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sábado, 9 de dezembro de 2017

KARDEC E A REENCARNAÇÃO

Os que se detém a estudar a obra construída pelo educador Allan Kardec não consegue encontrar um ponto passível de dúvida. Ele fosse qual o assunto procurava cercar todos os aspectos capazes de gerar dúvida estabelecendo polemicas entre os que buscam esclarecimentos ou respostas para os variados temas em que o Espiritismo toca. O meio século de vida cumprido quando se interessou pela fenomenologia em torno daquilo que confirmaria ser a intervenção do Mundo Espiritual no Mundo Material através do instrumento chamado médium, o qualificaram para a construção do alicerce da proposta que pretende resgatar no seu verdadeiro, amplo e profundo os ensinamentos de Jesus. Um dos tópicos esquecidos por treze séculos pela imposição da escola religiosa dominante no lado Ocidental do Planeta, a reencarnação, não foi de imediato aceito por ele, apesar de constituir-se numa das abordagens dos Espíritos que o orientavam e municiavam de revelações surpreendentes. No número de abril de 1860 da REVISTA ESPÍRITA, ele confirma isso, explicando seu desinteresse, a princípio, pela inusitada informação. O princípio, por sinal, continua a encontrar resistência nos meios acadêmicos para ser considerado, provavelmente pelos atavismos que todos carregam das proibições em se discutir a questão. Interessantes confirmações vão, contudo, sendo apresentados por pesquisadores. Ian Stevenson, Hemendras Banerjee, Hernani Guimarães Andrade legaram interessante acervo em torno das memórias extracerebrais. Os profissionais da saude mental Brian Weiss, Helen Wambach, Edith Fiore, entre outros, vasculharam memórias de vidas passadas de pacientes a procura da origem de transtornos físico/mentais. Mas Allan Kardec também resistiu a princípio.Explica ele: - Em suma, o grande critério do ensino dado pelos Espíritos é a lógica. Deus nos deu a capacidade de julgar e a razão para delas nos servirmos; os Espíritos bons no-las recomendam, nisto nos dando uma prova de superioridade. Os outros se guardam: querem ser acreditados sob palavra, pois sabem muito bem que no exame têm tudo a perder. Como se vê, temos muitos motivos para não aceitar levianamente todas as teorias dadas pelos Espíritos. Quando surge uma, limitamo-nos ao papel de observador; fazemos abstração de sua origem espírita, sem nos deixar fascinar pelo brilho de nomes pomposos; examinamo-la como se emanasse de um simples mortal e vemos se é racional, se dá conta de tudo, se resolve todas as dificuldades. Foi assim que procedemos com a doutrina da reencarnação, que não tínhamos adotado, embora vinda dos Espíritos, senão após haver reconhecido que ela só, e só ela, podia resolver aquilo que nenhuma filosofia jamais havia resolvido, e isso abstração feita das provas materiais que diariamente são dadas, a nós e a muitos outros. Pouco nos importam, pois, os contraditores, ainda que sejam Espíritos. Desde que ela seja lógica, conforme à justiça de Deus; que não possam substituí-la por nada de mais satisfatório, não nos inquietamos mais do que os que afirmam que a Terra não gira em torno do Sol – porquanto há Espíritos que se julgam sábios – ou que pretendem que o homem veio completamente formado de um outro mundo, transportado nas costas de um elefante alado.




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