Leitores enviam suas dúvidas
e o professor José Benevides Cavalcante as
esclarece. 1- ELIAS E JOÃO BATISTA Ouvi de um padre que a afirmação de que João
Batista é Elias nada tem a ver com a reencarnação, pois, no caso, Elias estaria
representando apenas o papel de profeta, que também coube a João Batista. Jesus
estaria usando uma linguagem figurada, referindo-se não à pessoa de Elias, mas
ao papel que representou. Compreendemos e respeitamos a opinião do
sacerdote, e nem poderia ser diferente sua posição. Mas, se compulsarmos os
Evangelhos, vamos perceber que as figuras de João e de Jesus causaram no povo
grandes especulações. Profetas, como Jeremias, haviam anunciado a vinda de um
Messias e o povo sofrido aguardava ansioso o surgimento desse libertador que
viria extirpar seu sofrimento. Havia vagas noções a respeito da volta à vida, o
que era entendido mais comumente como ressurreição - uma crença que os hebreus
herdaram dos persas, no período pós-exílio, de 539 a 300 a.C.. Por isso, sem
maiores conhecimentos, apenas amparados pela fé, alguns diziam que João Batista
era Elias ressuscitado. Depois que João morreu, chegaram a levantar a hipótese
de que Jesus era o João ressuscitado, ou mesmo Elias, ou até Jeremias, ou
outros profetas, conforme podemos ler nos escritos de Mateus, Marcos e Lucas.
Conta Mateus ( capítulo 11) que, quando João estava na prisão, enviou dois
discípulos a Jesus para confirmar se ele, Jesus, era o messias anunciado, e
Jesus afirmou, entre outras coisas, que João “é o Elias que há de vir”, e ainda
acrescentou: “quem ouvidos para ouvir, ouça”. É evidente, portanto, que se
falava de pessoas concretas e reais e que João, segundo a opinião de Jesus, era
a mesma pessoa que Elias; só que entre essas duas personalidades havia um
espaço de cerca de 900 anos, que o corpo de João não podia ser o de Elias, pois
João era filho de Izabel e Zacharias, conhecido desde criança, conforme Lucas,
capítulo 1. Um aspecto importante, que salta aos olhos dos que estudam
detidamente os Evangelhos, é o fato de que Jesus não questionava os dogmas
religiosos e parece que não gostava muito de entrar nesse tipo de discussão.
Raras vezes o fêz. Estava preocupado, sim, com a sua doutrina moral, com a
mudança interior do homem. Por isso, tratou de leve esse e outros assuntos e de
acordo com a compreensão do povo, pois, do contrário, não teria tempo e nem
tampouco seria ouvido. Veja “REENCARNAÇÃO
NA BÍBLIA” de Herminio C. Miranda e “REENCARNAÇÃO,
O ELO PERDIDO DO CRISTIANISMO” de Elizabeth Clare Prophet. 2- INVEJA É verdade que, quando uma pessoa tem inveja
da gente, ela passa um fluido negativo, aquilo que se conhece por “mau olhado”.
Existe alguma verdade nisso? Para o Espiritismo, o pensamento é um
componente natural que exerce alguma ação e pode produzir ou não o resultado
desejado. No caso da inveja depende de uma série de fatores, mas depende
fundamentalmente das defesas naturais daquele contra quem o mau pensamento foi
desferido. Todos nós estamos mais ou menos expostos a diversos tipos de agentes
invisíveis, físicos ou mentais, que podem atingir o corpo ou o Espírito, que
podem provir tanto do meio que nos cerca, dos encarnados, quanto dos
desencarnados. O “orai e vigiai” de Jesus é uma recomendação sensata para não
nos expormos demasiadamente a esse tipo de investida gratuita que pode nos
ferir, e o preventivo essencial é, sem dúvida, o amor, a prática do Bem, a vida
reta. Mas, ao contrário do que muita gente pensa, o principal alvo da inveja
não é a vítima, mas, sim, o autor. O invejoso é, por assim dizer, um dos
maiores sofredores do mundo, porque a inveja é um sentimento que vai da
intranqüilidade à insatisfação, da inconformação à revolta, deixando profundas
marcas de amargura no coração e podendo, até mesmo, influir negativamente no
equilíbrio orgânico, provocando-lhe distúrbios funcionais. A pessoa, ao sentir
inveja de alguém, nada mais faz do que reconhecer a sua própria infelicidade,
colocando-se, sem o querer, num patamar inferior. Sofre intensamente o orgulho
ferido, deixandose arrastar por um impulso incontrolável de rebeldia ( não
propriamente contra o outro, mas contra si mesma), o que lhe vai causar mais
uma ferida na alma, porta aberta a todo tipo de agente mental pernicioso,
inclusive a obsessão.
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