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quarta-feira, 31 de janeiro de 2018
terça-feira, 30 de janeiro de 2018
UM SONHO PREMONITÓRIO DE ALLAN KARDEC
Na edição de junho
de 1866 da REVISTA ESPÍRITA,
encontramos matéria onde Allan Kardec fala de uma reveladora
experiência que vivenciou meses antes prenunciando fato que o futuro
consagraria. Conta ele: Durante a
última doença que tivemos no mês de abril de 1866, estávamos sob o império de
uma sonolência e de um arrebatamento quase contínuos; nesses momentos
sonhávamos constantemente coisas insignificantes, às quais não prestávamos a mínima
atenção. Mas na noite de 24 de abril a visão ofereceu um caráter tão particular
que ficamos vivamente impressionados. Num lugar que nada lembrava à nossa
memória e que se parecia com uma rua, havia uma reunião de indivíduos que
conversavam; nesse número só alguns nos eram conhecidos em sonho, mas sem que
os pudéssemos designar pelo nome. Considerávamos a multidão e procurávamos
captar o assunto da conversa quando, de repente, apareceu no canto de uma
muralha, uma inscrição em letras pequenas, brilhantes como fogo, e que nos
esforçamos por decifrar. Estava assim concebida: “Descobrimos que a borracha
enrolada sob a roda faz uma légua em dez minutos, desde que a estrada...”
Enquanto procurávamos o fim da frase, a inscrição apagou-se pouco a pouco e nós
acordamos. Temendo esquecer estas palavras singulares, apressamo-nos em as
transcrever. Qual podia ser o sentido dessa visão, que nada, absolutamente, em
nossos pensamentos e em nossas preocupações podia ter provocado? Não nos
ocupando nem de invenções, nem de pesquisas industriais, isto não podia ser um
reflexo de nossas ideias. Depois, que podia significar essa borracha que,
enrolada sob uma roda, fazia uma légua em dez minutos? Era a revelação de
alguma nova propriedade dessa substância? Seria ela chamada a representar um
papel na locomoção? Queriam pôr-nos no caminho de uma descoberta? Mas, então,
por que se dirigir a nós, e não a homens especiais, em condições de fazer os
estudos e as experiências necessárias? Contudo, o sonho era muito
característico, muito especial, para ser arrolado entre os sonhos de fantasia;
devia ter um objetivo; qual? É o que procurávamos inutilmente. Durante o dia,
tendo tido ocasião de consultar o Espírito do amigo Dr. Demeure sobre nossa
saúde, aproveitamos para lhe pedir que nos dissesse se o sonho apresentava algo
de sério. Eis o que ele respondeu: “(..) O caráter dos sonhos se liga, mais do
que se pensa, à natureza da doença. É um estudo a fazer, e os médicos aí
encontrarão muitas vezes diagnósticos preciosos, quando reconhecerem a ação
independente do Espírito e o papel importante que representa na economia. Se o
estado do corpo reage sobre o Espírito, por seu lado o estado do Espírito
influi poderosamente sobre a saúde e, em certos casos, é tão útil agir sobre o
Espírito quanto sobre o corpo. (...) O sonho que me revelais, do qual
guardastes uma lembrança tão nítida, parece-me pertencer a outra categoria. Ele
contém um fato notável e digno de atenção; certamente foi motivado, mas
presentemente eu não vos poderia dar uma explicação satisfatória; só poderia
dar-vos a minha opinião pessoal, de que não estou muito seguro. Tomarei minhas
informações em boa fonte, e amanhã vos comunicarei o que tiver aprendido.
No dia seguinte ele nos deu esta explicação: “O que vistes no sonho que me
encarreguei de vos explicar não é uma dessas imagens fantásticas, provocadas
pela doença; é, realmente, uma manifestação, não de Espíritos desencarnados,
mas de Espíritos encarnados. Sabeis que no sono podemos nos encontrar com
pessoas conhecidas ou desconhecidas, mortas ou vivas. Foi este último caso que
se deu naquela circunstância. Os que vistes são encarnados que, de forma
isolada e sem se conhecerem, ocupam-se de invenções tendentes a aperfeiçoar os
meios de locomoção, anulando, tanto quanto possível, o excesso de despesa
causada pelo desgaste dos materiais hoje em uso. Uns pensaram na borracha,
outros em outros materiais; mas o que há de particular é que quiseram chamar a
vossa atenção, como assunto de estudo psicológico, sobre a reunião, num mesmo
local, de Espíritos de diversos homens, perseguindo o mesmo objetivo. A
descoberta não tem relação com o Espiritismo; é apenas o conciliábulo dos
inventores que vos quiseram mostrar, e a inscrição não tinha outra finalidade
senão especificar, aos vossos olhos, o objetivo principal de sua preocupação,
pois há alguns que procuram outras aplicações para a borracha. Ficai persuadido
de que assim o é muitas vezes, e que quando vários homens descobrem ao mesmo
tempo, quer uma nova lei, quer um novo corpo, em diferentes pontos do Globo,
seus Espíritos estudaram a questão em conjunto, durante o sono e, ao despertar,
cada um trabalha por seu lado, tirando proveito do fruto de suas observações. Notai
bem que aí estão ideias de encarnados, e que nada prejulgam quanto ao mérito da
descoberta. Pode ser que de todos esses cérebros em ebulição saia algo de útil,
como é possível que só saiam quimeras. Desnecessário dizer que seria inútil interrogar
os Espíritos a respeito; sua missão, como dissestes em vossas obras, não é
poupar ao homem o trabalho das pesquisas, trazendo-lhe invenções acabadas, que
seriam outros tantos estímulos à preguiça e à ignorância. Nesse grande torneio
da inteligência humana, cada um aí entra por conta própria e a vitória é do
mais hábil, do mais perseverante, do mais corajoso”. P. – Que
pensar das descobertas atribuídas ao acaso? Algumas não são fruto de nenhuma
pesquisa? Resp. – Bem sabeis que não existe acaso; as coisas
que vos parecem as mais fortuitas têm sua razão de ser, pois se deve contar com
as inumeráveis inteligências ocultas que presidem a todas as partes do
conjunto. Se for chegado o momento de uma descoberta, seus elementos são
divulgados por essas mesmas inteligências; vinte homens, cem homens passarão ao
lado sem a notar; um só fixará a atenção. O fato, insignificante para a
multidão, para ele é um rastro de luz; encontrá-lo não era tudo, o essencial
era saber empregá-lo. Não foi o acaso que o pôs sob os olhos, mas os Espíritos
bons que lhe disseram: Olha, observa e aproveita, se queres. Depois ele mesmo,
nos momentos de liberdade de seu Espírito, durante o sono do corpo, pôde ser
posto no caminho e, ao despertar, instintivamente, dirige-se ao local onde deve
encontrar a coisa que, por sua inteligência, está chamado a fazer frutificar.
