A mensagem foi recebida na
reunião de 23 de setembro de 1859 através de um médium identificado apenas como
Sr M.R.
e reproduzida na REVISTA ESPÍRITA
edição de dezembro de 1859. O
Espírito que a assina é o grande Imperador romano Júlio Cezar (100 AC a 44 AC)
que faz uma revelação interessante. Em sua mais recente existência na Terra
ostentou o nome de Luiz IX (1240/1270), o 45º Imperador Frances. Um paralelo entre
as duas personalidades demonstra - como ele diz - que as várias existências miseráveis e obscuras
intermediárias arrefeceram suas imperfeições morais. O
tema de seu comentário: A GUERRA. Ante
os rumores da possibilidade de uma guerra de grandes proporções vale lembrar
que o século 20 – bem como a História da Humanidade -, contabilizou dezenas de
Guerras de curta ou longa duração, de maior ou porte que resultaram na morte de
milhões de pessoas, incalculáveis prejuízos materiais além das duas chamadas
Guerras Mundiais. Importante lembrar ainda que na abordagem sobre as LEIS
MORAIS em O LIVRO DOS ESPÍRITOS, Allan Kardec indagando do ESPIRITO
DA VERDADE ouve que o motivo das guerras é “a
predominância da natureza animal sobre a natureza espiritual e satisfação das
paixões”, que ela desaparecerá
quando os homens compreenderem a justiça e praticarem a Lei de Deus,
que o objetivo da Providência tornando a guerra necessária é a
liberdade é o progresso, que apesar disso, o que
suscita a guerra em seu proveito é o verdadeiro culpado e precisará de muitas
existências para expiar todos os homicídios dos quais foi a causa, porque
responderá pelo homem, cada um deles, ao qual causou a morte para satisfazer
sua ambição”. Voltando à
comunicação do Espírito Júlio Cezar, diz Ele: - Até o presente não encarastes a
guerra senão do ponto de vista material; guerras intestinas, guerras de povos
contra povos; nela não vistes mais que conquistas, escravidão, sangue, morte e
ruínas. É tempo de considerá-la do ponto de vista moralizador e progressivo. A
guerra semeia em sua passagem a morte e as ideias. As ideias germinam e
crescem. O Espírito vem fazê-las frutificar depois de se haver retemperado na Vida
Espiritual. Não sobrecarregueis, pois, com vossas maldições, o diplomata que
preparou a luta, nem o capitão que conduziu seus soldados à vitória. Grandes
lutas se preparam: lutas do Bem contra o mal, das trevas contra a luz; lutas do
Espírito de progresso contra a ignorância estacionária. Esperai com paciência,
porquanto nem as vossas maldições, nem os vossos louvores poderão modificar a
vontade de DEUS. Ele saberá sempre manter ou afastar
seus instrumentos do teatro dos acontecimentos, conforme tenham cumprido a sua
missão ou dela abusado, para servir a seus pontos de vista pessoais, do poder
que tiverem adquirido por seu sucesso. Tendes o exemplo do César
moderno (certamente se refere a Napoleão que de
soldado chegou ao Poder máximo na França e que pelo desvirtuamento de sua
tarefa enfrentou dois exílios compulsórios e sucessivos) e o meu. Por várias existências
miseráveis e obscuras, tive de expiar minhas faltas, tendo vivido pela última
vez na Terra sob o nome de Luís IX. Júlio César
Compartilhamento de informações reveladoras disponibilizadas pelo Espiritismo ampliando nosso nivel cultural
faça sua pesquisa
quinta-feira, 28 de setembro de 2017
terça-feira, 26 de setembro de 2017
UMA VISÃO LOGICA
Tema sempre
instigante, afinal todos vivenciam experiências ainda não explicadas de modo
satisfatório pelas áreas da ciência que dele se ocupa. A Doutrina Espírita, com
meio século de antecedência do surgimento do clássico livro do Psiquiatra austríaco
Freud já dava sua contribuição sobre a questão. Na sequência alguns pontos
apreciados por Allan Kardec e pelo Espírito André Luiz.. 1-O Espiritismo tem uma visão
original sobre o sonho. Qual é? Os sonhos
são o resultado da emancipação da alma, que se torna mais independente pela
suspensão da vida ativa e de relação. Daí uma espécie
de clarividência indefinida, que se estende aos lugares os mais
distantes ou que jamais se viu, e algumas vezes mesmo a outros mundos. Daí também a lembrança que retraça na
memória os acontecimentos verificados na existência presente ou nas existências
anteriores. A extravagância
das imagens referentes ao que se passa ou se passou em mundos
desconhecidos entremeadas de coisas do mundo atual formam esses conjuntos
bizarros e confusos que parecem não ter senso nem nexo. A
incoerência dos sonhos ainda se explica pelas lacunas decorrentes da lembrança
incompleta do que nos apareceu no sonho. Tal como um relato ao qual se tivessem
truncado frases ou partes de frases ao acaso: os fragmentos restantes sendo
reunidos perderiam toda significação racional. (LE,
402) 2-- O afastamento
durante o sono físico é pleno? Durante
a encarnação, o Espírito jamais se acha completamente separado do corpo;
qualquer que seja a distância a que se transporte, conserva-se preso sempre
àquele por um laço fluídico que serve para fazê-lo voltar à prisão corpórea,
desde que a sua presença ali se torne necessária. Esse laço só a morte o rompe. 3- É necessário o
sono completo, para a emancipação do Espírito? Não.
O Espírito recobra a sua liberdade quando os sentidos se entorpecem; ele
aproveita para se emancipar, todos os instantes de descanso que o corpo
lhe oferece. Desde
que haja prostração das forças vitais, o Espírito se desprende, e quanto
mais fraco estiver o corpo, mais o Espírito estará livre. É
assim que o cochilar, ou um simples entorpecimento dos sentidos, apresenta
muitas vezes as mesmas imagens do sonho. (LE,407) 4-Essa reação é igual para todas as criaturas humanas? Na
maioria das situações, a criatura, tem a mente como que voltada para si mesma,
em qualquer expressão de descanso, tomando o sono para claustro tranquilo das impressões
que lhe são agradáveis, qual criança que, à solta, procura simplesmente o
objeto de seus caprichos. Nesse ensejo, configura na onda
mental que lhe é característica as imagens com que se acalenta, sacando da
memória a visualização dos próprios desejos, imitando alguém que improvisasse
miragens, na antecipação de acontecimentos que aspira a concretizar. Atreita ao narcisismo, tão
logo demande o sono, quase sempre se detém justaposta ao veículo físico,
entregando-se à volúpia mental com que alimenta os próprios impulsos afetivos,
enquanto a máquina se refaz. Ensimesmada, a alma, usando
os recursos da visão profunda, localizada nos fulcros do diencéfalo, e
plenamente desacolchetada do corpo carnal, por temporário desnervamento, não
apenas se retempera nas telas mentais com que preliba
satisfações distantes, mas experimenta de igual modo o resultado dos próprios
abusos, suportando o desconforto das vísceras destratadas por ele mesmo ou a
inquietude dos órgãos que desrespeita, quando não padece a presença de remorsos
constrangedores, à face dos atos reprováveis que pratica, porquanto ninguém se
livra, no próprio pensamento, dos reflexos de si mesmo. Qual ocorre no animal de
evolução superior, no homem de evolução positivamente inferior o desdobramento
da individualidade, por intermédio do sono, é quase que absoluto estágio de
mero refazimento físico. No primeiro, em que a
onda mental é simplesmente fraca emissão de forças fragmentárias, o sonho é
puro reflexo das atividades fisiológicas. No
segundo, em que a onda mental está em fase iniciante de expansão, o sonho, por
muito tempo, será invariável ação reflexa de seu próprio mundo consciencial ou
afetivo. Evolui, no entanto, o
pensamento na criatura que amadurece, espiritualmente, através da repercussão. (MM )
domingo, 24 de setembro de 2017
O ESPIRITISMO E O SEXO
Polemicas e discussões acaloradas em torno da cura
das chamadas inversões na área da sexualidade circunscrevem-se mais aos efeitos
que as prováveis causas. O Espiritismo já na sua origem oferece bases para pelo
menos reflexões mais objetivas sobre a questão. Na sequencia alguns pontos para
embasar estudos mais aprofundados em torno da questão:1- Os
Espíritos encarnam nos diferentes sexos; aquele que foi homem, poderá renascer
mulher e aquele que foi mulher poderá renascer homem, a fim de realizar os
deveres de cada uma dessas posições, e sofrer-lhes as provas. 2- Sofrendo
o Espírito encarnado a influência do organismo, seu caráter se modifica
conforme as circunstâncias e se dobra às necessidades e exigências impostas
pelo mesmo organismo. Esta influência não se apaga imediatamente após a
