Ninguém foge de si mesmo conclui-se
analisando depoimentos vertidos do Plano Espiritual através de milhares de
médiuns que filtram o pensamento dos que voltaram para afirmar a realidade da
sobrevivência após a morte física, bem como, revelar sua situação no Plano
Espiritual. Na mensagem SUICÍDIO do livro RELIGIÃO DOS ESPÍRITOS do Espírito Emmanuel através de Chico
Xavier, uma interessante lista de prováveis relações CAUSA E EFEITO. Na reunião descrita na REVISTA ESPÍRITA de maio de 1862 em que Allan
Kardec procurou ouvir o jovem suicida Maximiliano que aos 12 se
enforcou, outras questões foram tratadas com o guia do médium através do qual houve a manifestação espiritual
bem como com o próprio suicida com fins de esclarecimento e aprendizado. Vamos
a elas: Qual o
grau de punição para este Espírito por se haver suicidado? Levando-se em conta
sua idade, sua ação é tão condenável quanto a dos outros suicidas? – A
punição será terrível, porque foi mais culpado que os outros. Já possuía grandes
faculdades: a força de amar a Deus de maneira poderosa e de fazer o bem. Os
suicidas sofrem longos castigos e Deus pune ainda mais os que se matam com
grandes ideias na mente e no coração. Dissestes que a
punição de Maximiliano V... será terrível. Poderíeis dizer em que consistirá?
Parece que ela já começou. Ser-lhe-á reservado mais do que já experimenta? –
Sem dúvida, pois sofre um fogo que o consome e o devora e que só cessará pelos
esforços da prece e do arrependimento. Observação – Sofre um fogo que o consome e o devora.
Não está aí a imagem do fogo do inferno, que nos é apresentado como um fogo
material? Há possibilidade de ser atenuada a sua
punição? – Sim: orando-se por ele, principalmente se Maximiliano se unir
às vossas preces. O objeto de sua paixão compartilha de
seus sentimentos? Estarão esses dois seres destinados a unir-se um dia? Quais
as condições de sua união e quais os obstáculos que agora a impedem? –
Os poetas amam as mulheres da Terra? Eles o acreditam por um dia, uma hora. O
que eles amam é o ideal, uma quimera criada por sua ardente imaginação; amor
que não pode ser satisfeito senão por Deus. Todos os poetas têm uma ficção no
coração – a beleza ideal que eles acreditam ver passar na Terra; e quando
encontram uma bela menina, que jamais deverão possuir, então dizem que a
realidade tomou o lugar do sonho. Mas, se tocarem a realidade, cairão das
regiões etéreas na matéria e, não mais reconhecendo o ser que sonhavam, criam
outras quimeras. [A Maximiliano]. Em que época vivestes
como poeta? Tivestes um nome conhecido? – No reinado de Luís XV. Eu era
pobre e desconhecido; amava a uma mulher, um anjo que vi passar num parque, num
dia de primavera. Depois, só a revi em sonhos, e meus sonhos prometiam que eu a
possuiria um dia. O nome Elvira nos parece muito
romântico, o que nos leva a pensar que se trate de um ser imaginário. –
Sim; era uma mulher. Sei seu nome porque um cavaleiro que passava perto dela a
chamou Elvira. Ah! era bem a mulher que minha imaginação havia sonhado. Eu a vejo
ainda, sempre bela e encantadora. Ela é capaz de me fazer esquecer a Deus para
vê-la e segui-la ainda. Sofreis e podeis sofrer ainda
muito tempo. De vós depende abreviar os vossos tormentos. – Que me faz o
sofrimento! Não podeis avaliar o que é um desejo insatisfeito. Meus desejos
serão carnais? E, no entanto, eles me queimam, e as pulsações do coração, ao
pensar nela, são mais fortes do que seriam se pensasse em Deus. Nós vos lamentamos profundamente. Para trabalhar pelo vosso
progresso é necessário que vos torneis útil e penseis mais em Deus do que o
tendes feito. É preciso que soliciteis uma reencarnação com o único objetivo de
reparar os erros e a inutilidade de vossas últimas existências. Não se diz que
deveis esquecer a Elvira, mas pensar um pouco menos nela e um pouco mais em
Deus, que pode abreviar os vossos tormentos se fizerdes o que for necessário.
Secundaremos vossos esforços pelas nossas preces. Resp. – Obrigado! orai
e tratai de arrancar Elvira de meu coração. Talvez um dia eu vos agradeça por
isto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário