotel! Receoso de que algo lhe acontecesse, fui fechá-la, enquanto você dormia! Relato, agora. outro episódio revelador da personalidade espiritual de Chico Xavier, ocorrido por ocasião de sua vinda a capital mineira para receber, na Secretaria de Saúde, em 8 de novembro de 1974, o diploma de Cidadão de Belo Horizonte. Dia seguinte, visitou a União Espírita Mineira. Após 7 horas de atendimento aos que o procuravam, com a bondade de sempre, fomos surpreendidos com ruidosa manifestação em um grupo de pessoas que vinham em nossa direção. Empunhando uma arma, alguém bradava: "Ninguém vai tocarem Chico Xavier: Eu o defenderei de qualquer um. Ele é um santo!" Notava-se o desequilíbrio da pessoa, o que aumentava a apreensão de todos, especialmente porque em sua mão havia a realidade de uma arma de fogo, de grosso calibre... A movimentação aumenta no recinto, uns se apavorando, outros procurando correr, e outros, ainda, tentando controlar a pessoa. O Chico, tranquilo, afasta-se um pouco do grupo e põe se em silêncio, permanecendo, contudo, no recinto. Descemos ao andar térreo pensando em providências defensivas, e, para, nosso alívio, um jipe com militares da PMMG estaciona junto ao meio-fio e os seus ocupantes, comandados por um distinto sargento, vêm ao nosso encontro, sendo recebidos com as seguintes palavras:
"Graças a Deus vocês chegaram em boa hora: estamos com problemas lá em cima!" E antes de qualquer explicação, para surpresa, nossa, o Chefe da Patrulha fala: "Não tem nada não, vamos subir. O senhor Chico Xavier FOI NOS CHAMAR NA ESTAÇÃO RODOVIÁRIA, onde nos encontrávamos em serviço de ronda. Viemos logo atender ao chamado!" Fora evidente o fenômeno de bilocação. Em poucos minutos a situação normalizava-se. O difícil foi impedir os nossos estarrecidos comentários...