Não; não há acaso: tudo é inteligente na Natureza.
domingo, 28 de janeiro de 2018
TRÊS QUESTÕES SOBRE SEXO
O tema ainda é visto com dificuldade pelos
espíritas. O Espiritismo, contudo, através das OBRAS BÁSICAS e outras
que as vieram ampliar oferece farto material para reflexões. Na sequência três
abordagens para os estudiosos do assunto: Sexo é
pecado? Diante
do sexo, não nos achamos, de nenhum modo, à frente de um despenhadeiro para as
trevas, mas perante a fonte viva das energias em que a Sabedoria do Universo
situou o laboratório das formas físicas e a usina dos estímulos espirituais
mais intensos para a execução das tarefas que esposamos, em regime de
colaboração mútua, visando ao rendimento do progresso e do aperfeiçoamento
entre os homens. Cada homem e cada mulher que
ainda não se angelizou ou que não se encontre em processo de bloqueio das
possibilidades criativas, no corpo ou na alma, traz, evidentemente, maior ou
menor percentagem de anseios sexuais, a se expressarem por sede de apoio
afetivo, e é claramente, nas lavras da experiência, errando e acertando e
tornando a errar para acertar com mais segurança, que cada um de nós – os
filhos de Deus em evolução na Terra – conseguirá sublimar os sentimentos que
nos são próprios, de modo a erguer-nos em definitivo para a conquista da
felicidade celeste e do Amor Universal. A vida
sexual de cada criatura é terreno sagrado para ela própria e, por
isto mesmo, abstenção, ligação afetiva, constituição de família,
vida celibatária, divórcio e outras ocorrências, no campo do amor, são
problemas pertinentes à responsabilidade de cada um. Celibato e abstinência, em qualquer
forma de expressão, constituem tentames louváveis do Ser –
experiências de caráter transitório – nos quais, a fome de alimento
afetivo se lhes transforma no imo do coração, em fogo purificador, acrisolando-lhes
as tendências em clima de produção do Bem comum. Relações
sexuais envolvem responsabilidade. É comum a fixação do
sexo no equipamento genital do homem e da mulher. Freud definiu o objetivo do
impulso sexual como procura de prazer. A visão e conceitos dominantes no mundo
atual distorcem a verdade? É
indispensável dilatar a definição para arredá-la do campo erótico em que foi
circunscrita. Pela energia criadora do amor, a
alma em se aperfeiçoando, busca sempre os prazeres mais nobres. Temos
assim, o prazer de ajudar, de descobrir, de purificar, de redimir, de iluminar,
de estudar, de aprender, de elevar, de construir e toda uma infinidade de
prazeres, condizentes com os mais santificantes estágios do Espírito. Encontramos,
desse modo, almas que se amam profundamente, produzindo inestimáveis valores
para o engrandecimento do mundo, sem jamais se tocarem umas nas outras, do
ponto de vista fisiológico, embora permutem constantemente os raios
quintessenciados do amor para a edificação das obras a que se afeiçoam (AR; Silas/AL/FCX) Nas obras da série NOSSO LAR, o assunto é colocado como responsável
por grande parte dos conflitos vivenciados pelo Ser humano na sua caminhada
evolutiva e nas relações em nosso Plano. Qual a base dessa afirmação? Comunhão sexual em bases de afinidade e
confiança, estabelece entre ambas as pessoas um
circuito de forças, pelo qual a dupla se alimenta psiquicamente
de energias espirituais em regime de reciprocidade. A fuga de um dos parceiros ao compromisso,
sem razão justa, lesa o outro na sustentação do equilíbrio emotivo, criando a
ruptura no sistema de permuta de cargas magnéticas de manutenção, precipitando
o prejudicado em descontrole que, muitas vezes, descamba na delinquência. Os resultados
repercutem no agressor que partilhará no futuro das consequências desencadeadas
por ele próprio, na forma de conflitos e frustrações em reencarnações que o levem a exonerar do
próprio Espírito, as mutilações e conflitos hauridos no clima da irreflexão,
seja no corpo de nossas manifestações ou no ambiente da vida pessoal, aprendendo
através da penalogia sem cárcere aparente, que nunca lesaremos a outrem sem
lesar a nós mesmos. Sede febril de prazeres
inferiores na área da sexualidade, gera bacilos
psíquicos, espécie de larvas, cultivadas não apenas pela
incontinência no domínio das emoções próprias em experiências sexuais variadas,
mas também no contato com entidades grosseiras afinadas com as predileções
do indivíduo que o visitam com frequência, à maneira de imperceptíveis vampiros.
