Problema social responsável
por desastres coletivos de consequências dolorosas do ponto de vista carmico, a
intolerância religiosa continua a fazer vitimas no mundo a todo momento,
especialmente em Países considerados pobres. O professor José Benevides Cavalcante,
autor de FUNDAMENTOS DA DOUTRINA
ESPÍRITA (eme),com a sobriedade costumeira esclarece uma dúvida sobre o
tema na sequencia. Pondera os argumentos da pergunta: - Não posso
me conformar com qualquer tipo de intolerância, porque acredito no ideal da
liberdade. Mas, o que mais me choca é a intolerância religiosa, pois cada
pessoa deve ter a sua crença e a sua maneira de encarar a vida. A história da
Humanidade, porém, está marcada por essa terrível moléstia da intolerância em
todos os tempos. Prova mais evidente disso foi a Igreja Católica. Eu, por
exemplo, sou um céptico, e exijo que me respeitem como eu sou, assim como me
sinto na obrigação de respeitar qualquer pessoa que pense diferente de mim.
Gostaria muito de acreditar numa vida além desta, pois, fui criado numa família
religiosa e nunca deixei de admirar meus pais pela crença que tiveram. Eles não
conseguiram passá-la para mim e, infelizmente, nunca tive qualquer experiência
que me desse motivo para crer. Quero saber se vocês tem alguma fórmula eficaz
para isso. Você bem sabe, prezado
leitor, que não há fórmula mágica para isso. Kardec já disse, em O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO que
"a fé não se prescreve".
Isto quer dizer que ninguém tem o condão de passar sua própria fé para outra
pessoa, pois a fé é um sentimento, não apenas uma informação, um pedido ou uma
ordem. Portanto, não há receita, nem fórmula de transmiti-la. Mas, se você se
propõe a buscá-la, certamente a encontrará, temos certeza disso. Você poderia
perguntar o que nos leva a ter essa certeza. Respondemos que ela advém da sua
postura de respeito às ideias alheias e defesa à liberdade de pensar. Quando a
pessoa raciocina como você, é porque ama a Verdade, e não se importa em
buscá-la, venha de onde vier; ela está desarmada de qualquer preconceito, está
atenta para ouvir e aprender, para analisar e tirar conclusões, sem aquela
preocupação em agradar ou desagradar a quem quer que seja. Allan Kardec foi muito
criterioso, em sua obra, ao colocar essa questão da fé, até porque o
Espiritismo se assenta sobre uma fé raciocinada e não sobre uma crença ingênua.
Ele diz que "a fé não se impõe", mas se conquista, quando a pessoa se
propõe a buscá-la. Contudo, não pense que para crer na vida além da morte você
precise tão somente de ver o fenômeno ou de assistir a uma sessão mediúnica.
Aliás, há um capítulo em O LIVRO DOS
MÉDIUNS, que trata do "Método", abordando esta questão com muita
propriedade. Kardec diz que o adepto do Espiritismo deve ser convencido pela
razão e não pelos fatos extraordinários, aqueles que as religiões chamam de
milagres. Para se conhecer o Espiritismo, portanto, a pessoa deve, primeiro se
inteirar, da Filosofia Espírita e, no seu caso, começar pelo estudo de O LIVRO DOS ESPÍRITOS. Antes de ver o
fato, deve-se compreender a teoria. Os fatos em si não convencem ninguém. Se
convencessem, como afirma o Prof. Henrique Rodrigues, médicos não
fumariam.
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