domingo, 12 de fevereiro de 2017

VIVÍAMOS ANTES, VIVEREMOS DEPOIS

Apontado no seu surgimento  como causador da loucura a quem o seguisse, o Espiritismo, na verdade representa um importante auxiliar para a compreensão dos fatores determinantes da mesma quando diz ser a vida física a continuação de um processo objetivando a evolução do Espírito. Enfim, vivíamos antes, viveremos depois experimentando os efeitos de nossas ações. Na sequência destacamos do trabalho TRANSTORNOS MENTAIS PATOLOGICOS E OBSESSIVOS – as respostas que o Espiritismo dá, disponível no YOUTUBE alguns argumentos para termos uma ideia da importância da revolucionária proposta apresentada por Allan Kardec: 1- Na REVISTA ESPÍRITA de dezembro de 1864, Allan Kardec escreve que “sem o pensamento o Espírito não seria Espírito, sendo o atributo característico do Ser Espiritual que, por sua vez, distingue o Espírito da matéria”, acrescentando que Vontadeé o pensamento chegado a um certo grau de energia, é o pensamento transformado em força motriz”. Então o pensamento não é uma reação fisiológica? O pensamento não está no cérebro, como não está na caixa craniana.  O cérebro é o instrumento do pensamento, como o olho é o instrumento da visão, e o crânio é a superfície sólida que se molda aos movimentos do instrumento.  Se o instrumento for danificado, não se dá a manifestação, exatamente como, quando se perdeu um olho, não se pode mais ver. (RE; 7/1860) O pensamento é... a - preexistente e sobrevivente ao organismo. Este ponto é capital. (RE;3/1867) b - força viva, em toda parte; atmosfera criadora que envolve tudo e todos. (NL, 37) c -  força criadora de nossa própria alma. d - a continuação de nós mesmos, através da qual, atuamos no meio em que vivemos e agimos, estabelecendo o padrão de nossa influência, no bem ou no mal. (L; 17) f  e - matéria, a matéria mental, compondo maravilhoso mar de energia sutil em que todos nos achamos submersos”. (MM;4) f- fluxo energético do campo espiritual dos seres criados, se graduando nos mais diferentes tipos de onda, passando  pelas oscilações curtas, médias e longas em que se exterioriza a mente humana, até as ondas fragmentárias dos animais, cuja vida psíquica ainda em germe, somente arroja de si determinados pensamentos ou raios descontínuos. (MM;4) g - vibração e transmite-se por onda, que só excita as vibrações de ondas afins. (GS;145) 2- Onde se forma o pensamento ? -  As fontes do pensamento procedem de origens excessivamente complexas.  E, nesse sentido, cada criatura humana, nos serviços comuns, reflete o núcleo de vida invisível a que se encontra ligada de mente e coração.   Assim, as esferas dos encarnados e desencarnados se interpenetram em toda a parte. (PC) Observa, pois, os próprios impulsos.  Desejando, sentes. Sentindo, pensas. Pensando, realizas. Realizando, atrais. Atraindo, refletes.  E refletindo, estendes a própria influência, acrescida, dos fatores de indução do grupo com que te afinas. O pensamento, é portanto, nosso cartão de visita. (SM,2) Todo Espírito, na condição evolutiva em que nos encontramos, é governado essencialmente por três fatores específicos, ou, mais propriamente, a experiência (conjunto de nossos próprios pensamentos); o estímulo (circunstância que nos impele a pensar) e a inspiração (conjunto dos pensamentos alheios que aceitamos e procuramos). (SM,38) 3-  Na relação da Individualidade consigo mesma, a partir de certo nível de evolução, o ser pode experimentar graus variados de insanidade. Como distinguir a loucura patológica da loucura obsessiva? A primeira resulta de uma desordem nos órgãos de manifestação do pensamento.  Notemos que, nesse estado de coisas, não é o Espírito que é louco; ele conserva a plenitude de suas faculdades, como o demonstra a observação; apenas estando desorganizado o instrumento de que se serve para manifestar-se, o pensamento, ou, melhor dizendo, a expressão do pensamento é incoerente.  Na loucura obsessiva não há lesão orgânica; é o próprio Espírito que se acha afetado pela subjugação de um Espírito estranho, que o domina e subjuga.  No primeiro caso, deve-se tentar curar o órgão enfermo; no segundo basta livrar o Espírito doente do hóspede importuno, a fim de lhe restituir a liberdade.  Casos semelhantes são muito frequentes e muitas vezes tomados como loucura o que não passa de obsessão, para a qual deveriam empregar meios morais e não duchas.  Pelo tratamento físico e, sobretudo, pelo contato com os verdadeiros alienados, muitas vezes tem sido determinada uma verdadeira loucura onde esta não existia.  Abrindo novos horizontes a todas as ciências, o Espiritismo vem, também, elucidar a questão tão obscura das doenças mentais, ao assinalar-lhes uma causa que, até hoje, não havia sido levada em consideração – causa real, evidente, provada pela experiência e cuja verdade mais tarde será reconhecida. (RE, 3/1862)


sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

COMO É POSSÍVEL PREVER O FUTURO?

