“Tudo se encadeia na
Natureza, desde o átomo primitivo até o Arcanjo, pois ele mesmo começou pelo
átomo”, afirmaram os Espíritos a Allan Kardec na resposta à
questão 540 d’O LIVRO DOS ESPÍRITOS. Disseram ainda que “a
finalidade da reencarnação é o melhoramento progressivo da Humanidade’, que
‘a cada nova existência o Espírito dá um passo na senda do progresso’, que
‘a consciência de si mesmo constitui o atributo principal do Espírito’ e
que ‘a culpabilidade está na razão do
conhecimento que se possui’. Para controlar todo esse processo existe um
mecanismo normatizado pelos artigos do CODIGO PENAL DA VIDA FUTURA ou a LEI DE
CAUSA E EFEITO. A fim de refletirmos sobre ela, destacamos do trabalho incluído
na série AS RESPOSTAS QUE O ESPÍRITISMO DÁ, algumas das questões ali
apresentadas: 1- Recorrente em palestras espíritas, artigos e livros, a
palavra “Carma” é associada aos graves problemas enfrentados pelas criaturas
humanas. Qual sua relação com a visão do Espiritismo sobre a Lei de Causa e
Efeito? O “carma”, expressão vulgarizada entre os hindus, em
sânscrito quer dizer “ação”. A rigor, designa “causa e efeito”, de vez que toda
ação ou movimento deriva de causa ou impulsos anteriores. Para nós expressará a conta de cada um,
englobando os créditos e os débitos que, em particular, nos digam respeito. Há
conta dessa natureza, não apenas catalogando e definindo individualidades, mas
também povos e raças, estados e instituições.
Para melhor
entender o “carma” ou “conta do destino criada por nós mesmos”, convém lembrar
que o Governo da Vida possui igualmente o seu sistema de contabilidade, a se
lhe expressar no mecanismo de justiça inalienável, dispondo de sábios
departamentos para relacionar, conservar, comandar e engrandecer a Vida
Nas sublimadas regiões de cada Orbe entregue à inteligência e à razão, ao
trabalho e ao progresso dos filhos de Deus, fulguram os gênios angélicos,
encarregados do rendimento e da beleza, do aprimoramento e da ascensão da Obra
Excelsa, com ministérios apropriados à concessão de empréstimos e moratórias,
créditos especiais e recursos extraordinários a todos os Espíritos encarnados
ou desencarnados, que os mereçam, em função dos serviços referentes ao Bem
Eterno. Nas regiões atormentadas, varridas por ciclones de dor
regenerativa, temos os poderes competentes para promover a cobrança e a
fiscalização, o reajustamento e a recuperação de quantos se fazem devedores
complicados ante a Divina Justiça, 2- Existindo
esses Departamentos de Justiça, como
interpretar o argumento de que somos os arquitetos do nosso próprio destino?
A morte funciona como juiz inexorável, transferindo os bens de certas
mãos para outras e marcando com inequívoca exatidão o proveito que cada
Espírito extrai das vantagens e concessões que lhe foram entregues pelos
Agentes da Infinita Bondade. Aí,
vemos os princípios de causa e efeito, em toda a força de sua manifestação,
porque, no uso ou no abuso das reservas da vida que representam a eterna
Propriedade de Deus, cada alma cria na própria consciência os créditos e os
débitos que lhe atrairão inelutavelmente as alegrias e as dores, as facilidades
e os obstáculos do caminho. Quanto
mais amplitude em nossos conhecimentos, mais responsabilidade em nossas ações. Através de nossos pensamentos, palavras
e atos, que fluem, invariáveis, do coração, gastamos e transformamos
constantemente as energias do Senhor, em nossa viagem evolutiva, nos setores da
experiência, e, do quilate de nossas intenções e aplicações, nos sentimentos e
práticas da marcha, a vida organiza, em nós mesmos, a nossa conta agradável ou
desagradável ante as Leis do Destino.
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