(ML)
sexta-feira, 26 de janeiro de 2018
quinta-feira, 25 de janeiro de 2018
quarta-feira, 24 de janeiro de 2018
DUVIDA SOBRE DEUS E GENOMA HUMANO
O Professor José Benevides Cavalcante (FUNDAMENTOS DA DOUTRINA ESPÍRITA, eme) está de volta para esclarecer duas duvidas relativamente comuns. Se Deus é
Perfeito, porque não criou perfeitas as criaturas e todas com o conhecimento da
Verdade? A ideia de perfeição é ainda muito
complicada para todos nós. Se não conseguimos idealizar sequer um objeto
perfeito, que podemos ver e manusear, porque cada pessoa sempre será capaz de
apontar uma imperfeição nesse objeto, como conceber o Absolutamente Perfeito,
que nos escapa inteiramente à percepção? Não sabemos como explicar a perfeição
e queremos entender por que Deus teria agido desta e não de outra forma!... O
progresso do pensamento ainda não nos permitiu conhecer nem a nós próprios:
somos para nós os grandes desconhecidos; mas pretendemos conhecer Deus, a
partir do autodesconhecimento ! Desde seus primórdios, o homem, no afã de
explicar a divindade, atribuiu-lhe muitos conceitos, deu-lhe inúmeras formas,
mas o que prevaleceu foi a forma humana, antropomórfica, pela qual as religiões
ocidentais idealizou Deus e até hoje ainda o concebe; não apenas na forma
física ( porque muitos entendem que Deus seja uma pessoa - com cabeça, tronco e
membros - como nós), mas a estrutura psicológica de uma divindade que tem
inteligência, emoções e toma decisões como nós tomamos, sujeitas a erros e
acertos. Para o Espiritismo, Deus é "a inteligência suprema, causa
primária de todas as coisas", e só. Não dá para ir mais longe, por
enquanto. Só podemos saber que tudo que existe é a sua manifestação, porque
tudo, absolutamente tudo, funciona de acordo com um comando inteligente uno,
que governa o Universo em toda a sua estrutura e fenomenologia. Podemos
inferir, a partir concepção de Inteligência Suprema, que Deus nos criou para a
perfeição, mas essa perfeição é fruto do caminhar de cada um, ao longo de suas
milenares experiências, fator que determina que cada um seja só e unicamente
ele mesmo, capaz de construir seu próprio destino. A perfeição da Criação
estaria, portanto, na capacidade da própria criatura direcionar seu caminho,
conquistando, pelos seus próprios méritos, o Bem e a Verdade de que é capaz. O
conhecimento é um dos mais elevados atributos do Espírito e uma das condições
fundamentais para a sua realização, mas a sua principal característica é que
ele não pode ser transmitido se não for adquirido. GENOMA HUMANO Com relação à encarnação de Espíritos, que precisam passar por
determinadas expiações, de acordo com suas necessidades evolutivas, como fica a
Espiritualidade diante da engenharia genética que, mais cedo ou mais tarde,
poderá conseguir evitar aleijões físicos e mentais, doenças fatais, como o
câncer, o mal de Alzeihmer, etc. Vemos
dois grandes aspectos nesta questão. O primeiro nos leva afirmar que uma coisa
são as necessidades evolutivas do Espírito; outra, as experiências pelas quais
ele precisa passar. Na natureza, não há somente uma solução para cada problema,
há múltiplas alternativas, de acordo com o lugar e o tempo, com a cultura e o
desenvolvimento de cada povo. Na Antiguidade, certamente havia experiências que
hoje não mais existem e, atualmente, outras existem que não havia naquela
época. Logo, Espíritos, que reencarnam em diferentes momentos da História,
vivenciam situações diversas conforme suas necessidades, donde podemos concluir
que as novas descobertas da ciência, dando ensejo ao progresso da Medicina, no
campo da prevenção e das terapias, não servem de obstáculo às leis naturais,
que continuarão a funcionar interminavelmente. Tais realizações humanas, por
mais arrojadas nos pareçam, não alteram as Leis da Natureza, que prosseguem
comandando todos os fenômenos. O outro aspecto da pergunta refere-se ao
progresso científico e tecnológico que, com certeza, não se realiza sem a
co-participação da Espiritualidade que, para tudo, tem um objetivo
providencial, encaminhando para a Terra Espíritos capazes de revolucionar o
conhecimento e sua aplicação com descobertas de impacto. Com certeza, o
mapeamento do código genético humano e as posteriores façanhas nesse campo,
também vão comprovar o absurdo do racismo e outros meios de discriminação que,
até hoje, servem de pretexto para crimes que deveriam envergonhar o homem do
Terceiro Milênio.
terça-feira, 23 de janeiro de 2018
segunda-feira, 22 de janeiro de 2018
domingo, 21 de janeiro de 2018
KARDEC, ESPIRITISMO E NATUREZA DE JESUS
Afinal, Jesus teria vivido
sua existência em nossa Dimensão com um corpo igual ao nosso ou fluídico como
defendem alguns? Há os que acreditam que não, que seria um corpo fluídico e,
portanto ele não teria experimentado todo o sofrimento imaginado. Como a Doutrina
Espírita se posiciona sobre a questão? Na REVISTA
ESPÍRITA, setembro de 1867, Allan Kardec desenvolve alguns
argumentos interessantes a partir de um questionamento a propósito: O Espiritismo não é contrário à crença dogmática relativa à
natureza do Cristo e, neste caso, pode-se dizer o complemento do Evangelho, se
o contradiz? A solução desta questão não toca apenas de maneira
acessória o Espiritismo, que não deve preocupar-se com dogmas particulares de
tal ou qual religião. Simples doutrina filosófica, não se apresenta como
campeão, nem como adversário sistemático de nenhum culto, deixando a cada um a
sua crença. A questão da natureza do Cristo é capital do ponto de vista cristão.
