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sábado, 4 de fevereiro de 2017

O OUTRO MAL DO SÉCULO

Confirmado pelas estatísticas como sendo dois dos mais graves problemas de saúde publica da atualidade, a depressão e o suicídio encontram um forte parceiro comprometendo a saúde espiritual das criaturas humanas: a obsessão. Mal revelado pelo Espiritismo, ante a vulnerabilidade mento/emocional das pessoas, responde inclusive pela intensidade dos dois  problemas citados no início deste comentário, monitorados pela OMS – Organização Mundial da Saúde. Possibilidade ignorada pela importante instituição pode ser melhor entendido nos argumentos lógicos da proposta até certo ponto combatida e desdenhada pelos que representam ciência da nossa Dimensão. Mas como se instala a perturbação espiritual? Allan kardec com a racionalidade de sempre, em artigo com que abre a edição de dezembro de 1862 da REVISTA ESPÍRITA, afirma que “ o primeiro ponto que importa nos compenetremos, é da natureza dos espíritos, do ponto de vista moral. Não sendo os espíritos senão as almas dos homens, e não sendo bons todos os homens, não é racional admitir-se que o espírito de um homem perverso se transforme subitamente; caso contrário não haveria necessidade de castigo na vida futura. A experiência vem confirmar a teoria ou, melhor dizendo, esta teoria é fruto da experiência. De fato, as relações com o Mundo Invisível nos mostram, ao lado de espíritos sublimes em sabedoria e conhecimento, outros ignóbeis, ainda com todos os vícios e paixões da humanidade. Depois da morte, a alma de um homem de bem será um espírito bom. Do mesmo modo, encarnando-se, um espírito bom será um homem de bem. Pela mesma razão, ao morrer, um homem perverso dará um espírito perverso ao mundo invisível; e um espírito mau, ao se encarnar, não pode transformar-se num homem virtuoso, pelo menos enquanto o espírito não se houver depurado ou experimentado o desejo de melhorar-se. Porque, uma vez entrado na via do progresso, pouco a pouco se despoja de seus maus instintos; eleva-se gradualmente na hierarquia dos espíritos, até atingir a perfeição, acessível a todos, porquanto não pode deus ter criado seres eternamente votados ao mal e à infelicidade. Assim, os mundos visível e invisível se interpenetram e se alternam incessantemente, se assim nos podemos exprimir, e se alimentam mutuamente; ou, melhor dizendo, na realidade esses dois mundos não constituem senão um só, em dois estados diferentes”. Na mesma matéria, Allan Kardec apresenta o segundo ponto da influência perturbadora como sendo o modo recíproco de ação dos Espíritos encarnados e desencarnados. Sabemos que os Espíritos são revestidos de um envoltório vaporoso, formando para eles um verdadeiro corpo fluídico, ao qual damos o nome de perispírito, e cujos elementos são colhidos do fluido universal ou cósmico, princípio de todas as coisas. Quando o Espírito se une a um corpo, aí vive com seu perispírito, que serve de ligação entre o Espírito propriamente dito e a matéria corporal; é o intermediário das sensações percebidas pelo Espírito. Mas o perispírito não está confinado no corpo, como numa caixa; por sua natureza fluídica, ele irradia para o exterior e forma em torno do corpo uma espécie de atmosfera, como o vapor que dele se desprende. Mas o vapor liberado de um corpo enfermiço é igualmente insalubre, acre e nauseabundo, o que infecta o ar dos lugares onde se reúnem muitas pessoas doentes. Assim como esse vapor é impregnado das qualidades do corpo, o perispírito é impregnado de qualidades, isto é, do pensamento do Espírito, e irradia tais qualidades em torno do corpo. Por sua natureza fluídica, essencialmente móvel e elástica, se assim nos podemos exprimir, como agente direto do Espírito, o perispírito é posto em ação e projeta raios pela vontade do Espírito. Por esses raios ele serve à transmissão do pensamento, porque, de certa forma, está animado pelo pensamento do Espírito. (...) Suponhamos agora duas pessoas próximas, cada qual envolvida por sua atmosfera perispiritual. Esses dois fluidos põem-se em contato e se interpenetram; se forem de natureza antipática, repelem-se e os dois indivíduos sentirão uma espécie de mal-estar ao se aproximarem um do outro, sem disso se darem conta; se, ao contrário, forem movidos por sentimentos de benevolência, terão um pensamento benevolente, que atrai. (...) O fluido perispiritual do encarnado é, pois, acionado pelo Espírito. Se, por sua vontade, o Espírito, por assim dizer, dardeja raios sobre outro indivíduo, os raios o penetram. Daí a ação magnética mais ou menos poderosa, conforme a vontade; mais ou menos benfazeja, conforme sejam os raios de natureza melhor ou pior, mais ou menos vivificante”. 

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