Os alarmantes índices de suicídio nos tempo que
correm precisam ser revertidos. Todos os meios possíveis devem ser tentados
alertar as pessoas sobre o componente espiritual nos processos que culminam nos
gestos radicais. No expressivo acervo constituídos pelas cartas recebidas por
Chico Xavier nas reuniões publicas de Uberaba, MG, provam isso. Dele destacamos
alguns exemplos que confirma a influência de Espíritos obsessores em muitos
casos. A seguir alguns exemplos: 1- Tudo
se me refez na memória. Um telefonema que me deixou indisposta e a ideia que eu
nunca deveria ter alimentado chegando, aos poucos, a me repletar o cérebro de
resoluções lamentáveis. Dez minutos para as três horas da tarde, procurei
certificar-me de que poderia agir sem a presença de quem quer que fosse e, como
que amedrontada, diante de mim mesma, consegui a chave que me daria acesso à
arma com a qual me anulei no quarto. Não sei até hoje que forças desumanas
teriam possuído o meu ser... Recordo-me que chegava a
sentir pesada mão sobre a minha para que o gatilho não falhasse. Cai,
descontrolada, mas ainda escutava os rumores de casa, quando ouvi as vozes da
Mônica...Claudia Pinheiro Galassi, 18 anos 2- ...
Não julguem que tivesse usado minhas mãos no suicídio. Havia tido contratempos
no namoro, mas isso não era bastante para que me arrojasse a esse gesto
infeliz. Sentira, na antevéspera do dia 4, uma grande dor de cabeça e quis
afogar em alívio o meu pensamento com alguns comprimidos, que não mais me
lembro quanto ao nome. Minhas ideias estavam embaralhadas... Parecia estar numa
nuvem que me transportava para lugar nenhum... Não sei como foram alteradas as
minhas ideias... No quarto, li cadernos ou tentei ler alguma coisa de que não
sabia o sentido... As horas estavam diferentes para mim... Um impulso, que não compreendo até hoje, me levou a encontrar
a arma, com a qual fiquei refletindo na vida e na morte... Seria aquele
objeto um portador da morte em si? Perguntava a mim mesmo... Sem avaliar o
perigo em que me achava, recordei os casos das roletas russas assim chamadas...
Haveria uma bala determinada para cada pessoa em casos desses? Desconheço porque levei a arma a altura da cabeça, sem
qualquer ideia de fugir da vida... Os pensamentos faziam um turbilhão no meu
cérebro... Sentia-me tonto, descontrolado... Não tenho a ideia de haver puxado
o gatilho, mas a verdade é que caí desamparado, acometido me absorvi de
todo. Lincoln Goes Prata, 17 anos 3- Ainda
não sei que força me tornou naquela quarta-feira. Tive a ideia de que uma
ventania me abraçava e me atirava fora pela janela. Certamente devia mobilizar
minha vontade e impedir que o absurdo daquele momento me enlouquecesse. Obedecia maquinalmente àquela voz que me ordenava projetar-me
no vácuo. Quis recuar, mudar o sentido da situação, não consegui. Nunca
imaginaria que tanto sofrimento se seguiria ao meu gesto. Renata Zacaro, 18
anos. 4- Creia
que amanheci naquela terça-feira, quatro de maio, pensando em descobrir como
iria encontrar um presente para o seu carinho no Dia das Mães. Pensava nas
aulas, em minha professora Juvercídia e procurava concentrar-me nos livros para
estudar; entretanto, quando vi o veneno, a força
estranha me tomou o pensamento. Avancei para o suicídio quase sem conhecimento,
embora muitas vezes não ocultasse o desejo de morrer. Tudo sem motivo,
sem base.(...) A princípio, me vi numa nuvem com a garganta em fogo e uma dor
que não parecia ter fim. Talvez exagerasse as coisas que eu sentia, talvez
guardasse impressões da vida que eu não devia guardar. O que é mais doloroso é
que provoquei a morte do corpo, sem razão. Lucia Ferreira, 16 anos 5- Ideias lamentáveis pareciam maribondos em meu cérebro, sugerindo-me
pusesse termo à existência de rapaz errante, em busca de um emprego que não
aparecia. Deixei-me invadir por aqueles pensamentos amargos, quando me falaram
de almoço. Antes que me retirasse do trabalho, alvejei o meu próprio coração
com um tiro certo. Lembro-me de que o papai
correu para mim estirado no piso e, na suposição de que me faria viver, fez a
respiração boca-a-boca, recebendo o meu próprio sangue que lhe atingiu a
garganta. Arrependi-me de tanto mal praticado contra mim, no entanto era tarde.
Aquele gesto de meu pai me mostrava quanto amor dispunha eu no coração de meu
pai e de minha mãe, porém foi em vão que desejei levantar os braços para se rum
menino de novo naquele colo paternal de homem bom que não vacilava em livrar-me
de qualquer sufocação, trazendo para a boca que me beijara, tantas vezes em
criança, o sangue do filho crescido que se fizera ingrato perante aqueles que
mais me queriam na Terra. Sei que entrei num pesadelo em que via o meu próprio
sangue a rolar do peito como se aquele filete rubro não tivesse recursos de
terminar. Wladimir Ranieri, 24 anos
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