Pascal ou Blaise
Pascal foi o nome que identificou o Espírito que renasceu, viveu e
morreu na França entre 1623 e 1662. Gênio precoce escreveu seu nome nos campos
da Geometria, Física, Filosofia e literatura. Um dos signatários da obra
fundamental do Espiritismo – O LIVRO DOS
ESPÍRITOS - teve seis de suas mensagens incluídas nas páginas da REVISTA ESPÍRITA e uma n’ O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO. Da publicação
mensal de Allan Kardec, na edição de maio de 1865, o editor incluiu três
de seus escritos recebidos no mês de novembro de 1863, na cidade de Lyon, por
um médium tratado como Sr. X, refletindo sobre IDÉIAS
PRECONCEBIDAS, DEUS NÃO SE VINGA e A VERDADE. Do ultimo texto, destacamos doze
pontos pra nossos exercícios de reflexão. 1- A verdade,
meu amigo, é uma dessas abstrações para as quais tende o Espírito humano
incessantemente, sem jamais poder atingi-la. É preciso que ele tenda para ela,
é uma das condições do progresso, mas, pela simples razão da imperfeição de sua
natureza, ele não poderia alcançá-la. 2- Seguindo a
direção que segue a verdade em sua marcha ascendente, o Espírito humano está na
via providencial, mas não lhe é dado ver o seu termo. 3- A verdade
é, como o tempo, dividida em duas partes, pelo momento inapreciável que se
chama o presente, a saber: o passado e o futuro. Assim, há duas verdades: a
verdade relativa e a verdade absoluta; a verdade relativa é o que é; a verdade
absoluta é o que deveria ser. Ora, como o que deveria ser sobe por graus até a
perfeição absoluta, que é Deus, segue-se que, para os seres criados e seguindo
a rota ascensional do progresso, não há senão verdades relativas. 4- Mas, do
fato de uma verdade relativa não ser imutável, não se segue que seja menos
sagrada para o ser criado. 5- Vossas leis, vossos costumes, vossas instituições
são essencialmente perfectíveis e, por isto mesmo, imperfeitas; mas suas
imperfeições não vos liberam do respeito que lhes deveis. Não é permitido
adiantar-se ao tempo e fazer leis fora das leis sociais. 6- A
Humanidade é um ser coletivo que deve marchar, se não em seu conjunto, ao menos
por grupos, para o progresso do futuro. 7- Porque o
Espiritismo foi revelado entre vós, não creiais num cataclismo das instituições
sociais; até agora ele tem realizado uma obra subterrânea e inconsciente para
aqueles que foram os seus instrumentos. 8- Desconfiai
dos Espíritos impacientes, que vos impelem para as sendas perigosas do
desconhecido. A eternidade que vos é prometida deve levar-vos a ter piedade das
ambições tão efêmeras da vida. Sede reservados até em suspeitar, muitas vezes,
da voz dos Espíritos que se manifestam. 9- Lembrais-vos
disto: O Espírito humano move-se e se agita sob a influência de três causas,
que são: a reflexão, a inspiração
e a revelação. 10- A reflexão é a riqueza de vossas lembranças, que agitais
voluntariamente. Nela, o homem encontra o que lhe é rigorosamente útil, para
satisfazer às necessidades de uma posição estacionária. 11- A inspiração é a influência dos
Espíritos extraterrestres, que se misturam mais ou menos às vossas
próprias reflexões para vos compelir ao progresso; é a intromissão do melhor na
insuficiência da passagem, uma força nova que se junta a uma força adquirida, para
vos levar mais longe que o presente, a prova irrecusável de uma causa oculta
que vos impulsiona para frente, e sem a qual permaneceríeis estacionários.
Porque é regra física e moral que o efeito não poderia ser maior que sua causa,
e quando isto acontece, como no progresso social, é que uma causa ignorada, não
percebida, juntou-se à causa primeira de vosso impulso. 12- A revelação é a mais elevada das forças que agitam o
Espírito do homem, porque vem de Deus e só se manifesta por sua vontade
expressa; ela é rara, por vezes mesmo inapreciável, algumas vezes evidente para
o que a experimenta a ponto de sentir-se involuntariamente tomado de santo
respeito. Repito, ela é rara e dada ordinariamente como recompensa à fé
sincera, ao coração devotado; mas não tomeis como revelação tudo quanto vos
pode ser dado como tal. O homem se vangloria da amizade dos grandes, os
Espíritos exibem uma permissão especial de Deus, que muitas vezes lhes falta.
Algumas vezes fazem promessas que Deus não ratifica, porque só ele sabe o que é
e o que não é preciso.
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