destruição do invólucro material, assim como não perde instantaneamente os
gostos e hábitos terrenos. 3- Percorrendo uma série de
existências no mesmo sexo, conserva durante muito tempo, no estado de Espirito,
o caráter de homem ou de mulher, cuja marca nele ficou impressa. 4- Se esta influência se repercute da vida
corporal para a espiritual, o mesmo se dá quando o Espírito passa da vida
espiritual para a corporal. Numa nova encarnação trará o caráter e as
inclinações que tinha como Espírito. Se for avançado, será um homem avançado;
se for atrasado, será um homem atrasado. Mudando de sexo, poderá então, sob
essa impressão e em sua encarnação, conservar os gostos, inclinações e o
caráter inerente ao sexo que acaba de deixar. Assim se explicam certas
anomalias aparentes, notadas no caráter de certos homens e de certas mulheres. 5- Não
existe diferença entre o homem e a mulher, senão no organismo material, que se
aniquila com a morte do corpo. Mas, quanto ao Espírito, à alma, o Ser
essencial, imperecível, ela não existe, porque não há duas espécies de almas. 6- A sede
real do sexo não se acha, no veículo físico, mas sim na entidade
espiritual em sua estrutura complexa. 7- O sexo é mental em seus impulsos e
manifestações. 8- Além
da trama de recursos somáticos, a alma guarda a sua individualidade sexual
intrínseca, a definir-se na feminilidade ou masculinidade, conforme os
característicos acentuadamente passivos ou claramente ativos que lhe sejam
próprios. 9- A energia natural do sexo, inerente à
própria vida em si, gera cargas magnéticas em todos os seres, pela
função criadora de que se reveste, caracterizadas com potenciais nítidos de
atração no sistema psíquico de cada um. 10- O
instinto sexual não é apenas agente de reprodução, mas reconstituinte
de forças espirituais, pelo qual as criaturas encarnadas ou
desencarnadas se alimentam mutuamente, na permuta de raios
psíquico-magnéticos necessários ao seu progresso. 11- O
Espírito reencarna em regime de inversão sexual, como pode renascer em
condições transitórias de mutilação ou cegueira. Isso
não quer dizer que homossexuais ou intersexos estejam em posição, endereçados
ao escândalo ou à viciação, como aleijados e cegos não se encontram na inibição
ou na sombra para serem delinquentes. 12- O
conceito de normalidade ou anormalidade são relativos. Se
a cegueira fosse a condição da maioria dos Espíritos reencarnados na Terra, o
homem que pudesse enxergar seria positivamente minoria e exceção. 13- Ações praticadas contra pessoas do sexo
oposto na busca de prazer a qualquer preço, impõem além
da morte a desorganização mental do causador
manifestada através da alienação mental
exigindo para seu reequilíbrio muitas vezes pela intervenção os
Agentes da Lei Divina, reencarnações compulsórias renascendo em corpo inversos às suas
características momentâneas de masculinidades ou feminilidade, para que no
corpo inverso, no extremo desconforto íntimo, aprenda
a respeitar o semelhante lesado. 14- A inversão
também ocorre por iniciativa daqueles que, valendo-se da renúncia
construtiva para acelerar o passo no entendimento da vida e do progresso
espiritual no intuito de operarem com
mais segurança e valor o acrisolamento moral de si mesmos ou na execução de
tarefas especializadas, através de estágio perigosos de solidão, em favor do
campo social da Terra 15-
Masculinidade ou feminilidade totais são inexistentes na
personalidade humana, do ponto de vista psicológico, visto que homens e
mulheres, em Espírito, apresentam certa percentagem de característicos viris ou
feminis em cada indivíduo, o que não assegura possibilidades de comportamento
íntimo normal para todos, segundo a conceituação de normalidade que a maioria
dos homens estabeleceu para o meio social. 16- Homens
e mulheres podem nascer homossexuais ou intersexos, seja como expiação ou em
obediência a tarefas específicas –, como são suscetíveis de tomar o veículo
físico na condição de mutilados ou inibidos em certos campos de manifestação
para melhorar-se e nunca sob a destinação do mal. 17- A
Terra, pouco a pouco, renovará princípios e conceitos, diretriz e legislação,
em matéria de sexo, sob a inspiração da ciência, que situará o problema das
relações sexuais no lugar que lhe é próprio .
quinta-feira, 21 de setembro de 2017
A QUESTÃO DAS CURAS NA LÓGICA DE ALLAN KARDEC
Resultados obtidos na área
da saúde por algumas pessoas através da assistência oferecida por alguns
médiuns ou Centros Espiritas surpreendem e intrigam os que deles tomam
conhecimento. Será verdade ou possível? Na sequencia em texto incluído na edição
de março
de 1868 da REVISTA ESPÍRITA,
o esclarecimento do Espiritismo: Consideradas unicamente do ponto de vista
fisiológico, as doenças têm duas causas, que até hoje não foram distinguidas, e
que não podiam ser apreciadas antes dos novos conhecimentos trazidos pelo
Espiritismo. É da diferença destas duas causas que ressalta a possibilidade das
curas instantâneas, em casos especiais, e não em todos. Certas moléstias têm
sua causa original na própria alteração dos tecidos orgânicos; é a única que a
Ciência admite até hoje. E como, para a remediar, não conhece senão as substâncias
medicamentosas tangíveis, não compreende a ação de um fluido impalpável, tendo
a vontade como propulsor. Entretanto, aí estão os curadores magnéticos para
provar que não é uma ilusão. Na cura das doenças desta natureza, pelo influxo
fluídico, há substituição das moléculas orgânicas mórbidas por moléculas
sadias. É a história de uma velha casa, cujas pedras carcomidas são
substituídas por boas pedras; tem-se sempre a mesma casa, mas restaurada e
consolidada. (...) A substância fluídica produz um efeito análogo ao da
substância medicamentosa, com esta diferença: sendo maior a sua penetração, em
razão da tenuidade de seus princípios constituintes, age mais diretamente sobre
as moléculas primeiras do organismo do que o podem fazer as moléculas mais
grosseiras das substâncias materiais. Em segundo lugar, sua eficácia é mais
geral, sem ser universal, porque suas qualidades são modificáveis pelo
pensamento, enquanto as da matéria são fixas e invariáveis e não podem aplicar-se senão em determinados casos. Tal é, em tese geral, o princípio
sobre o qual repousam os tratamentos magnéticos. Acrescentemos sumariamente, e
de memória, já que não podemos aprofundar aqui o assunto, que a ação dos
remédios homeopáticos em doses infinitesimais, é baseada no mesmo princípio; a
substância medicamentosa, levada pela divisão ao estado atômico, até certo
ponto adquire as propriedades dos fluidos, menos, todavia, o princípio anímico,
que existe nos fluidos animalizados e lhes dá qualidades especiais. Em resumo,
trata-se de reparar uma desordem orgânica pela introdução, na economia, de
materiais sãos, substituindo materiais deteriorados. Esses materiais sãos podem
ser fornecidos pelos medicamentos ordinários in natura; por esses mesmos
medicamentos em estado de divisão homeopática; enfim, pelo fluido magnético,
que não é senão matéria espiritualizada. São três modos de reparação, ou
melhor, de introdução e de assimilação dos elementos reparadores; todos os três
estão igualmente na Natureza, e têm sua utilidade, conforme os casos especiais,
o que explica por que um tem êxito onde outro fracassa, porquanto seria
parcialidade negar os serviços prestados pela medicina ordinária. Em nossa opinião,
são três ramos da arte de curar, destinados a se suplementarem e a se
completarem, conforme as circunstâncias, mas dos quais nenhum tem lastro para
se julgar a panacéia universal do gênero humano. Cada um desses meios poderá,
pois, ser eficaz, se empregado a propósito e adequado à especialidade do mal;
mas, seja qual for, compreende-se que a substituição molecular, necessária ao
restabelecimento do equilíbrio, não pode operar-se senão gradualmente, e não
por encanto e por um golpe de batuta; se possível, a cura só pode ser o
resultado de uma ação contínua e perseverante, mais ou menos longa, conforme a
gravidade dos casos. Entretanto, as curas instantâneas são um fato, e como não
podem ser mais miraculosas que as outras, é preciso que se realizem em
circunstâncias especiais. O que o prova é que não se dão indistintamente para
todas as doenças, nem para todos os indivíduos. É, pois, um fenômeno natural,
cuja lei deve ser buscada. Ora, eis a explicação que se lhe dá; para a
compreender, era preciso ter o ponto de comparação que acabamos de estabelecer.
