O chamado pai da
Psicanálise somente revelaria suas hipóteses sobre ele através do livro A INTERPRETAÇÃO DOS SONHOS lançado em
1899. O Espiritismo, contudo desde 1857 apresentava as informações dos autores
das respostas d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS,
dizendo que do simples cochilo ao sono profundo, o Espírito ligado ao corpo da
personalidade de nossa Dimensão, desenvolve experiências nas múltiplas regiões
vibratórias que envolvem o Planeta Terra, nas quais se envolve em vivências
condizentes com sua realidade mento/emocional naquele momento de sua
reencarnação. Mas, porque não retém integralmente os registros destas experiências
contra argumentam os céticos? Na terceira obra das construídas pelo Espírito
identificado como André Luiz, reproduz parecer do Instrutor Alexandre, personagem
central da narrativa em que, entre outras coisas, sobre as limitações mentais
do homem pondera que nele “é reduzida a capacidade sensorial. O homem
eterno guarda a lembrança completa e conserva consigo todos os ensinamentos,
intensificando- os e valorizando-os, de acordo com o estado evolutivo que lhe é
próprio. O homem físico, entretanto, escravo de limitações necessárias, não
pode ir tão longe. O cérebro de carne, pelas injunções da luta a que o Espírito
foi chamado a viver, é aparelho de potencial reduzido, dependendo muito da
iluminação de seu detentor, no que se refere à fixação de determinadas bênçãos
divinas. Desse modo, o arquivo de semelhantes reminiscências, no livro
temporário das células cerebrais, é muito diferente nos discípulos entre si,
variando de alma para alma. Entretanto, cabe-me acrescentar que, na memória de
todos os irmãos de boa vontade, permanecerá, de qualquer modo, o benefício,
ainda mesmo que eles, no período de vigília, não consigam positivar a origem”. No ultimo dos livros organizado por André
Luiz cujo título é E A VIDA
CONTINUA (1969, feb), no capítulo 26, a descrição de como se operam algumas
experiências além do sono físico, sob diferentes ângulos: o antes, o durante e
o depois. Reflitamos sobre o caso descrito: -“Noite
alta no Plano Físico... Mariana, em desdobramento espiritual através do sono
comum, penetrou a sala em que Ribas e os amigos a esperavam. Escoltada
carinhosamente por um mensageiro, a recém-chegada não poderia apresentar-se de
maneira mais simples. Ao defrontar-se com os Benfeitores, deteve-se perante
Ribas, com a lucidez que lhe era possível, e, magnetizada talvez por aquele
olhar brando e sábio, ajoelhou e pediu-lhe a bênção. O Mentor, recalcando a
emoção de que fora tangido, afagou-lhe a fronte, rogou a Jesus para que a
protegesse e recomendou: – Levante-se, Mariana, temos algo a conversar... Ao
vê-la convenientemente sentada, o Orientador apresentou-lhe Evelina e Ernesto,
demorando-se, todavia, a salientar Evelina, a fim de que ela lhe guardasse mais
vivamente a figura na tela da memória, quando tornasse ao corpo denso: – Esta é
a irmã que velará por você, na próxima gravidez. Por favor, Mariana, esforce-se
para retê-la na lembrança!... A interpelada fitou-a com simpatia e implorou: –
Anjo de Deus, compadecei-vos de mim!... A filha de Brígida, emocionada,
retificou, de olhos úmidos: – Mariana, não sou um anjo, sou apenas sua irmã. A
jovem mãe, cujo corpo descansava no mundo de matéria grosseira, como que
espiritualmente muito distante da formosa paisagem doméstica, a que se acolhia,
para deter-se tão-só na alegria de ser útil, voltou-se para Ribas, com quem já
tivera entendimentos anteriores, e notificou, tomada de apreço filial: – Meu
pai, cumprirei a vontade de Deus, recebendo mais um filho, e aguardo a vossa
proteção. Joaquim, meu esposo, está mais fraco, mais doente... Lavo e passo,
trabalho quanto posso, mas ganho pouco... Quatro filhos pequenos!... Ignoro se
já sabeis, mas nosso barraco não está resistindo às chuvas... Quando o vento
atravessa as paredes rachadas, Joaquim piora, tosse muito!... Não estou a queixar-me, meu pai, mas peço o vosso auxílio!... –
Oh! Mariana – respondeu o Mentor, sensibilizado –, não tema! Deus não nos
abandona! Seus filhinhos serão sustentados e, muito em breve, você e Joaquim
estarão numa casa grande... – Confio em Deus e em vós!... Não sabia a devotada
criatura que o Instrutor se reportava à próxima desencarnação do casal, quando,
por merecimento genuíno, teriam os dois cônjuges novo domicílio na Vida Maior.
Mariana voltou, agora custodiada também por Evelina e Fantini, à rústica
habitação que o vento castigava e, em retomando o corpo, o coração bateu-lhe
descompassado, ante o júbilo que se lhe represava no peito, e acordou o marido:
Joaquim!... Joaquim!... E, enquanto ele, estremunhado, articulava monossílabos:
– No sonho, acabei de encontrar o velho que já vi outras vezes... Ele disse que
vamos ter mais um filho!... – Que mais? – Disse que nós dois vamos ter uma casa
grande... Ele riu-se e aditou, ignorando que abordava a realidade: – Ah! minha
mulher!... Casa grande? só se for no outro
mundo... Os visitantes desencarnados sorriram...
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