As páginas da REVISTA ESPÍRITA publicada por
Allan Kardec entre 1858/1869 são manancial extremamente
importante para o pesquisador sinceramente interessado em conhecer as verdades
de que o Espiritismo se faz veículo. Dentre as inúmeras informações
disponibilizadas por ela estão as
abordagens sobre os fenômenos de cura. Destacamos alguns desses conteúdos para
nossas reflexões. Começamos por alguns tópicos reveladores: 1- Os
fenômenos vão surgir de todos os lados, sob os mais variados aspectos.
Mediunidade curadora, doenças incompreensíveis, efeitos físicos inexplicáveis
pela ciência, tudo se reunirá num futuro próximo. (RE,10/1866) 2- A saúde é uma
condição necessária para o trabalho que se deve realizar na Terra, por isso
dela os Espíritos se ocupam com boa vontade; mas como há, entre eles,
ignorantes e sábios, não convém, mais por isso do que por outra coisa,
dirigir-se ao primeiro Espírito que se manifeste. (LM,
26:24) 3-
A mediunidade curadora não vem suplantar a Medicina e os médicos; vem
simplesmente provar a estes últimos que há coisas que eles não sabem e os
convidar a estudá-las; que a natureza tem recursos que eles ignoram. (RE;
11/1866) 4-A CIÊNCIA ESPÍRITA nos ensina a causa dos fenômenos devidos às
influências ocultas do Mundo Invisível e nos explica o que, sem isto, nos
parecerá inexplicável. 5- Sempre houve médicos e os haverá sempre; apenas os
que aproveitarem as novidades que lhes trouxerem os desencarnados terão uma
grande vantagem sobre os que ficarem na retaguarda. Os Espíritos vêm ajudar o
desenvolvimento da ciência humana, e não suprimi-la. (RE;
9/1865).
Seguimos com duas perguntas comuns aos que tomam conhecimento das conexões
entre a Doutrina Espíríta e os fatos observados na atualidade: O conhecimento da mediunidade de cura é uma das muitas
revelações ou conquistas que devemos ao Espiritismo. O que vem a ser? A
mediunidade curadora embora parte integrante do Espiritismo, é, por si só, toda
uma ciência, porque se liga ao magnetismo, e não só abarca todas as doenças
propriamente ditas, mas todas as variedades, tão numerosas e tão complexas, das
obsessões, que, por seu turno, também influem sobre o organismo. A mediunidade curadora é exercida pela
ação direta do médium sobre o doente, com o auxílio de uma espécie de
magnetização de fato ou de pensamento. Quem diz médium diz
intermediário. Há uma
diferença entre o magnetizador propriamente dito e o médium curador: o primeiro
magnetiza com seu fluido pessoal, e o segundo com o fluido dos Espíritos, ao
qual serve de condutor. O
magnetismo produzido pelo fluido do homem é o magnetismo humano; o que provém
do fluido dos Espíritos é o magnetismo espiritual. O Espírito
pode agir diretamente, sem intermediário, sobre um indivíduo, como foi
constatado em muitas ocasiões, seja para o aliviar e o curar, se possível, seja
para produzir o sono sonambúlico. Quando age por um intermediário, é o
caso da mediunidade curadora. O médium curador recebe o influxo
fluídico do Espírito. (RE) Como identificar o médium de cura? Consiste
a mediunidade desta espécie na faculdade que certas pessoas possuem de curar pelo
simples contato, pela imposição das mãos, pelo olhar, por um gesto, mesmo sem o
concurso de qualquer medicamento. Semelhante faculdade
incontestavelmente tem o seu princípio na força magnética; difere desta,
entretanto, pela energia e instantaneidade da ação. Nos médiuns
curadores, a faculdade é espontânea e alguns a possuem sem nunca ter ouvido
falar de magnetismo. A
faculdade de curar pela imposição das mãos deriva evidentemente de uma força
excepcional de expansão, mas diversas causas concorrem para aumentá-la, entre
as quais são de colocar-se, na primeira linha: a pureza dos sentimentos, o
desinteresse, a benevolência, o desejo ardente de proporcionar alívio, a prece
fervorosa e a confiança em Deus; numa palavra: todas as qualidades morais. A força magnética é puramente orgânica;
pode, como a força muscular, ser partilha de toda gente, mesmo do homem
perverso; mas, só o homem de bem se serve dela exclusivamente para o bem, sem
ideias ocultas de interesse pessoal, nem de satisfação de orgulho ou de
vaidade. Mais depurado, o
seu fluido possui propriedades benfazejas e reparadoras, que não pode ter o do
homem vicioso ou interesseiro. (OP, 52)
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