Certas afecções, mesmo muito graves e passadas ao estado crônico, não têm como
causa primeira a alteração das moléculas orgânicas, mas a presença de um mau
fluido que, a bem dizer, as desagrega, perturbando a sua economia. Sucede aqui
como num relógio, em que todas as peças estão em bom estado, mas cujo movimento
é parado ou desregulado pela poeira; nenhuma peça deve ser substituída e,
contudo, ele não funciona; para restabelecer a regularidade do movimento basta
expurgar o relógio do obstáculo que o impedia de funcionar. Tal é o caso de
grande número de doenças, cuja origem é devida aos fluidos perniciosos de que é
penetrado o organismo. Para obter a cura, não são moléculas deterioradas que
devem ser substituídas, mas um corpo estranho que se deve expulsar;
desaparecida a causa do mal, o equilíbrio se restabelece e as funções retomam
seu curso. Concebe-se que em semelhantes casos os medicamentos terapêuticos,
destinados, por sua natureza, a agir sobre a matéria, não
tenham eficácia sobre um agente fluídico; por isso a medicina ordinária é
impotente em todas as moléstias causadas por fluidos viciados, e elas são
numerosas. À matéria pode-se opor a matéria, mas a um fluido mau é preciso opor
um fluido melhor e mais poderoso. A medicina terapêutica naturalmente falha
contra os agentes fluídicos; pela mesma razão, a medicina fluídica falha onde é
preciso opor a matéria à matéria; a medicina homeopática nos parece ser o intermediário,
o traço de união entre esses dois extremos, e deve particularmente triunfar nas
afecções que poderiam chamar-se mistas.
terça-feira, 19 de setembro de 2017
DOIS TEMAS IMPORTANTES
Leitores enviam suas dúvidas
e o professor José Benevides Cavalcante as
esclarece. 1- ELIAS E JOÃO BATISTA Ouvi de um padre que a afirmação de que João
Batista é Elias nada tem a ver com a reencarnação, pois, no caso, Elias estaria
representando apenas o papel de profeta, que também coube a João Batista. Jesus
estaria usando uma linguagem figurada, referindo-se não à pessoa de Elias, mas
ao papel que representou. Compreendemos e respeitamos a opinião do
sacerdote, e nem poderia ser diferente sua posição. Mas, se compulsarmos os
Evangelhos, vamos perceber que as figuras de João e de Jesus causaram no povo
grandes especulações. Profetas, como Jeremias, haviam anunciado a vinda de um
Messias e o povo sofrido aguardava ansioso o surgimento desse libertador que
viria extirpar seu sofrimento. Havia vagas noções a respeito da volta à vida, o
que era entendido mais comumente como ressurreição - uma crença que os hebreus
herdaram dos persas, no período pós-exílio, de 539 a 300 a.C.. Por isso, sem
maiores conhecimentos, apenas amparados pela fé, alguns diziam que João Batista
era Elias ressuscitado. Depois que João morreu, chegaram a levantar a hipótese
de que Jesus era o João ressuscitado, ou mesmo Elias, ou até Jeremias, ou
outros profetas, conforme podemos ler nos escritos de Mateus, Marcos e Lucas.
Conta Mateus ( capítulo 11) que, quando João estava na prisão, enviou dois
discípulos a Jesus para confirmar se ele, Jesus, era o messias anunciado, e
Jesus afirmou, entre outras coisas, que João “é o Elias que há de vir”, e ainda
acrescentou: “quem ouvidos para ouvir, ouça”. É evidente, portanto, que se
falava de pessoas concretas e reais e que João, segundo a opinião de Jesus, era
a mesma pessoa que Elias; só que entre essas duas personalidades havia um
espaço de cerca de 900 anos, que o corpo de João não podia ser o de Elias, pois
João era filho de Izabel e Zacharias, conhecido desde criança, conforme Lucas,
capítulo 1. Um aspecto importante, que salta aos olhos dos que estudam
detidamente os Evangelhos, é o fato de que Jesus não questionava os dogmas
religiosos e parece que não gostava muito de entrar nesse tipo de discussão.
Raras vezes o fêz. Estava preocupado, sim, com a sua doutrina moral, com a
mudança interior do homem. Por isso, tratou de leve esse e outros assuntos e de
acordo com a compreensão do povo, pois, do contrário, não teria tempo e nem
tampouco seria ouvido. Veja “REENCARNAÇÃO
NA BÍBLIA” de Herminio C. Miranda e “REENCARNAÇÃO,
O ELO PERDIDO DO CRISTIANISMO” de Elizabeth Clare Prophet. 2- INVEJA É verdade que, quando uma pessoa tem inveja
da gente, ela passa um fluido negativo, aquilo que se conhece por “mau olhado”.
Existe alguma verdade nisso? Para o Espiritismo, o pensamento é um
componente natural que exerce alguma ação e pode produzir ou não o resultado
desejado. No caso da inveja depende de uma série de fatores, mas depende
fundamentalmente das defesas naturais daquele contra quem o mau pensamento foi
desferido. Todos nós estamos mais ou menos expostos a diversos tipos de agentes
invisíveis, físicos ou mentais, que podem atingir o corpo ou o Espírito, que
podem provir tanto do meio que nos cerca, dos encarnados, quanto dos
desencarnados. O “orai e vigiai” de Jesus é uma recomendação sensata para não
nos expormos demasiadamente a esse tipo de investida gratuita que pode nos
ferir, e o preventivo essencial é, sem dúvida, o amor, a prática do Bem, a vida
reta. Mas, ao contrário do que muita gente pensa, o principal alvo da inveja
não é a vítima, mas, sim, o autor. O invejoso é, por assim dizer, um dos
maiores sofredores do mundo, porque a inveja é um sentimento que vai da
intranqüilidade à insatisfação, da inconformação à revolta, deixando profundas
marcas de amargura no coração e podendo, até mesmo, influir negativamente no
equilíbrio orgânico, provocando-lhe distúrbios funcionais. A pessoa, ao sentir
inveja de alguém, nada mais faz do que reconhecer a sua própria infelicidade,
colocando-se, sem o querer, num patamar inferior. Sofre intensamente o orgulho
ferido, deixandose arrastar por um impulso incontrolável de rebeldia ( não
propriamente contra o outro, mas contra si mesma), o que lhe vai causar mais
uma ferida na alma, porta aberta a todo tipo de agente mental pernicioso,
inclusive a obsessão.