Abrindo o número de maio de 1864 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec na habitual linha de racionalidade com que sempre trata os assuntos sobre os quais fala, analisa a questão da previsibilidade do futuro. Formula a Teoria da Presciência. Na sua abordagem, entre outras coisas, explica: -“Como o homem tem de concorrer para o progresso geral, como certos acontecimentos devem resultar da sua cooperação, pode acontecer que, em casos especiais, ele pressinta esses acontecimentos, a fim de lhes preparar o encaminhamento e de estar pronto a agir, em chegando a ocasião. Por isso é que Deus, às vezes, permite se levante uma ponta do véu; mas, sempre com fim útil, nunca para satisfação da vã curiosidade. Tal missão pode, pois, ser conferida, não a todos os Espíritos, porquanto muitos há que do futuro não conhecem mais do que os homens, porém a alguns Espíritos bastante adiantados para desempenhá-la. Ora, é de notar-se que as revelações dessa espécie são sempre feitas espontaneamente e jamais, ou, pelo menos, muito raramente, em resposta a uma pergunta direta. Pode também semelhante missão ser confiada a certos homens, desta maneira: Aquele a quem é dado o encargo de revelar uma coisa oculta recebe, à sua revelia e por inspiração dos Espíritos que a conhecem, a revelação dela e a transmite maquinalmente, sem se aperceber do que faz. É sabido, ao demais, que, assim durante o sono, como em estado de vigília, nos êxtases da dupla vista, a alma se desprende e adquire, em grau mais ou menos alto, as faculdades do Espírito livre. Se for um Espírito adiantado, se, sobretudo, houver recebido, como os profetas, uma missão especial para esse efeito, gozará, nos momentos de emancipação da alma, da faculdade de abarcar, por si mesmo, um período mais ou menos extenso, e verá, como presente, os sucessos desse período. Pode então revelá-los no mesmo instante, ou conservar lembrança deles ao despertar. Se os sucessos hajam de permanecer secretos, ele os esquecerá, ou apenas guardará uma vaga intuição do que lhe foi revelado, bastante para o guiar instintivamente. É assim que em certas ocasiões essa faculdade se desenvolve providencialmente, na iminência de perigos, nas grandes calamidades, nas revoluções, e é assim também que a maioria das seitas perseguidas adquire numerosos videntes. É ainda por isso que se veem os grandes capitães avançar resolutamente contra o inimigo, certos da vitória; que homens de gênio, por exemplo, Cristóvão Colombo, caminham para uma meta, anunciando previamente, por assim dizer, o instante em que a alcançarão. É que eles viram essa meta, que, para seus Espíritos, deixou de ser o desconhecido. Todos os fenômenos cuja causa era ignorada foram tidos à conta de maravilhosos. Uma vez conhecida a lei segundo a qual eles se realizam, eles entraram na ordem das coisas naturais. Nada, pois, tem de sobrenatural o dom da predição, mais do que uma imensidade de outros fenômenos. Ele se funda nas propriedades da alma e na lei das relações do Mundo Visível com o Mundo Invisível, que o Espiritismo veio dar a conhecer.  (...)  A teoria da presciência talvez não resolva de modo absoluto todos os casos que se possam apresentar de revelação do futuro, mas não se pode deixar de convir em que lhe estabelece o princípio fundamental. Se não explica tudo, é pela dificuldade, para o homem, de colocar-se nesse ponto de vista extraterrestre; por sua própria inferioridade, seu pensamento, incessantemente arrastado para o atalho da vida material, muitas vezes é impotente para se destacar do solo. A esse respeito, certos homens são como filhotes de aves, cujas asas, demasiado fracas, não lhes permitem elevar-se no ar, ou como aqueles cuja vista é muito curta para ver ao longe, ou, enfim, como aqueles a quem falta um sentido para certas percepções. Entretanto, com alguns esforços e o hábito da reflexão, lá chegaram: os espíritas, mais facilmente que os outros, podem identificar-se com a Vida Espiritual, que compreendem. Para compreendermos as coisas espirituais, isto é, para delas fazermos ideia tão clara como a que fazemos de uma paisagem que tenhamos ante os olhos, falta-nos em verdade um sentido, exatamente como ao cego de nascença falta um que lhe faculte compreender os efeitos da luz, das cores e da vista, sem o contato. Daí se segue que somente por esforço da imaginação e por meio de comparações com coisas materiais que nos sejam familiares chegamos a consegui-lo. (...) Tal faculdade é inerente ao estado de espiritualização, ou, se o preferirem, de desmaterialização. (..) Portanto, para gozar dessa percepção, não precisa o Espírito transportar-se a um ponto qualquer do espaço. Pode possuí-la em toda a sua plenitude aquele que na Terra se acha ao nosso lado, tanto quanto se achasse a mil léguas de distância, ao passo que nós nada vemos além do nosso horizonte visual. Não se operando a visão, nos Espíritos, do mesmo modo, nem com os mesmos elementos que no homem, muito diverso é o horizonte visual dos primeiros. Ora, é precisamente esse o sentido que nos falece para o concebermos. O Espírito, ao lado do encarnado, é como o vidente ao lado do cego. Devemos, além disso, ponderar que essa percepção não se limita ao que diz respeito à extensão; que ela abrange a penetração de todas as coisas. É, repetimo-lo, uma faculdade inerente e proporcionada ao estado de desmaterialização 

