“Das
experiências que alguns de meus pacientes tem no estado de ‘entrevida’, passei
a acreditar que é antes do nascimento que escolhemos a família de cada existência.
Escolhemos viver os padrões de comportamento que melhor propiciarão nosso
crescimento, com as almas que reproduzirão as situações de aprendizagem. Com
muita frequência, são almas que conhecemos e com quem interagimos de
muitas maneiras em outras existências”. O comentário foi feito
pelo Psiquiatra norte-americano Bryan Weiss no seu livro A
CURA ATRAVÉS DA TERAPIA DE VIDAS PASSADAS (1966, sextante). Embora desconheça a visão disponibilizada pelo
Espiritismo, sua observação confirma o dito pela revolucionária proposta
oferecida ao mundo pelo educador Allan Kardec. Dos seus conteúdos,
destacamos para reflexões alguns tópicos. Em
texto incluído no livro OBRAS PÓSTUMAS, Allan Kardec explica que “muitas vezes um
indivíduo renasce na mesma família, ou, pelo menos, os membros de uma família
renascem juntos para constituir uma família nova noutra posição social, a fim de
apertarem os laços de afeição entre si, ou reparar agravos recíprocos”.
Numa realidade constituída por bilhões de Espíritos como entender isso? A sucessão das existências corporais
estabelece entre os Espíritos ligações que remontam às existências anteriores. Daí, muitas vezes, a simpatia que vem a
existir entre certos Espíritos que parecem estranhos. (LE,
204) Fundando-se
o parentesco em afeições anteriores, menos precários são os laços existentes
entre os membros de uma mesma família. Essa doutrina amplia os
deveres da fraternidade, porquanto, no vizinho, ou no
servo, pode achar-se um Espírito a quem se tenha estado preso pelos laços da
consanguinidade. (LE,205) Se
bem os Espíritos não procedam uns dos outros, nem por isso menos afeição consagram
aos que lhes estão ligados pelos elos da família, dado que muitas vezes eles
são atraídos para tal ou qual família pela simpatia, ou pelos laços que
anteriormente se estabeleceram. (LE,206) A família
constitui-se num efeito das relações sociais além do que se imagina? Os laços de sangue não determinam
necessariamente os laços espirituais. O corpo gera o corpo, porém
o Espírito não é gerado pelo Espírito, porque já existia antes da gestação do
corpo. Não
foram os pais que geraram o Espírito de seu filho, eles apenas forneceram-lhe
um corpo carnal. Além disso, devem ajudá-lo
no seu desenvolvimento intelectual e moral para fazê-lo progredir. Os
Espíritos que encarnam numa mesma família, principalmente como parentes
próximos, são quase sempre ligados por laços de simpatia, unidos por relações
anteriores, que são demonstrados na afeição mútua durante a vida terrena. Pode
acontecer, também, que esses Espíritos sejam completamente estranhos uns aos
outros, separados por antipatias igualmente anteriores, que se manifestam por
suas aversões na Terra, e elas servirão de provação entre eles. Portanto,
os verdadeiros laços de família não são os da consanguinidade, mas sim os da
simpatia e da afinidade de pensamentos que unem os Espíritos antes, durante e
depois da encarnação. É assim que dois seres
nascidos de pais diferentes podem ser mais irmãos pelo Espírito do que se o
fossem pelo sangue. Eles se querem, se procuram,
sentem prazer em estar juntos, enquanto dois irmãos consanguíneos podem
repelir-se, como aliás se vê todos os dias. Há,
portanto, duas espécies de famílias: as famílias por laços espirituais e as
famílias por laços corporais. As primeiras, duráveis, se
fortificam pela purificação e prosseguirão no mundo dos Espíritos, por meio das
muitas migrações da alma; as segundas, frágeis como a própria matéria, acabam
com o tempo e, muitas vezes, se desfazem moralmente já na existência atual. (ESE)
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