Não pode ser tratada levianamente, e não são as opiniões pessoais, nem dos
homens, nem dos Espíritos, que a podem decidir. Em assunto semelhante, não
basta afirmar ou negar, é preciso provar. Ora, de todas as razões alegadas a
favor ou contra, nenhuma há que não seja mais ou menos hipotética, visto que
todas são questionáveis. Os materialistas não viram a coisa senão com os olhos
da incredulidade e a ideia preconcebida da negação; os teólogos, com os olhos
da fé cega, e a ideia preconcebida da afirmação; nem uns, nem outros estavam em
condições necessárias de imparcialidade; interessados em sustentar sua opinião,
só viram e buscaram o que a ela poderia ser favorável e fecharam os olhos ao
que lhe podia ser Se, desde que a questão foi agitada, ainda não foi resolvida
de maneira peremptória, é que faltaram elementos, os únicos que lhe podiam dar
a chave, absolutamente como faltava aos sábios da antiguidade o conhecimento
das leis da luz, para explicar o fenômeno do arco-íris. O Espiritismo é neutro
nesta questão; não está mais interessado numa solução do que na outra; marchou
sem isto e marchará ainda, seja qual for o resultado; colocado fora dos dogmas
particulares, não é para ele questão de vida ou de morte. Quando a abordar, apoiando
todas as suas teorias nos fatos, resolvê-la-á pelos fatos, e em tempo oportuno;
se tivesse urgência, ela já estaria resolvida. Os elementos de uma solução hoje
estão completos, mas o terreno ainda não está preparado para receber a semente.
Uma solução prematura, fosse qual fosse, encontraria muita oposição de parte a
parte, e o Espiritismo perderia mais partidários do que os conquistaria. Eis
por que a prudência nos impõe o dever de nos abstermos de toda polêmica sobre o
assunto, até que estejamos certos de poder colocar o pé em terra firme.
Enquanto se espera, deixemos que discutam os prós e os contras fora do
Espiritismo, sem nisto tomar parte, deixando que os dois partidos esgotem seus
argumentos. Quando o momento for propício, levaremos para a balança, não a
nossa opinião pessoal, que não tem nenhum peso, nem pode fazer lei, mas fatos
até este momento não observados, e então cada um pode julgar com conhecimento
de causa. Tudo quanto podemos dizer, sem prejulgar a questão, é que a solução,
em qualquer sentido em que for dada, não contradirá nem os atos, nem as
palavras do Cristo, mas, ao contrário, os confirmará, elucidando-os. Portanto,
aos que nos perguntam o que diz o Espiritismo sobre a natureza do Cristo,
respondemos invariavelmente: “É uma questão de
dogma, estranha ao objetivo da doutrina.” O objetivo que todo espírita deve perseguir, se quiser merecer
esse título, é o seu próprio melhoramento moral. Sou melhor do que o era?
Corrigi-me de algum defeito? Fiz o bem ou o mal ao próximo? Eis o que todo
espírita sincero e convicto deve se perguntar. Que importa saber se o Cristo
era Deus, ou não, se se é sempre egoísta, orgulhoso, ciumento, invejoso,
colérico, maledicente, caluniador? A melhor maneira de honrar o Cristo é
imitá-lo em sua conduta. Fazendo o contrário do que ele diz, quanto mais se o
eleva no pensamento, menos se é digno dele e mais se o insulta e profana. O
Espiritismo diz aos seus adeptos: “Praticai as
virtudes recomendadas pelo Cristo e sereis mais cristãos do que muitos que se
fazem passar como tais.” Aos católicos, protestantes e outros,
ele diz: “Se temeis que o Espiritismo perturbe a vossa
consciência, não vos ocupeis dele.” Dirige-se
apenas aos que a ele vêm livremente, e dele necessitam. Não se dirige aos que
têm uma fé qualquer e que esta fé basta, mas aos que não a têm ou que duvidam,
e lhes dá a crença que lhes falta, não mais particularmente a do catolicismo,
do protestantismo, do judaísmo ou do islamismo, mas a crença fundamental, base
indispensável de toda religião. Aí termina o seu papel. Estabelecida esta base,
cada um é livre para seguir a rota que melhor satisfaça à sua razão.
sábado, 20 de janeiro de 2018
sexta-feira, 19 de janeiro de 2018
quinta-feira, 18 de janeiro de 2018
ESPIRITISMO E PERSONALIDADE HUMANA
Evolução Espiritual é a razão de repetirmos
experiências reencarnatórias no nível em que nos encontramos como Espíritos.
