Sensação de mal estar ao
cruzarmos com alguém ou recebermos uma visita. Existe isso de alguém atingir
alguém com vibrações negativas? Se afirmativo como explicar. No número de dezembro
de 1862 da REVISTA ESPÍRITA, encontramos argumentos de Allan
Kardec para esse tema interpretado como superstição. Diz ele: “- Por
sua natureza fluídica, essencialmente móvel e elástica, se assim nos podemos
exprimir, como agente direto do Espírito, o perispírito é posto em ação e
projeta raios pela vontade do Espírito. Por esses raios ele serve à transmissão
do pensamento, porque, de certa forma, está animado pelo pensamento do
Espírito. Sendo o perispírito o laço que une o Espírito ao corpo, é por seu
intermédio que o Espírito transmite aos órgãos, não a vida vegetativa, mas os
movimentos que exprimem a sua vontade; é, também, por seu intermédio que as
sensações do corpo são transmitidas ao Espírito. Destruído o corpo sólido pela
morte, o Espírito não age mais e não percebe senão pelo seu corpo fluídico, ou
perispírito, razão por que age mais facilmente e percebe melhor, já que o corpo
é um entrave. Tudo isto é ainda resultado da observação. Suponhamos agora duas
pessoas próximas, cada qual envolvida – que nos permitam o neologismo – por sua
atmosfera perispiritual. Esses dois fluidos põem-se em contato e se
interpenetram; se forem de natureza antipática, repelem-se e os dois indivíduos
sentirão uma espécie de mal-estar ao se aproximarem um do outro, sem disso se
darem conta; se, ao contrário, forem movidos por sentimentos de benevolência,
terão um pensamento benevolente, que atrai. Tal a causa pela qual duas pessoas
se compreendem e se adivinham sem se falarem. Um certo
não sei quê por vezes nos diz que a pessoa com a qual nos defrontamos deve ser
animada por tal ou qual sentimento. Ora, esse não ‘sei quê’ é a expansão do
fluido perispiritual da pessoa em contato com o nosso, espécie de fio elétrico
condutor do pensamento. Desde logo se compreende que os
Espíritos, cujo envoltório fluídico é muito mais livre do que no estado de
encarnação, já não necessitam de sons articulados para se entenderem. O fluido
perispiritual do encarnado é, pois, acionado pelo Espírito. Se, por sua
vontade, o Espírito, por assim dizer, dardeja raios sobre outro indivíduo, os
raios o penetram. Daí a ação magnética mais ou menos poderosa, conforme a
vontade; mais ou menos benfazeja, conforme sejam os raios de natureza melhor ou
pior, mais ou menos vivificante. Porque podem, por sua ação, penetrar os órgãos
e, em certos casos, restabelecer o estado normal. Sabe-se da importância das
qualidades morais do magnetizador. Aquilo que pode fazer o Espírito encarnado,
dardejando seu próprio fluido sobre uma pessoa, um Espírito desencarnado também
o pode, visto ter o mesmo fluido, ou seja, pode magnetizar. Conforme seja bom
ou mau o fluido, sua ação será benéfica ou prejudicial. Assim, facilmente nos
damos conta da natureza das impressões que recebemos, de acordo com o meio onde
nos encontramos. Se uma assembleia for composta de pessoas animadas de maus
sentimentos, o ar ambiente será saturado com o fluido impregnado de seus
sentimentos. Daí, para as almas boas, um mal-estar moral análogo ao mal-estar
físico causado pelas emanações mefíticas: a alma fica asfixiada. Se, ao
contrário, as pessoas tiverem intenções puras, encontramo-nos em sua atmosfera
como se estivéssemos num ar vivificante e salubre. Naturalmente o efeito será o
mesmo num ambiente repleto de Espíritos, conforme sejam bons ou maus”
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