Tempo difíceis esses pelos
quais a Humanidade presente no Planeta Terra atravessa Apesar dos avanços
tecnológicos, as pessoas se mostram mais insensíveis para a dor e dificuldades
do semelhante. Estamos, ao que tudo indica, nos aproximando cada dia mais de um
conflito militar sem precedentes considerando o poderio militar exibido pelas
grandes potências do Mundo. Na sequência, o professor José Benevides Cavalcante
nos conduz a algumas reflexões a partir de questão proposta por leitor que indaga:
-Não percebo que
esteja havendo um progresso moral significativo na Humanidade. O materialismo
aumenta em lugar de diminuir. O homem está mais voltado para os valores
materiais e a religião para ele parece ser uma simples muleta de que se vale
apenas no momento de necessidade. Depois, encosta a muleta e volta-se de novo
para sua rotina materialista, sem compromisso com o semelhante, acomodando-se
nas ilusões do mundo e pondo seu interesse apenas no poder e na riqueza. Estamos, de fato, vivendo um momento muito
propício para a intensificação do materialismo. Mas o Espiritismo acredita na
vitória do Espírito, porque acredita na evolução. Certamente, o homem progrediu
intelectualmente, porque, na escala de suas necessidades, teve que desenvolver
mais a inteligência para escapar do perigo e conseguir os meios de
sobrevivência por meios violentos. Com isso, o sentimento perdeu terreno. As
realizações do "homo faber" não foram acompanhadas de um progresso
moral correspondente; enquanto isso, ele aprendeu a fabricar muitas coisas, mas
não as soube utilizar convenientemente para o bem da coletividade. Não
desenvolveu a solidariedade, permanecendo escravo de seu vil egoísmo. Hoje
sofre as consequências do intensivo progresso material dos últimos anos,
confinado em espaços cada vez menores, acomodando-se ao conforto da cidade,
esvaziando o campo, extasiado ante o fenômeno ameaçador da globalização, numa
vida de intensa competição e muito pouco humanismo. O individualismo cresce,
transmudando-se em atos de extrema e generalizada violência, agravada pelo uso
das drogas, porque o homem, de uma maneira geral, está iludido com o poder e
com a riqueza, pensando que, passando por cima dos outros, desrespeitando a
vida e as pessoas, será feliz sozinho no seu mundo. É como se nós, Humanidade,
fôssemos passageiros de um grande transatlântico, que estivesse em alto mar
atravessando ameaçadora tempestade. Ninguém pretende abrir mão do conforto da
viagem, mas, ao mesmo tempo, todos estão alertas para conseguir o salva-vidas
no momento propício e, para isso, não se importam em ferir ou matar, desde que
se salvem. Daí a violência de nosso tempo. Mas tudo não passa de uma fase crítica
de rápidas transformações (tempestade), em que as estruturas do passado estão
sendo demolidas para darem lugar a outras que ainda não se ergueram, pois, como
lemos em "Lei de Progresso", capítulo de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, o progresso é inevitável. A linha da
evolução não é reta e, muitas vezes, para que a coletividade avance num
sentido, ela precisa recuar em outro. Por isso, em várias ocasiões, é preciso
que a situação chegue ao limite do tolerável para começar a mudar; o interesse
do homem por valores espiritualmente elevados sempre acontece em momentos
decisivos. Daí as grandes comoções sociais e outros fenômenos cíclicos a que se
refere Allan Kardec no capítulo citado, que lhe indicamos para leitura.
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