Evidentemente o
inconsciente coletivo demorará bastante tempo para conhecer e assimilar as revelações
oferecidas pelo Espiritismo. Inclusive no que tange ao papel da família
consanguínea no processo de evolução na dinâmica de nossa Dimensão. Na
sequencia, duas duvidas interessantes esclarecidas pela Espiritualidade. 1- Se a organização
da família obedece a um planejamento espiritual, como entender a gravidez fora
do casamento? Dois
seres descobrem um no outro, de maneira imprevista, motivos e apelos para a
entrega recíproca e daí se desenvolve o processo de atração. Inteligências
que traçaram entre si a realização de empresas afetivas ainda no Mundo
Espiritual, criaturas que já partilharam experiências no campo sexual em
estâncias passadas, corações que se acumpliciaram em delinquência passional,
noutras Eras, ou almas inesperadamente harmonizadas na complementação
magnética, diariamente compartilham as emoções de semelhantes encontros, em
todos os lugares da Terra. Positivada
a simpatia mútua, é chegado o momento do raciocínio. Acontece, porém, que diminuta é, ainda, no
Planeta, a percentagem de pessoas, em qualquer idade física, habilitadas a
pensar em termos de autoanálise, quando o instinto sexual se derrama do Ser. É imperioso anotar, entretanto, em muitos
lances da caminhada evolutiva do Espírito, a influência exercida pelas
inteligências desencarnadas no jogo afetivo. Referimo-nos
aos parceiros das existências passadas, ou, mais claramente, aos Espíritos que
se corporificarão no futuro lar, cuja atuação, em muitos casos, pesa no ânimo
dos namorados, inclinando afeições pacificamente raciocinadas para casamentos
súbitos ou compromissos na paternidade e na maternidade, namorados esses que
então se matriculam na escola de laboriosas responsabilidades. A
doação de si mesmos à comunhão sexual, em regime de prazer sem ponderação, não
os exonera dos vínculos cármicos para com os seres que trazem à luz do mundo. 2-Nesse caso a tarefa da maternidade/paternidade se assemelha a
qualquer outra? As
crianças confiadas na Terra ao nosso zelo são portadoras de aparelhagem
neurocerebral completamente nova em sua estrutura orgânica, à feição de câmara
fotográfica devidamente habilitada a recolher impressões. A objetiva, que na máquina dessa espécie é
constituída por um sistema de lentes apropriadas, capazes de colher imagens
corretas sobre recursos sensíveis, é representada na mente infantil por um
espelho renovado em que se conjugam visão e observação, atenção e meditação por
lentes da alma, absorvendo os reflexos das mentes que a rodeiam e fixando-os em
si própria, como elementos básicos de Conduta. Os pequeninos acham-se, deste modo, à mercê
dos moldes espirituais dos que lhes tecem o berço ou que lhes asseguram a
escola, assim como a argila frágil e viva ante as ideias do oleiro. Não
podemos, pois, esquecer na Terra que nossos filhos, embora carreando consigo a
sedimentação das experiências passadas, em estágios anteriores na gleba
fisiológica, são companheiros que nos retomam transitoriamente o convívio,
quase sempre para se reajustarem conosco, aos impositivos da Lei Divina,
necessitados quanto nós mesmos, de provas e ensinamentos, no que tange ao
trabalho da regeneração desejada. Tratá-los
à conta de enfeites do coração será induzi-los a funestos enganos, porquanto,
em se tornando ineficientes para a luta redentora, quando se lhes desenvolve o
veículo orgânico facilmente se ajustam ao reflexo dominante das inteligências
aclimatadas na sombra ou na rebeldia, gravitando para a influência do pretérito
que mais deveríamos evitar e temer. Assim
toda criança, entregue à nossa guarda, é um vaso vivo a arrecadar-nos as
imagens da experiência diária, competindo-nos, pois, o dever de traçar-lhe
noções de justiça e trabalho, fraternidade e ordem, habituando-a, desde cedo, à
disciplina e ao exercício do bem, com a força de nossas demonstrações, sem,
contudo, furtar-lhe o clima de otimismo e esperança.
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