- E como se a
destruição não marchasse bastante depressa, ver-se-ão suicídios
multiplicando-se numa proporção incrível, até entre crianças. A afirmação/prognostico faz parte do resumo de várias
conversas havidas com dois médiuns habituais nas relações de Allan
Kardec em sonambulismo extático e que, ao despertar, não conservaram
nenhuma lembrança. O conteúdo dessas informações foi reproduzido na REVISTA ESPÍRITA de outubro
de 1866. Vivemos esse tempo com o suicídio tendo se transformado num
problema de saúde publica segundo a OMS – ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE,
registrando-se hoje um suicídio a cada 45 segundos no Planeta. O Espiritismo tem
muito a dizer sobre - e exemplificar - sobre esse procedimento. A seguir três
respostas do Espírito identificado como São Luiz através do Sr.
C., médium falante e vidente, na Sociedade
Parisiense de Estudos Espíritas, na sessão do dia 12 de outubro de 1858: 1-.
Por
que o homem, que tem a firme intenção de se destruir, revoltar-se-ia à ideia de
ser morto por um outro e se defenderia contra os ataques, no
mesmo instante em que vai cumprir seu desígnio? – Porque o homem tem
sempre medo da morte; quando se suicida, está superexcitado, tem a cabeça
transtornada e realiza esse ato sem coragem nem temor e, por assim dizer, sem
ter a consciência do que faz, enquanto que, se pudesse escolher, não veríeis
tantos suicidas. O instinto do homem o leva a defender a própria vida e,
durante o tempo que medeia entre o instante em que seu semelhante se aproxima
para o matar e aquele em que o ato é cometido, há sempre um movimento de
repulsão instintiva da morte que o leva a repelir esse fantasma, que não é
apavorante senão para o Espírito culpado. O homem que se suicida não
experimenta esse sentimento, porque está cercado de Espíritos que o impelem,
que o auxiliam em seus desejos e lhe fazem perder completamente a lembrança do
que não seja ele mesmo, isto é, dos pais e daqueles que o amam, bem como de uma
outra existência. Nesse momento o homem é todo egoísmo. 2. Aquele que, desgostoso da
vida, embora não querendo suicidar-se, deseja que sua morte sirva para alguma
coisa, é culpável de a buscar no campo de batalha ao defender seu país?
Sempre. O homem deve seguir o impulso que lhe é dado; qualquer que seja a
carreira que abrace, seja qual for a vida que leve, é sempre assistido por
Espíritos que o conduzem e dirigem, mau grado seu. Ora, intentar contra seus
conselhos é um crime, visto estarem ali para nos dirigir e, quando queremos
atuar de moto próprio, para nos auxiliar. Entretanto, se o homem, arrastado por
seu próprio Espírito, quer deixar esta vida, logo é abandonado, reconhecendo
mais tarde sua falta, ao ver-se obrigado a recomeçar outra existência. Para
elevar-se, deve o homem ser provado; conter suas atitudes, pôr um entrave em
seu livre-arbítrio seria ir contra Deus, e as provas, nesse caso, tornar-se-iam
inúteis, porque os Espíritos não cometeriam faltas. O Espírito foi criado
simples e ignorante. Para chegar às esferas felizes é preciso, pois, que
progrida, eleve-se em ciência e em sabedoria, não sendo senão na adversidade
que adquire um coração elevado e melhor compreende a grandeza de Deus. 3. Um
dos assistentes observou que parece ter havido uma contradição entre essas
derradeiras palavras de São Luís e as precedentes, quando ele disse que o homem
pode ser impelido ao suicídio por certos Espíritos que a isto o excitam. Neste
caso, cederia a um impulso que lhe seria estranho? – Não há contradição
alguma. Quando disse que o homem impelido ao suicídio estava cercado de
Espíritos que a isto o solicitavam, não me referia aos Espíritos bons, que
fazem todos os esforços para o demover dessa ideia; isto deveria estar
subentendido. Todos sabemos que possuímos um anjo guardião, ou, se quiserdes,
um guia familiar. Ora, tem o homem o seu livre arbítrio; se, apesar dos
conselhos que lhe são dados, persevera nesta ideia criminosa, ele a realiza e,
para isso, é auxiliado pelos Espíritos levianos e impuros que o cercam e que se
sentem felizes, por ver que ao homem, ou Espírito encarnado, falta coragem para
seguir os conselhos de seu bom guia e, muitas vezes, dos Espíritos de parentes
mortos que o envolvem, sobretudo, em semelhantes circunstâncias.
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