A evolução da Ciência
materialista nas últimas décadas suscita muitas dúvidas quanto à visão
oferecida pelo Espiritismo no que tange à evolução do Espírito e as doenças e
limitações físicas impostas pelas transgressões às Leis de Deus. Uma dessas
dúvidas é proposta ao professor José Benevides Cavalcante (FUNDAMENTOS DA DOUTRINA ESPÍRITA,
eme), na sequência, bem como uma questão relacionada à TVP - Terapias de Vidas
Passadas. GENOMA HUMANO Com relação à encarnação de Espíritos, que precisam passar
por determinadas expiações, de acordo com suas necessidades evolutivas, como
fica a Espiritualidade diante da engenharia genética que, mais cedo ou mais
tarde, poderá conseguir evitar aleijões físicos e mentais, doenças fatais, como
o câncer, o mal de Alzeihmer, etc. Vemos dois grandes aspectos
nesta questão. O primeiro nos leva afirmar que uma coisa são as necessidades
evolutivas do Espírito; outra, as experiências pelas quais ele precisa passar.
Na natureza, não há somente uma solução para cada problema, há múltiplas
alternativas, de acordo com o lugar e o tempo, com a cultura e o
desenvolvimento de cada povo. Na Antiguidade, certamente havia experiências que
hoje não mais existem e, atualmente, outras existem que não havia naquela
época. Logo, Espíritos, que reencarnam em diferentes momentos da História,
vivenciam situações diversas conforme suas necessidades, donde podemos concluir
que as novas descobertas da ciência, dando ensejo ao progresso da Medicina, no
campo da prevenção e das terapias, não servem de obstáculo às leis naturais,
que continuarão a funcionar interminavelmente. Tais realizações humanas, por
mais arrojadas nos pareçam, não alteram as Leis da Natureza, que prosseguem
comandando todos os fenômenos. O outro aspecto da pergunta refere-se ao
progresso científico e tecnológico que, com certeza, não se realiza sem a
co-participação da Espiritualidade que, para tudo, tem um objetivo
providencial, encaminhando para a Terra - Espíritos capazes de revolucionar o
conhecimento e sua aplicação com descobertas de impacto. Com certeza, o
mapeamento do código genético humano e as posteriores façanhas nesse campo,
também vão comprovar o absurdo do racismo e outros meios de discriminação que,
até hoje, servem de pretexto para crimes que deveriam envergonhar o homem do
Terceiro Milênio. REVELAÇÕES
DO PASSADO Como podemos
explicar, do ponto de vista espírita, que tantas pessoas, que passaram pela
Terapia de Vidas Passadas, talvez a maioria delas, se lembrem de terem sido
reis, príncipes, chefes de estado e personalidades importantes da História?
Será que elas estão imaginando tudo isso ou, no passado, havia mais gente importante
do que pessoas comuns? Vários terapeutas espíritas têm se
preocupado com as reportagens que a televisão costuma apresentar ao público
leigo, fazendo apologia da TVP, através de exageradas revelações que fluem com
muita facilidade da mente dos pacientes para o público. Dizem que, além do
exagero promocional da TV, é difícil para o profissional separar o que é a
lembrança do real da mera fantasia criada pela mente imaginosa, e que o
objetivo da terapia não é a revelação do passado, mas a cura. O terapeuta pode
sentir a mente supercriativa, recurso comum para a alimentação do EGO,
mas dificilmente saberá separar com precisão o real do imaginário. Além disso,
TVP não é Espiritismo, não tem por fim verificar a realidade ou não dos relatos
apresentados pelo paciente; é apenas uma técnica de tratamento psicológico
surgida nos Estados Unidos, há alguns anos atrás. A Doutrina Espírita tem um
posicionamento inequívoco a respeito de revelações do passado em O LIVRO DOS ESPÍRITOS, valorizando o
fenômeno do esquecimento como meio de defesa da mente encarnada, razão pela
qual para ela a regra é não se lembrar de encarnações anteriores. No entanto,
mesmo no meio espírita, por ignorância ou vaidade, muitos grupos se utilizam do
expediente perigoso da revelação, apresentando aos consulentes histórias que
servem para identificá-los com personalidades importantes do passado, sem o
mínimo critério crítico de análise. Tal procedimento, além de não se coadunar
com a moral espírita, fere frontalmente o princípio lógico do bom senso,
defendido por Erasto em O LIVRO DOS
MÉDIUNS ("É preferível rejeitar nove verdades a aceitar
uma só falsidade") e
ratificado por Allan Kardec em toda sua obra.
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