A ideia do Deus humanizado de Moises permanece
presente em todos aqueles que imaginam que o Criador mantem-se próximo de cada
uma de suas criaturas acompanhando seus atos para compensá-la ou puní-las. Mas
seria possível que os 7,5 bilhões de seres humanos tivesse próximo
constantemente a eles a Divindade? A lógica do raciocínio diz que não. Nesse
sentido a visão evolucionista do Espiritismo sugere que os mecanismos da
evolução contam com um recurso que vai se aprimorando a medida que o Ser
evolui. Na sequencia três respostas que podem ampliar nosso entendimento a
respeito. Reconhecendo que a Deus se deve todo
movimento no contexto Universal, é possivel, segundo a Espiritualidade, saber
como se desenvolveu na Individualidade humana o mecanismo da lei de Causa e
Efeito? A mônada
vertida do Plano Espiritual sobre o Plano Físico atravessou os mais rudes
crivos da adaptação e seleção, assimilando os valores múltiplos da organização,
da reprodução, da memória, do instinto, da sensibilidade, da percepção e da preservação
própria, penetrando, assim, pelas vias da inteligência mais completa e
laboriosamente adquirida, nas faixas inaugurais da razão. (...) Através do nascimento e morte da forma, sofre
constantes modificações nos dois planos em que se manifesta (...) Nas regiões
extrafísicas, essa consciência incompleta prossegue elaborando o seu veículo
sutil, correspondente ao grau evolutivo em que se encontra, (..) tecendo com os
fios da experiência a túnica da própria exteriorização, segundo o molde mental que
traz consigo, dentro das leis de ação, reação e renovação em que automatiza as próprias
aquisições, desde o estímulo nervoso à defensiva imunológica, construindo o
centro coronário, no próprio cérebro, através da reflexão automática de
sensações e impressões em milhões e milhões de anos, pelo qual, com o auxílio
das Potências Sublimes que lhe orientam a marcha, configura os demais centros
energéticos do mundo íntimo, fixando-os na tessitura da própria alma.Para
alcançar a idade da razão, com o título de homem, dotado de raciocínio e
discernimento, o Ser, automatizado em seus impulsos, na romagem para o reino
angélico, despendeu para chegar aos primórdios da época quaternária, em que a
civilização elementardo sílex denuncia algum primor de técnica, nada menos de
um bilhão e meio de anos. Isso
é perfeitamente verificável na desintegração natural de certos elementos
radioativos na massa geológica do Globo. O processo
de construção da denominada consciência começou em fases pré-humanas? Através
dos estágios nascimento / experiência / morte / experiência / renascimento, nos
Planos Físico e Extrafísico, as crisálidas de consciência, dentro do princípio
de repetição, respiram sob o Sol como seres autótrofos no Reino Vegetal, onde
as células, nas espécies variadas em que se aglutinam, se reproduzem de modo
absolutamente semelhante. Nesse
domínio, o princípio inteligente, servindo-se da herança e por intermédio das experiências
infinitamente recapituladas, habilita-se à diferenciação nos flagelados,
ascendendo progressivamente à diferenciação maior na escala animal, onde o
corpo espiritual, à feição de protoforma humana, já oferece moldes mais
complexos, diante das reações do sistema nervoso, eleito para sede dos
instintos superiores, com a faculdade de arquivar reflexos condicionados. (EDM)7 Os milhares de depoimentos dos que se veem diante das
surpresas da morte dão conta que o Espírito razoavelmente evoluído
desequilibra-se diante do encontro consigo mesmo. Como entender isso? Quando
os acontecimentos da morte se realizam, é que a criatura humana desencarnada,
plenamente renovada em si mesma, abandona o veículo carnal a que se jungia;
contudo, muitas vezes intimamente aprisionada ao casulo dos seus pensamentos
dominantes, quando não trabalhou para renovar-se, nos
recessos do Espírito, passa a revelar-se em novo peso específico, segundo
a densidade da vida mental em que se gradua (EDM,
11) Trazemos na própria consciência o arquivo
indelével dos nossos erros. (OBE, 7) Doentes, ouvimos vozes internas, ansiosos,
amargurados. Desejaríamos desfazermo-nos
do pretérito, pagaríamos pelo esquecimento qualquer preço, ansiamos fugir de
nós mesmos, mas em vão: sempre as mesmas recordações atrozes vergastando-nos a
consciência. (NMM, 12)
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