Pratica usual em grande parte dos Centros Espíritas, a distribuição de
água fluidificada para grande número de pessoas representa dúvida sobre sua
utilidade. Ausente nas chamadas Obras Básicas do Espiritismo, ao que parece,
foi tratada pela primeira vez nas questões 103 e 104 do livro O CONSOLADOR
(feb, 1940), obra em que o Espírito Emmanuel
através do médium Chico Xavier,
de forma muito didática responde a 411 perguntas sobre os mais diferentes temas.
Anos depois, já nos anos 70, o mesmo Instrutor Espiritual voltaria ao tema no
livro SEGUE-ME (o clarim,1973). No primeiro trabalho, perguntado se
haveriam condições especiais para que os Espíritos fluidificassem a água pura, esclareceu
que ‘a caridade não pode
atender a situações especializadas. A presença de médiuns curadores, bem como as reuniões especiais, de modo algum
podem constituir o preço do
benefício aos doentes, porquanto os recursos dos guias espirituais, nessa esfera de ação, podem independer do concurso
medianimico, considerando o problema dos méritos individuais. Na segunda,
explicaria que ‘a prece intercessória e o pensamento de bondade representam irradiações
de nossas melhores energias. A criatura que ora ou medita
exterioriza poderes, emanações e fluidos que, por enquanto, escapam à análise da inteligência vulgar e a linfa
potável recebe a influência, de modo claro, condensando linhas de força
magnética e princípios elétricos, que aliviam e sustentam, ajudam e curam.
Orientaria aqueles que desejam o
concurso dos Amigos Espirituais, na solução das próprias necessidades
fisiológicas ou dos problemas de
saúde e equilíbrio dos companheiros, que ‘colocassem um recipiente de água cristalina, à frente
das próprias orações, esperando e confiando que o orvalho do Plano Divino magnetizará o liquido, com raios de amor, em forma de bênção’ recomendação
que se disseminaria por vários Instrutores Espirituais. Mas nas casas
de assistência espiritual coletiva, isso pode ser considerado? A água retem
mesmo energias positivas ou negativas? A resposta está nas experiências feitas
no final do século 19 pelo Coronel Albert De Rochas, muito conhecido
pelas experiências de regressão de memória compiladas no livro VIDAS SUCESSIVAS (lachâtre). Na verdade
ele esbarrou no fato das regressões de memória pesquisando a exteriorização da
consciência através do estado alterado de consciência induzido pelo magnetismo
de Mesmer.
No livro em que descreve suas pesquisas, De Rochas nas Notas Complementares, descreve
várias experiências de magnetização da água. Delas destacamos algumas para reflexões: - 15 de janeiro de 1892. -
Pela primeira vez experimento a senhora Robert, que é muito sensível, mas que
foi dirigida sobretudo do lado da lucidez. (...) Sensibilizo um copo d'água e
ela ainda sente meus contatos no copo quando afastado dela uns oito metros e
levado para a sala vizinha enquanto que suas camadas sensíveis não vão além de
3 ou 4 metros a seu redor. Ela pode assim contar o número de vezes que
entrava o dedo no copo, embora não me visse. Quando eu o mergulhava nos frascos
de perfume, ela só percebia o contato dos frascos. 14 de fevereiro de 1892. - A senhora
Vix está profundamente adormecida; sensibilizo um copo d'água. Ela
sofre quando bebo uma gota, tirita. Reanimo-a, fazendo-a beber toda a água que
está carregada de seus eflúvios. Mesmo desperta, ela experimenta sensações quando
toco algumas gotas que ficaram no fundo do copo. 3 de abril de 1892. - A senhora Lux é
adormecida por mim; faço-a sensibilizar uma caçarola cheia d'água, depois peço a um
terceiro para pô-la no fogo; ao cabo de algum tempo a senhora Lux tem uma sensação
de calor.. 24 de julho de 1892.
- Adormeço profundamente a senhora Lux; faço-a por o braço e a mão numa cuba. Ao
cabo de algum tempo a água lhe parece quente; ela sente vivamente quando toco
na água, mesmo depois de ter retirado suas mãos; experimenta uma vaga sensação
quando esfrego a toalha com que enxugou a mão. Quando movo a cuba e a água balança,
ela tem aperto no coração, como se estivesse num navio. Nos primeiros instantes
depois que retirou a mão da água, se eu tomasse uma gota dessa água na ponta do
dedo, atrás dela, e a seguir tocasse uma parte de meu corpo, ela sentia o meu
toque na parte correspondente do seu; ao cabo de um tempo bastante curto, essa
localização tinha desaparecido e não restava mais que uma vaga sensação do toque.
Nenhum comentário:
Postar um comentário