domingo, 17 de setembro de 2017
APRENDIZADO...
sexta-feira, 15 de setembro de 2017
SUICÍDIO - UM DRAMA ÍNTIMO APRECIAÇÃO MORAL
Notícia publicada em
periódico de grande circulação na França, foi objeto de análise de Allan
Kardec no número de fevereiro de 1864 da REVISTA ESPÍRITA por envolver fato de extrema gravidade: um suicídio. “Eis a história. Ele era um velho de setenta
e dois anos; ela, uma jovem de vinte. Haviam casado há três anos... Não vos
revolteis! o velho Conde, originário de Viterbo, era absolutamente sem família,
o que é muito estranho para um milionário! Amália não era sem família, mas
antes sem milhões. Para compensar as coisas, quase a tendo visto nascer,
sabendo-a de bom coração e de espírito encantador, ele tinha dito à mãe:
‘Deixai-me paternalmente casar com Amália; durante alguns anos ela cuidará de
mim; e depois...’ “Fez-se o casamento. Amália compreende os seus deveres; cerca
o velho dos mais assíduos cuidados e lhe sacrifica todos os prazeres de sua
idade. Tendo o Conde ficado cego e quase paralítico, ela passava longas horas
do dia a lhe fazer companhia, leituras, a lhe contar tudo quanto o podia
distrair e encantar. ‘Como sois boa, minha cara filha!’, exclamava ele muitas
vezes, tomando-lhe as mãos e atraindo-a para depor sobre sua fronte o casto e
doce beijo da ternura e do reconhecimento. “Entretanto, um dia notou que Amália
se afasta de sua pessoa; que, embora sempre assídua e cheia de solicitude,
parece temer sentar-se ao seu lado. Uma suspeita lhe atravessa o Espírito. Uma
noite, quando ela fazia a leitura, ele lhe agarra o braço, a atrai para si e
enlaça-lhe a cintura; então, soltando um grito terrível, cai desmaiado aos pés
da jovem! Amália perde a cabeça; lança-se para a escada, atinge o andar mais
alto da casa, precipita-se pela janela e cai despedaçada. O velho não
sobreviveu mais que seis horas a esta catástrofe”. Partindo do relato,
Kardec pondera: - Haverão de perguntar que relação pode ter esta história com o
Espiritismo. Vê-se aí a intervenção de alguns Espíritos maliciosos? (...) O
Espiritismo vê duas vítimas. (...) Vê um suicídio; e como sabe que esse crime é
sempre punido, pergunta qual o grau de responsabilidade em que incorre aquele
que o cometeu. O Espiritismo toca em
todas as questões morais. (...) Já que o fato foi tornado público, é permitido
apreciá-lo. (...) Para o espírita, ela tem um lado mais sério, pois aí busca um
ensinamento. Então perguntaremos se, na ação do velho, não haveria mais egoísmo
que generosidade ao submeter uma moça, quase criança, à sua caducidade, por
laços indissolúveis, numa idade em que, antes, deveria pensar no recolhimento,
e não nos prazeres da vida? Se, impondo-lhe esse duro sacrifício, não era
fazê-la pagar bem caro a fortuna que ele lhe prometera? Não há verdadeira
generosidade sem desinteresse. Quanto à jovem, não podia aceitar esses laços
senão com a perspectiva de os ver rompidos em breve, já que nenhum motivo de
afeição a ligava ao velho. Havia, pois, cálculo de ambos os lados e esse
cálculo foi frustrado; Deus não permitiu que nenhum deles o aproveitasse,
infligindo a desilusão a um e a vergonha ao outro, que os mataram a ambos.
Resta a responsabilidade do suicídio, que jamais fica impune, mas que, muitas
vezes, encontra circunstâncias atenuantes. A mãe da moça, para a encorajar a
aceitá-lo, havia dito: “Com esta grande fortuna farás a felicidade do homem pobre
que amares. Enquanto esperas, honra e respeita esse grande coração que quis
fazer-te sua herdeira, durante o tempo que lhe restar de vida.” Era tomá-la
pelo lado sensível; mas, para fruir dos benefícios desse grande coração, que
teria sido muito maior se a tivesse dotado sem interesse, era preciso especular
sobre a duração de sua vida. A jovem errou ao ceder, mas a mãe errou mais em
excitá-la e certamente é a ela que incorrerá a maior parte da
responsabilidade do suicídio da filha. Assim, aquele que se mata para
escapar à miséria é culpado da falta de coragem e de resignação, mas, muito
mais culpado ainda, é o causador primário desse ato de desespero. Eis o que
o Espiritismo ensina, pelos exemplos que põe aos nossos olhos e aos daqueles
que estudam o mundo invisível..
quinta-feira, 14 de setembro de 2017
O PASSE: DICAS E INFORMAÇÕES
Procedimento largamente usado entre praticantes do
Espiritismo, a transfusão de fluidos denominada passe começa a merecer estudos
e discussões que certamente ampliam os conhecimentos a respeito da sua utilidade
e eficiência. Allan Kardec em seus escritos e ponderações antevira a evolução do
tema dizendo que a Teoria do Fluido Cósmico Individualizado em cada Ser
sob o nome de fluido perispiritual, abre campo inteiramente novo para a solução
de uma imensidade de problemas até agora insolúveis. Em outro momento
escreveu que o
Espiritismo, esclarecendo-nos sobre as propriedades dos fluidos que são os
agentes e meios de ação do Mundo Invisível e constituem uma das forças e um dos
poderes da Natureza, nos dá a chave de uma multidão de coisas inexplicadas e
inexplicáveis por qualquer outro meio, e que puderam, nos tempos recuados,
passar por prodígios ou engendrando a superstição. Partindo da sua visão a respeito do FLUIDO
COSMICO UNIVERSAL, considera que os FLUIDOS ESPIRITUAIS são
a matéria do Mundo Espiritual; É a atmosfera dos Seres Espirituais; Está para
as necessidades do Espírito como a atmosfera para as dos encarnados;
Manipulados pelos Espíritos através do Pensamento e da Vontade, são o que a mão
é para o homem. Tendo convivido com os experimentos e das evoluções em
torno dos conceitos do médico Franz Anton Mesmer na questão 71 d’O
LIVRO DOS ESPÍRITOS apresenta as características do FLUIDO VITAL também
chamado fluido elétrico animalizado, fluido magnético, fluido nervoso é uma
modificação do fluido Cósmico Universal.; É a matéria sutil e etérea,
imponderável para nós, sendo princípio de nossa matéria pesada; Dá movimento e
atividade aos seres orgânicos; A quantidade de fluido vital se esgota.; O
fluido vital se transmite de um indivíduo para outro; Os órgãos do corpo estão, por assim dizer,
impregnados de fluido vital, o qual dá a todas as partes do organismo uma
atividade que as une em certas lesões e restabelece as funções momentaneamente
suspensas. A quantidade de fluido vital não é fator absoluto para todos os
seres orgânicos. Varia segundo as espécies e não é fator constante, seja no
mesmo indivíduo, seja nos indivíduos da mesma espécie; Quando os seres
orgânicos morrem, o fluido vital remanescente retorna à massa. Revela a
existência do FLUIDO PERISPIRITUAL que é a expansão do
fluido perispiritual , uma espécie de fio condutor do pensamento; que projeta
raios pela vontade do Espírito, servindo à transmissão do pensamento; insensível, que transmite a sensação ao centro
sensitivo do Espírito; o que faz com que pelo sentido espiritual ou psíquico, as
