Tema recorrente em
exposições e palestras dentro das Casas Espíritas, a reforma íntima é meio para
se acelerar a evolução espiritual. Um grande desafio, sem dúvida. Na sequencia,
mostramos em quatro abordagens o tema autodescobrimento, um degrau importante
na escada do progresso. Partindo da
resposta à questão 607ª d’O LIVRO DOS ESPÍRITOS segundo a qual “o princípio
inteligente se elabora, se individualiza pouco a pouco, se ensaia para a vida,
sofre uma transformação, se tornando Espírito, entrando então no período da
humanização”, o que acontece então? No período
da humanização, o Espírito começa a ter consciência do seu futuro, capacidade
de distinguir o bem do mal e a responsabilidade dos seus atos. O período da humanização inicia-se,
geralmente, em Mundos ainda inferiores à Terra. Criado simples e ignorante, o Espírito está
em sua origem, num estado de nulidade moral e intelectual. Nem
após a primeira, nem após a segunda encarnação a alma tem consciência bastante
nítida de si mesma, para ser responsável por seus atos; talvez só após a
centésima ou milésima. (LE,607 a/b; RE,2/1864) Afirma a chamada Ciência que a longevidade na Terra até a
época de Jesus era 20 anos, no início do século 20; 48 anos, crescendo desde a
década de 50, chegando ao início do século 21 nos 70/75 anos. Considerando
isso, bem como o fato de que somente um terço de cada passagem pelo corpo
físico é efetivamente computado no processo evolutivo, então a Humanidade na
Terra nesta fase recente evolui muito lentamente? Durante
longos períodos o Espírito encarnado é submetido a influência exclusiva dos
instintos de conservação. Pouco
a pouco esses instintos se transformam em instintos inteligentes ou, melhor
dito, se equilibram com a inteligência; mais tarde, e sempre
gradativamente, a inteligência domina os instintos. O instinto se aniquila por si mesmo. A
responsabilidade do Ser só começa no momento em que se desenvolve seu
livre-arbítrio. Quando
o Espírito goza do livre-arbítrio, a responsabilidade cresce em razão do desenvolvimento
da inteligência. (RE,1/1864) Dentre os vícios, qual o que se pode considerar radical?
O egoísmo. Daí deriva todo mal. Estudai todos os vícios e vereis que no fundo
de todos há egoísmo. Por mais que lhes
deis combate, não chegareis a extirpá-los, enquanto não atacardes o mal pela
raiz, enquanto não lhe houverdes destruído a causa. Tendam, pois, todos os esforços para esse
efeito, porquanto aí é que está a verdadeira chaga da sociedade. Quem quiser, desde esta vida, ir
aproximando-se da perfeição moral, deve expurgar o seu coração de todo
sentimento de egoísmo, visto ser o egoísmo incompatível com a justiça, o amor e
a caridade. Ele neutraliza todas as outras qualidades. (LE;
913) Nas relações interpessoais em
múltiplas encarnações o instinto sexual arrasta o Ser a comportamentos poligâmicos
seguidos dos monogâmicos nem que a criatura procura redimir-se dos excessos
cometidos no exercício dos primeiros. Há um limite para tantos excessos?
Até que o Espírito consiga purificar as próprias impressões, além da ganga
sensorial, em que habitualmente se desregra no narcisismo obcecante, valendo-se
de outros seres para satisfazer a volúpia de hipertrofiar-se psiquicamente no
prazer de si mesmo, numerosas reencarnações instrutivas e reparadoras se lhe
debitam no livro da vida, porque não cogita exclusivamente do próprio prazer
sem lesar os outros, e toda vez que lesa alguém abre nova conta resgatável em
tempo certo. Isso ocorre porque o instinto sexual não é apenas agente de
reprodução entre as formas superiores, mas, acima de tudo, é o reconstituinte
das forças espirituais, pelo qual as criaturas encarnadas ou desencarnadas se
alimentam mutuamente, na permuta de raios psíquico-magnéticos que lhes são
necessários ao progresso (EDM;
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