‘O perispírito serve de intermediário ao Espírito e ao
corpo. É o órgão de transmissão de todas as sensações. Relativamente às que vêm do exterior, pode-se dizer que o
corpo recebe a impressão; o perispirito a transmite ao Espírito, que é o Ser
sensível e inteligente, que a recebe. Quando o ato é de
iniciativa do Espírito, pode dizer-se que o Espírito quer, o perispírito
transmite e o corpo executa’, afirma Allan Kardec,
na compilação OBRAS PÓSTUMAS organizada quase uma década após sua morte. N’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, das questões
907 a 912, é tratado o tema ‘paixões’ obviamente ligado ao problema das
dependências. Estudando as revelações da Espiritualidade, aprendemos que
qualquer seja a dependência, ela será sempre do Espiritismo, visto que ele
comanda as ações do corpo físico através do corpo espiritual ou períspirito.
Segundo eles, 1- “a paixão está
no excesso acrescentado à vontade, porque o princípio foi concedido ao homem
para o bem e as paixões podem levá-lo ;as grandes coisas, sendo o abuso que
delas se faça que causa o mal”; 2- ‘o homem
poderia sempre vencer suas más tendências por seus esforços, e, algumas vezes, por fracos esforços, faltando-lhe
a vontade; 3- não há paixões tão vivas e irresistíveis que a vontade não tem
poder para superá-las, havendo muitas pessoas que dizem: ‘eu quero’, mas a
vontade não está senão nos lábios; elas querem, mas estão contentes que assim
não seja. Quando se crê não poder vencer suas paixões, é que o Espírito nelas
se compraz em consequência de sua inferioridade. Aquele que procura
reprimi-las, compreende sua natureza espiritual, e as vitórias são para ele um
triunfo do Espírito sobre a matéria, finalmente, 4- sendo ‘o meio
mais eficaz de combater a predominância da natureza corporal é praticar a abnegação de si mesmo”. Nos
anos 70, o jornalista Fernando Worm realizou uma
entrevista com o Orientador Espiritual Emmanuel através do médium Chico
Xavier sobre a questão da dependência do cigarro, cujas respostas contidas
no livro JANELA PARA A VIDA se aplicam
a qualquer tipo de dependência. Dela, destacamos alguns esclarecimentos uteis aos
interessados. Vamos a algumas delas: 1- A ação negativa do
cigarro sobre o perispírito do fumante prossegue após a morte do corpo físico? –
“O problema da dependência continua até que a impregnação dos agentes tóxicos
nos tecidos sutis do corpo espiritual ceda lugar à normalidade do envoltório
perispirítico, o que, na maioria das vezes, tem a
duração do tempo correspondente ao tempo em que o hábito perdurou na existência
física do fumante. Quando a
vontade do interessado não está suficientemente desenvolvida paro arredar de si
o costume inconveniente, o tratamento dele, no Mundo Espiritual, ainda exige
quotas diárias de sucedâneos dos cigarros comuns, com ingredientes análogos aos
dos cigarros terrestres, cuja administração ao paciente diminui gradativamente,
até que ele consiga viver sem qualquer dependência do fumo.” 2- Como descreveria
a ação dos componentes do cigarro no perispírito de quem fuma? – “As
sensações do fumante inveterado, no Mais Além, são naturalmente as da
angustiosa sede de recursos tóxicos a que se habituou no Plano Físico, de tal
modo obsedante que as melhores lições e surpresas da Vida Maior lhe passam
quase que despercebidas, até que se lhe normalizem as percepções. O assunto, no
entanto, no capítulo da saúde corpórea deveria ser estudado na Terra mais
atenciosamente, de vez que a resistência orgânica decresce consideravelmente
com o hábito de fumar, favorecendo a instalação de moléstias que poderiam ser
claramente evitáveis. A necropsia do corpo cadaverizado de um fumante em
confronto com o de uma pessoa sem esse hábito estabelece clara diferença.” 3– Sendo o perispírito o substrato orgânico
resultante de nossas vivências passadas, seria certo raciocinar que uma