sensações se generalizam esclarecendo que o Espírito vê, ouve e
sente por todo seu SER, tudo o que se encontra na esfera de irradiação do seu
fluido perispirítico. Oferece inúmeros
esclarecimentos sobre FLUIDO E PENSAMENTO, entre os quais que
pensamentos modificam propriedades dos fluidos, os quais são veículos do
pensamento e que o pensamento do encarnado atua sobre os fluidos
espirituais como o dos desencarnados, e se transmite de Espírito a Espírito
pelas mesmas vias, saneando ou viciando os FLUIDOS ambientes, conforme seja bom
ou mau; FLUIDO E CORPO FISICO dizendo que o corpo é, ao mesmo
tempo, o envoltório e o instrumento do Espírito; a diversidade na maneira de
sentir resulta de uma lei física: a da assimilação e da repulsão de fluidos e
que cada ente humano carrega consigo sua atmosfera fluídica, como o
caracol carrega sua concha deixando essa traços de sua passagem; como uma
esteira luminosa, inacessível aos nossos sentidos no estado de vigília,
servindo contudo aos videntes e aos Espíritos desencarnados, para
reconstituírem os fatos realizados e analisar o motivo que os fez executar. No
tópico FLUIDO E CURA afirma que todo efeito mediúnico, é o
resultado da combinação dos fluidos emitidos por um Espírito e pelo médium; por
essa associação, esses fluidos adquirem propriedades novas que não teriam separadamente,
ou pelo menos não teriam no mesmo grau acrescentando que a
substância fluídica produz um efeito análogo ao da substância medicamentosa,
com a diferença que, sendo maior a sua penetração, em razão da tenuidade de
seus princípios constitutivos, age mais diretamente sobre as moléculas
primeiras do organismo do que o podem fazer as moléculas mais grosseiras das
substâncias materiais; previne que a ação fluídica é
poderosamente secundada pela confiança do doente. No item FLUIDOS
E PASSE elucida que a faculdade de curar pela imposição das mãos
tem, evidentemente, seu princípio numa força excepcional de expansão, mas é
aumentada por diversas causas, entre as quais é necessário colocar em primeira
linha: a pureza de sentimentos, o desinteresse, a benevolência, o ardente
desejo de aliviar, a prece fervorosa e a confiança em Deus, em uma palavra,
todas as qualidades morais. Explica ainda que o encarnado absorve FLUIDOS
pelos poros perispiríticos, como absorve pelos poros do corpo doenças
contagiosas graves, salientando que a mediunidade curadora não
vem suplantar a Medicina e os médicos; vem simplesmente provar a estes últimos
que há coisas que eles não sabem e os convidar a estudá-las; que a natureza tem
recursos que eles ignoram.
segunda-feira, 11 de setembro de 2017
PREVISÕES E OS DINOSSAUROS E A BÍBLIA
O professor José Benevides Cavalcante empresta um pouco mais de seus
conhecimentos para esclarecer duvidas de nossos leitores.1- Em que livro
espírita posso encontrar informações sobre previsão do futuro? Quando isso pode
acontecer e até que ponto posso confiar num médium vidente? As
previsões podem eventualmente acontecer. Não só o Espiritismo afirma isso, mas
a própria Parapsicologia, quando comandada por sérios pesquisadores, já fez
interessantes estudos a respeito com resultados satisfatórios. Joseph Banks
Rhine, quando na Universidade de Duke, na Carolina do Norte, Estados Unidos,
durante décadas estudou o que chamou de “funções psi” (percepções
extra-sensoriais/PES), constatando em experiências de laboratório, com as
cartas Zener, que há certas pessoas propensas a captarem informações de fatos
que ainda não se deram em nossa linha de tempo. O que os Espíritos disseram a
Kardec a respeito encontra-se, principalmente, em O LIVRO DOS ESPÍRITOS, questões 868 a 871, em O LIVRO DOS
MÉDIUNS, capítulo XXVI, ítem 289 e em A
GÊNESE, capítulo XVI, “Teoria da
Presciência”. De um modo geral, o Espiritismo não vê nenhuma utilidade em se
procurar informações sobre o futuro porque, como dizem os Espíritos, se o homem
conhecer o futuro negligenciará o presente. E é o presente que lhe interessa,
até porque o depois vai depender do que fizer agora. Não devemos nos alimentar
de fantasias ou acreditar que há caminhos mágicos que nos levam à felicidade,
como nos contos de fada. Os meios espíritas sérios jamais se prestam a esse
tipo de revelação, nem os Espíritos bons e esclarecidos se envolveriam com algo
nocivo ao desenvolvimento natural do homem. Portanto, não existe essa prática
no Espiritismo e, quando alguma revelação dessa natureza surge, ela vem de
maneira espontânea em qualquer meio ou situação, porque é útil. No tocante ao
“médium vidente”, de que você fala, convém esclarecer que, no meio espírita,
assim denominamos a pessoa que tem capacidade de perceber, além do espaço
físico, os Espíritos ou a dimensão espiritual não perceptível ao homem comum.
Todavia, o termo “vidente”, de uso muito comum hoje em dia, não se refere ao
mesmo médium vidente do meio espírita, mas a pessoas que teriam capacidade de
prever o futuro, como essas que se apresentam na televisão e que fazem
propaganda de suas pretensas faculdades precognitivas para fins exclusivamente
comerciais, as quais, com certeza, nada têm a ver com o Espiritismo nem com o
Movimento Espírita. Quanto ao aspecto de confiabilidade nas informações
apresentadas, basta que você leia com atenção essas referências bibliográficas
de Kardec e tire sua próprias conclusões. 2- Vi na televisão uma
reportagem sobre dinossauros, aqueles animais gigantescos que habitaram a Terra
há milhões de anos e que existiram também no Brasil. Fiquei pensando por que a
Bíblia, que fala na criação do mundo, não fala em dinossauros... A
Bíblia, embora se refira à criação do mundo e dos seres vivos, não poderia se
referir aos dinossauros, porque quando foi escrita não se sabia e nem sequer se
desconfiava da existência desses animais. A visão de mundo que se tinha, então,
era muitíssimo acanhada. A Gênese da Bíblia fala de Adão e Eva como pessoas
iguais a nós, mas não faz nenhuma referência aos ancestrais humanos que nos
antecederam na longa experiência evolutiva de milhões de anos, descobertos
pelos pesquisadores no século XIX, mais de 3.000 anos depois de Moisés. Logo,
Moisés - ou quem escreveu o episódio da criação - estava muito distante desses
conhecimentos e tinha outra visão de mundo e outra concepção de vida. Naquela
época, não se tinha a mínima noção de evolução. Os conceitos vinham do mito,
tanto entre os hebreus como em qualquer outro povo; aliás, os sumérios, antes
de Moisés, já falavam do episódio da criação e do dilúvio, através da epopéia
Gilgamesh. O homem precisava encontrar uma explicação para o mundo em que vivia
e do qual fazia parte: o mito, próprio da infância da Humanidade, foi o seu
primeiro recurso. Logo, a Bíblia, como nenhum livro antigo, não poderia
antecipar os conhecimentos que, só recentemente, foram alcançados pelo
progresso do pensamento humano e pela investigação e pela ciência.
sábado, 9 de setembro de 2017
O ESPÍRITO PODE REGREDIR?