Pelo menos é o que deduzimos estudando o Espiritismo. Para auxiliar na formação
de conceitos, reunimos a seguir algumas informações importantes. 1-
A Humanidade se compõe de personalidades, que constituem as existências
individuais, e das gerações, que constituem as existências coletivas. (OP) 2- Nascer, viver, morrer; renascer ainda; progredir sempre. Tal é a Lei. 3- No seu início a criatura humana não tem senão instintos; mais avançada e
corrompida, só tem sensações; mais instruída e purificada, tem sentimentos e o
ponto delicado do sentimento é o amor, não o amor no sentido vulgar do termo,
mas esse sol interior que condensa e reúne em seu foco ardente todas as
aspirações e revelações sobre -humanas” . (ESE,) 4- Da mesma maneira que, na vida humana há dias
infrutíferos, na do Espírito há existências corpóreas sem proveito, porque ele
não soube conduzi-las. (LE) 5- O Espírito deve permanecer no mesmo mundo,
até que ali haja adquirido a soma de conhecimentos e o grau de perfeição que
tal mundo comporte. (G)Como se processa o progresso do Espírito? O homem progride por si mesmo, os mais
adiantados ajudando os outros pelo contato social. (LE;
779) O
Espírito progride numa marcha ascendente insensível, não simultâneo em todos os
sentidos, ora em ciência, ora em moralidade. (LE) O
desenvolvimento da inteligência determina o desenvolvimento do livre
arbítrio, aumentando a responsabilidade do homem pelos seus atos. (LE) O
progresso completo é o alvo a atingir, chegando a ele passo a passo, podendo
servir-se da inteligência para fazer o mal, até que tenha desenvolvido o senso
moral, consequência do progresso intelectual (LE) Moral
e inteligência são duas forças que somente se equilibram com o tempo.(LE) A personalidade desse modo
é moldada a cada existência, refletindo no exterior a realidade interior?
Criado
simples e ignorante, o Espírito está em sua origem, num estado de nulidade
moral e intelectual, como a criança que acaba de nascer. Se não fez o mal,
também não fez o Bem. Nem é feliz, nem infeliz. Age sem consciência e sem
responsabilidade. Desde que nada tem, nada pode perder, como não pode
retrogradar. Sua responsabilidade só
começa no momento em que se desenvolve seu livre-arbítrio. Seu estado primitivo
não é, pois, um estado de inocência inteligente e raciocinada.
Consequentemente, o mal que fizer mais tarde, infringindo as leis de Deus,
abusando das faculdades que lhe foram dadas, não é um retorno do Bem ao mal,
mas, consequência do mau caminho por onde entrou. (RE) O livre arbítrio regula suas ações conforme
um instinto, que se chama consciência, que lhe dá o poder de distinguir o Bem e
o mal. Cada Espírito está destinado
a atingir a mais alta perfeição. Para a atingir, deve adquirir todos os
conhecimentos pelo estudo de todas as ciências, iniciar-se a todas as verdades,
depurar-se pela prática de todas as virtudes. Como as qualidades superiores não
se podem obter numa vida única, todos devem percorrer várias existências, a fim
de adquirirem os diversos graus de saber A
vida humana é a escola do aperfeiçoamento espiritual e uma série de provas. Por
isso é que o Espírito deve conhecer todas as condições sociais e, em cada uma
delas, aplicar-se em cumprir a Vontade Divina. O poder e a riqueza, como a
pobreza e a humildade, são provas; dores, idiotia, demência, etc, são
oportunidades de reabilitação pelo mal cometido em vida anterior.(RE)
quarta-feira, 17 de janeiro de 2018
terça-feira, 16 de janeiro de 2018
ESPIRITISMO E A BÍBLIA E BENZIMENTO DE ROUPAS
Falta de informação pode ser o motivo pelo qual a
Doutrina Espírita é desconsiderada por muitas das pessoas como algo místico,
elemento de que se valem os inimigos da Verdade para discriminar a proposta e
seus seguidores. O professor José Benevides Cavalcante ( FUNDAMENTOS DA DOUTRINA ESPÍRITA, eme) oferece a seguir alguns esclarecimentos
importantes a partir de dúvidas levantadas por leitores.ESPIRITISMO E A BÍBLIA - Não posso entender como o
Espiritismo fala de Jesus, se os espíritas não aceitam a Bíblia como a palavra
de Deus. Nesse caso, os espíritas só procuram na Bíblia aquilo que lhes
interessa e, portanto, não podem criticar as outras religiões dizendo que elas fazem
a mesma coisa Primeiramente, queremos dizer que o Espiritismo
não tem a pretensão de promover guerra religiosa, nem tampouco discriminar
ninguém que pensa de maneira diferente . A Doutrina Espírita, desde a sua
constituição, em abril de 1857, é muito clara quanto ao respeito que tem em
relação a toda e qualquer religião responsável, de pessoas sinceras e crentes.
Apenas que o Espiritismo tem a sua própria maneira de ver e interpretar o mundo,
a partir das verdades que já pôde auferir de suas observações e pesquisas. E
como respeita a todas as crenças sinceras, também quer que a sua Doutrina seja
igualmente respeitada. Assim, os espíritas - aqueles que conhecem a Doutrina e
não os outros - respeitam e se interessam pela Bíblia, mas não fazem a mesma
leitura da Bíblia que o comum das religiões, porque tudo que compulsa e
examina, sem exceção, o faz primeiramente pelo critério da lógica e do bom
senso. As religiões bíblicas partem de um princípio de fé, segundo o qual a
Bíblia é a palavra de Deus e, portanto, não pode ser contestada, enquanto que o
Espiritismo parte do princípio de que tudo, absolutamente tudo - e nisso estão
igualmente as obras espírita - deve ser visto, examinado e passado sob o crivo
da razão, e só, depois de compreendido, se tornar objeto de fé. Portanto, são
formas bem diferentes de tratamento, do que resulta visões diferentes dos
conteúdos bíblicos. BENZIMENTO DE ROUPAS É errado benzer
roupa no Centro? Eu freqüentava um Centro que fazia isso. Muita gente levava
roupas de parentes e pessoas doentes para receber bons fluidos. Depois, que
passei a freqüentar outro Centro, fiquei sabendo que aquilo não é Espiritismo.
