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domingo, 8 de outubro de 2017

MORTE E RESIGNAÇÃO, TEORIA E PRÁTICA, MORTE PREMATURA...

Esclarecendo outras dúvidas, a visão do professor José Benevides Cavalcante (FUNDAMENTOS DA DOUTRINA ESPÍRITA eme), marca presença na sequência. MORTE E RESIGNAÇÃO Os espíritas pregam a resignação diante do sofrimento e da morte. Quando aceitamos a morte com resignação não estamos nos declarando impotentes diante da vida? Somos impotentes diante de muita coisa e precisamos aprender a aceitar os nossos limites, sabendo que não podemos tudo. Quem de nós poderá evitar a morte? Quem poderá dominar as leis da vida? Se não aceitarmos a existência de Deus, o Supremo Poder, estaremos menosprezando o valor da vida e o valor do homem, uma vez que ele nada mais será do que mera obra do acaso. Assim, a nossa impotência maior é aquela que surge da incapacidade de conceber Deus e a continuidade da vida, porque, aceitando a morte como o fim e a vida sem um sentido divino, na verdade, nada mais nos restará que lamentar nossa triste sorte, chorar ou nos desesperar, uma vez que o nosso tudo redundará em nada. A resignação é uma forma de nos adaptar momentaneamente às condições que não podemos mudar, mas o conhecimento espírita que embasa essa resignação nos dá a certeza de que a vida não termina com a morte do corpo e que, portanto, aí não existe mero conformismo, mas compreensão de que a experiência da desencarnação é necessária para alcançarmos uma situação melhor. TEORIA E PRÁTICA Se o conhecimento valesse, médico não fumava. No entanto, muitos médicos fumam, demonstrando que o fato de que o saber não muda o comportamento humano. A partir daí, podemos concluir que o Ser humano é assim em tudo. Não basta saber, é preciso mudar. O que fazer? O conhecimento é, sem dúvida, o primeiro passo para a transformação do homem, mas, incontestavelmente, não é o último. Sabemos muitas coisas boas, mas bem poucas praticamos, porque temos dificuldade de transformar esses conhecimentos em valores efetivos de vida. Foi por isso que Jesus, mui apropriadamente, antecipava às suas afirmativas a seguinte expressão, " Veja quem tem olhos de ver, ouça quem tem ouvidos de ouvir", ou seja, nem todos os olhos e ouvidos que vêem e ouvem estão preparados para se apropriar do conteúdo moral da Verdade; apenas constatam, mas não aplicam. Percebendo essa natural dificuldade do aprendiz, Jesus, como um bom Mestre, conduziu seus discípulos à prática do Bem, quer dizer, ao exercício pleno dos princípios que ensinava. De que valeria Jesus falar em amor ao próximo, se ele mesmo não desse conta disso? De que valeria recomendar aos discípulos que amassem seus semelhantes, se não lhes pusessem às mãos a oportunidade do trabalho em favor do próximo, para se modificarem. Jesus não concebia a teoria sem a prática, nem a prática sem a teoria. Em razão disso, estimulava os discípulos a fazer o Bem, a vivenciarem o que estavam aprendendo e o que iriam ensinar. Esta é a forma pela qual cada um de nós pode se melhorar moralmente, alimentando-nos de conhecimento e aplicando-o imediatamente à prática da vida, começando aqui e agora, desde as relações familiares ao contato com os mais estranhos. Assim, o primeiro degrau para a transformação se chama convencimento ( confiança plena naquilo que está aprendendo), ao que se segue a aplicação da teoria e a sua repetição constante, para que se formem novos esquemas de comportamento em nosso modo de conviver. MORTE PREMATURA Por que pessoas boas morrem cedo? Será porque Deus precisa delas do lado de lá? É possível que exista alguma relação entre a bondade e a duração da vida na Terra. No Velho Testamento da Bíblia, Iavé, o deus hebreu, assim mandava: "Honra vosso pai e vossa mãe para que longos sejam os vossos dias na Terra". No entanto, vemos pessoas boníssimas, que amam seus pais, que honram seus familiares, partirem cedo desta vida e outras, que até desprezam ou abandonam aos pais, sem nenhuma consideração ou respeito por eles, terem uma vida longa neste mundo, prova de que o mandamento de Moisés não estava muito bem formulado, pois, ele não sabia conceber uma vida além desta. Pela lógica, quanto mais elevado moralmente o Espírito menos precisa da encarnação. Mas, na verdade, cada caso é um caso e precisa ser analisado individualmente: não devemos generalizar. O que existe atrás desse mecanismo encarnação/desencarnação é o currículo anterior do Espírito que, sendo bom, deve ter planejado a sua vida na Terra para poucos anos, mesmo porque o Espírito mais avançado não mede suas experiências pela extensão no tempo, mas pela profundidade com que elas são vividas. Difícil para os familiares e os amigos, que lamentam a sua desencarnação precoce, muitas vezes, inconformados! Mas, geralmente, quando encarnados, não sabemos aquilatar o que está atrás de tudo isso, de modo que a nossa tristeza se justifica apenas porque o queremos fisicamente perto de nós e não levamos em consideração que, mesmo dolorosa, essa inesperada partida foi de inestimável valor para sua evolução espiritual.

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