criança, nascida de pais fumantes, já teria nessa circunstância uma prova
inicial a ser vencida, em conseqüência de certas tendências negativas de vidas
passadas? R – Muitas vezes os
filhos ou netos de fumantes e dipsômanos inveterados são aqueles mesmos
espíritos afins que já fumavam ou usavam agentes alcoólicos em companhia deles
mesmos, antes do retorno à reencarnação. Compreensível, assim, que muitas
crianças (espíritos extremamente ligados aos hábitos e idiossincrasias dos pais
e dos avós) apresentem, desde muito cedo, tendências compulsivas para o fumo ou
para o álcool, reclamando trabalho persistente e amoroso de reeducação.” 4 – No Mundo Espiritual
há tratamento para fumantes inveterados, ou seja, como se faz na Terra, através
de quotas diárias cada vez menores, etc.? – “Justo esclarecer que não apenas quanto ao
fumo, mas igualmente quanto a outros hábitos prejudiciais, somos compelidos na
Espiritualidade a esquecê-los, se nos propomos a seguir para diante, no
capítulo da própria sublimação. O tratamento na Vida Maior para que nos
desvencilhemos de costumes nocivos perdura pelo tempo em que nossa vontade não
se mostre tão ativa e decidida, quanto necessário, para a liberação precisa, de
vez que nos planos extrafísicos, nas vizinhanças da Terra propriamente dita, as
reincidências ocorrem com irmãos numerosos que ainda se acomodam com a
indecisão e a insegurança.” 5 – Pesquisas médicas
revelam que a dependência física dos fumantes, sua “fome” de nicotina e
derivados do fumo, costuma ser mais compulsiva que a dependência orgânica dos
viciados em narcóticos. Isto é certo se o enfoque for do Plano Espiritual para
o Plano Físico? – “Acreditamos que ambos os tipos de
dependência se equiparam na feição compulsiva com que se apresentam,
cabendo-nos uma observação: é que o fumo prejudica, de modo especial, apenas ao
seu consumidor, quando os narcóticos de variada natureza são suscetíveis de
induzir seus usuários a perigosas alucinações que, por vezes, lhes situam a
mente em graves delitos, comprometendo a vida comunitária.” 6- – É viável
imaginar-se que um fumante, tendo desencarnado, tão logo desperte do letargo da
morte física sinta desde aí o prosseguimento da vontade insopitável de fumar? – "Quando o Espírito não
conseguiu desvencilhar-se de hábitos determinados, enquanto no corpo físico, é
compreensível que esses mesmos hábitos não o deixem tão logo se veja
desencarnado. 7 – Em que consistem os cigarros etéricos, no plano
extrafísico, utilizados por espíritos fumadores?– O fumo, decorrente
de recursos condensados para a sustentação de hábitos humanos, em derredor do
Plano Físico, é constituído por agentes químicos semelhantes àqueles que
integram o fumo, no campo dos homens. E ,em se tratando de costume nocivo da
entidade espiritual, tanto encarnada quanto desencarnada, tão difícil é a
erradicação do hábito de fumar na Terra quanto nos círculos de atividade
espiritual que a rodeiam, no que tange à sensações de ordem sensorial. Certa ocasião Chico Xavier conversando
com uma senhora que lutava para se livrar do vício deu uma sugestão importante
dizendo: -“O problema do fumo é mito delicado e
difícil de solucionar, assim como todos os costumes que temos firmemente
arraigados em nosso psiquismo. Não podemos fazer a expulsão abrupta dos nossos
vícios, pois aí estaremos ameaçados pela sua volta repentina e inesperada. Temos
que falar e acreditar em nossas palavras, pois se fumamos durante muitos anos,
se estamos querendo libertar-nos dele, é porque não estamos mais precisando do
fumo. Para ajudar, podemos tomar Calladium da quinta
dinamização, 3 gotas, 5 vezes ao dia. O remédio
nos auxiliará a proceder à mais rápida liberação da vontade de fumar. Porém
este desejo tem de ser firme e valioso, pois na natureza nada se faz com
violências.
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