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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

SONHAR: EXPERIÊNCIA IGNORADA EM SUA AMPLITUDE

O chamado pai da Psicanálise somente revelaria suas hipóteses sobre ele através do livro A INTERPRETAÇÃO DOS SONHOS lançado em 1899. O Espiritismo, contudo desde 1857 apresentava as informações dos autores das respostas d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, dizendo que do simples cochilo ao sono profundo, o Espírito ligado ao corpo da personalidade de nossa Dimensão, desenvolve experiências nas múltiplas regiões vibratórias que envolvem o Planeta Terra, nas quais se envolve em vivências condizentes com sua realidade mento/emocional naquele momento de sua reencarnação. Mas, porque não retém integralmente os registros destas experiências contra argumentam os céticos? Na terceira obra das construídas pelo Espírito identificado como André Luiz, reproduz parecer do Instrutor Alexandre, personagem central da narrativa em que, entre outras coisas, sobre as limitações mentais do homem pondera que nele “é reduzida a capacidade sensorial. O homem eterno guarda a lembrança completa e conserva consigo todos os ensinamentos, intensificando- os e valorizando-os, de acordo com o estado evolutivo que lhe é próprio. O homem físico, entretanto, escravo de limitações necessárias, não pode ir tão longe. O cérebro de carne, pelas injunções da luta a que o Espírito foi chamado a viver, é aparelho de potencial reduzido, dependendo muito da iluminação de seu detentor, no que se refere à fixação de determinadas bênçãos divinas. Desse modo, o arquivo de semelhantes reminiscências, no livro temporário das células cerebrais, é muito diferente nos discípulos entre si, variando de alma para alma. Entretanto, cabe-me acrescentar que, na memória de todos os irmãos de boa vontade, permanecerá, de qualquer modo, o benefício, ainda mesmo que eles, no período de vigília, não consigam positivar a origem”.  No ultimo dos livros organizado por André Luiz cujo título é E A VIDA CONTINUA (1969, feb), no capítulo 26, a descrição de como se operam algumas experiências além do sono físico, sob diferentes ângulos: o antes, o durante e o depois. Reflitamos sobre o caso descrito: -“Noite alta no Plano Físico... Mariana, em desdobramento espiritual através do sono comum, penetrou a sala em que Ribas e os amigos a esperavam. Escoltada carinhosamente por um mensageiro, a recém-chegada não poderia apresentar-se de maneira mais simples. Ao defrontar-se com os Benfeitores, deteve-se perante Ribas, com a lucidez que lhe era possível, e, magnetizada talvez por aquele olhar brando e sábio, ajoelhou e pediu-lhe a bênção. O Mentor, recalcando a emoção de que fora tangido, afagou-lhe a fronte, rogou a Jesus para que a protegesse e recomendou: – Levante-se, Mariana, temos algo a conversar... Ao vê-la convenientemente sentada, o Orientador apresentou-lhe Evelina e Ernesto, demorando-se, todavia, a salientar Evelina, a fim de que ela lhe guardasse mais vivamente a figura na tela da memória, quando tornasse ao corpo denso: – Esta é a irmã que velará por você, na próxima gravidez. Por favor, Mariana, esforce-se para retê-la na lembrança!... A interpelada fitou-a com simpatia e implorou: – Anjo de Deus, compadecei-vos de mim!... A filha de Brígida, emocionada, retificou, de olhos úmidos: – Mariana, não sou um anjo, sou apenas sua irmã. A jovem mãe, cujo corpo descansava no mundo de matéria grosseira, como que espiritualmente muito distante da formosa paisagem doméstica, a que se acolhia, para deter-se tão-só na alegria de ser útil, voltou-se para Ribas, com quem já tivera entendimentos anteriores, e notificou, tomada de apreço filial: – Meu pai, cumprirei a vontade de Deus, recebendo mais um filho, e aguardo a vossa proteção. Joaquim, meu esposo, está mais fraco, mais doente... Lavo e passo, trabalho quanto posso, mas ganho pouco... Quatro filhos pequenos!... Ignoro se já sabeis, mas nosso barraco não está resistindo às chuvas... Quando o vento atravessa as paredes rachadas, Joaquim piora, tosse muito!... Não estou a queixar-me, meu pai, mas peço o vosso auxílio!... – Oh! Mariana – respondeu o Mentor, sensibilizado –, não tema! Deus não nos abandona! Seus filhinhos serão sustentados e, muito em breve, você e Joaquim estarão numa casa grande... – Confio em Deus e em vós!... Não sabia a devotada criatura que o Instrutor se reportava à próxima desencarnação do casal, quando, por merecimento genuíno, teriam os dois cônjuges novo domicílio na Vida Maior. Mariana voltou, agora custodiada também por Evelina e Fantini, à rústica habitação que o vento castigava e, em retomando o corpo, o coração bateu-lhe descompassado, ante o júbilo que se lhe represava no peito, e acordou o marido: Joaquim!... Joaquim!... E, enquanto ele, estremunhado, articulava monossílabos: – No sonho, acabei de encontrar o velho que já vi outras vezes... Ele disse que vamos ter mais um filho!... – Que mais? – Disse que nós dois vamos ter uma casa grande... Ele riu-se e aditou, ignorando que abordava a realidade: – Ah! minha mulher!... Casa grande? só se for no outro mundo... Os visitantes desencarnados sorriram...

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