-Cada qual de nós
renasce na Terra a exprimir na matéria densa o patrimônio de bens ou males que incorporamos
aos tecidos sutis da alma. A patogenia, na essência, envolve estudos que
remontam ao corpo espiritual, para que não seja um quadro de conclusões falhas
ou de todo irreais. Voltando à Terra, atraímos os acontecimentos agradáveis ou
desagradáveis, segundo os títulos de trabalho que já conquistamos ou conforme as
nossas necessidades de redenção. A carne, de certo modo, em muitas
circunstâncias não é apenas um vaso divino para o crescimento de nossas
potencialidades, mas também uma espécie de carvão milagroso, absorvendo-nos os
tóxicos e resíduos de sombra que trazemos no corpo substancial. O comentário é do Instrutor
Clarêncio
no livro ENTRE A TERRA E O CÉU,
assinado pelo Espírito André Luiz através do médium Chico
Xavier. Estruturado em Espírito/
Perispírito/ Corpo Físico, o Ser humano está sujeito a manifestar as chamadas
doenças a partir de quaisquer uma de suas partes constitutivas. O argumento das
chamadas predisposições mórbidas utilizado para explicar ou justificar certas
enfermidades tem diante disso validade. Como entendermos as mesmas a partir do
corpo espiritual? O próprio André Luiz nos oferece argumentos.
Diz ele: -A etiologia das moléstias perduráveis, que
afligem o corpo físico e o dilaceram, guardam no corpo espiritual as suas causas profundas. A
recordação dessa ou daquela falta grave, mormente daquelas que jazem recalcadas
no espírito, sem que o desabafo e a corrigenda funcionem por válvulas de alívio
às chagas ocultas do arrependimento, cria na mente um estado anômalo que
podemos classificar de “zona de remorso”, em torno da qual a onda viva e contínua
do pensamento passa a enovelar-se em circuito fechado sobre si mesma, com
reflexo permanente na parte do veículo fisiopsicossomático ligada à lembrança
das pessoas e circunstâncias associadas ao erro de nossa autoria. Estabelecida
a ideia fixa sobre esse “nódulo de forças desequilibradas”, é indispensável que
acontecimentos reparadores se nos contraponham ao modo enfermiço de ser, para
que nos sintamos exonerados desse ou daquele fardo íntimo ou exatamente redimidos
perante a Lei. Essas enquistações de energias profundas, no imo de nossa alma,
expressando as chamadas dívidas cármicas, por se filiarem a causas infelizes
que nós mesmos plasmamos na senda do destino, são perfeitamente transferíveis
de uma existência para outra. Isso porque, se nos comprometemos diante da Lei
Divina em qualquer idade da nossa vida responsável, é lógico venhamos a resgatar
as nossas obrigações em qualquer tempo, dentro das mesmas circunstâncias nas
quais patrocinamos a ofensa em prejuízo dos outros. É assim que o remorso provoca
distonias diversas em nossas forças recônditas, desarticulando as sinergias do
corpo espiritual, criando predisposições mórbidas para essa ou aquela
enfermidade, entendendo-se, ainda, que essas desarmonias são, algumas vezes, singularmente
agravadas pelo assédio vindicativo dos seres a quem ferimos, quando imanizados a
nós em processos de obsessão. Todavia, ainda mesmo quando sejamos perdoados
pelas vítimas de nossa insânia, detemos conosco os resíduos mentais da culpa,
qual depósito de lodo no fundo de calma piscina, e que, um dia, virão à tona de
nossa existência, para a necessária expunção, à medida que se nos acentue o
devotamento à higiene moral.
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