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quinta-feira, 24 de agosto de 2017

OUVINDO O PROFESSOR

O professor José Benevides Cavalcante cujos escritos foram objeto de apreciação dias atrás, está de volta. Na sequencia, oferece suas respostas para mais algumas dúvidas interessantes. 1- Toda vez que vou ler um livro espírita sinto sono e começo a bocejar; mas depois que abandono o livro percebo que não tenho mais sono. Será que isso é devido a influência de espíritos que não querem que eu leia livro espírita? Embora estejamos conscientes de que os Espíritos interagem conosco nas atividades do dia-a-dia, não é de bom senso atribuirmos somente a eles tudo que nos acontece de indesejável. Os crentes costumam fazer o mesmo com o demônio, numa tentativa de tirar a responsabilidade das pessoas e convertê-las de autoras em vítimas. Portanto, cuidado!... Ler é uma atividade que, para quem não tem o costume, torna-se monótona e cansativa por exigir silêncio e concentração. A própria escola - que não consegue estimular essa prática nos alunos - deu-lhe a conotação de castigo, tornando-a enfadonha. Assim, os estudantes também dormem sobre os livros porque, no fundo, não querem estudar, embora tenham interesse em ser aprovados. O sono passa, então, a ser uma desculpa muito bem engendrada, talvez inconsciente, para não se dedicar à atividade. Portanto, se você quiser realmente ler livros espíritas e se propuser a isso, com certeza, vai conseguir e muito bem. Não é preciso ler muito.  Leia pouco, mas leia bem. Pessoas, que não estão habituadas à leitura, devem exercitar a atividade com critério e dentro de uma dosagem adequada à sua capacidade de concentração. Não adianta querer ler metade de um livro de uma vez, quando a sua capacidade inicial só se presta a algumas páginas por dia. Vá devagar, mas não pare. Se você estabelecer um mínimo para ler diariamente, alcançará seu intento com relativa facilidade . Mas tenha sempre uma meta definida. Convença-se de que, primeiramente, a leitura depende de você, de sua força de vontade ( e por que não dizer, da vontade de fazer força) e só, depois, de outras influências que, se porventura existirem mesmo, perderão paulatinamente seu império sobre você. 2- Quando se dá a primeira comunicação de um Espírito? Ele pode se comunicar logo após o desencarne ou isso só acontece com os Espíritos Superiores? Pelo que sabemos, não existe tempo determinado para um desencarnado dar a sua primeira comunicação, seja ele superior ou não. Cada caso é um caso e depende de muitos fatores. Um Espírito poderá comunicar-se quase que imediatamente após o seu desencarne, se houver interesse e condições para isso, incluindo, evidentemente, a presença de um médium. Há Espíritos que passando para o plano espiritual, mal se dão conta, já estão se comunicando; outros demoram meses, anos e outros, ainda, não se sabe se comunicaram em algum lugar. Em tese, a comunicação depende de vários fatores, como as condições íntimas do Espírito, o interesse, a necessidade, a oportunidade e, pelo que podemos deduzir , o estágio moral em que o Espírito se encontra parece não ter influência quanto ao tempo necessário para sua primeira comunicação. É claro que, em se tratando da primeira comunicação, se ela ocorrer em breve tempo, só poderá se verificar no meio familiar ao desencarnado. 3- É de Albert Einstein este pensamento: “Penso 99 vezes e nada descubro; deixo de pensar, mergulho em profundo silêncio - e eis que a verdade se me revela”. Não estaria o médium Einstein servindo às influências dos Espíritos? É possível. Nós, os espíritas, assim consideramos, pois, como disseram os mentores a Kardec, os Espíritos influem em nossos pensamentos muito mais do que podemos imaginar ( Vide O LIVRO DOS ESPÍRITOS, questão nº459). No entanto, pelo que sabemos, Einstein não cogitava da influência dos Espíritos. Mais de uma vez ele se referiu à intuição como canal de conhecimento, ou seja, referiu-se a essa capacidade anímica e extraordinária do homem de entrar em contato com o conhecimento superior. Albert Einstein era um admirador do Budismo e, certamente, estava convencido de que o conhecimento não se adquire somente pelo uso do raciocínio. Parece que a intuição fazia parte de sua vida e, provavelmente, ele estivesse sendo orientado por Espíritos dedicados ao progresso da ciência humana, sem que o soubesse. Contudo, prezado leitor, devemos tomar cuidado para não atribuirmos somente aos desencarnados o mérito pelos grandes feitos, como se os Espíritos fossem seres divinos e os homens seres inferiores. Não devemos nos esquecer de que eles já estiveram encarnados e que os homens também são Espíritos e, igualmente, podem produzir grandes obras ou belos pensamentos, sem que para isso precisem sempre dos Espíritos ou precisem desencarnar. 

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