Allan Kardec décadas antes do
resultado do estudo relatado pelo engenheiro norte americano Edwin
Houston deixara escrito que “o pensamento é o
atributo característico do Ser Espiritual; é ele que distingue o Espírito da
matéria; sem o pensamento o Espírito não seria Espírito” (RE; 12/ 1864) e que “pensamento não está no cérebro, como não está na caixa
craniana”. A
apresentação dos resultados do estudo do pesquisador data de março de 1892,
disponibilizado pelo também Engenheiro Albert de Rochas nas notas do seu EXTERIORIZAÇÃO DA SENSIBILIDADE. Na sequencia algumas das considerações
para reflexões até para avaliarmos outras informações oferecidas por Allan
Kardec em suas obras sobre as múltiplas repercussões
do pensamento nas realidade objetiva e subjetiva em meio às quais existimos: As operações
psíquicas do cérebro até
aqui têm desafiado toda explicação. Geralmente se está convencido que a sede da
atividade psíquica é o cérebro. Contudo, a maneira
pela qual esse órgão age para produzir, conservar e reproduzir o
pensamento é desconhecida e provavelmente o será sempre. Partindo
desta consideração única, que a operação cerebral ou pensamento,
qualquer que seja o mecanismo exato, é acompanhada de vibrações
moleculares ou atômicas da matéria cinzenta, ou de qualquer
outra matéria desta parte do cérebro, chamada cerebelo, que me
permito propor a seguinte hipótese, para dar conta da telepatia (ação
à distância), do mesmerismo, da transmissão do pensamento, do hipnotismo
e de outros fenômenos conexos. Depois
de haver pedido me concedessem, como "postulatum", a existência
do éter universal, que é geralmente aceita hoje por todos os sábios,
e pensando que esse éter atravessa a matéria, mesmo a mais densa,
tão facilmente quanto a água passa por uma peneira, segue-se que
os átomos ou moléculas do cérebro, que são a causa da operação cerebral,
banham-se completamente no éter. Ora, desde que o éter é um
meio de alta elasticidade e muito móvel, o pensamento, ou operação
cerebral, se acompanhado de vibrações, necessariamente deve
dar origem, no seio do éter, a movimentos ondulatórios tendo por centro
os átomos ou moléculas do cérebro. Em outros termos, o ato do pensamento,
ou operação cerebral, exige um gasto de energia, porque, necessariamente,
supõe a movimentação dessas partículas atômicas ou moleculares
do cérebro, cuja existência admitimos. A
natureza exata desses movimentos que, por hipótese, acompanham
um estado ativo do cérebro, deve necessariamente permanecer
desconhecida, enquanto ignorarmos a natureza exata do mecanismo
que é posto em movimento. Mas se um cérebro em atividade
desenvolve pensamento, porque algo é posto em movimento, segue-se
naturalmente que um cérebro absolutamente livre de produzir pensamento
deve estar em repouso, no que se refere a esse gênero de movimento.
Uma libertação absoluta de pensar, num cérebro são, é, provavelmente,
um estado que existe raramente. Parece
resultar da facilidade com que esta curiosa função do cérebro, chamada memória,
o põe em estado de lembrar facilmente as particularidades
passadas, que as células da matéria cinzenta, ou outra do
cérebro, que concorrem à produção do pensamento, podem ser levadas
a entrar em certos grupamentos ou em certas relações umas com
as outras. Graças à contínua repetição de certas ordens de pensamentos,
como no estudo ou nas observações repetidas, os movimentos
particulares, necessários à reprodução desse pensamento, provavelmente
recebem um vinco ou uma tendência a formar grupamentos
mais ou menos permanentes. Assim, pois quando o cérebro
é posto em movimento e, de qualquer maneira, tocado como um
instrumento, esses movimentos se produzem e certas lembranças despertam. Como
se podem produzir tais movimentos? A resposta certa parece
ser que se manifestem sob a dupla influência de dentro e de fora.
Pode bem ser que o afluxo do sangue num cérebro em atividade - o
fato é bem notório - que acompanha toda operação cerebral ativa, não
seja apenas destinado a nutrir e reconstituir esse órgão, mas também
a lhe fornecer a força puramente mecânica, que não tem senão
que agir sobre esse instrumento tão maravilhosamente concedido
para despertar os pensamentos cuja impressão já recebeu, ou
para fazer julgar as combinações novas, que jamais se lhe tinham apresentado. (...). Seja
qual for a origem dessas vibrações ou a maneira por que são excitadas,
é preciso um dispêndio de força para as produzir e, como o reconhecerá
de boa vontade a pessoa que pensa, esse dispêndio de força
acarreta, muitas vezes, um considerável esforço nervoso. energia
cerebral, ou energia gasta, como acabamos de o dizer, para
produzir o pensamento, é dissipada quando se comunicam movimentos
ondulatórios ao éter ambiente, e esses movimentos se espalham
em todas as direções, partindo do cérebro, por exemplo, para
os olhos. Sem
dúvida não há provas absolutas da existência das vibrações moleculares
ou atômicas das partículas do cérebro, cuja existência admito.
Contudo, esse movimento não é improvável e, mesmo, certos fatos,
conhecidos pelos médicos, estão longe de estar em desacordo com
esta hipótese.
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