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domingo, 22 de outubro de 2017

PROVAS ESCOLHIDAS PELO ESPÍRITO

Apresentando a reencarnação e peculiaridades como o sofrimento e a dor como recursos das Leis Divinas no processo de evolução do princípio inteligente do Universo individualizado e transformado em Espírito para atravessar a experiência da Humanidade, o Espiritismo induz uma série de questionamentos àquele que quer saber mais. Na sequência três respostas à prováveis duvidas que surgem. 1- O chamado esquecimento do passado não representa um fator retardador do progresso espiritual? É sem razão que se aponta o fato de o Espírito não se lembrar das suas vidas anteriores como um obstáculo para que ele possa tirar proveito das experiências que nelas viveu.  Se Deus julgou conveniente lançar um véu sobre o passado, é porque isso deve ser útil.  De fato, essa lembrança provocaria inconvenientes muito graves; poderia, em alguns casos, nos humilhar muito, ou ainda excitar nosso orgulho e, por isso mesmo, dificultar nosso livre-arbítrio.  Em outros casos ocasionaria inevitável perturbação às relações sociais.  Muitas vezes, o Espírito renasce no mesmo meio em que já viveu e se encontra relacionado com as mesmas pessoas, a fim de reparar o mal que lhes tenha feito.  Se reconhecesse nelas as que odiou, talvez seu ódio se revelasse outra vez, e sempre se sentiria humilhado diante daqueles que tivesse ofendido. 2- As aflições diante do exposto são recurso importante no processo de auto-superação? O homem que sofre assemelha-se a um devedor de uma grande quantia e a quem o credor diz: “Se me pagares hoje mesmo a centésima parte, dou-te quitação de toda a dívida, e estarás livre. Se não o fizeres, te cobrarei até que me pagues o último centavo”.  Qual o devedor que não ficaria feliz mesmo passando por privações para se libertar de uma grande dívida, sabendo que pagaria apenas a centésima parte do que devia? Ao invés de reclamar do seu credor, não lhe agradeceria? Este é o sentido das palavras: Bem-aventurados os aflitos, pois serão consolados. São felizes, porque estão pagando suas dívidas e, depois de pagar, ficarão livres. Porém, se ao procurar quitá-las de certa maneira se endividarem de outra, tornam maior o tempo para sua libertação. Portanto, cada nova falta aumenta a dívida, pois não há uma única falta, qualquer que ela seja, que não arraste consigo sua punição forçada e inevitável. Se não for hoje, será amanhã; se não for nesta vida, será noutra. Entre essas faltas, é preciso colocar em primeiro lugar a falta de submissão à vontade de Deus. Se lamentamos as aflições, se não as aceitamos com resignação e como algo que se deva merecer, se acusamos Deus de injusto, contraímos uma nova dívida que nos faz perder os frutos que a lição dos sofrimentos nos poderia dar. É por isso que recomeçaremos sempre, como se, a um credor que nos cobra, pagássemos algumas parcelas e ao mesmo tempo contraíssemos novas dívidas. 3- Então a Justiça de Deus nos persegue de forma implacável? Não se deve pensar que todos os sofrimentos suportados neste mundo sejam necessariamente a indicação de uma determinada falta.  São, na maioria das vezes, provas escolhidas pelo Espírito para concluir sua purificação e apressar seu progresso.  Assim, a expiação serve sempre de prova, porém a prova nem sempre é uma expiação.  Contudo, provas e expiações são sempre sinais de uma relativa inferioridade, pois o que é perfeito não tem mais necessidade de ser provado.  Um Espírito pode ter adquirido um certo grau de elevação, mas, querendo avançar ainda mais, solicita uma missão, uma tarefa a cumprir, da qual tanto mais será recompensado, se sair vitorioso, quanto mais difícil tiver sido a luta para vencê-la.  Tais são essas pessoas de tendências naturalmente boas, de alma elevada, que têm nobres sentimentos, que parecem não ter trazido nada de mau de sua existência anterior e que suportam com uma resignação cristã as maiores dores, pedindo a Deus coragem para suportá-las sem lamentações.  Ao contrário, podem-se considerar como expiações as aflições que provocam queixas e lamentos e fazem o homem se revoltar contra Deus.  Sem dúvida, o sofrimento sem lamentações pode ser uma expiação, mas é um sinal de que foi escolhido voluntariamente e não imposto. É uma prova de uma firme decisão, o que é um indício de progresso.


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