Falta de informação pode ser o motivo pelo qual a
Doutrina Espírita é desconsiderada por muitas das pessoas como algo místico,
elemento de que se valem os inimigos da Verdade para discriminar a proposta e
seus seguidores. O professor José Benevides Cavalcante ( FUNDAMENTOS DA DOUTRINA ESPÍRITA, eme) oferece a seguir alguns esclarecimentos
importantes a partir de dúvidas levantadas por leitores.ESPIRITISMO E A BÍBLIA - Não posso entender como o
Espiritismo fala de Jesus, se os espíritas não aceitam a Bíblia como a palavra
de Deus. Nesse caso, os espíritas só procuram na Bíblia aquilo que lhes
interessa e, portanto, não podem criticar as outras religiões dizendo que elas fazem
a mesma coisa Primeiramente, queremos dizer que o Espiritismo
não tem a pretensão de promover guerra religiosa, nem tampouco discriminar
ninguém que pensa de maneira diferente . A Doutrina Espírita, desde a sua
constituição, em abril de 1857, é muito clara quanto ao respeito que tem em
relação a toda e qualquer religião responsável, de pessoas sinceras e crentes.
Apenas que o Espiritismo tem a sua própria maneira de ver e interpretar o mundo,
a partir das verdades que já pôde auferir de suas observações e pesquisas. E
como respeita a todas as crenças sinceras, também quer que a sua Doutrina seja
igualmente respeitada. Assim, os espíritas - aqueles que conhecem a Doutrina e
não os outros - respeitam e se interessam pela Bíblia, mas não fazem a mesma
leitura da Bíblia que o comum das religiões, porque tudo que compulsa e
examina, sem exceção, o faz primeiramente pelo critério da lógica e do bom
senso. As religiões bíblicas partem de um princípio de fé, segundo o qual a
Bíblia é a palavra de Deus e, portanto, não pode ser contestada, enquanto que o
Espiritismo parte do princípio de que tudo, absolutamente tudo - e nisso estão
igualmente as obras espírita - deve ser visto, examinado e passado sob o crivo
da razão, e só, depois de compreendido, se tornar objeto de fé. Portanto, são
formas bem diferentes de tratamento, do que resulta visões diferentes dos
conteúdos bíblicos. BENZIMENTO DE ROUPAS É errado benzer
roupa no Centro? Eu freqüentava um Centro que fazia isso. Muita gente levava
roupas de parentes e pessoas doentes para receber bons fluidos. Depois, que
passei a freqüentar outro Centro, fiquei sabendo que aquilo não é Espiritismo.
Não vejo nenhum mal em benzer roupas Não se trata de estar certo
ou errado, de ser um bem ou um mal. Existem, no mundo, as mais diversas
práticas religiosas, cada qual derivada de um sistema de crenças. O Espiritismo
respeita todas elas, porque a fé não se impõe a ninguém, mas a Doutrina tem
seus próprios princípios e suas próprias práticas, que considera eficazes na
busca de soluções possíveis para os problemas humanos. Os ritos religiosos, em
geral, estão presos a concepções bem diferentes das que o Espiritismo tem a
respeito das leis que regem os fenômenos da natureza, particularmente os que
estão ligados à questão da cura. Para a Doutrina Espírita, o pensamento é o
esteio de todos os fenômenos que diz respeito ao Ser humano, razão pela qual não
adota nenhuma forma cerimoniosa, nenhuma prática mística, assentada sobre o
pensamento mágico, por considerá-las inteiramente dispensáveis. Mesmo o passe,
em si, não deveria se restringir a uma simples imposição de mãos, em que o
paciente permanece inerte, a espera de uma doação miraculosa. Não é
recomendável que acreditemos no poder mágico das coisas (dos objetos e das
palavras), mas que procuremos participar do fenômeno como agentes
impulsionadores de seus mecanismos naturais. Mesmo que impregnássemos um tecido
de bons fluidos com nossas vibrações de amor, que efeito teria na pessoa que
vai usá-lo, se essa pessoa está ausente desse processo, se ela não toma
conhecimento do que lhe está acontecendo e não sabe buscar as razões pelas
quais estão passando por determinado problema? Não terá, pelo menos, o efeito
mais importante, que é de conscientizá-la a respeito de suas necessidades
íntimas e de ajudá-la a resolver os seus mais intricados problemas
existenciais. O pensamento é tudo - diz Kardec - porque ele é catalizador
desses fenômenos. Por isso, a utilização de velas, amuletos, bentinhos,
talismãs, incenso e todo arsenal de coisas "mágicas" não encontra
acolhida no meio espírita. Ademais, a chamada "cura espiritual" nos é
um tanto controvertida, não podendo ser confundida com a prática das inúmeras
igrejas dedicadas a esse mister, nele se apoiando para proclamarem suas
princípios e se arvorarem como únicas detentoras da Verdade. No Espiritismo, a
cura real não é a do corpo, mas a da alma; por isso, o resultado imediato não é
o mais importante, mas, sim, o processo pelo qual o necessitado é envolvido no
conhecimento das leis da vida, para compreender as suas próprias necessidades
de transformação moral e buscar supri-las através de um esforço consciente.
Realmente, o Espiritismo não adota e não pode adotar esse expediente, pois ele
não encontra respaldo nas bases da Codificação e reduziria a Doutrina a
práticas que ela veio combater por significar um retrocesso à superstição e ao
misticism
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