Não vejo nenhum mal em benzer roupas Não se trata de estar certo
ou errado, de ser um bem ou um mal. Existem, no mundo, as mais diversas
práticas religiosas, cada qual derivada de um sistema de crenças. O Espiritismo
respeita todas elas, porque a fé não se impõe a ninguém, mas a Doutrina tem
seus próprios princípios e suas próprias práticas, que considera eficazes na
busca de soluções possíveis para os problemas humanos. Os ritos religiosos, em
geral, estão presos a concepções bem diferentes das que o Espiritismo tem a
respeito das leis que regem os fenômenos da natureza, particularmente os que
estão ligados à questão da cura. Para a Doutrina Espírita, o pensamento é o
esteio de todos os fenômenos que diz respeito ao Ser humano, razão pela qual não
adota nenhuma forma cerimoniosa, nenhuma prática mística, assentada sobre o
pensamento mágico, por considerá-las inteiramente dispensáveis. Mesmo o passe,
em si, não deveria se restringir a uma simples imposição de mãos, em que o
paciente permanece inerte, a espera de uma doação miraculosa. Não é
recomendável que acreditemos no poder mágico das coisas (dos objetos e das
palavras), mas que procuremos participar do fenômeno como agentes
impulsionadores de seus mecanismos naturais. Mesmo que impregnássemos um tecido
de bons fluidos com nossas vibrações de amor, que efeito teria na pessoa que
vai usá-lo, se essa pessoa está ausente desse processo, se ela não toma
conhecimento do que lhe está acontecendo e não sabe buscar as razões pelas
quais estão passando por determinado problema? Não terá, pelo menos, o efeito
mais importante, que é de conscientizá-la a respeito de suas necessidades
íntimas e de ajudá-la a resolver os seus mais intricados problemas
existenciais. O pensamento é tudo - diz Kardec - porque ele é catalizador
desses fenômenos. Por isso, a utilização de velas, amuletos, bentinhos,
talismãs, incenso e todo arsenal de coisas "mágicas" não encontra
acolhida no meio espírita. Ademais, a chamada "cura espiritual" nos é
um tanto controvertida, não podendo ser confundida com a prática das inúmeras
igrejas dedicadas a esse mister, nele se apoiando para proclamarem suas
princípios e se arvorarem como únicas detentoras da Verdade. No Espiritismo, a
cura real não é a do corpo, mas a da alma; por isso, o resultado imediato não é
o mais importante, mas, sim, o processo pelo qual o necessitado é envolvido no
conhecimento das leis da vida, para compreender as suas próprias necessidades
de transformação moral e buscar supri-las através de um esforço consciente.
Realmente, o Espiritismo não adota e não pode adotar esse expediente, pois ele
não encontra respaldo nas bases da Codificação e reduziria a Doutrina a
práticas que ela veio combater por significar um retrocesso à superstição e ao
misticism
domingo, 14 de janeiro de 2018
sexta-feira, 12 de janeiro de 2018
quinta-feira, 11 de janeiro de 2018
NOVAS POSSIBILIDADES OFERECIDAS PELO ESPIRITISMO
O jornal SIÈCLE,
de 4 de julho de 1861, noticiou a morte de um soldado, chamava-se Pierre Valin,
ferido na cabeça na batalha de Solferino. Que mesmo tendo a ferida completamente
cicatrizada, se julgava morto. Quando
lhe pediam notícias da saúde, respondia: ‘Quereis saber como vai Pierre Valin?
Pobre rapaz! Foi morto com um tiro na cabeça em Solferino. O que vedes aqui não
é Valin; é uma máquina que fizeram à sua semelhança, mas muito malfeita.
Deveríeis pedir para que fizessem outra.’ “Ao falar de si mesmo, jamais dizia
eu ou a mim, mas este. Frequentemente caía em completo estado de imobilidade e
de insensibilidade, que durava vários dias. Aplicados contra essa afecção, os
cataplasmas e vesicatórios jamais produziram o menor sinal de dor. Muitas vezes
exploraram a sensibilidade da pele desse homem, beliscando-lhe os braços e
pernas, sem que manifestasse o mais leve sofrimento. “Para assegurar-se de que
não dissimulava, o médico mandava picá-lo nas costas, enquanto conversavam com
ele. O doente nada percebia. Muitas vezes, Pierre Valin recusava alimentar-se,
dizendo que isto não era necessário; que, aliás, isto não tinha ventre, etc. A
publicação se refere a casos semelhantes. No número de agosto de 1861 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec analisa o
fato a partir de uma evocação ocorrida na Sociedade Espírita de Paris. Diz ele:
- Narramos
um fato semelhante na REVISTA de junho de 1861, a propósito da evocação do
marquês de Saint-Paul. Em seus últimos momentos ele dizia sempre: “Ele tem
sede; é preciso dar-lhe de beber. Ele tem frio; é preciso aquecê-lo. Ele sente
dor em tal local, etc.” Mas quando lhe diziam: Mas sois vós que tendes sede,
ele respondia: Não, é ele. “É que o eu pensante está no Espírito, e não no
corpo. Já em parte desprendido, o Espírito considerava seu corpo como uma outra
individualidade que, propriamente falando, não era ele. Era, pois, ao seu
corpo, a esse outro indivíduo que era preciso dar de beber, e não a ele
Espírito. Assim, quando na evocação lhe fizeram esta pergunta: Por que faláveis
sempre na terceira pessoa? ele respondia: “Porque, como vos dissera, estava
vendo e sentia nitidamente as diferenças que existem entre o físico e o moral.