Como o Espírito foi criado
simples e ignorante, com a liberdade de fazer o bem ou o mal, não haveria queda
moral para aquele que tomasse o mau caminho, desde que chega a fazer o mal que
antes não fazia? A questão é procedente até porque remanescem
algumas correntes orientais que veem a reencarnação como uma forma de punir
aqueles que assumem perante a espécie humana presente na Terra cometem faltas
graves. No número de junho de 1863 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec oferece
alguns argumentos respondendo a questão inicial e dirimindo duvidas quanto a
segunda possibilidade. Diz ele: - Só há queda na passagem de um estado
relativamente bom a um pior. Ora, criado simples e ignorante, o Espírito está,
em sua origem, num estado de nulidade moral e intelectual como a criança que
acaba de nascer. Se não fez o mal, também não fez o bem. Nem é feliz, nem
infeliz. Age sem consciência e sem responsabilidade. Desde que nada tem, nada
pode perder, como não pode retrogradar. Sua responsabilidade não começa senão
no momento em que se desenvolve o seu livre-arbítrio. Seu estado primitivo não
é, pois, um estado de inocência inteligente e raciocinada. Conseguintemente, o
mal que fizer mais tarde, infringindo as leis de Deus, abusando das faculdades
que lhe foram dadas, não é um retorno do bem ao mal, mas a conseqüência do mau
caminho por onde se embrenhou. Isto nos conduz a outra questão. Por exemplo: É
possível que Nero, na sua encarnação como Nero, possa ter feito mais mal que na
sua precedente existência? A isto respondemos sim, o que não implica que na
existência em que tivesse feito menos mal fosse melhor. Antes de tudo, o mal
pode mudar de forma sem ser pior ou menos mal. A posição de Nero, como
imperador, tendo-o posto em evidência, o que ele fez ficou mais notado; numa
existência obscura pôde ter cometido atos igualmente repreensíveis, conquanto
em menor escala, e que passaram despercebidos. Como soberano, pôde mandar
incendiar uma cidade; como particular pôde queimar uma casa e fazer perecer a
família. Tal assassino vulgar, que mata alguns viandantes para os despojar, se
estivesse no trono seria um tirano sanguinário, fazendo em grande escala o que
sua posição só lhe permite fazer em escala reduzida. Considerando a questão de
outro ponto de vista, diremos que um homem pode fazer mais mal numa existência
que na precedente, mostrar vícios que não tinha, sem que isto implique uma
degenerescência moral. Muitas vezes são as ocasiões que faltam para fazer o
mal, quando o princípio existe latente; surge a ocasião e os maus instintos se
descobrem. A vida ordinária nos oferece numerosos exemplos: tal homem, que era
tido como bom, de repente exibe vícios que ninguém suspeitava, e que causam
admiração; é simplesmente porque soube dissimular ou porque uma causa provocou
o desenvolvimento do mau germe. É indubitável que aquele em que os bons
sentimentos estão fortemente arraigados nem mesmo tem o pensamento do mal;
quando tal pensamento existe, é que o germe existe: muitas vezes só falta a
execução. Depois, como dissemos, embora sob diferentes formas o mal não deixa
de ser o mal. O mesmo princípio vicioso pode ser a fonte de uma imensidade de
atos diversos, provenientes de uma mesma causa. O orgulho, por exemplo, pode
fazer cometer grande número de faltas, às quais se está exposto, enquanto o
princípio radical não for extirpado. Pode, pois, o homem, numa existência, ter
defeitos que não se tinham manifestado numa outra e que não passam de
conseqüências variadas de um mesmo princípio vicioso. Para nós, Nero é um
monstro, porque cometeu atrocidades. Mas acreditais que esses homens –
pérfidos, hipócritas, verdadeiras víboras que semeiam o veneno da calúnia,
despojam as famílias pela astúcia e pelo abuso de confiança, que cobrem suas
torpezas com a máscara da virtude para chegarem com mais segurança a seus fins
e receberem elogios, quando só merecem a execração – valham mais do que Nero?
Com certeza, não. Serem reencarnados num Nero para eles não seria um
retrocesso, mas uma ocasião para se mostrarem sob nova face. Como tais,
exibirão os vícios que ocultavam; ousarão fazer pela força o que faziam pela
astúcia, eis toda a diferença. Mas essa nova prova lhes tornará o castigo ainda
mais terrível se, em vez de aproveitar os meios que lhes são dados para
reparar, deles se servirem para o mal. E, entretanto, por pior que seja, cada
existência é uma oportunidade de progresso para o Espírito: ele desenvolve a
inteligência, adquire experiência e conhecimentos que, mais tarde, o ajudarão a
progredir moralmente.
quinta-feira, 7 de setembro de 2017
QUATRO QUESTÕES SOBRE AUTODESCOBRIMENTO
Tema recorrente em
exposições e palestras dentro das Casas Espíritas, a reforma íntima é meio para
se acelerar a evolução espiritual. Um grande desafio, sem dúvida. Na sequencia,
mostramos em quatro abordagens o tema autodescobrimento, um degrau importante
na escada do progresso. Partindo da
resposta à questão 607ª d’O LIVRO DOS ESPÍRITOS segundo a qual “o princípio
inteligente se elabora, se individualiza pouco a pouco, se ensaia para a vida,
sofre uma transformação, se tornando Espírito, entrando então no período da
humanização”, o que acontece então? No período
da humanização, o Espírito começa a ter consciência do seu futuro, capacidade
de distinguir o bem do mal e a responsabilidade dos seus atos. O período da humanização inicia-se,
geralmente, em Mundos ainda inferiores à Terra. Criado simples e ignorante, o Espírito está
em sua origem, num estado de nulidade moral e intelectual. Nem
após a primeira, nem após a segunda encarnação a alma tem consciência bastante
nítida de si mesma, para ser responsável por seus atos; talvez só após a
centésima ou milésima. (LE,607 a/b; RE,2/1864) Afirma a chamada Ciência que a longevidade na Terra até a
época de Jesus era 20 anos, no início do século 20; 48 anos, crescendo desde a
década de 50, chegando ao início do século 21 nos 70/75 anos. Considerando
isso, bem como o fato de que somente um terço de cada passagem pelo corpo
físico é efetivamente computado no processo evolutivo, então a Humanidade na
Terra nesta fase recente evolui muito lentamente? Durante
longos períodos o Espírito encarnado é submetido a influência exclusiva dos
instintos de conservação. Pouco
a pouco esses instintos se transformam em instintos inteligentes ou, melhor
dito, se equilibram com a inteligência; mais tarde, e sempre
gradativamente, a inteligência domina os instintos. O instinto se aniquila por si mesmo. A
responsabilidade do Ser só começa no momento em que se desenvolve seu
livre-arbítrio. Quando
o Espírito goza do livre-arbítrio, a responsabilidade cresce em razão do desenvolvimento
da inteligência. (RE,1/1864) Dentre os vícios, qual o que se pode considerar radical?
O egoísmo. Daí deriva todo mal. Estudai todos os vícios e vereis que no fundo
de todos há egoísmo. Por mais que lhes
deis combate, não chegareis a extirpá-los, enquanto não atacardes o mal pela
raiz, enquanto não lhe houverdes destruído a causa. Tendam, pois, todos os esforços para esse
efeito, porquanto aí é que está a verdadeira chaga da sociedade. Quem quiser, desde esta vida, ir
aproximando-se da perfeição moral, deve expurgar o seu coração de todo
sentimento de egoísmo, visto ser o egoísmo incompatível com a justiça, o amor e
a caridade. Ele neutraliza todas as outras qualidades. (LE;
913) Nas relações interpessoais em
múltiplas encarnações o instinto sexual arrasta o Ser a comportamentos poligâmicos
seguidos dos monogâmicos nem que a criatura procura redimir-se dos excessos
cometidos no exercício dos primeiros. Há um limite para tantos excessos?
