O LIVRO DOS
ESPÍRITOS afirma que a única fatalidade da vida é o instante da morte.
Existe data prevista para se morrer? Com
exceção do suicídio, todos os casos de desencarnação são determinados
previamente pelas forças espirituais que orientam a atividade do homem sobre a
Terra. (C; 148) Há planos prefixados e ocasiões previstas com
relativa exatidão para o deperecimento do veículo físico; no entanto, os
interessados costumam alterá-los, seja melhorando ou piorando a própria
situação. Tempo é comparável a crédito
que um estabelecimento bancário empresta ou retira, segundo as atitudes e
diretrizes do devedor. Não podemos, assim, olvidar
que a consciência é livre para pensar e agir, tanto nas áreas físicas quanto nas
espirituais, mesmo quando jungida às consequências do passado culposo... Qualquer
dia é dia de criar destino ou reconstituir destino, de vez que todos somos
consciências responsáveis. (SD, 9) Há
existências que perdem pela extensão, ganhando, porém, pela intensidade. A
visão imperfeita dos homens encarnados reclama o exame acurado dos efeitos, mas
a visão divina jamais despreza minuciosas investigações sobre as causas...(OVE;
13) Nos flagelos tipo terremotos,
inundações, etc todos os que morrem
estavam marcados para morrer? Durante a vida, o homem tudo
relaciona ao seu corpo; entretanto, de maneira diversa pensa depois da morte. A vida do corpo bem pouca coisa é. Um século no vosso mundo não passa de um
relâmpago na Eternidade. Logo, nada são os sofrimentos
de alguns dias ou de alguns meses, de que tanto vos queixais. Representam um
ensino que se vos dá e que vos servirá no futuro. Os Espíritos, que preexistem e sobrevivem a
tudo, formam o mundo real. Os
corpos são meros disfarces com que eles aparecem no mundo. Por
ocasião das grandes calamidades que dizimam os homens, o espetáculo é
semelhante ao de um exército cujos soldados, durante a guerra, ficassem com
seus uniformes estragados, rotos, ou perdidos. O general se preocupa mais com seus soldados do
que com os uniformes deles. Se
considerásseis a vida qual ela é e quão pouca coisa representa com relação ao Infinito,
menos importância lhe daríeis. Em outra vida, essas vítimas
acharão ampla compensação aos seus sofrimentos, se souberem suportá-los sem
murmurar. Venha
por um flagelo a morte, ou por uma causa comum, ninguém deixa por isso de
morrer, desde que haja soado a hora da partida. A única diferença, em caso de
flagelo, é que maior número parte ao mesmo tempo. Se, pelo pensamento, pudéssemos elevar-nos de
maneira a dominar a Humanidade e a abrangê-la em seu conjunto, esses tão
terríveis flagelos não nos pareceriam mais do que passageiras tempestades no
destino do mundo. (LE) Para aquele que passa pela experiência qual a primeira
impressão? Tudo, a princípio, é confuso. De
algum tempo precisa a alma para entrar no conhecimento de si mesma. Ela se acha como que aturdida, no estado de
uma pessoa que despertou de profundo sono e procura orientar-se sobre a sua
situação. A
lucidez das ideias e a memória do passado lhe voltam, à medida que se apaga a
influência da matéria que ela acaba de abandonar, e à medida que se dissipa a
espécie de névoa que lhe obscurece os pensamentos. Muito variável é o tempo que dura a
perturbação que se segue à morte. Pode ser de algumas horas,
como também de muitos meses e até de muitos anos. Aqueles
que, desde quando ainda viviam na Terra, se identificaram com o estado futuro
que os aguardava, são os em quem menos longa ela é, porque esses compreendem
imediatamente a posição em que se encontram. Aquela
perturbação apresenta circunstâncias especiais, de acordo com os caracteres dos
indivíduos e, principalmente, com o gênero de morte. (LE;165)
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