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

QUEM CONFERE CONCORDA

No capítulo três d’ O LIVRO DOS MÉDIUNS, Allan Kardec aconselha para estudo da Doutrina Espírita primeiro O QUE É O ESPIRITISMO; segundo O LIVRO DOS ESPÍRITOS ;  terceiro O LIVRO DOS MÉDIUNS e, quarto, a REVISTA ESPÍRITA. Publicada entre janeiro de 1858 e março de 1869, com recursos próprios o que garantiu que nenhuma interferência pudesse comprometer seu conteúdo, o trabalho ininterrupto constitui-se num instigante documentário complementando as duas principais obras básicas da chamada Codificação. Publicada pela primeira vez em idioma diferente do francês no Brasil em meados dos anos 60, por iniciativa de um idealista – Frederico Gianinni Jr – que investiu na fundação da EDICEL -  Editora Cultural Espírita, após um esforço incomum por mais de uma década do cearense  Júlio de Abreu Filho os diferentes números analisam problemas, responde a contestações, elucida dúvidas de leitores que se multiplicavam se transformando muitos em correspondentes do periódico em vários pontos da Europa e alguns países. Destacamos a seguir algumas afirmações de Kardec desconhecidos por certo de muitos seguidores do Espiritismo.  1- O Espiritismo é o resultado do ensino dos Espíritos, de tal sorte que, sem as comunicações dos Espíritos, não haveria Espiritismo.  (RE; 1866); 2- O grande juiz, o juiz soberano, é a opinião pública. Quando essa opinião se formar pela aquiescência das massas e dos homens esclarecidos, os cientistas oficiais a aceitarão como indivíduos e sofrerão a força das circunstâncias. (RE;1859) 3- O LIVRO DOS ESPÍRITOS não é um tratado completo de ESPIRITISMO; apenas apresenta as bases e os pontos fundamentais, que se devem desenvolver sucessivamente pelo estudo e pela observação. (RE; 1866) 4- O médium fez pelo Mundo Invisível o mesmo que o microscópio pelo mundo dos infinitamente pequenos. (RE; 1862) 5- Porque não se compreende uma coisa, não é motivo para que ela não exista, visto que o que hoje é utopia, poderá ser verdade amanhã. (RE; 7/1868) Allan Kardec quando revela a mediunidade como a grande responsável por uma infinidade de fenômenos sem ela inexplicáveis, a apresenta como o sexto sentido, escrevendo, entre outras coisas o seguinte: 1-Sendo o homem composto de Espírito, períspirito e corpo, durante a vida as percepções se produzem, ao mesmo tempo, pelos sentidos orgânicos e pelo sentido espiritual; depois da morte, os sentidos orgânicos são destruídos mas, restando o períspirito, o Espírito continua a perceber pelo sentido espiritual, cuja sutileza aumenta em razão do desprendimento da matéria. 2- Por este sentido recebemos os eflúvios fluídicos dos Espíritos, nos inspiramos, queiramos ou não e a intuição das coisas futuras ou ausentes; que se exercem a fascinação, a ação magnética inconsciente e involuntária, a penetração do pensamento, etc.  3- O sexto sentido ou sentido espiritual tem como agente o fluido perispiritual, como a visão física tem por agente o fluido luminoso. Assim como a radiação do fluido espiritual traz à alma certas imagens e certas impressões. Esse fluido, como tantos outros, tem seus efeitos próprios, suas propriedades sui generis.  4- Como os outros sentidos, é mais ou menos desenvolvido, mais ou menos sutil, conforme os indivíduos, mas todo mundo o possui. Longe de ser a regra, sua inatividade é a exceção, e pode ser considerada como uma enfermidade, assim como a ausência da vista e da audição.. (RE, 6/1867 ) 5- Amortecido pela predominância da matéria, o sentido espiritual não deixa de produzir sobre todas as criaturas uma porção de efeitos reputados maravilhosos, por falta de conhecimento do princípio. (RE; 1864)

Dúvidas sobre a visão do Espiritismo a respeito de questões essenciais? Consulte a série AS RESPOSTAS QUE O ESPIRITISMO DÁ acessando Luiz Armando – Canal do Youtube

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