Quando Rene
Descartes escreveu o penso, logo existo, estava enunciando uma verdade maior do
que provavelmente imaginava. Quando Allan Kardec elaborou a base da original e
revolucionária proposta do Espiritismo demonstrou o afirmado pelo matemático francês
séculos antes, em suas reflexões sobre a importância desse atributo na vida do
Ser humano. Na sequencia, alguns dos seus apontamentos respondendo a perguntas
correlatas. Na REVISTA ESPÍRITA de dezembro de 1864, Allan Kardec escreve
que “sem o pensamento o Espírito não seria Espírito, sendo o atributo
característico do Ser Espiritual que, por sua vez, distingue o Espírito da
matéria”, acrescentando que Vontade “é o pensamento chegado a um certo
grau de energia, é o pensamento transformado em força motriz”. Então o
pensamento não é uma reação fisiológica? O
pensamento não está no cérebro, como não está na caixa craniana. O cérebro é o instrumento do
pensamento, como o olho é o instrumento da visão, e o crânio é a superfície
sólida que se molda aos movimentos do instrumento. Se o instrumento for
danificado, não se dá a manifestação, exatamente como, quando se perdeu um
olho, não se pode mais ver. (RE; 7/1860) O pensamento é... preexistente
e sobrevivente ao organismo. Este ponto é capital. (RE;3/1867) força
viva, em toda parte; atmosfera criadora que envolve tudo e todos. (NL, 37) força
criadora de nossa própria alma. a continuação de nós mesmos, através da qual,
atuamos no meio em que vivemos e agimos, estabelecendo o padrão de nossa
influência, no bem ou no mal. (L; 17) matéria, a matéria mental, compondo
maravilhoso mar de energia sutil em que todos nos achamos submersos”. (MM;4) fluxo
energético do campo espiritual dos seres criados, se graduando nos mais
diferentes tipos de onda, passando pelas
oscilações curtas, médias e longas em que se exterioriza a mente humana, até as
ondas fragmentárias dos animais, cuja vida psíquica ainda em germe, somente
arroja de si determinados pensamentos ou raios descontínuos. (MM;4) vibração
e transmite-se por onda, que só excita as vibrações de ondas afins. (GS;145) Onde se forma o pensamento ?
As fontes do pensamento procedem de origens
excessivamente complexas. E,
nesse sentido, cada criatura humana, nos serviços comuns, reflete o núcleo de
vida invisível a que se encontra ligada de mente e coração. Assim,
as esferas dos encarnados e desencarnados se interpenetram em toda a parte.
(PC) Observa, pois, os próprios impulsos. Desejando, sentes. Sentindo,
pensas. Pensando, realizas. Realizando, atrais. Atraindo, refletes. E refletindo, estendes a
própria influência, acrescida, dos fatores de indução do grupo com que te
afinas. O pensamento, é portanto, nosso cartão de visita. (SM,2) Todo
Espírito, na condição evolutiva em que nos encontramos, é governado
essencialmente por três fatores específicos, ou, mais propriamente, a
experiência (conjunto de nossos próprios pensamentos); o estímulo
(circunstância que nos impele a pensar) e a inspiração (conjunto dos
pensamentos alheios que aceitamos e procuramos). (SM,38) Na relação da Individualidade consigo mesma, a partir de certo nível de
evolução, o Ser pode experimentar graus variados de insanidade. Como distinguir
a loucura patológica da loucura obsessiva? A
primeira resulta de uma desordem nos órgãos de manifestação do pensamento. Notemos que, nesse estado de
coisas, não é o Espírito que é louco; ele conserva a plenitude de suas
faculdades, como o demonstra a observação; apenas estando desorganizado o
instrumento de que se serve para manifestar-se, o pensamento, ou, melhor
dizendo, a expressão do pensamento é incoerente. Na loucura obsessiva não há
lesão orgânica; é o próprio Espírito que se acha afetado pela subjugação de um
Espírito estranho, que o domina e subjuga. No
primeiro caso, deve-se tentar curar o órgão enfermo; no segundo basta livrar o
Espírito doente do hóspede importuno, a fim de lhe restituir a liberdade. Casos semelhantes são muito
frequentes e muitas vezes tomados como loucura o que não passa de obsessão,
para a qual deveriam empregar meios morais e não duchas. Pelo tratamento físico e,
sobretudo, pelo contato com os verdadeiros alienados, muitas vezes tem sido
determinada uma verdadeira loucura onde esta não existia. Abrindo novos horizontes a
todas as ciências, o Espiritismo vem, também, elucidar a questão tão obscura
das doenças mentais, ao assinalar-lhes uma causa que, até hoje, não havia sido
levada em consideração – causa real, evidente, provada pela experiência e cuja
verdade mais tarde será reconhecida. (RE, 3/1862)
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