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domingo, 30 de julho de 2017

BASTIDORES


Pouco conhecido pelas gerações atuais, o nome Efigênio S Vitor era definido pelos que com ele conviveram como um espírita militante e sumamente devotado à causa d Evangelho. Desencarnado em 1953, ressurgiu meses depois através da mediunidade de Chico Xavier, nos trabalhos do Centro Espírita Luiz Gonzaga, tendo sido gravadas suas manifestações posteriormente inseridas nos livros INSTRUÇÕES PSICOFÔNICAS e VOZES DO GRANDE ALÉM. Sacia através delas algumas curiosidades que ele mesmo acalentava enquanto encarnado. Numa das participações oferta-nos uma ideia da organização das atividades mantidas numa Casa Espírita, pelos Espíritos que nela trabalham. Reproduzimos a seguir uma parte de sua descrição: - Qual ocorre aos demais santuários de nossa fé, orientados pelo devotamento ao bem, junto aos quais o Plano Superior mantém operosas e abnegadas equipes de assistência, nossa casa, consagrada à Espiritualidade, é hoje um pequeno mas expressivo posto de auxílio, erigido à feição de pronto-socorro. Com a supervisão e cooperação de vasto corpo de colaboradores em que se integram médicos e religiosos, inclusive sacerdotes católicos, ministros evangélicos e médiuns espíritas já desencarnados, além de magnetizadores, enfermeiros, guardas e padioleiros, temos aqui diversificadas tarefas de natureza permanente. Nossa reunião está garantida por três faixas magnéticas protetoras. A primeira guarda a assembleia constituída e aqueles desencarnados que se lhes conjugam à tarefa da noite. A segunda faixa encerra um círculo maior, no qual se aglomeram algumas dezenas de companheiros daqui, ainda em posição de necessidade, à cata de socorro e esclarecimento. A terceira, mais vasta, circunda o edifício, com a vigilância de sentinelas eficientes, porque, além dela, temos uma turba compacta — a turba dos irmãos que ainda não podem partilhar, de maneira mais íntima, o nosso esforço no aprendizado evangélico. Essa multidão assemelha-se à que vemos, frequentemente, diante dos templos católicos, espíritas ou protestantes com incapacidade provisória de participação no culto da fé. Bem junto à direção de nossas atividades, está reunida grande parte da equipe de funcionários espirituais que nos preservam as linhas magnéticas defensivas. À frente da mesa orientadora, congregam-se os companheiros em luta a que nos referimos. E em contraposição com a porta de acesso ao recinto, dispomos em ação de dois gabinetes, com leitos de socorro, nos quais se alonga o serviço assistencial. Entre os dois, instala-se grande rede eletrônica de contenção, destinada ao amparo e controle dos desencarnados rebeldes ou recalcitrantes, rede essa que é um exemplar das muitas que, da vida espiritual, inspiraram a medicina moderna no tratamento pelo eletrochoque. E assim organiza-se nossa casa para desenvolver a obra fraterna em que se empenha, a favor dos companheiros que não encontraram, depois da morte, senão as suas próprias perturbações. Assinalando, de maneira fugacíssima, o setor de nossa movimentação, devemos recordar que, acima da crosta terrestre comum, temos uma cinta atmosférica que classificamos por «cinta densa», com a profundidade aproximada de 50 quilômetros, e, além dela, possuímos a «cinta leve», com a profundidade aproximada de 950 quilômetros, somando 1.000 quilômetros acima da esfera em que vocês presentemente respiram. Nesse grande mundo aéreo, encontramos múltiplos exemplares de almas desencarnadas, junto de variadas espécies de criaturas sub-humanas, em desenvolvimento mental no rumo da Humanidade. Milhões de Espíritos alimentam-se da atmosfera terrestre, demorando-se, por vezes, muito tempo, na contemplação íntima de suas próprias visões e criações, nas quais habitualmente se imobilizam, à maneira da alga marinha que nutre a si mesma, absorvendo os princípios do mar. Meus amigos, para o espírita a surpresa da desencarnação pode ser muito grande, porque além-túmulo continuamos nas criações mentais que nos inspiravam a existência do mundo. O Espiritismo é uma concessão nova do Senhor à nossa evolução multimilenária. Surpreendemos em nossa Doutrina vastíssimo campo de libertação, mas também de responsabilidade profunda, e o maior trabalho que nos compete efetuar é o de nosso próprio burilamento interior, para que não estejamos vagueando nas trevas das horas inúteis, pois somente aqueles que demandam a morte, sustentando maiores valores de aperfeiçoamento próprio, é que se ajustam sem sacrifício à própria elevação. Reportando-nos à experiência religiosa, poucos padres aqui continuam padres, poucos pastores prosseguem pastores e raros médiuns de nossas formações doutrinárias continuam médiuns, porquanto os títulos de serviço na Terra envolvem deveres de realização dos quais quase sempre vivemos em fuga pelo vício de pretender a santificação do vizinho, antes de nossa própria melhoria, em nos referindo à construção moral da virtude. A morte é simplesmente um passo além da experiência física.

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