Formado em Psicologia
Comportamental e Psicologia Analítica, o inglês Roger Woolger (1944 -1911)
desiludira-se com seus estudos ao concluir que “as estatísticas nada tem a ver
com o coração e a alma, com as supremas realizações espirituais da Humanidade”.
Buscando respostas fora da “camisa de força materialista do pensamento Ocidental”
mergulhou no Hinduísmo e no Misticismo Cristão, conquistando o grau de doutor
em Religião Comparada pela Universidade de Londres. Seguiu para Zurique, na Suíça,
onde no Instituto Junguiano encontrou uma filosofia que alimentava tanto o lado
intelectual quanto o espiritual. Transferiu-se para a América para ensinar na
Universidade de Vermont onde um convite para fazer uma experiência com a
técnica de Regressão a Vidas Passadas - embora seu ceticismo - indicaria o caminho que passaria a seguir em sua atividade no
consultório psicoterápico que abrira na cidade onde passou a viver. Isto porque na sua primeira regressão lembrou
claramente de uma existência na França, durante o século 13, como mercenário no
exercito do Papa, se vendo no meio de um horror indescritível, pois os
habitantes de aldeias francesas inteiras eram massacrados e queimados em nome
da Igreja. Revoltado com a crueldade, se arrependeu e desertou do Exercito,
sendo capturado e queimado numa fogueira como herege. Tais detalhes o
ajudaram a entender os sonhos terríveis que tinha sobre tortura e massacres – não
erradicados com psicoterapias a que se submeteu –, bem como, a forte fobia de
fogo que o perseguira a vida toda, certamente causada pela sua morte na
fogueira naquela vida passada. A intensidade dos resultados que ele os colegas experimentaram
as técnicas de regressão a vidas passadas, aplicando-as uns nos outros,
coletando todas as informações possíveis, reuniram suas percepções e refinaram
seus métodos, passando a utilizar a técnica na vida clínica ao se sentir
confiante o suficiente. Os anos que se seguiram conferiram-lhe substancial
densidade de conhecimentos concluindo que a “uma memória de vida passada não
é um fim em si mesma, mas um meio para a catarse emocional, o autoconhecimento
e a cura, os verdadeiros fins da Psicoterapia”. Nesse ponto, embora não
tenha sabido, a conexão com a visão oferecida pelo Espiritismo já que, segundo Allan Kardec, ‘o estudo da reencarnação é a chave para esclarecer muitos dos
‘mistérios’ que envolvem a história da criatura humana’. Isso, por confirmar a preexistência da Individualidade
que arquiva
no chamado inconsciente os registros de experiências positivas ou não vivenciadas
nas vidas sucessivas que a conduzem à evolução espiritual. Dentre as conclusões
do Dr Roger, destacamos: 1- Os
resultados independiam da crença dos pacientes; 2- A fonte de um problema pode
repercutir através de várias vidas passadas e cada uma das vidas pode adicionar
uma cada a mais de complexidade ao problema; 3- Uma série de Vidas Passadas pode
criar um emaranhado de problemas emocionais, físicos e mentais no presente;
4- Uma
fobia pode ser acompanhada de um sintoma físico. Por exemplo: ser enforcado por falar contra as autoridades
poderia resultar numa dor crônica no pescoço e um pavor de falar em público. 5- Algumas doenças físicas podem remontar a
danos de uma vida passada específica: enforcamento ou estrangulamento se
manifestam em dores no pescoço e nos ombros; evisceração pode resultar em
problemas intestinais; morrer por inalação de fumaça ou gás aparece como
problemas pulmonares ou alergias; 6- Sintomas físicos podem ser causados não
apenas por feridas físicas, mas também por golpes penetrantes na Psique: dores
de cabeça podem advir de escolhas mentais intoleráveis, sinusite pode ser um
fracasso a ser lamentado; dores nas costas podem provir de uma grande carga de
culpa. 7-
O
ultimo pensamento que ocupava a mente no momento da morte pode ser impresso na
alma e dominar o pensamento da pessoa na próxima vida o que o Dr Roger
denominava Roteiro de Vida já que tais registros podem modelar a índole
de uma pessoa, suas expectativas e motivações. Alguns exemplos de Roteiro de
Vida: o pensamento “não é seguro se arriscar no mundo lá fora” poderia
resultar de uma morte em um ataque de surpresa, “eu não sou suficientemente bom”
pode provir de qualquer falha séria numa vida passada; “é tudo culpa minha”
poderia vir de qualquer erro fatal”; 8- Não são apenas os traumas por
morte que são trazidos para o presente. A segunda categoria de traumas mais
frequentes (após a morte violenta) é a separação e o abandono, ou seja, ser
separado dos pais enquanto criança durante a guerra, ser abandonado no mato em
tempos de fome, ou ser separado dos entes queridos que são vendidos como
escravos. 9- Ser separado permanentemente dos pais ou da família pode violentar
tanto a Psique de uma pessoa, que a perda domina a mente até a morte, mesmo que
a morte só aconteça muitos anos depois, trauma que pode se manifestar em vidas
futuras sob forma de insegurança, dificuldade para acreditar nos outros, enorme
possessividade ou ansiedade da separação em bebes.
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