Até que o Espírito consiga purificar as próprias impressões, além da ganga
sensorial, em que habitualmente se desregra no narcisismo obcecante, valendo-se
de outros seres para satisfazer a volúpia de hipertrofiar-se psiquicamente no
prazer de si mesmo, numerosas reencarnações instrutivas e reparadoras se lhe
debitam no livro da vida, porque não cogita exclusivamente do próprio prazer
sem lesar os outros, e toda vez que lesa alguém abre nova conta resgatável em
tempo certo. Isso ocorre porque o instinto sexual não é apenas agente de
reprodução entre as formas superiores, mas, acima de tudo, é o reconstituinte
das forças espirituais, pelo qual as criaturas encarnadas ou desencarnadas se
alimentam mutuamente, na permuta de raios psíquico-magnéticos que lhes são
necessários ao progresso (EDM;
18)
terça-feira, 5 de setembro de 2017
JESUS NEGRO, SALVAÇÃO, ESTUDO DA DOUTRINA, CONCEPÇÃO DE DEUS
O professor e estudioso da
Doutrina Espírita José Benevides Cavalcante autor do livro FUNDAMENTOS DA DOUTRINA ESPÍRITA (eme), prossegue analisando temas
propostos por interessados na visão derivada do conhecimento do ESPIRITISMO. Desta
vez, esclarece sobre JESUS NEGRO, SALVAÇÃO, ESTUDO DA DOUTRINA, CONCEPÇÃO DE
DEUS 1- Achei extraordinário e
criativo o fato de Ariano Suassuna apresentar um Jesus negro na peça “O Auto da
Compadecida”, porque acredito que o preconceito de raça também existe no seio
da religião, que sempre quis mostrar um Jesus branco, até mesmo loiro, num povo
de raça semita, que não podia comportar essas características físicas. A
maioria das pessoas ainda não se deu conta disso e se submetem ingenuamente ao
preconceito... Não resta dúvida de que o
dramaturgo nordestino quis também chamar a atenção, principalmente dos
católicos, para a questão racial e discriminação de cor, quando apresenta Jesus
e sua mãe em corpos de negros. A cena pode ter parecido estranha para muitos
espectadores e pode, até mesmo, ter chocado outros. Seria interessante um estudo
dessas reações!...Na história, quem primeiramente pintou Jesus (e sua mãe) nas
telas e nos afrescos, foram os artistas da Idade Média, que eram europeus, e
que atendiam a encomendas dos religiosos, ainda comprometidos com o conceito de
superioridade de raça. Acrescente-se a isso o fato de que Jesus, para os
católicos, é o próprio Deus, que deveria ostentar as características de uma
raça superior. Os europeus (dominadores) sempre viram os demais povos (
dominados) como inferiores e assim os têm tratado, de modo que só podiam
conceber Jesus revestido de um porte europeu com todas as características da
raça ariana, até mesmo como um homem loiro, alto e de olhos azuis. Nós,
espíritas, com muito mais responsabilidade, precisamos tomar cuidado com isso e
não embarcarmos nessa mesma onda de raça superior que tanto mal já causou e tem
causado à Humanidade, pois sabemos que a superioridade do indivíduo não está na
raça ou no corpo que lhe serve de instrumento na Terra, mas nas qualidades de
seu Espírito. Por outro lado, Kardec é muito feliz quando afirma em sua obra
que a reencarnação destrói todos os motivos de preconceito, pois o Espírito
pode renascer em qualquer raça de qualquer povo e em qualquer época. 2- O que é melhor:
pensar que estamos salvos ou pensar que estamos perdidos? Quando a religião
promete salvação aos seus adeptos, ela não está ajudando- a viver melhor? De fato, entre pensar que estamos perdidos e
pensar que estamos salvos, é melhor ficar com a segunda postura, pois o
pensamento pessimista ou derrotista nos arrasa e nos enfraquece, roubando o
sentido da vida. Mas devemos considerar também que cada caso é um caso, uma vez
que os indivíduos reagem diferentemente diante da mesma situação. Há pessoas
que, alimentadas pelo otimismo, fazem coisas boas, praticam bons atos, mas há
aquelas que, com a certeza da salvação, acomodam-se no seu egoísmo ou se
prevalecem dessa condição para exibir uma pretensa superioridade, perseguindo e
esmagando aqueles que não pensam como ela. Ademais, o otimismo é sempre
perigoso quando assentado na ignorância, porque não sabe o que faz. Imagine uma
pessoa que, entra num compartimento, pensando que ali dorme um gato, quando, na
verdade, o que a espera é um leão faminto! A ignorância costuma nos cobrar
muito caro pelos erros de cálculo e imaginação. Pensar que seremos salvos é
bom, desde que consideremos que essa felicidade depende de nosso esforço e do
Bem que pudermos fazer pelo próximo. 3- Gostaria de saber se uma pessoa pode ser espírita sem estudar o
Espiritismo. A princípio, podemos considerar espírita a
pessoa que aceita como verdade, ao mesmo tempo, todos os princípios
fundamentais do Espiritismo, como a existência de Deus, a imortalidade da alma,
a comunicabilidade dos Espíritos, a reencarnação, a fé racional, a pluralidade
dos mundos habitados e as leis morais. Há pessoas, que mesmo analfabetas ou
semi-alfabetizadas, demonstram enorme disposição para compreender e aceitar o
Espiritismo, como se já trouxessem no íntimo suas ideias e ideais. Mas , não
podemos esquecer que o Espiritismo pede estudo e aprimoramento sempre, porque a
doutrina em si é um campo de conhecimentos que tem uma finalidade educativa;
ela mesma está aberta às novas descobertas, atualizando-se constantemente. O
espírita consciente, portanto, é aquele que não se isola, que procura
participar de um grupo idôneo, onde tenha a oportunidade de aprimorar seus
conhecimentos, acompanhar a evolução da doutrina, aprendendo sempre mais, além
de dedicar-se ativamente a atividades culturais ou assistenciais que o grupo
porventura desenvolva. 4- Li com interesse o primeiro capítulo d’O LIVRO DOS ESPIRITOS,
que fala sobre Deus. Achei interessante a visão espírita de Deus como
inteligência perfeita, mas acho que, no conceito de Deus, primeira questão, os
Espiritos deveriam incluir também os outros atributos, como bondade, justiça,
misericórdia, etc. para ficar mais completo. Você está se referindo aos atributos de
Deus, que vêm na questão 13, mas nada impede que você mesmo construa o seu
próprio conceito de Deus. O problema, que os Espíritos colocam, está na
dificuldade natural que temos de conceituar a Perfeição. Por sermos
imperfeitos, qualquer conceito que podemos construir a respeito de Deus será
inevitavelmente imperfeito. A ideia, que podemos fazer de Deus, é mais
intuitiva e, quando falamos ou escrevemos a seu respeito, percebemos o quanto
as palavras limitam a intuição. Para mais profundidade no tema, leia “CONCEPÇÃO
EXISTENCIAL DE DEUS” de J. Herculano
Pires, “QUE É DEUS?” de Elizeu F. da
Mota Junior e “DEUS É O ABSURDO”, de
Luciano dos Anjos.
domingo, 3 de setembro de 2017
NÓS, A VERDADE E OS ESPÍRITOS
Admitida a realidade da
existência e comunicabilidade dos Espíritos desencarnados, os comportamentos
variam conforme o grau de conhecimentos dos que
se servem desse procedimento. Devemos crer
cegamente na opinião e revelações deles? Afinal, como inteligências
desprendidas da matéria não podem remover todas as dúvidas da Ciência e
projetar luz onde reina a obscuridade? As
respostas, Allan Kardec oferece em matéria contida na edição de abril
de 1860 da REVISTA ESPÍRITA. Escreve ele: - Isto é uma questão muito grave,
que se liga à própria base do Espiritismo, e que não poderíamos resolver neste
momento sem repetir o que já temos dito a respeito. Assim, aditaremos apenas
algumas palavras, a fim de justificar nossas reservas. Para começar,
responderemos que nos tornaríamos sábios com muita facilidade se cuidássemos
tão-somente de interrogar os Espíritos para conhecer tudo quanto ignoramos.