Essas diferenças, ligadas entre si pelo fluido da vida, tornam-se muito
distintas aos olhos dos moribundos clarividentes. (...) Todos os magnetizadores
sabem que é muito comum aos sonâmbulos falarem na terceira pessoa, fazendo
ainda a distinção entre a personalidade de sua alma, ou Espírito, e o corpo. Em
estado normal as duas individualidades se confundem e sua perfeita assimilação
é necessária à harmonia dos atos da vida. Mas o princípio inteligente é como
esses gases, que não se prendem a certos corpos sólidos senão por uma coesão
efêmera, escapando ao primeiro sopro. Há sempre uma tendência de se
desembaraçar de seu fardo corpóreo, desde que deixa de agir, por uma causa
qualquer, a força que mantém o equilíbrio. Só a atividade harmônica dos órgãos
mantém a união íntima completa da alma e do corpo; mas, à menor suspensão dessa
atividade, a alma levanta vôo. É o que acontece no sono, no quase sono, no mero
entorpecimento dos sentidos, na catalepsia, na letargia, no sonambulismo
natural ou magnético, no êxtase, no que se chama sonho acordado, ou segunda
vista, nas inspirações do gênio e em todas as grandes tensões do Espírito, que
muitas vezes tornam o corpo insensível. É, enfim, o que pode ocorrer como
consequência de certos estados patológicos. Uma porção de fenômenos morais não
tem por causa senão a emancipação da alma. A Medicina bem que admite a
influência das causas morais, mas não aceita o elemento moral como princípio
ativo. Daí por que confunde esses fenômenos com a loucura orgânica, razão por
que lhes aplica um tratamento puramente físico que, com muita frequência,
determina a verdadeira loucura, onde desta só havia a aparência.
quarta-feira, 10 de janeiro de 2018
segunda-feira, 8 de janeiro de 2018
domingo, 7 de janeiro de 2018
sábado, 6 de janeiro de 2018
INFLUÊNCIA ESPIRITUAL
Ao responder na
questão 459 d’O LIVRO DOS ESPÍRITOS que a ação dos desencarnados sobre
os encarnados é maior do que eles supõem, Allan Kardec abriu
campo para o desenvolvimento da realidade da obsessão explicada anos depois n’O
LIVRO DOS MÉDIUNS. Na sequencia, algumas respostas de Kardec a
perguntas que naturalmente surgem. Os Espíritos desencarnados
tomam parte ativa em nossas vidas? Muito
comumente os Espíritos são vistos assim pelos videntes: os veem ir, vir,
entrar, sair, circular em meio aos vivos, dando a impressão – pelo menos os
Espíritos comuns – de tomar parte ativa no que se passa em seu redor e
interessar-se conforme o assunto, escutando o que se diz. Por vezes, vê-se que se
aproximam das pessoas, soprando-lhes ideias, influenciando-as, consolando-as. (RE,4/1861) De que forma? Em todos os tempos os bons e os sábios
ajudaram os intelectualmente desenvolvidos por inspirações, ao passo que outros
se limitam a nos guiar nos atos ordinários da vida; mas essas inspirações, que ocorrem
pela transmissão de pensamento a pensamento, são imperceptíveis, discretas e
não podem deixar qualquer traço material. Se o Espírito quiser
manifestar-se ostensivamente, é preciso que aja sobre a matéria; se quer que
seu ensino, em vez de ter o vago e incerto pensamento, tenha precisão e
estabilidade, precisa de sinais materiais e para tanto – deixam passar a
expressão – serve-se de tudo que lhe cai às mãos, desde que nas condições
apropriadas à sua natureza. Serve-se de uma pena, de um lápis, se quiser
escrever, de um objeto qualquer, mesa ou panela, se quiser bater, sem que por
isso seja humilhado. (RE; 4/1861) Mesmo ignorando a realidade da influência espiritual seremos
responsabilizados por efeitos advindos dela? Se sucumbirmos não nos poderemos queixar senão
de nós mesmos, porque a ignorância não nos servirá de desculpa. O perigo está
no império que os maus Espíritos exercem sobre as pessoas, o que não é apenas
uma coisa funesta, do ponto de vista dos erros de princípios que aqueles podem
propagar, como ainda do ponto de vista dos interesses da vida material. (RE;
7/1859) Tal influência é constante
e permanente ? É preciso não perder de vista que os Espíritos constituem
todo um mundo, toda uma população que enche o espaço, circula ao nosso lado,
mistura-se em tudo quanto fazemos. Se se viesse a levantar o véu que nô-los
oculta, vê-los-íamos em redor de nós, indo e vindo, seguindo-nos, ou nos
evitando segundo o grau de simpatia; uns indiferentes, ocultos, outros muito
ocupados quer consigo mesmos, quer com os homens, aos quais se ligam, com um
propósito mais ou menos louvável, segundo as qualidades que os distinguem. Numa
palavra veríamos uma réplica do gênero humano, com suas boas e más qualidades,
com suas virtudes e com seus vícios. Este acompanhamento, ao qual não podemos
escapar, porque não há recanto bastante oculto para se tornar inacessível aos
Espíritos, exerce sobre nós, queiramos ou não, uma influência permanente. Uns
nos impelem para o Bem, outros para o mal; muitas vezes as nossas decisões são
resultado de sua sugestão; felizes quando temos juízo bastante para discernir o
bom e o mau caminho, por onde nos procuram arrastar. (RE;
8/1859) Os Espíritos mal
intencionados podem se servir de qualquer encarnado para produzir o mal que
intencionam? Quando os
Espíritos imperfeitos solicitam alguém a fazer uma coisa má, sabem eles muito
bem a quem se dirigem e não vão perder tempo onde veem que serão mal recebidos;
eles nos excitam conforme nossas inclinações ou conforme os germens que em nós
veem e segundo as nossas disposições para os escutar. Eis porque o homem firme
nos princípios do Bem, não lhes dá oportunidade. (RE;
1/1859)
sexta-feira, 5 de janeiro de 2018
quinta-feira, 4 de janeiro de 2018
quarta-feira, 3 de janeiro de 2018
JUSTIÇA DIVINA?
