A mulher que promove semelhante
delito é constrangida, por leis irrevogáveis, a sofrer alterações deprimentes
no centro genésico, predispondo-se geralmente a dolorosas enfermidades, quais
sejam a metrite, o vaginismo, a metralgia, o enfarto uterino, a tumoração
cancerosa, flagelos esses com os quais, muita vez, desencarna, demandando o
Além para responder, perante a Justiça Divina, pelo crime praticado. A revelação procede do
Plano Espiritual que acrescenta que as desarmonias impostas ao aparelho reprodutor
repercutem em futuras reencarnações, justificando o drama vivido por milhares
de casais que, segundo explicam, anularam as próprias faculdades
geradoras, quando não procederam de semelhante modo no presente, sequiosos de
satisfação egoística agiram assim, no passado, determinando sérias anomalias na
organização psíquica que lhes é peculiar. O problema hoje até pelo
adensamento populacional do Planeta transformou-se num problema de saúde
publica, pois de acordo com pesquisa, mais de 8,7 milhões de
brasileiras com idade entre 18 e 49 anos já fizeram ao menos um aborto na
vida. Destes, 1,1 milhão de
abortos foram provocados. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a cada
dois dias, uma mulher morre no País, vítima de aborto clandestino, mais
de 1 milhão de mulheres no país se submetem a abortos clandestinos anualmente. No extraordinário
acervo de mensagens produzidas pela mediunidade de Chico Xavier, no
surpreendente livro INSTRUÇÕES PSICOFONICAS (feb), encontra-se uma
manifestação de um Espírito acolhido e tratado nas reuniões do Centro Espírita
Luiz Gonzaga na década de 50, em que ela nos da uma ideia das surpresas que a
aguardavam logo após decidir-se pela realização do aborto na ultima existência.
Lembrando que como demonstra o Espiritismo, não existem padrões visto que cada
Ser é único. Mas vamos a um trecho do contado pela entidade: -
Por odiar o rebento que me palpitava no seio, procurei destruí-lo, usando
venenosa beberagem que igualmente me furtou a vida corpórea. Entretanto, se
supunha que a morte fosse um ponto final à minha tragédia íntima, estava
profundamente enganada, porque da poça de sangue a que se me reduziram os
despojos, levantou-se, diante de mim, uma sombra acusadora. A
princípio, dessa nuvem amorfa nascia o choro incessante de uma criança
recém-nata. Tentando emudecer aqueles vagidos angustiosos,
inutilmente rezei, usando orações decoradas na infância... A
nuvem, porém, jazia algemada ao meu próprio peito, através de laços cuja
consistência ainda hoje não posso definir. Abandonei, amedrontada, o meu
aposento de mulher solteira e, esquecendo o culto do prazer a que me dedicara,
procurei fugir, como se eu pudesse escapar de mim mesma. Perdi a
ideia de rumo... Esqueci o calendário. De minha memória
desapareceu a noção de tempo. Guardava a consciência de que a nuvem e eu
corríamos sem cessar... Houve, contudo, um momento em que a
sombra se converteu na forma de um homem, que me perseguia, amaldiçoando:
— Desnaturada! Assassina!... Assassina!... Anelei, assim,
depois da morte, a vinda de outra morte que me afundasse no esquecimento.
Sentindo sede, debruçava-me no charco... Torturada de fome, atirava-me
aos detritos dos animais mortos no campo... Ah! como será
possível alguém adivinhar na Terra, enquanto a bênção do corpo físico é uma
graça para o Espírito que opera entre os homens, o tormento da consciência que
edificou em si mesma o inferno que a envolve? Minha existência
passou a ser um suplício constante, terrível, inominável...
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