Querendo Deus que adquiríssemos a ciência pelo trabalho, por isso mesmo não
encarregou os Espíritos de no-la trazer pronta e acabada, favorecendo a nossa
preguiça. Em segundo lugar a Humanidade, como os indivíduos, tem a sua
infância, sua adolescência, sua juventude e sua virilidade. Os Espíritos,
encarregados por Deus de instruir os homens, devem, pois, proporcionar-lhes
ensinos para o desenvolvimento da inteligência; não dirão tudo a todos,
aguardando, antes de semear, que a terra esteja pronta para receber a semente
que a fará frutificar. Eis por que certas verdades que nos são ensinadas hoje
não o foram aos nossos pais, que também interrogavam os Espíritos; eis por que
as verdades, para as quais ainda não estamos maduros, só serão ensinadas aos
que vierem depois de nós. Nosso equívoco está em nos julgarmos chegados ao cume
da escada, quando apenas nos achamos na metade do caminho. Digamos, de
passagem, que os Espíritos têm duas maneiras de instruir os homens. Tanto podem
fazê-lo comunicando-se diretamente, o que tem ocorrido em todos os tempos, como
o provam todas as histórias sagradas e profanas, quanto se encarnando entre
eles, para o desempenho das missões de progresso. Tais são esses homens de bem
e de gênio, que aparecem de tempos em tempos, como fachos para a Humanidade,
fazendo-a avançar alguns passos. Vede o que acontece, quando esses mesmos
homens vêm antes do tempo propício para as ideias que devem espalhar: são
desconhecidos em vida, mas seus ensinos não ficam perdidos. Depositados nos
arquivos do mundo, como um grão precioso posto de reserva, um belo dia levanta
da poeira, no momento em que pode frutificar. Desde então, compreende-se que,
se o tempo requerido para disseminar certas ideias não houver ainda chegado,
será em vão que interrogaremos os Espíritos. Eles só podem dizer o que lhes é
permitido. Mas também há outra razão, que compreendem perfeitamente todos os
que têm alguma experiência do mundo espírita. Não basta ser Espírito para
possuir a ciência universal; do contrário, a morte nos tornaria quase iguais a
Deus. Aliás, o simples bom-senso recusa-se a admitir que o Espírito de um
selvagem, de um ignorante ou de um malvado, desde que desprendido da matéria,
esteja no nível do sábio ou do homem de bem. Isto não seria racional. Há, pois,
Espíritos adiantados, e outros mais ou menos atrasados, que devem vencer
diversas etapas e passar por numerosas peneiras, antes de se despojarem de
todas as suas imperfeições. Disso resulta que no mundo dos Espíritos são
encontradas todas as variedades morais e intelectuais existentes entre os
homens e outras mais. Ora, prova a experiência que os maus se comunicam tão bem
quanto os bons. Os que são francamente maus são facilmente reconhecíveis; mas
há também, entre eles, semi-sábios, pseudo-sábios, presunçosos, sistemáticos e
até hipócritas. Estes são os mais perigosos, porque afetam uma aparência de
gravidade, de sabedoria e de ciência, em favor da qual enunciam, em meio a
algumas verdades e boas máximas, as coisas mais absurdas. E, para melhor
enganar, não receiam adornar-se com os mais respeitáveis nomes. Separar o
verdadeiro do falso, descobrir o embuste escondido numa exibição de palavras
bonitas, desmascarar os impostores, eis, sem contradita, uma das maiores
dificuldades da ciência espírita. Para superá-la, faz-se necessária uma longa
experiência, conhecer todas as astúcias de que são capazes os Espíritos de
baixa classe, ter muita prudência, ver as coisas com o mais imperturbável
sangue-frio e, sobretudo, guardar-se contra o entusiasmo que cega. Com o hábito
e um pouco de tato chega-se facilmente a desmascará-los, mesmo sob a ênfase da
mais pretensiosa linguagem. Mas, infeliz do médium que se julga infalível, que
se ilude com as comunicações que recebe: O Espírito que o domina pode
fasciná-lo a ponto de fazê-lo achar sublime aquilo que, muitas vezes, é apenas
absurdo e salta aos olhos de todos, menos aos seus.
sexta-feira, 1 de setembro de 2017
A FAMÍLIA E O ESPIRITISMO
Família representa uma evolução
nas relações sociais da Humanidade presente no Planeta Terra. Com o advento do Espiritismo, sabe-se que ela
cumpre um papel mais importante, pois, constitui-se num instrumento de
reaproximação e reconciliação de Espíritos comprometidos em existências
passadas. As experiências de regressão de memória utilizada nas Terapias de
Vidas Passadas confirmam isso. Na sequência reunimos algumas considerações
extraídas das obras de Allan Kardec e de alguns Espíritos para
nossas reflexões: Em texto incluído no livro OBRAS PÓSTUMAS, Allan Kardec
explica que “muitas vezes um indivíduo renasce na mesma família, ou, pelo
menos, os membros de uma família renascem juntos para constituir uma família
nova noutra posição social, a fim de apertarem os laços de afeição entre si, ou
reparar agravos recíprocos”. Numa realidade constituída por bilhões de
Espíritos como entender isso? A sucessão das
existências corporais estabelece entre os Espíritos ligações que remontam às
existências anteriores. Daí, muitas vezes, a simpatia que vem a existir
entre certos Espíritos que parecem estranhos. (LE, 204) Fundando-se o
parentesco em afeições anteriores, menos precários são os laços existentes
entre os membros de uma mesma família. Essa doutrina amplia os deveres da fraternidade,
porquanto, no vizinho, ou no
servo, pode achar-se um Espírito a quem se tenha estado preso pelos laços da
consanguinidade. (LE,205) Se bem os Espíritos não procedam uns dos outros,
nem por isso menos afeição consagram aos que lhes estão ligados pelos elos da
família, dado que muitas vezes eles são atraídos para tal ou qual família pela
simpatia, ou pelos laços que anteriormente se estabeleceram. (LE,206) A ideia de família organizada nos moldes
vigentes na nossa Dimensão é indício de certa evolução espiritual? Quanto mais se integra a alma no plano da
responsabilidade moral para com a vida, mais apreende o impositivo da
disciplina própria, a fim de estabelecer, com o dom de amar que lhe é
intrínseco, novos programas de trabalho que lhe facultem acesso aos Planos
Superiores. O instinto sexual
nessa fase da evolução não encontra alegria completa senão em contato com
outro Ser que demonstre plena afinidade, porquanto a liberação da energia,
que lhe é peculiar, do ponto de vista do governo emotivo, solicita compensação
de força igual, na escala das vibrações magnéticas. Em semelhante eminência, a monogamia é o clima
espontâneo do Ser humano, de vez que dentro dela realiza, naturalmente, com
a alma eleita de suas aspirações a união ideal do raciocínio e do sentimento,
com a perfeita associação dos recursos ativos e passivos, na constituição do
binário de forças, capaz de criar não apenas formas físicas, para a encarnação
de outras almas na Terra, mas também as grandes obras do coração e da
inteligência, suscitando a extensão da beleza e do amor, da sabedoria e da
glória espiritual que vertem, constantes, da Criação Divina.(...) Contudo, até que o Espírito consiga purificar as
próprias impressões, além da ganga sensorial, em que habitualmente se desregra
no narcisismo obcecante, valendo-se de outros seres para satisfazer a volúpia
de hipertrofiar-se psiquicamente no prazer de si mesmo, numerosas
reencarnações instrutivas e reparadoras se lhe debitam no livro da vida, porque
não cogita exclusivamente do próprio prazer sem lesar os outros, e toda vez que
lesa alguém abre nova conta resgatável em tempo certo. Isso ocorre porque o instinto sexual não é apenas
agente de reprodução entre as formas superiores, mas, acima de tudo, é o
reconstituinte das forças espirituais, pelo qual as criaturas encarnadas ou
desencarnadas se alimentam mutuamente, na permuta de raios psíquico-magnéticos
que lhes são necessários ao progresso (EDM)
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