As inesperadas mudanças que surpreendem muitas famílias com a chamada “perda” de um ente querido além dos sentimentos contraditórios que suscitam, constitui-se em dúvidas sem respostas para o que se deixa dominar pela emoção. O Professor José Benevides Cavalcante (FUNDAMENTOS DA DOUTRINA ESPÍRITA, eme) é acionado por um caso típico. Vamos a ele: "Num acidente que envolveu várias pessoas, que viajavam num veículo, só um jovem morreu, quando estavam indo para um passeio. Seus pais estão inconformados e, ora põem a culpa em um, ora em outro. Dizem que não podem aceitar que Deus tenha reservado essa triste sorte para seu filho..." Fatos como esse acontecem sempre. Suponhamos dois jovens, A e B, viajando num veículo que vem a capotar na rodovia. Com o acidente, o primeiro vem a falecer instantaneamente, o outro jovem se salva com alguns poucos ferimentos. Os pais de B, após o susto, dirão: "Deus foi muito bom conosco; salvou nosso filho. Poderia ter morrido, mas não morreu. Foi a mão de Deus que o amparou naquele momento!" E os pais de A o que vão dizer? Se forem pessoas equilibradas e resignadas, certamente, dirão: "Coitado de nosso filho! Tão bom! Mas Deus o levou. Não podemos fazer mais nada. Temos que respeitar a Sua vontade". Se forem revoltadas, exclamarão: " Por que nosso filho? Por que isso aconteceu justamente conosco? Por que Deus permitiu que isso acontecesse? Que injustiça! era um rapaz tão bom!... Deus não poderia tê-lo amparado? Não amparou o outro?" Momentos de alívio para uns e de grande sofrimento para outros, situação que qualquer um de nós pode ter que enfrentar ainda. Por que só A morreu? Os ateístas explicam que todo acontecimento da vida se deve a causas próximas. Não existe Deus, não existe Espírito. Nascemos e vivemos uma única existência, para nunca mais. No caso, o que determinou a morte foi a alta velocidade do carro, ou a falta de atenção ou de habilidade no volante, ou um defeito mecânico, etc. Mas por que faleceu um e não o outro, se os dois estavam juntos? Bem, obra do acaso - dirão eles - sorte de B e azar de A, a vida tem essas surpresas; poderia ter sido B, mas o acaso determinou que fosse A. Neste caso, como conceituar a vida? Existe justiça? Se a vida não tem um sentido maior que simplesmente viver uma única existência, sem perspectiva do futuro, para que servirá? De que servirá tudo o que passamos, tudo o que ensinamos e aprendemos, todas as afeições conquistadas, todas as realizações, sonhos e ideais, se, num minuto, como diz Kardec, tudo se transforma em nada e tudo se acaba de vez? Todavia, um espiritualista dirá: "Fulano morreu porque esta é a vontade de Deus; da mesma forma se explica porque o outro está vivo. Se Deus quisesse, teria morrido B, mas Ele não quis; por isso foi A quem morreu. Se foi um crente e rendeu seu culto ao Senhor, certamente se salvará; se não teve fé, nem cultuou determinada religião, com certeza vai para o inferno eterno". Que decepção! Deus decide e pronto! Nós, que somos os protagonistas da história, não temos nenhuma participação nisso e temos simplesmente que nos conformar. É quando surge a revolta. Para que tanto esforço, se Deus tem outros planos para nós, planos dos quais não temos a menor ideia, e Ele decide sozinho qual vai ser o nosso destino? Qual é o nosso valor nesse contexto, se estamos fora de todas as decisões? Onde a livre-arbítrio? Entretanto, o espírita, diante do caso em questão, vai dizer: "A não morreu por acaso e nem foi por acaso que B se salvou. Também o que aconteceu não foi simplesmente porque Deus disse ,por mero capricho, "eu quero assim". Existem leis que regem os destinos do homem, segundo as quais, cada um caminha com suas próprias pernas e com seu próprio esforço. Todos temos participação em tudo que nos acontece. Existem causas que determinaram a morte de um e a salvação do outro, causas que podem advir de vidas passadas ou desta mesma existência, mas que, de qualquer forma, atribuem a cada qual a responsabilidade pelo que lhe acontece. Somos nós que conduzimos nossa vida e, por gozarmos de liberdade de decisão, temos méritos e culpas naquilo que nos acontece. O que se passa conosco hoje se explica pelo passado e o nosso futuro". Qual dessas posições é a mais condizente com a justiça e o amor de Deus? Certamente os pais desse jovem, o único que veio a desencarnar no acidente, precisam ser orientados dentro destes postulados, pois a Doutrina Espírita nos apresenta uma concepção perfeita de justiça, que nos ajuda a compreender os obstáculos e os problemas da vida, resignando-nos com aquilo que, presentemente, não podemos mudar. Só uma ampla visão da vida nos pode levar a uma compreensão mais profunda de Deus
segunda-feira, 1 de janeiro de 2018
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